Covid-19: Boletim diário da Secretaria de Saúde – 05.05.21

A Secretaria de Saúde de Caruaru informa que, até esta quarta-feira (5), 96,74% dos pacientes já se recuperaram do novo coronavírus. Hoje, foram registrados 63 novos casos, 71 pessoas recuperadas da doença e um óbito.

O número de testes realizados subiu para 78.746 dos quais 29.718 foram através do teste molecular e 49.028 pelo teste rápido, com 22.731 confirmações para a Covid-19.

O número de casos descartados subiu para 55.369.

Também já foram registrados 95.392 casos de síndrome gripal e 3.471 pessoas estão em isolamento domiciliar.

Em investigação, a secretaria informa que são 646 casos, 11 pessoas em isolamento domiciliar e 100 internamentos.

Cápsula respiratória, desenvolvida no sul do país, ganha força no combate à Covid-19 nas regiões Norte e Nordeste

Um dos maiores agravantes da pandemia que vivemos é a falta de respiradores e oxigênio. O que pudemos perceber no combate fora do país foram as “soluções de emergência” que o mercado passou a pensar, criar e reformular para ajudar nessa batalha. É assim que, com base em terapias da década de 80 e 90 dos Estados Unidos, novos modelos do “capacete de astronauta” para ventilação não invasiva foram aprimorados. Em alguns centros médicos como o da Universidade de Chicago (EUA) já existem estudos há pelo menos quatro anos do uso de capacetes em pacientes com doenças respiratórias. Porém, só no ano de 2020 esse tipo de interface foi muito divulgado internacionalmente na linha de frente de países da Europa, como a Itália, no pico da sua pandemia, como um forte aliado contra a COVID-19.

E foi aí que surgiu a ideia de recriar no Brasil essa ideia de sucesso. E assim compartilhar a experiência em ventilação não invasiva baseada em capacete rapidamente para atender à demanda nacional. “Em uma pandemia de doença respiratória, é imprescindível alternativas urgentes para dar suporte para a linha de frente e assim criar um produto de rápida reprodução e mais barato. Um Helmet hoje representa menos de 2% do custo de um ventilador de UTI”, explica Antonio Mello, Diretor Geral da Medicalway.

Diante desse cenário, a Medicalway Equipamentos Médicos, empresa paranaense com mais de 20 anos de experiência no mercado, se uniu com outras empresas renomadas da área médica, para buscar uma solução alternativa, rápida, eficiente e com um custo acessível que suprisse a falta de ventiladores e leitos de UTI. Como resultado dessa busca incessante e inúmeras pesquisas e testes clínicos, surgiu o 7Lives – Helmet, uma interface de ventilação não-invasiva que vem ajudando a salvar vidas em meio à pandemia da COVID-19.

Segundo Hellen Morais, fisioterapeuta e especialista em produtos da Medicalway, o projeto foi desenvolvido pela Agile Med, empresa de São Paulo e é montado e distribuído para todo o país pela Medicalway, em Curitiba. “O Helmet foi uma solução buscada fora do país a fim de trazer um novo modelo de ventilação não invasiva, que fosse mais confortável para o paciente e mais seguro para equipe multi, uma vez que ele vai reduzir a produção de aerossol, mais eficaz num primeiro momento para evitar intubações, ele vai gerar uma pressão positiva para o paciente através de fluxos altos de oxigênio e ar e pode dispensar o uso dos ventiladores mecânicos.”

Estudos demonstraram uma diminuição significativa de infecções pulmonares e do tempo de recuperação de pacientes que recebem terapias de ventilação não invasivas em relação aos que são submetidos à intubação endotraqueal. E justamente desde que foi comprovado na prática a eficácia deste estilo de tratamento, que empresas nacionais começaram a desenvolver alternativas semelhantes, para também entrar nessa guerra contra esse vírus que ainda ceifa tantas vidas.

O 7Lives – Helmet pode ser uma excelente alternativa em termos de custos e disponibilidade no mercado em relação às interfaces de ventilação não-invasivas disponíveis. Afinal, pequenos detalhes podem fazer muita diferença na linha de frente.

O 7Lives Helmet é a Interface de VNI com o melhor custo-benefício do mercado. O foco principal é criar uma solução completa e acessível para que mais hospitais tenham a oportunidade em adquirir o produto e salvar mais vidas.

Mantém um ambiente com pressão positiva e rico em oxigênio para facilitar a inspiração.
Vedação do pescoço confortável e eficiente (evita sensação claustrofóbica).
Possibilidade de uso sem ventiladores mecânicos.
Permite a ingestão de líquidos e alimentação através de sondas.
Dependendo da necessidade clínica, permite oferta de O2 variado de 21% a 100%.
Compatível com ventiladores de VNI – Ventilação não-invasiva.
Eficiência estudada e comprovada cientificamente.
As equipes da saúde e pacientes ficam protegidos dos riscos de contaminação pelo ar.
Pode ser utilizado em qualquer ambiente intra-hospitalar.
Além disso, o 7Lives Helmet disponibiliza, como opcionais, o Kit de Válvula PEEP, o que possibilita o suporte ventilatório ao paciente ligado diretamente à rede de gases do hospital, sem a necessidade de um ventilador mecânico.

O Helmet é um capacete com filtros e exaustão antivirais e antibacterianas, que promovem a renovação do ar para o paciente.

De acordo com dados publicados pela OMS, embora a maioria das pessoas com COVID-19 desenvolva apenas doenças leves ou sem complicações, aproximadamente 14% requerem hospitalização e suporte de oxigênio e 5% requerem admissão em unidade de terapia intensiva (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2020; CHINA CDC WEEKLY, 2020.

Diversos estudos mostram ainda que o uso desta interface evita em 60% a intubação de pacientes em estado críticos de Covid-19, e isso acaba ajudando no tratamento. “A estrutura do Helmet permite a formação de um ambiente com pressão positiva e enriquecido com oxigênio. A maior parte do seu material é feito com PVC atóxico e a membrana de vedação do pescoço é produzida com látex ou silicone, garantindo conforto e adequado ajuste para diferentes pacientes”, explica Renato Abreu, sócio proprietário da Agile Med, empresa responsável pelo desenvolvimento do produto. “Para fixação do produto na cabeça, duas alças de polipropileno com fechos ajustáveis e neoprene dão segurança, conforto e fácil limpeza ao usuário. Esta interface conta com duas válvulas para conexões dos circuitos de fluxo inspiratório e/ou expiratório. Próximo à boca do paciente, há ainda uma válvula de alimentação que permite tanto o fornecimento de líquidos, quanto de alimentação através da passagem de sondas”, complementa.

Por mais que a aparência possa parecer desconfortável para o paciente, a verdade é que não é. O 7Lives – Helmet foi elaborado justamente pensando no máximo conforto e bem-estar nesse paciente em recuperação Covid e também na segurança da equipe em volta, uma vez que o Helmet impede que gotículas se espalhem pelo ambiente, evitando infecções na equipe.

A ventilação não-invasiva só é possível porque o respirador funciona como um capacete com filtros e exaustão antivirais e antibacterianos, capazes de promover renovação do ar e de criar uma pressão positiva para o paciente, que fica na parte de dentro da cápsula, sendo uma das melhores formas para não intubar o paciente, além de reduzir as chances de óbito. “Importante dizer que o 7Lives – Helmet é uma reprodução de um equipamento que fez muito sucesso durante a pandemia na Europa e nos Estados Unidos e que a Medicalway, em parceria com a Agile Med, recriou com toda segurança, conforto e preço justo, para levar ao mercado de saúde a melhor opção de interfaces de ventilação não-invasivas atualmente disponível no mercado para a recuperação dos brasileiros em estado crítico de Covid. Cada vez mais nosso equipamento tem sido aceito nos hospitais pelo Brasil e sendo muito elogiado pelos profissionais da saúde”, completa.

O 7Lives – Helmet já é utilizado em diversos hospitais pelo Brasil inteiro.

No Nordeste já está na Santa Casa de Misericórdia de Maceió, Secretaria de Saúde de Pernambuco, Casa de Saúde São Lucas S A, no Rio Grande do Norte, Lions Clube Currais Novos Sheelita no Rio Grande do Norte, Instituto Madre Teresa de Apoio a Vida no Ceará, Secretaria de Saúde do Piauí, Centro de Tratamento Intensivo em Alagoas, no Hospital Unimed Teresina S/S Ltda no Piauí, Medradius Clínica de Medicina Nuclear e Radiologia de Maceió, Hospital Esperança AS em Pernambuco.

Erick Mendonça, Coordenador de Fisioterapia do Hospital dos Pescadores, no Rio Grande do Norte, explicou a utilidade do equipamento. “Basicamente sua função é a melhora de ventilação e recuperação do paciente. O paciente acometido da Covid possui lesão pulmonar e por vezes não consegue naturalmente a troca ventilatória suficiente, então a gente precisa de uma pressão positiva através deste equipamento para não necessitar intubar o paciente”, disse. O Hospital ganhou o equipamento após a campanha “Uma Chance Para a Vida”, promovida pela Prefeitura do Natal começar para ajudar o município nessa luta contra o vírus.

O Superintendente do BNB no Rio Grande do Norte – um dos doadores, Thiago Dantas e Silva, disse que o momento é de união. “Vivenciamos um momento em que a união de toda sociedade, agentes públicos e privados, contribuirá para minimizar os efeitos dessa tragédia humanitária. Esperamos que os equipamentos possam contribuir para salvar vidas, devolvendo-as para o seio de seus entes queridos”, afirmou.

Até o momento foram doados ao município 41 kits:

– 21 kits da Fecomércio RN

– 2 kits do Vale do Pará

– 3 kits de funcionários do Banco do Nordeste (Superintendente do BNB no RN, Thiago Dantas e Silva; Gerentes gerais do BNB na capital, Luciano Fabrício Tinoco de Oliveira, Vitor Hernandes Barbosa Pereira e Jeová Lins de Sá) e 15 doações anônimas.

No Norte a empresa já está no Amazonas e com vários novos contatos para as próximas semanas.

No Rio Grande do Sul, por enquanto está na Associação Hospitalar Beneficente Sto. Antônio em Tenente Portela, na Associação Hospitalar Caridade Santa Rosa – Hospital Vida e Saúde em Santa Rosa, no Hospital de Clínicas de Passo Fundo e no Hospital de Caridade de Erechim.

Segundo Débora D’Agostini Jorge Lisboa, fisioterapeuta do Hospital de Clínicas de Passo Fundo, a aquisição dos equipamentos foi muito boa, não só para os profissionais de saúde, como para os pacientes: “Tivemos uma surpresa positiva com a utilização. Os pacientes mostraram ter maior conforto no tratamento, além de ser um material de fácil manuseio e boa qualidade”.

No Paraná está no Hospital VITA, Clinipam, Hospital Hélio Anjos Ortiz, hospitais do Grupo Marista, Hospital São Vicente e Marcelino Champagnat, Pronto Socorro Municipal de Guaratuba.

O superintendente do Hospital Vita Batel, Gustavo Schulz, que implementou o recurso no hospital, fala da importância de ferramentas, como o capacete, em tempos de crise. “Diante desse cenário eu acredito que esse capacete respiratório, que a gente chama de Helmet, ele é uma alternativa extremamente útil, e não está aqui com o objetivo de substituir o respirador que faz a ventilação mecânica, mas vale dizer que eles são complementares e ele tem um atrativo muito interessante que é o fato de permitir ser acoplado diretamente a rede de oxigênio do hospital, salienta”. Schulz ainda ressalta que a grande vantagem do capacete é a utilização sem a necessidade de um respirador, o que é usado em outras modalidades de ventilação não invasiva.

Já segundo Jarbas da Silva Motta Junior, médico intensivista do Hospital Marcelino Champagnat, o capacete é uma boa alternativa para os pacientes que ficam desconfortáveis com a ventilação tradicional e uma opção também para evitar a intubação.

Em Santa Catarina está no Hospital Unimed Grande Florianópolis, no Hospital Unimed Joinville, no Hospital Alto Vale de Rio do Sul, no Hospital São Vicente de Paula de Mafra, no Hospital Unimed Região Carbonífera de Criciúma, no Hospital Regional Alto Vale, no Hospital Santa Izabel de Blumenau, no Hospital OASE de Timbó, no Hospital Unimed Joinville e Vitale – fisioterapia hospitalar ltda.

Em São Paulo no Hospital Samaritano, Rede Dor Jabaquara, Casa de Saúde de Santos,

Casa de saúde da Praia Grande, Hospital Portinari. Em teste na casa de saúde do Guarujá, Hospital Vl Alpina (Seconci), B.P. IABAS, Hospital Ana Costa e Hospital Beneficência Portuguesa de Santos.

Fonte Nordeste – as informações foram retiradas do site da prefeitura de Natal https://www.natal.rn.gov.br/

Asma: relação com a COVID-19 e alimentação adequada

Em meio à pandemia, muitas dúvidas surgem sobre a relação de doenças com a COVID-19, se os riscos aumentam para quem tem determinadas enfermidades, muitas são as indagações. E entre elas sempre está o questionamento sobre a asma, se de fato os pacientes asmáticos têm maiores probabilidades de adquirirem o coronavírus ou não.

Na semana em que se comemora o Dia Mundial de Combate a Asma (sempre na primeira terça-feira de maio), o pneumologista Dr. Amaro Capistrano, credenciado ao Cartão Saúde São Gabriel, tira essa e outras dúvidas relacionadas ao tema.

“A Asma Brônquica não apresenta relação direta com a COVID-19, porém, quem tem esta patologia e adquirir uma virose, seja COVID-19 ou outra, corre o risco de ter seu quadro agravado, o sintoma de dispneia fica exacerbado e de mais difícil controle”, explica o médico, que acrescenta sobre o asmático ser mais suscetível a ser infectado pelo coronavírus.

“Devido ao fato de a Asma ser uma patologia meramente alérgica em sua imensa maioria dos quadros, a fragilidade de adquirir síndromes gripais nestes pacientes os tornam mais suscetíveis”, completa. Em relação a alimentação, o médico pneumologista ressalta os alimentos que contribuem e atrapalham quem tem asma.

“Sempre tentar alimentos mais naturais ricos em vitamina C e pobres em gorduras saturadas e açúcares, sabiamente evitar alimentos dos quais possam produzir reações alérgicas como irritação ocular. É recomendável evitar gorduras trans, açúcares e alimentos enlatados, artificiais ricos em conservantes, estes produtos produzem reações em cadeia que no alérgico vai potencializar os quadro de broncoespasmo assim como edema de glote, extremamente perigosos em pacientes suscetíveis”, finaliza.

UFPE, UFRPE e IFPE realizam ato contra cortes no orçamento deste ano

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e o Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) realizam ato público, hoje (quarta, 5), contra o corte orçamentário de R$ 1 bilhão que atinge todas as instituições federais de ensino técnico e superior brasileiras. A Lei Orçamentária Anual (LOA) 2021 foi sancionada, com vetos, pelo presidente da República no último dia 22 de abril. A manifestação será transmitida ao vivo pelo canal da UFPE no YouTube (https://www.youtube.com/ufpeoficial), a partir das 15h. Participam os reitores Alfredo Gomes (UFPE), Marcelo Carneiro Leão (UFRPE) e José Carlos de Sá (IFPE), que vão falar do impacto dos cortes em cada instituição de ensino.

A redução no orçamento discricionário das instituições de ensino técnico e superior federais para 2021 representa aproximadamente 19% na comparação com o ano passado. Na UFPE, o corte é da ordem de R$ 30 milhões. Assim, o orçamento da Universidade cai de R$ 160 milhões, em 2020, para R$ 130 milhões, em 2021 – uma redução de 18,96%. Além desses recursos, a UFPE teve R$ 4 milhões vetados no momento da sanção da LOA.

Para o reitor da UFPE, Alfredo Gomes, “é fundamental o investimento público em educação, ciência e tecnologia para a soberania nacional, pela relação direta com a melhoria da qualidade de vida das pessoas e das condições sociais de existência. As ações da educação superior, através do ensino, pesquisa, extensão e assistência à saúde, impactam no desenvolvimento regional e nacional, no cenário de oportunidades, inclusive para as cidades do interior. A democratização da educação superior, inclusiva, gratuita e de qualidade ainda está em curso, muito temos a conquistar na perspectiva do direito e das políticas públicas. É preciso recompor o orçamento das universidades. Neste grave momento que atravessamos frente à pandemia, a universidade pública mantém-se dando respostas cotidianas, comprometida com a ciência, com a sociedade e a proteção da vida”.

“Cabe destacar que, além da redução no orçamento, apenas parte dele está disponível. Dos recursos previstos na LOA 2021, cerca de R$ 56 milhões (43%) estão à disposição da UFPE, este ano, e R$ 74 milhões (57%) são condicionados à aprovação legislativa”, explica o pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças da UFPE, Daniel Lago.

Na prática, a queda no orçamento discricionário afeta diretamente o custeio das despesas relacionadas ao funcionamento da instituição. Esses recursos são utilizados nos contratos terceirizados, fornecimento de energia elétrica e água, compras de materiais (de expediente a insumos para pesquisa), assistência estudantil, bolsas, editais de fomento, contratação de serviços, obras e outros.

O orçamento aprovado para este ano prejudica substancialmente a manutenção da UFPE e, por consequência, os investimentos em ensino, pesquisa, extensão e inovação. “O orçamento previsto é insuficiente para nosso funcionamento e o impacto na assistência estudantil aprofundará ainda mais as vulnerabilidades socioeconômicas, somadas ao contexto de pandemia da Covid-19 que enfrentam os estudantes e suas famílias”, afirma o vice-reitor Moacyr Araújo, que também irá participar do ato.

A LOA 2021 foi aprovada no dia 25 de março pelo Congresso Nacional. O presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei, com vetos, no dia 22 de abril. A publicação no Diário Oficial da União (DOU) aconteceu em 23 de abril.

“As instituições federais de ensino são patrimônio estratégico de toda a sociedade. Precisamos reunir as pessoas e construir a unidade em torno desta pauta”, finalizou o reitor Alfredo Gomes.

Armando: “Desenvolvimento regional tem de estar no centro da agenda do País”

Em novo artigo, Armando Monteiro fala da força e do potencial do Nordeste para o desenvolvimento social e econômico do Brasil. O ex-senador explica que o novo modelo de desenvolvimento exige uma política de Estado conectada com a realidade da região. Leia a íntegra:

Nordeste, uma agenda renovada

ARMANDO MONTEIRO NETO

As desigualdades regionais no Brasil são persistentes. A participação média do PIB do Nordeste em relação ao nacional no período de 2010 a 2018 foi inferior a 14%. No mesmo período, o Nordeste tem um produto per capita que corresponde à metade do Brasil e a 1/3 do Sudeste. Esses percentuais têm se mantido por décadas com pequenas oscilações, a despeito da contribuição de políticas que promoveram uma relativa desconcentração espacial da indústria entre 1970/85 e do uso intensivo de incentivos fiscais de ICMS para atração de investimentos a partir dos anos 90.

Esse repertório de políticas e instrumentos tradicionais revela claros sinais de esgotamento, seja por limitações fiscais, ou pela constatação da baixa efetividade dos mesmos, em face das mudanças estruturais ocorridas nos últimos anos. Portanto, é preciso repensar o desenvolvimento regional em novas bases cujo desafios se alargaram em função dos efeitos da pandemia que nos legou no final de 2020 uma taxa de desemprego bem acima da média nacional (17,2% contra 13,9%) e uma maior dependência de políticas de transferência direta de renda.

Nesse sentido, defendemos uma política nacional em articulação com os entes subnacionais que possa orientar os esforços na promoção dos fatores determinantes da competitividade sistêmica: capital humano/desenvolvimento de habilidades e novas competências, infraestrutura/logística/conectividade/inclusão digital, inovação e sustentabilidade sócio ambiental.

A transição para o novo modelo de desenvolvimento exige uma política de Estado conectada com a nova realidade. Nessa nova economia, o Nordeste já demonstrou imenso potencial em energias renováveis. Na área eólica, respondemos por 85% da capacidade instalada do País. Precisamos ampliar a inserção dos nossos jovens, estimulando o empreendedorismo inovador. As startups assumem inegável protagonismo e crescem mesmo na crise.

O nosso modelo do Porto Digital é referência que deve ganhar escala regional. Os desafios na área social são imensos, mas precisamos investir em nossas crianças. O Nordeste perde para regiões mais desenvolvidas em todos os níveis de ensino básico na rede pública, mas há bons e promissores exemplos como os do Ceará, onde quase 100% das escolas públicas municipais atingiram a meta do Ideb em 2019 nos anos iniciais do ensino fundamental. O desenvolvimento regional tem que estar no centro da agenda do País, não apenas por um imperativo de justiça.

Armando Monteiro Neto, ex-senador e ex-Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Crédito: Ricardo Labastier, imagem feita antes da pandemia

MEC lança painel de dados da educação na pandemia

Após mais de um ano de pandemia no Brasil, o Ministério da Educação lançou o Painel de Monitoramento da Educação Básica no Contexto da Pandemia. A plataforma disponibiliza dados sobre a situação sanitária do país para auxiliar dirigentes municipais, secretários estaduais de educação e diretores escolares na tomada de decisões dentro do agravamento da Covid-19.

As informações apresentadas no painel foram coletadas nas bases de dados oficiais educacionais e sanitárias, com o auxílio dos dados de redes de ensino públicas. A plataforma mostra ao usuário o número de matrículas, escolas e turmas, a quantidade de docentes e mapas e gráficos que ilustram informações importantes que envolvem os temas da educação e da pandemia.

Um dos destaques do painel é o quadro que exibe a quantidade de casos da Covid-19 a cada mil estudantes. A capital do país lidera o ranking, com 572 casos de infecção pelo novo coronavírus no Distrito Federal a cada mil alunos. Roraima e Santa Catarina seguem o ranking de contaminações na segunda e terceira posição, respectivamente.

O painel foi lançado por meio da por meio da Secretaria de Educação Básica (SEB), que avalia a plataforma como útil para comunicar gestores e também a sociedade sobre os problemas enfrentados pela educação básica no contexto dessa pandemia.

Prefeitura de Caruaru entrega peças doadas através da Aldir Blanc para instituições filantrópicas

Foto: Elvis Edson

A Prefeitura de Caruaru, através da Fundação de Cultura (FCC), entregou, na manhã desta terça-feira (4), cerca de 700 peças doadas em contrapartida dos recursos da Lei Aldir Blanc. As obras de artesãos do Alto do Moura foram distribuídas para instituições filantrópicas do município, que poderão também comercializar as mesmas e reverter a renda para manutenção dos serviços e dos espaços.

Foram beneficiadas instituições como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Caruaru; Casa dos Pobres; Instituto do Câncer Infantil do Agreste (ICIA) e a Liga Feminina de Combate ao Câncer. “A orientação técnica da Fundação de Cultura foi de que a gente destinasse as peças às instituições para que elas pudessem utilizar ou comercializar. Pedimos que os artistas dissessem o valor mínimo de cada peça e, daqui para frente, a responsabilidade é de cada instituição”, destacou o presidente da FCC, Rubens Júnior.

“Nós costumávamos fazer duas festas por ano e o dinheiro arrecadado era para manter a nossa casa de apoio. Com a pandemia, isso não foi possível acontecer. A ideia foi brilhante. Deus abençoe a todos vocês e a todos os artesãos que tiveram essa iniciativa de ajudar a todos nós. Muito obrigado de coração”, pontuou a presidente da Liga Feminina de Combate ao Câncer, Irandy Alves Leonel.

“A dificuldade está presente em todos os segmentos. Diante de tudo isso, vocês tiveram essa iniciativa, essa sensibilidade de presentear as instituições com um ato tão nobre. A gente tem uma cultura muito rica e ela é extremamente valorizada. Então é algo muito sensível e a gente agradece muito de lembrar de todos nós”, finalizou a coordenadora dos voluntários do ICIA, Cynthia Alves.

Obras expostas
No Espaço Cultural Tancredo Neves, quem está indo para a vacinação tem a oportunidade de passar por algumas das obras de contrapartidas da Lei Aldir Blanc, que estão expostas temporariamente.

Icia promove Live para tirar dúvidas sobre a Campanha Imposto de Renda 2021

O Instituto do Câncer Infantil do Agreste, o Icia, é uma das instituições que podem ser beneficiadas com a destinação de parte do imposto devido, dentro da declaração do Imposto de Renda da Receita Federal. O prazo para a declaração Pessoa Física está chegando ao fim, vai até dia 31 de maio. Por isso, a instituição vai promover uma Live para tirar dúvidas sobre o processo de destinação.

Para quem ainda não declarou o Imposto de Renda é uma oportunidade de entender melhor esse processo e ajudar as crianças e adolescentes com câncer. Para quem já declarou ainda dá tempo de retificar a declaração e fazer a destinação.

A Live está marcada para a próxima quinta-feira, dia 06, às 19h. A transmissão será realizada através das redes sociais do instituto. No canal Icia Agreste no YouTube, no @iciagareste no Instagram, e no Facebook Icia Agreste.

Os convidados são Rafael Casimiro, Delegado da Receita Federal em Caruaru, Manuel Morais, Delegado Adjunto da Receita Federal em Caruaru, e Deyvson Queiroz, Presidente da Associação dos Contabilistas de Caruaru e Agreste de Pernambuco / Accape. Eles estarão ao vivo conversando com o jornalista Wesley Santos, além de participações especiais de Fernando Júnior, Presidente da OAB Caruaru, Dorgivânia Arraes, Presidente da CRCPE, e Jefferson França, Contador e Voluntário do Icia.

O Icia é uma instituição que mantém gratuitamente atendimento médico e multidisciplinar para crianças e adolescentes com câncer, recebendo pacientes de todo agreste de Pernambuco e até demandas de outras regiões do país. Mas conta, exclusivamente, de doações da população para poder continuar ofertando os serviços. São 17 anos de uma luta diária que não pode parar, poiso câncer não espera.

Resultado de uma parceria entre o SENAI-PE e o SEBRAE-PE irá implantar tecnologias da Indústria 4.0 em empresas pernambucanas

Impulsionar o crescimento das micro e pequenas indústrias pernambucanas: essa é a proposta do Programa Minha Indústria Avançada – MinA, iniciativa conjunta do SENAI-PE e do SEBRAE-PE. Por meio da adoção de tecnologias de baixo custo da Indústria 4.0 e de consultorias, o projeto pretende alavancar a produtividade de indústrias de todo o Estado ao longo dos próximos três anos. O lançamento oficial do programa está marcado para o próximo dia 6, às 19h, com transmissão pelo canal do YouTube do SENAI-PE. Direcionado para o setor produtivo, o evento contará com a presença do presidente do Sistema FIEPE e do Conselho Regional do SENAI-PE, Ricardo Essinger, e do diretor Superintendente do SEBRAE-PE, Francisco Saboya. O encontro contará, ainda, com palestra sobre “Inovação e Tecnologia na Indústria 4.0”, ministrada pelo ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho.

Em linhas gerais, o Programa MInA consiste na instalação de sensores nas linhas de produção das indústrias, que, por meio de tecnologias como computação em nuvem e internet das coisas (IoT), são capazes de mensurar, em tempo real, informações como quantidade produzida e descartada e tempo de parada de máquinas, números que geram indicadores importantes para a gestão produtiva e acompanhamento da eficiência da empresa.
Todos esses dados são enviados para uma plataforma e servem como subsídio para os consultores especializados do SENAI-PE, que empregam ferramentas do lean manufacturing para garantir a melhoria contínua da produção. O software utilizado no projeto foi desenvolvido em Pernambuco, pelo Instituto SENAI de Inovação para Tecnologias da Informação e Comunicação (ISI-TICs).

Dentro do programa, as empresas arcarão com a instalação dos equipamentos necessários para a sensorização da linha de produção e com 30% do valor das consultorias e do software. Os 70% restantes serão custeados pelo SEBRAE-PE. Ao todo, o programa tem capacidade para atender mil indústrias até 2023. “O principal objetivo dessa parceria é garantir que o setor produtivo pernambucano esteja inserido nesse novo cenário tecnológico, o que resultará no aumento da produtividade e da competitividade das nossas indústrias, algo essencial nesse contexto que estamos vivenciando”, explica a diretora regional do SENAI-PE, Camila Barreto.

Para se ter ideia, a adoção dessa metodologia em um programa-piloto realizado pelo Departamento Nacional do SENAI com 43 indústrias conseguiu alavancar em 22%, em média, a produtividade dos negócios avaliados, distribuídos em 24 estados do País. Em Pernambuco, o piloto foi feito na Docile Nordeste, fábrica de doces localizada em Vitória de Santo Antão, que percebeu um aumento de 6% em sua produtividade, já bastante alta. Hoje, o MInA está implantado em mais de 100 indústrias.

SERVIÇO
Lançamento oficial do Programa Minha Indústria Avançada – MinA
Data: 6 de maio, às 19h, com transmissão pelo YouTube do SENAI-PE

O luto do filho que perdeu a mãe

Com o Dia das Mães chegando, sempre tem o outro lado que envolve esta data comemorativa, com o luto e a saudade dos filhos que já não tem mais suas mães. Do ponto de vista teórico e técnico, o assunto da parentalidade exige uma contextualização e definição antes de adentrar esse campo. Para falar sobre a perda de uma mãe, precisamos compreender que “mãe” é uma palavra que se constrói não como um adjetivo pessoal, mas como inscrição e nomeação diante de uma relação, como esclarece a professora do curso de psicologia do UniFavip, Deysiane Macêdo.

“A existência de uma mãe pressupõe um outro, um filho que, reciprocamente, a adote neste lugar. Sim, adoção é um fenômeno essencial na parentalidade, independentemente de haver laço consanguíneo ou não. É necessário que a mãe adote o filho como depósito de seu amor e prontidão, e que o filho a adote como colo e sustentação. Então aqui falamos da maternidade de forma abrangente, compreendendo “mãe” como figura de acolhimento e ponto de formação, sem obrigação biológica ou de gênero. Como popularmente se diz, a mãe a qual nos referimos é “a que cria”, explica a docente, que complementa.

“E o que é essa criação? Para a psicanálise, seria justamente esse colo. Um seio, no sentido metafórico, que nutre o sujeito, seja no cuidado de suas necessidades básicas, seja nutrindo-o de amor. Ser mãe envolve uma modelação, uma sustentação e uma apresentação dos objetos que formam esse mundo. A maternidade se bem exercida, promoverá um sujeito autônomo, independente e capaz de desejar por si só”, explana.

Mas além das funções básicas da maternidade na infância, há também uma extensão dessa relação até a fase adulta dos sujeitos. Essa mãe deixa de ser uma necessidade natural de sobrevivência, mas segue na construção de uma relação de confiança, presença e, porque não dizer, de amizade. Onde, mesmo havendo independência do sujeito, essa mãe ainda é referência de segurança e ponto de fortalecimento nos momentos mais emblemáticos da vida.

“Para falar sobre a morte de uma mãe, vale primeiro se questionar sobre o tipo de morte referido. Essa perda é uma morte física e concreta? Ou trata-se de uma morte simbólica, de uma rejeição ou abandono? São inúmeras possibilidades. Também devemos compreender em que momento do desenvolvimento essa perda ocorreu. É possível que este luto se elabore por vias naturais, mas também encontramos muitos casos, nos quais se faz necessário um acompanhamento profissional, como a psicoterapia. Há também a importância do apoio das redes relacionais, ou seja, da família, amigos e trabalho”, finaliza Macêdo.