Dez anos sem Souza Pepeu

Há dez anos, no dia 25 de agosto de 2010, o jornalista caruaruense Severino de Souza Pepeu falecia vítima de infarto.

Nascido no 16 de novembro de 1940, Pepeu, como era carinhosamente chamado por todos, cresceu na Rua Saldanha da Gama, em meio aos muitos irmãos e vizinhos. O destino desse comunicador, que idealizou e fundou a revista Caruaru Hoje, sempre esteve ligado, direta e indiretamente, à sua cidade natal.

Ainda menino, naquele tempo distante no qual os Direitos da Criança não eram respeitados, trabalhou em banca de jogo. Estudioso e inteligente, logo usou voz e talento para observar a cidade, a política, a vida das pessoas.

Tornou-se radialista, depois jornalista, formou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Caruaru, e também participou ativamente da luta pela redemocratização, depois que uma ditadura militar, a partir de 1964, usurpou o poder dos legítimos representantes do Brasil, eleitos pelo povo.

Teve o seu mandato de vereador cassado pela ditadura.

Muitos anos depois, já na década de 1980, concorreu de novo, venceu e foi devidamente empossado, tendo sido vereador entre 1983 e 1988 e considerado um dos legisladores mais atuantes da época.

Usou o mandato para dar vida a projetos de lazer e garantir a proteção ambiental, pois compreendeu a importância do meio ambiente para o equilíbrio da vida humana. Sempre foi um homem à frente do seu tempo, preocupado com coisas como árvores, bichos e a preservação do nosso mundo para as futuras gerações.

Foi um grande torcedor do Central, amava o time do seu coração, chegou a ser seu diretor e, não raro, viajava pelo país para assistir a partidas do seu ‘Glorioso’. Hoje a sala de imprensa do Central leva seu nome.

Fez muitos amigos, casou com a educadora e dentista Clívia Maria Alencar Freire Pepeu, teve três filhos, Fabianna, Julianne e Sérgio. Ele orgulha a todos por ter sido um caruaruense que sempre quis a manutenção da democracia no país e a Capital do Agreste sempre bela e próspera para quem nela nasceu ou nela deseje viver.

Caruaru registra 6.466 confirmações de Covid-19

Secretaria de Saúde de Caruaru informa, nesta segunda (24), que até o momento foram realizados 16.965 testes, dos quais 6.018 foram através do teste molecular e 10.947 do teste rápido, com 6.466 confirmações para a Covid-19, incluindo um óbito, no dia 20 de agosto, sendo ele: Homem, 71 anos, sem comorbidades.

Em investigação estão 505 casos e já foram 9.994 descartados.

Também já foram registrados 25.446 casos de síndrome gripal, dos quais 1.874 foram orientados a ficar em isolamento domiciliar.

A secretaria informa ainda que 6.016 pacientes já foram recuperados do novo coronavírus.

Faltam profissionais: déficit de desenvolvedores pode chegar a 264 mil nos próximos anos

O mercado de tecnologia da informação e comunicação movimentou R﹩479 bilhões em 2018, tornando-se um dos mais promissores segmentos profissionais da atualidade. O dado é da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), que aponta investimentos de 345,5 bilhões em “tecnologias de transformação digital” para o período de 2019 e 2022, com ritmo de crescimento de 19,3%. Embora a expectativa para o setor seja positiva, com demanda de até 70 mil profissionais por ano, dados da Brasscom também sinalizam que o déficit de desenvolvedores pode chegar a 264 mil nos próximos anos.

Contribuindo com esse cenário, uma pesquisa recente conduzida pelo LinkedIn Brasil mostrou que nove das quinze profissões emergentes em 2020 estão diretamente relacionadas à tecnologia da informação, sendo os segmentos de internet e software de computador os principais contratantes. Entre as profissões destacadas pelo estudo, ter conhecimento em linguagens de programação ou softwares específicos é considerado primordial em pelo menos cinco das carreiras citadas: Cientista de dados, Engenheiro de Dados (engenheiro de software especializado em back-end), Especialista em Inteligência Artificial, Desenvolvedor para Salesforce e Programador de JavaScript. Para o Engenheiro de cibersegurança, top 2 da lista, é considerado imprescindível o conhecimento em DevOps.

Quatro opções de carreira para se tornar um desenvolvedor

Acompanhando a evolução da tecnologia, as aceleradas transformações do mercado de trabalho e o perfil profissional buscado pelas empresas, a Pitágoras Jaboatão dos Guararapes lançou 4 novas opções de cursos para formação de desenvolvedores:

DevOps: Aprenda a integrar as áreas de TI e Negócios para que as entregas sejam feitas com mais qualidade e agilidade. O curso é focado no desenvolvimento de softwares de forma ágil, utilizando ferramentas inovadoras para atuar nas áreas de sistemas e infraestrutura, operando em um ciclo integrado de planejamento, desenvolvimento, automação e serviço para obtenção de produtos finais.

Dev Back End: Eleito um dos três cargos de TI em alta no último ano, segundo pesquisa da consultoria PageGroup, o curso visa formar profissionais que dominem diferentes linguagens de programação, com foco no desenvolvimento de modo seguro em servidores e sistemas operacionais, conhecendo também sobre integração de webservices para programar, codificar e testar projetos criados.

Dev Mobile: Profissionais da área tiveram 12% de aumento salarial em 2018, também segundo estudo da PageGroup. O curso visa formar profissionais para atuação no desenvolvimento de aplicativos ou sistemas para dispositivos móveis, considerando diferentes sistemas operacionais e atuando em todo o projeto de desenvolvimento, desde o planejamento dos recursos do aplicativo até a realização de configuração e testes em apps também para smartphones, tablets, TVs e incluindo o universo de games.

Dev Web: Mais de 10 mil vagas foram abertas para essa área em março de 2019, de acordo com a Catho. Curso que formará profissionais de desenvolvimento Front-End, com capacidade para projetar, desenvolver, testar, implantar, manter e avaliar páginas para sistemas e-commerce, games, sites de Internet e intranets e aplicativos para plataformas móveis para a internet, com foco na experiência do usuário.

Os cursos são oferecidos na modalidade EAD 100%, com duração de 4 semestres. Para mais informações ou para se inscrever no vestibular online, basta acessar o site www.pitagoras.com.br

Para o aluno que ainda não decidiu em qual área se especializar, a marca ainda conta com o curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Esse curso traz uma visão mais abrangente e prepara para trabalhar em empresas das mais variadas áreas de aplicações de desenvolvimento. O cargo de Analista de Sistemas está entre os que mais empregam nos últimos anos, segundo Guia da Carreira.

Faculdade Pitágoras

Fundada em 2000, a Faculdade Pitágoras já transformou a vida de mais de um milhão de alunos, oferecendo educação de qualidade e conteúdo compatível com o mercado de trabalho em seus cursos de graduação, pós-graduação, extensão e ensino técnico, presenciais ou a distância. Presente em diversos Estados, a Faculdade Pitágoras presta serviços gratuitos à população, por meio das Clínicas-Escola na área de Saúde e Núcleos de Práticas Jurídicas, locais em que os acadêmicos desenvolvem os estudos práticos. Focada na excelência da integração entre ensino, pesquisa e extensão, a Faculdade Pitágoras oferece formação de qualidade e tem em seu DNA a preocupação em compartilhar o conhecimento com a sociedade também por meio de projetos e ações sociais. A Faculdade Pitágoras nasceu herdando a tradição e o ensino de qualidade oferecido pelo Colégio Pitágoras, fundado em 1966, que também deu origem ao grupo Kroton. Para mais informações, acesse: www.faculdadepitagoras.com.br.

João Paulo Costa defende retomada dos eventos em Pernambuco

Presidente da Comissão de Esporte e Lazer da Assembleia Legislativa de Pernambuco, o deputado estadual João Paulo Costa (Avante) tem trabalhado para ajudar o setor de eventos em Pernambuco. O parlamentar considera já ser possível a volta de eventos no Estado, seguindo as orientações dos órgãos de saúde. “O número de casos e também o de óbitos têm diminuído em Pernambuco. Estamos avançando no plano de convivência com a covid-19 e já retomamos atividades importantes como academias, shoppings, bares e restaurantes. Manter a paralisação do setor de eventos, um dos mais afetados pela pandemia, preocupa bastante, isso porque o segmento emprega muitas pessoas. São pais e mães de família que precisam trabalhar e, por isso, é importante que os eventos sejam retomados”, defendeu.

João Paulo Costa tem apresentado projetos para auxiliar o segmento. O deputado é autor do projeto de lei que normatiza as apresentações artísticas e culturais na modalidade drive-in durante a pandemia de coronavírus. “Vou procurar o secretário de Turismo, Rodrigo Novaes, para discutir o assunto e ter uma posição do Governo do Estado sobre o cronograma da retomada das atividades do setor de eventos”, frisou o parlamentar.

Movimento do Comércio sobe 4,5% em julho, diz Boa Vista

O Indicador Movimento do Comércio, que acompanha o desempenho das vendas no varejo em todo o Brasil, avançou 4,5% em julho na comparação mensal dessazonalizada, de acordo com dados apurados pela Boa Vista. Na avaliação acumulada em 12 meses, o indicador apresenta retração de 3,2%. No acumulado do ano houve queda de 7,5% contra o mesmo período do ano passado. Já em relação ao mesmo mês de 2019, o varejo recuou 1,3%.

Após o indicador registrar queda acentuada em abril, os resultados do trimestre entre maio e julho recuperam parte dessa perda e somam três avanços mensais consecutivos, refletindo leve reação do varejo com as medidas de estímulo aos empresários e consumidores no combate à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.

Ademais, dadas as adversidades provocadas pela chegada do novo vírus, reduzindo renda e emprego, e pelas medidas de isolamento social ainda vigentes, espera-se que o movimento do comércio siga bastante fragilizado ao longo de 2020. Portanto, apesar do aumento na base mensal, melhores resultados ainda dependerão da continuação na flexibilização das medidas de isolamento e do desempenho dos principais setores da atividade.

Setores

Na análise mensal, o segmento de “Móveis e Eletrodomésticos” apresentou alta de 12,8% em julho após já ter avançado em maio e junho, descontados os efeitos sazonais. Já nos dados sem ajuste sazonal, o segmento desacelerou seu ritmo de queda na análise acumulada em 12 meses registrando variação de -14,0%.

A atividade de “Supermercados, Alimentos e Bebidas” registrou variação de -0,1% no mês na série dessazonalizada. Na série sem ajuste, a variação acumulada em 12 meses foi de 2,8% em relação ao ano anterior.

Já a categoria de “Tecidos, Vestuários e Calçados” cresceu 6,1 no mês, expurgados os efeitos sazonais. Nos dados acumulados dos últimos 12 meses houve alta de 5,2%.

Por fim, o segmento de “Combustíveis e Lubrificantes” apresentou elevação de 0,7% em julho considerando dados dessazonalizados, enquanto, na série sem ajuste, a variação acumulada foi de –7,4%.

Metodologia

O indicador Movimento do Comércio é elaborado a partir da quantidade de consultas à base de dados da Boa Vista, por empresas do setor varejista. As séries têm como ano base a média de 2011 = 100, e passam por ajuste sazonal para avaliação da variação mensal. A partir de janeiro de 2014, houve atualização dos fatores sazonais e reelaboração das séries dessazonalizadas, utilizando o filtro sazonal X-12 ARIMA, disponibilizado pelo US Census Bureau.

A série histórica do indicador está disponível em: www.boavistaservicos.com.br/economia/movimento-do-comercio/

Artigo – Sustentabilidade de Marketing para o Setor de Moda

O objetivo principal da sustentabilidade é sustentar a sociedade, encontrar um modo de existência social humana que possa ser praticada no futuro. Os processos ambientais e ecológicos são sistemas de suporte físico para a sociedade e a sua integridade deve ser mantida a fim de que a sociedade exista fisicamente. A economia, troca de bens e serviços, é o mecanismo dentro da sociedade que assegura ou, pelo menos promove, o bem-estar de cada indivíduo na sociedade. Portanto, as ideias de sustentabilidade devem ser integradas nas questões sociais, em cada nível, à medida em que a sustentabilidade amadurece como um conceito e um objetivo.

A sustentabilidade tem sido extensivamente estudada em várias disciplinas de negócios, incluindo a administração, marketing e operações, cobrindo tópicos tais como o chamado Triple Bottom Line, negócios verdes e responsabilidade corporativa. Os principais elementos da responsabilidade social incluem: governança organizacional, direitos humanos, práticas de trabalho, meio ambiente e o envolvimento da comunidade no desenvolvimento. A teoria da Triple Bottom Line inclui um foco adicional sobre a economia, a fim de enfatizar os benefícios financeiros resultantes da sustentabilidade. Em resposta às necessidades práticas, a Organização Internacional de Padronização desenvolveu a família do ISO 14000, grupo de padrões que proporciona uma orientação em relação à gestão ambiental. ISO 26000 foi introduzida em 2010 com o objetivo de oferecer guias as empresas que desejarem implementar iniciativas de responsabilidade social.

Belz e Peattie (2009), num dos primeiros livros textos sobre sustentabilidade de marketing, sugeriram um esquema holístico e uma perspectiva global que foque a sustentabilidade ecológica, em invés da eficiência econômica e do reconhecimento do valor intrínseco da natureza. Na definição de sustentabilidade de marketing, esses autores enfatizam as relações de longo prazo, bem como a construção e manutenção de relações sustentáveis com os consumidores, o ambiente social e natural.

Além disto, a sustentabilidade demanda o reconhecimento dos limites finitos da natureza como uma fonte de recursos e distingue entre (impossível) crescimento econômico ilimitado e desenvolvimento sustentável. Uma vez que a sustentabilidade ecológica implica em olhar o mundo de uma forma fundamentalmente diferente.

A partir da década de 1990, é perceptível um movimento da indústria da moda em adotar a sustentabilidade também como estratégia de diferenciação (ELKINGTON, 1994).

Iniciativas sustentáveis são cruciais para empresas que se encontram em áreas de negócios mais sensíveis à temática, como é o caso da indústria da moda, reconhecida negativamente pelo uso intensivo de recursos naturais, pelas condições de trabalho insalubres (Caniato et al., 2012; Goworek, 2011), e subcontratações expansivas (Rech, 2008; Nunes; Campos, 2006). Este é um setor que oferece diversos riscos socioambientais, tendo em vista ser uma das indústrias que mais empregam no mundo, inclusive em países em desenvolvimento, e seus processos fabris que habitualmente envolvem impactos ambientais agressivos (GARDETTI; TORRES, 2013; PEDERSEN; GWOZDZ, 2014; UNIETHOS, 2013).

Ademais, o sistema da moda é tradicionalmente uma área efêmera e dinâmica, o que resulta na imposição de um ritmo de obsolescência programada muito rápido, com alta volatilidade, ocasionando altos níveis de compra por impulso, assim como o descarte de produtos de forma precoce, como é o caso do fast-fashion (KIKUCHI; SILVA, 2011; PERRY, 2012).

Mascarenhas, Dias e Baptista, (2015) apontam que o setor têxtil e de confecções apresentam características comuns a setores onde ocorrem casos de escravidão contemporânea, sendo que 6% (ou mais) dos casos identificados no Brasil ocorreram neste setor. Tal afirmação chama a atenção para a necessidade de se atentar a aspectos das estratégias de sustentabilidade de marketing no setor da moda (econômico, ambiental, social, ética/cidadania ecológica e tecnologia de informação) na condução dos seus negócios (GALLELI; SUTTER; MACLENNAN, 2015; LIM, 2015; RODRIGUES; RODRIGUES FILHO, 2018).

Muito em razão das proporções que têm tomado as críticas a respeito dos impactos negativos sociais e ambientais, o modo de se fazer negócios na indústria da moda tem mudado. Ao longo das duas últimas décadas, uma razoável variedade de padrões, organizações não- governamentais e iniciativas associadas à temas, tais como produção limpa, ética, responsabilidade e cooperação, apareceu (e por vezes desapareceu) neste setor (Goworek, 2011; Pedersen; Gwozdz, 2014). Do mesmo modo, diversos nichos produtivos e grandes empresas começaram a se dedicar às questões envoltas na sustentabilidade (PEDERSEN; GWOZDZ, 2014).

De modo geral, a sustentabilidade de marketing pode contribuir para as demandas e os impactos negativos sociais e ambientais do setor de moda sustentável, através das suas estratégias: econômica, ambiental, social, ética/cidadania ecológica e de tecnologia de informação na condução dos seus negócios.

José Austerliano Rodrigues. Especialista Sênior em Sustentabilidade de Marketing e Doutor em Marketing Sustentável pela UFRJ, com ênfase em Sustentabilidade e Marketing, com interesse em pesquisa em Marketing Sustentável, Sustentabilidade de Marketing, Responsabilidade Social e Comportamento do Consumidor. E-mail: austerlianorodrigues@bol.com.br.

Retorno às aulas exigirá debate transparente e novas estratégias educacionais

O debate sobre a possibilidade da volta às aulas, em meio a uma grave pandemia, precisa ser entendido como algo muito além dos cuidados de higienização e protocolos estabelecidos pelas autoridades sanitárias. Para a consultora educacional e psicóloga, Carla Jarlicht, é preciso dar maior atenção aos aspectos emocionais, tanto de professores quanto de alunos, estabelecendo uma nova estratégia que deverá surgir de um debate transparente entre todos os envolvidos: estabelecimentos, pais, alunos, professores, poder público e sociedade.

– Serão muitos os desafios. E vão dos aspectos estruturais e organizacionais da escola, que deverá atender aos protocolos, aos aspectos emocionais, que envolvem não só o acolhimento dos alunos como também o das famílias. Todos estão, em alguma medida, sensíveis a tudo que vem acontecendo e, de certa forma, inseguros, ansiosos e um tanto esperançosos com o que está por vir – afirma Jarlicht.

Para ela, o retorno ao ensino presencial demandará do professor novas estratégias para a reinvenção tanto das relações afetivas quanto do trabalho pedagógico em si, repensando os projetos, de acordo com a avaliação diagnóstica dos alunos, contemplando novos encaminhamentos, além de outros combinados para a rotina, que será inteiramente diferente.

– Essa nova realidade será um grande desafio para todos na escola, sobretudo para os professores que são o porto seguro dos alunos, suas famílias e coordenação. Portanto, o acolhimento deve também se estender a eles. Gestores e coordenadores precisam estar abertos para ouvir esses profissionais nas suas demandas e trabalhar em parceria.

Carla lembra que a escola é um lugar de encontro. E que seria fundamental criar um espaço para diálogo transparente com as famílias e a comunidade para que, juntos, possam pensar sobre esse retorno às aulas e sobre como viabilizar a prática de tais protocolos.

-Discutir, ponderar, acalmar as angústias, alinhar as expectativas e planejar soluções possíveis. Mais do que nunca, num contexto como a de uma pandemia, precisamos pensar coletivamente, compartilhando a responsabilidade entre todos os envolvidos – salienta.

A especialista destaca, citando o educador português José Pacheco, que “escola não é edifício; escolas são pessoas”.

– Sendo assim, para além de todos os cuidados de higienização, que são importantíssimos, temos que focar na saúde emocional de crianças e adultos. A situação vivida ainda é delicada sob muitos aspectos e, sobretudo, o aspecto emocional. Muitas e diversas foram as perdas, não podemos fechar os olhos para isso, não será possível continuar de onde havíamos parado, como se tudo tivesse sido um feriado prolongado – resume.

Nota do movimento municipalista sobre o adiamento do Censo Demográfico

É com muita preocupação que a Confederação Nacional de Municípios (CNM) recebe informações de que a realização do Censo Demográfico de 2020 pode vir a ser realizado apenas em 2022 em decorrência do remanejamento de orçamento. A entidade destaca que a o tema deve ser uma prioridade para o país por conta do forte impacto aos 5.568 Municípios e, consequentemente, à população brasileira.

Ressalta-se que o número de habitantes define os coeficientes de repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), principal fonte de custeio da maioria das cidades, bem como das transferências de inúmeros programas federais. Além disso, a entidade aponta que o Censo é a mais importante radiografia do Brasil, e os indicadores demográficos e socioeconômicos produzidos orientam investimentos e subsidiam políticas implementadas pelas três esferas de governo.

A não realização do Censo 2020 também incorre no descumprimento da Lei 8.184/1991, que determina a realização decenal do Censo Demográfico. Importante alertar que as estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já estão defasadas, tendo em vista que a contagem populacional que deveria ter sido realizada em 2015 não ocorreu, havendo um vácuo de dez anos no que se refere a esses dados.

Com isso, o IBGE tem trabalhado nos últimos anos apenas com estimativas, que, em muitos casos, não condizem com a realidade dos Municípios no que se refere ao número de habitantes, ocasionando perdas significativas de receitas e dificuldades para prestar serviços essenciais à população. Diante da ameaça real de não promoção do Censo 2020, o movimento municipalista vem atuando para garantir que o levantamento seja realizado.

Desde 2015, representantes da CNM e gestores locais se reúnem com técnicos e diretoria do IBGE, deputados e senadores e com o Tribunal de Contas da União (TCU), para sensibilizá-los sobre os impactos dos dados na administração municipal. Além disso, a Confederação promoveu e participou de várias mobilizações em que destacou o tema. Em 2018, o movimento conseguiu garantir no Congresso Nacional o congelamento do coeficiente populacional de 135 Municípios que perderiam com a estimativa.

A entidade também protocolou ofício na Presidência da República e, em todas as situações, apresentou, por meio de estudos, os impactos negativos para os Municípios referentes às divergências na estimativa populacional. A entidade ainda reforçou essas dificuldades enfrentadas pelos gestores e conferências e outros eventos realizados pelo próprio IBGE.

A CNM compreende o adiamento para o próximo ano em decorrência da pandemia provocada pelo coronavírus, pois entende que a atenção deve estar de fato voltada à saúde da população neste momento. No entanto, faz-se imprescindível que esse orçamento volte a ser disponibilizado em 2021 para a realização do Censo, por ser esse um dos instrumentos prioritários para sanar injustiças nas informações municipais e a base para a definição de todas as políticas públicas no país.