A Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (Acic) divulgou, nesta segunda-feira (20), os resultados da pesquisa desenvolvida, de 09 a 19 de junho, com o objetivo de mensurar os impactos ocasionados pela Covid-19 nas empresas do município. Das 145 participantes, 84,8% foram das categorias microempreendedor individual (MEI), micro ou pequenas empresas. Diante do cenário desafiador, 52,4% das empresas apresentaram crescimento em suas vendas pela internet, neste período, e para 17,2%, esse crescimento foi superior a 30%.
Saúde
No aspecto da saúde, a pesquisa investigou o registro de funcionários com sintomas da Covid-19 e obtive os seguintes resultados: nenhum funcionário infectado (85,5%); entre cinco e dez funcionários (0,7%); e menos de cinco funcionários (13,8%). No contexto da retomada das atividades, a existência de planos de biossegurança também foi analisada. De acordo com os dados fornecidos, 55,2% das empresas responderam que possuem planos de convivência com o novo coronavírus. Em relação aos efeitos da pandemia sobre a saúde emocional dos empresários, 27,2% relataram a ansiedade como um dos principais efeitos sentidos nessa pandemia, seguido de angústia (15,2%), insônia (13,1%) e mudança nos padrões alimentares (11,8%).
Presença digital
O levantamento também permitiu a avaliação da presença digital das marcas locais. Entre as participantes, 56,5% já realizavam vendas pela internet, porém com baixo volume em relação às vendas totais. Apenas 12,4% responderam que mais de 30% das suas vendas eram realizadas pela internet. 52,4% das empresas apresentaram crescimento em suas vendas virtuais, neste período, e para 17,2%, esse crescimento foi superior a 30%.
Ações
Os resultados apontaram que as principais medidas adotadas pelas empresas para enfrentar a crise foram férias coletivas e individuais, adoção do trabalho home office, suspensão de contratos e demissões. Entre as estratégias para se manter no mercado, destaque para a adoção de novas estratégias comerciais (33,9%), as renegociações com fornecedores (21,6%), as parcerias (17,6%) e as demissões (13,5%).
Faturamento e dívidas
89% apresentaram queda no seu faturamento mensal em diversos níveis. Dentro desse universo, 41,4% das respondentes relataram queda de mais de 40% de suas receitas e 14,5% tiveram perdas totais. Considerando as microempresas, 48,9% apresentaram declínio de mais de 40% no faturamento. O efeito também se repetiu para empresas de médio porte, em que metade delas relatou ter redução de mais de 40% em seus faturamentos durante a pandemia.
Questionadas sobre os compromissos financeiros mais afetados, 19,9% das empresas responderam que a folha de pagamento foi a mais impactada; 19,1% sinalizaram que os pagamentos com fornecedores foram comprometidos; 17,6% que foram os tributários; 16,2% que foram os financiamentos e empréstimos bancários. Por outro lado, 14% das empresas responderam que não tiveram nenhum compromisso financeiro afetado pela pandemia.
Os níveis de endividamento das empresas de Caruaru também foram analisados na pesquisa. 51,4 % alegaram estar em uma situação de pouco ou moderado endividamento. Porém, para os MEIs, micro e pequenas empresas, 9,8% afirmaram que estão muito ou extremamente endividadas.
Acesso ao crédito
A pesquisa diagnosticou a dificuldade de acessar crédito por parte das empresas participantes. 51,8% tiveram algum tipo de dificuldade em acessar crédito, relatando burocracia elevada, ausência de uma linha de crédito específica e negativa por partes das instituições financeiras.
Perspectivas
Sobre o sentimento dos empresários locais em relação à duração dos efeitos pós-pandemia sobre a economia, 2,1% dos entrevistados acreditam que os efeitos vão persistir por até três meses, 22,8% que duraram entre três e seis meses, 33,8% que os efeitos persistem na economia entre seis e 12 meses, 22,8% entre 12 e 18 meses, 14,5% esperam um persistência de mais de 18 meses dos efeitos sobre a economia e 4,1% não souberam responder.
A retomada das atividades era um fator esperado com otimismo para 33% dos empresários, que responderam sobre as perspectivas para suas empresas. 13,8% esperam uma retomada com o “novo normal” e fortes elementos de biossegurança, 8,3% acreditam na força do e-commerce para a retomada e 7,3% apostam em tecnologia e inovação. A retomada em formato lento ou gradual é esperada por 17,4% dos entrevistados e 15,6% estão pessimistas, incertos ou preocupados com as perspectivas.
Participantes
Do total de 145 respondentes, 89% são associados à Acic. Das empresas que participaram da pesquisa, 57,2%, pertencem ao setor de serviços, 18,6% ao comércio varejista, 11,7% ao setor da construção civil, 6,2% são da indústria de transformação, 5,5% são do comércio atacadista e 0,7% da agropecuária.
A participação relativa, por porte, foi a seguinte: MEI (25,5%), micro (32,4%), pequeno (26,9%), médio (13,8%) e grande (1,4%). A maioria das micro e pequenas empresas são dos setores de serviços, comércio varejista e construção civil. 95% das médias empresas são oriundas do comércio varejista, comércio atacadista e indústria de transformação, e todas as grandes empresas que responderam a pesquisa fazem parte do comércio varejista.
89% das empresas respondentes têm mais de dois anos de atuação no mercado e 44,8% delas estão há mais de 10 anos. Apenas 11% alegaram ter menos de dois. Relacionando o tempo de mercado com o setor de atuação, a maioria das empresas com até cinco anos é dos setores de serviços e da construção civil. Empresas com mais de 10 anos de mercado, em sua maioria, são dos setores de serviços e comércio varejista.
A pesquisa na íntegra está disponível através do link: https://bit.ly/3hb3rA7