Artigo – As lições do Coronavírus

Manchete dos principais jornais e tema de rodas de conversa, o novo coronavírus tem causado muito medo e alerta no mundo inteiro. Com o surto da nova doença, batizada de Covid-19, a corrida pelo desenvolvimento da cura tem mobilizado profissionais de saúde do mundo inteiro. Por outro lado, governos correm contra o tempo para tomar as medidas necessárias e conter a disseminação da epidemia. Alguns, inclusive, muito mais efetivamente do que o Brasil.

É possível tirar alguns ensinamentos de como os países estão lidando com a situação. A começar pela própria China, que deu, ao mesmo tempo, ótimos e péssimos exemplos de gestão de crise. O país, foco da doença, já teve mais de 60 mil casos confirmados e mais de 1,1 mil mortes decorrentes do Covid-19. Desde que o surto se alastrou e as autoridades perceberam a gravidade do problema, foram construídos dois hospitais na cidade de Wuhan. O primeiro, com mil leitos e 25 mil metros quadrados, foi entregue no impressionante prazo de dez dias. O segundo centro equipado para receber pacientes infectados com o coronavírus, com 1,6 mil leitos, foi construído ainda mais rápido, em sete dias. Isso com toda a estrutura de isolamento, área de exames e acomodações para médicos.

Pode soar impressionante a rapidez com que esses empreendimentos de grande porte foram construídos, mas, no fundo, o que sobressai é a eficiência do trabalho. No Brasil, obras muito menores demoram anis para serem concluídas. Inclua-se nisso um desperdício imenso de material e recursos e preços muito acima dos corretos. Tudo por conta da ineficiência e da corrupção que infelizmente ainda ronda alguns setores da gestão pública. Um sem número de obras públicas encontram-se paralisadas por motivos banais, enquanto a população, que paga por todo esse dinheiro jogado no lixo, aguarda os benefícios que elas poderiam trazer. Não precisamos ter uma estrada concluída em 15 dias, ou um local público reformado em um mês; mas, ao mesmo tempo, esses empreendimentos não deveriam demorar tanto – sempre mais que o prazo estabelecido inicialmente – a serem entregues.

Outro ponto sobre o coronavírus: o primeiro médico a identificar o surto da doença e alertar as autoridades morreu após contrair a infecção e ser desacreditado pelo governo chinês. Li Wenliang foi investigado pela polícia por “espalhar boatos” sobre a enfermidade. Até hoje, as autoridades chinesas sofrem com protestos e acusações de subestimar a gravidade da epidemia. A morte de Li agravou a insatisfação popular.

Um governo não pode omitir informações de sua população sobre um contágio que se dissemina a uma taxa tão grande. Quantas vidas poderiam ter sido salvas se as autoridades locais tivessem escutado o profissional e iniciado as medidas de contenção da epidemia mais cedo? O próprio Li poderia estar ainda vivo e, quem sabe, ajudando no desenvolvimento de um tratamento. Muitas vezes, pensa-se em não fazer alarde para não criar um estado de pânico na população, mas até onde essa tática é válida?

O Covid-19 continua se espalhando. A cada dia, novos casos e morte são noticiados. Situações como essa, de extrema dificuldade, acabam por trazer diversas lições. Que estas possam ser realmente aprendidas pelos governos de todo o mundo e aplicadas em suas realidades locais, não apenas quando houver um surto epidemiológico, mas na gestão do dia a dia. É preciso priorizar a população, sempre.

Janguiê Diniz – Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional

No Sinduscon, Silvio Costa Filho debate agenda legislativa 2020

Defensor do amplo diálogo entre o setor produtivo e o Governo Federal, o deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos), participou de um debate com representantes do setor produtivo, promovido pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado, na segunda-feira (09). Em pauta, a agenda legislativa da Câmara dos Deputados de 2020, como a reforma tributária, a reforma administrativa, o Novo Pacto Federativo e o programa Minha Casa, Minha Vida.

“É importante estarmos juntos, cada vez mais, para ajudar e compreender o papel da construção civil para a agenda do desenvolvimento econômico. 2019 foi um ano difícil, desafiador, mas conseguimos sobreviver. Com o trabalho do ministro Rogério Marinho à frente do Desenvolvimento Regional, a expectativa para 2020 é positiva. Ele tem dialogado com o setor produtivo, entende o Congresso Nacional e a agenda do desenvolvimento. Vamos trabalhar para construir um novo programa habitacional, visando a retomada do crescimento econômico, e a geração de emprego e renda para a população”, defendeu Silvio.

“Queremos agradecer o empenho do deputado Silvio Costa Filho em defesa do setor. O trabalho dele em Brasília será muito importante ao longo de 2020, com objetivo de trabalhar pela pauta da construção civil do Estado. Ele vai nos ajudar no diálogo com o ministro Rogério Marinho. Contamos com o empenho dele”, pontuou o presidente do Sinduscon-PE, Érico Furtado Filho.

O superintendente da Caixa Econômica Federal no Estado, Paulo Nery, também participou da reunião e destacou a nova estrutura da CEF no Estado, além das formas de financiamento à produção. Ele ainda falou sobre o trabalho que Silvio tem realizado em defesa da habitação. “Silvio é um defensor da Caixa Econômica, em Brasília. Tive a oportunidade de vivenciar isso. Ele é uma referência da nova política. Ficamos felizes em contar com o seu apoio, deputado”, destacou Nery.

Ministério da Saúde nega acesso a medicamento para MPS

O Ministério da Saúde, por meio da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), recomendou, em seu relatório preliminar, a não incorporação do único medicamento para a mucopolissacaridose do tipo VII (MPS VII). Porém, até o dia 11 de março, toda a sociedade poderá contribuir com o tema por meio da Consulta Pública N°3. Para participar e opinar sobre o oferecimento da medicação na rede pública de saúde, pacientes, familiares, cuidadores e cidadãos em geral devem acessar o formulário de experiência ou opinião e deixar a sua contribuição, já os médicos podem contribuir por meio do formulário técnico-científico.

Para a Conitec, a recomendação inicial pela não incorporação do alfavestronidase, única terapia de reposição enzimática disponível para esse tipo da doença no mundo para o tratamento de MPS VII em pacientes de todas as idades, se baseou no tempo de mercado e de experiência clínica com o medicamento, considerados incipientes ainda. O órgão também ressaltou o impacto orçamentário da ordem de R$ 3 milhões por paciente por ano[1].

Regina Próspero, presidente do Instituto Vidas Raras, afirma que justamente por ser um medicamento órfão, único para esse tipo da doença, a avaliação deveria ser distinta e considerar o pequeno número de pacientes, o tratamento atual disponível e o benefício real que essa nova terapia poderia trazer para a vida de todos que convivem com a MPS VII. “A Conitec explica, no documento, que o tratamento atual da mucopolissacaridose tipo VII é baseado apenas em terapias de suporte e tratamentos sintomáticos, como cirurgias (reparo da hérnia, prótese de quadril e fusão cervical), antibióticos e fisioterapia. Se temos como dar acesso a um medicamento único que possa diminuir essas necessidades, de algo invasivo, por exemplo, e que realmente melhora a qualidade de vida do paciente – o que impacta também na vida de toda a família – por que negar essa possibilidade? Pacientes com outros tipos de MPS, já contam com as terapias similares no SUS. Por que essa discriminação?”, questiona.

No Brasil, no congresso da Sociedade Brasileira de Genética Médica em 2019, foi apresentado um estudo que identificou 22 casos de MPS VII no período de 15 anos. Outra pesquisa revelou que a doença atinge menos de três pessoas em cada dez milhões de nascidos vivos no país. Estima-se que sejam registrados menos de 200 casos de MPS VII em todo o mundo[2]. “São poucos os afetados diretamente por essa doença. No Brasil, atualmente estão identificados em torno de 13 pacientes. Temos que promover uma vida melhor para eles e suas famílias. Essa terapia de reposição enzimática é um dos caminhos,” explica Regina. “Precisamos contar com a participação de todos na consulta pública”.

Para o geneticista e pesquisador Roberto Giugliani, professor do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Diretor do Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde e Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências, os estudos clínicos comprovam que o medicamento é eficiente e seguro, apesar de bastante novo. “Somente cerca de 5% de doenças raras ou ultrarraras, como é o caso da MPS VII, possuem alguma terapia medicamentosa apropriada. A comunidade científica já reconhece que a terapia de reposição enzimática modificou substancialmente o tratamento das mucopolissacaridoses dos tipos I, II, IV e VI na última década. No caso da MPS VII, além de termos experiência longa com outros tipos da doença, os estudos clínicos específicos mostram como o medicamento age e pode melhorar a vida desses pacientes. É um grande ganho para quem convive com a doença e não deveria ser descartado”, completa.

E o relatório preliminar da Conitec já traz os elementos que comprovam o benefício final da terapia aos pacientes, sua eficiência e segurança, segundo Edson Paixão, gerente geral da Ultragenyx, empresa responsável pelo medicamento. “Estamos comprometidos com a comunidade de MPS do Brasil e mantemos diálogo aberto com as autoridades. Os estudos clínicos apresentam resultados significativos para os pacientes, inclusive reconhecidos pela Conitec em seu relatório inicial”, ressalta Paixão. “Entendemos que a Conitec deve prezar também pela sustentabilidade do sistema de saúde e isso se reflete no seu cuidado em relação ao impacto no orçamento global. Vamos esclarecer as dúvidas apresentadas e mostrar que, na realidade, o custo é comparável aos dos demais tratamentos de doenças raras e ultrarraras.”

Saiba mais sobre as mucopolissacaridoses – MPS é o termo utilizado para denominar um grupo de doenças raras e hereditárias que se caracterizam pela falta ou deficiência de enzimas (proteínas que auxiliam as reações químicas que acontecem no organismo), importantes na degradação de determinados tipos de açúcares (os mucopolissacarídeos). O acúmulo destes açúcares leva os pacientes a apresentarem alguns distúrbios no funcionamento de seus órgãos[3].

Na mucopolissacaridose tipo VII (MPS VII), também chamada de síndrome de Sly, falta a substância responsável pela degradação dos mucopolissacarídios (também chamados glicosaminoglicanos, GAGs), o que leva ao seu acúmulo em tecidos e órgãos e causa sintomas como atraso no desenvolvimento, deficiência intelectual, baixa estatura e dificuldade de locomoção, problemas respiratórios e cardíacos e aumento do fígado e baço. Devido a essas complicações, a expectativa de vida é bastante reduzida: cerca de 42% dos pacientes morrem até os 35 anos, além da baixa sobrevivência dos bebês afetados com as formas mais agressivas da doença, que muitas vezes nem chegam a ser diagnosticados. O tipo VII é transmitido dos pais para filhos, ainda que os pais não manifestem a doença. Estima-se que, no mundo, estejam atualmente registrados menos de 200 casos. Já no Brasil, um estudo apresentado no Congresso da Sociedade Brasileira de Genética Médica em 2019, identificou 22 casos de MPS VII no período de 15 anos. Outra pesquisa revelou que a doença atinge menos de 3 pessoas em cada 10 milhões de nascidos vivos no país. O diagnóstico precoce nem sempre é possível, pois é uma doença progressiva com manifestações iniciais pouco características. A doença pode ser detectada inicialmente através da análise de glicosaminoglicanos (GAGs) na urina e confirmada através da medida da atividade da enzima beta-glicuronidase no sangue, ou por meio de sequenciamento do gene causador do problema[4].

[1] Disponível em http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2020/Sociedade/ReSoc192_alfavestronidase_mucopoliVII.pdf

[2] Disponível em http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2020/Sociedade/ReSoc192_alfavestronidase_mucopoliVII.pdf

[3] Disponível em http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2020/Sociedade/ReSoc192_alfavestronidase_mucopoliVII.pdf

[4] Disponível em http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2020/Sociedade/ReSoc192_alfavestronidase_mucopoliVII.pdf

Cientista que sequenciou o genoma do Coronavírus palestra no Recife

O Brasil esteve nas principais manchetes do mundo nas últimas semanas por se tornar o país onde se obteve mais rapidamente o sequenciamento do genoma do Coronavírus. A descoberta foi feita por uma equipe do Instituto Medicina Tropical, de São Paulo, e a UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Recife será a primeira instituição que receberá Jaqueline Góes, que coordenou a equipe responsável pela descoberta.

A cientista estará no Centro Universitário na próxima sexta-feira (13), quando ministrará a palestra “Coronavírus: Sequenciamento genético, possíveis medicamentos e vacinas”. A atividade acontecerá no auditório Roque de Brito, a partir das 10h.

A palestra tem como objetivo destacar a importância da descoberta brasileira e os possíveis tratamentos da doença que tem atingido quase todos os países do mundo. Além disso, Jaqueline também irá compartilhar suas experiências profissionais e explicar como a equipe brasileira conseguiu realizar um trabalho de 15 dias em apenas 48 horas.

“Ficamos honrados por receber uma cientista como a Jacqueline, que escolheu a UNINASSAU para promover a sua primeira palestra sobre a descoberta. Será uma experiência única para os nossos alunos, docentes e convidados, que poderão aprender um pouco mais sobre o vírus e sobre as pesquisas desenvolvidas não só para o Coronavírus, mas também para diversas outras doenças”, explica o coordenador de extensão da UNINASSAU, Thiago Araújo.

A palestra será aberta ao público e os interessados em participar da atividade podem realizar a inscrição por meio do site extensao.uninassau.edu.br. As vagas são limitadas. O auditório Roque de Brito fica no Bloco B da UNINASSAU Graças, localizado na R. Guilherme Pinto, 400.

Sobre Jaqueline Góes:

Pesquisadora negra, formada em Biomedicina pela Escola Bahiana de Medicina, mestre em Biotecnologia em Saúde pelo Instituto Gonçalo Moniz, da Fiocruz, e doutora em Patologia Humana e Experimental pela Universidade Federal da Bahia, Jaqueline coordenou a equipe que sequenciou o genoma do Coronavírus COVID-19 no primeiro caso detectado no Brasil. A descoberta colocou o país em destaque, por ter acontecido em apenas 48 horas, já que pesquisas como esta costumam durar cerca de 15 dias.

IEL-PE seleciona para oportunidades de estágio em Caruaru

O Instituto Euvaldo Lodi (IEL) está selecionando estudantes do Ensino Médio e alunos das graduações em Administração, Licenciatura em Letras e de Redes de Computadores ou Sistema de Informação para vagas de estágio nas áreas. Os interessados devem enviar seus currículos para o e-mail: caruaru@ielpe.org.br e especificar a vaga almejada no assunto da mensagem.

Duas oportunidades em Redes de Computadores ou Sistema de Informações estão disponíveis. Ambas são destinadas para estudantes que estejam cursando a partir do 3º período da graduação e que tenham disponibilidade de trabalhar de segunda a sexta-feira, mas os horários são diferentes: das 8h às 12h e das 14h às 18h. A remuneração oferecida é de R$ 500 + R$ 100 de auxílio transporte.

Para vaga de Licenciatura em Letras, podem se candidatar os alunos que cursam a partir do 3º período da graduação e que tenham disponibilidade de dois dias na semana, a combinar, no horário das 7h às 12h. A remuneração oferecida é de R$ 200 + R$ 100 de auxílio transporte.

A oportunidade em Administração é destinada para alunos que estejam cursando a partir do 3º período da graduação e que tenham disponibilidade para trabalhar de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h. A remuneração oferecida é de R$ 500 + R$ 100 de auxílio transporte.

A seleção para alunos do Ensino Médio exige conhecimento no pacote Office básico e disponibilidade de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 10h30. A bolsa auxílio oferecida é de R$ 300 + R$ 50 de auxílio transporte.

CONSEC volta ao 1º distrito de Caruaru

Nesta terça-feira (10), a Prefeitura de Caruaru, através da Secretaria de Ordem Pública, vai realizar reunião ordinária do Conselho de Segurança Cidadã dos Bairros e da Zona Rural (CONSEC) no 1º distrito, na igreja de Nossa Senhora do Carmo (próximo ao Centro Espírita União do Vegetal), Vila do Alecrim.

Na oportunidade, será realizada a votação para eleger os novos membros do conselho.

Serviço

Reunião do CONSEC do 1º distrito

Quando: 10 de março (terça-feira)

Horário: 19h

Onde: Igreja de Nossa Senhora do Carmo (próximo ao Centro Espírita União do Vegetal), Vila do Alecrim.

No Brasil, 25% das mulheres não têm acesso adequado ao saneamento básico

Não ter acesso à água tratada e aos serviços de coleta e tratamento de esgoto tem impacto direto na desigualdade de gênero no Brasil, como mostra o estudo nacional realizado pela BRK Ambiental, em parceria com o Instituto Trata Brasil. A realidade é dura: no país, uma em cada quatro mulheres lidam com a falta de saneamento básico, com consequências calculáveis em sua formação educacional e renda, além da qualidade de vida, saúde e bem-estar.

No total, o público feminino que vive nestas condições representa 27 milhões de pessoas, mais de 10% da população brasileira. Quando olhamos para as indígenas e negras, os déficits são relativamente maiores. A pesquisa foi desenvolvida com base no cruzamento de dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e dos Ministérios da Saúde, Educação e Cidades, em um levantamento inédito.

Segundo dados da PNADC (IBGE, 2017), 15,2 milhões de mulheres declararam não receber água em suas residências, ou seja, uma em cada sete brasileiras não tinham acesso à água. Essa carência se concentrava na população mais jovem (0 a 14 anos), de menor escolaridade e nas classes de renda mais pobres.

Além de não contarem com água potável, a ausência de banheiro em suas moradias – o mais primário dos problemas associados ao esgoto – atingia 1,6 milhão de mulheres brasileiras. O estudo da BRK Ambiental aponta que o acesso a água e esgoto de forma regular tiraria, imediatamente, 635 mil de mulheres da pobreza. No país, temos exemplos de estados com déficits de acesso à água tratada relativamente baixos, como foram os casos de Roraima (11,5% da população), Tocantins (12,9% da população) e Amazonas (25,4% da população). Já no Nordeste, os estados que estavam mais adiantados no processo de universalização da água tratada foram Sergipe (14,0% da população), Bahia (14,5% da população) e Rio Grande do Norte (14,7% da população).

Na região sudeste, economicamente mais avançada, destacava-se São Paulo (3,3%). No Sul, Paraná (8,5% da população) e Rio Grande do Sul (11,2% da população) contavam com os menores índices.

Perfil da privação

As análises possibilitam traçar um perfil da privação: a mulher sem acesso adequado à água tratada pertencia a uma família entre as 30% mais pobres do Brasil, ela tinha baixa instrução – em sua maioria tinha o ensino fundamental incompleto –, era adolescente ou jovem (menos de 40 anos), morava nas regiões metropolitanas do país ou nas áreas rurais.

Já a mulher sem acesso aos serviços adequados de esgotamento sanitário tinha um perfil semelhante, com a distinção de que morava em áreas urbanas do interior do país. Os aspectos dão uma conotação social marcante à questão do acesso ao saneamento básico no Brasil.

Teresa Vernaglia, presidente da BRK Ambiental, destaca que a pesquisa mostra a dupla jornada praticada pela maior parte das mulheres no Brasil e o peso que a falta de saneamento tem nessa rotina. “No Brasil é a mulher que cuida dos afazeres domésticos. É ela quem cozinha e é quem se ausenta do trabalho para levar o filho no posto de saúde. Portanto, a falta de saneamento afeta diretamente a sua vida em diversas esferas, com impactos inclusive na sua mobilidade socioeconômica. São informações impactantes dada a importância da autonomia financeira para a igualdade de gênero e para o empoderamento da mulher, previstos no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5 da Agenda 2030 da ONU”, afirma.

Desempenho escolar

As desigualdades de gênero ocorrem em todos os estágios da vida da mulher, da sua infância até a velhice. Olhando para meninas em fase escolar, o levantamento revela que o desempenho das sem acesso a banheiro foi inferior em 46 pontos na média do Enem, quando comparadas à média dos estudantes brasileiros.

Além disso, há repercussões no ingresso ao mercado de trabalho, uma vez seria possível reduzir em até 10% o atraso escolar dessas estudantes e, falando em renda, trazer um acréscimo médio de R$ 321,03 ao ano para cada uma dessas brasileiras.

Vulnerabilidade a doenças

A falta de água e a carência de serviços de esgoto aumenta não somente a incidência de infecções gastrointestinais como o crescente do número de casos de doenças transmitidas por mosquitos e animais.

Neste tocante, a pesquisa demonstra que as mulheres se afastaram, em média, 3,5 dias por ano de suas atividades rotineiras devido a esses problemas de saúde. As meninas com até 14 anos têm índice de afastamento por diarreia 76% maior que a média em outras idades (132,5 casos de afastamento por mil mulheres contra 76), sendo as principais prejudicadas. Os estados com maiores incidências de licenças foram Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, todos com índices superiores a 100 a cada mil mulheres.

Universalização do saneamento

Oferecer saneamento básico significa beneficiar a população com melhores condições de saúde, qualidade de vida, cidadania e dignidade, além de melhorar os aspectos econômicos e ambientais do país. Existe uma grande relação entre a economia e o saneamento básico. Estudos mostram que para cada R$ 1 investido em saneamento, são economizados R$ 4 em saúde, pois a falta de tratamento de água e esgoto provocam diversas doenças.

Ao avaliarmos o cenário nacional entre os anos de 2010 e 2017, o Brasil gastou mais de R$ 1 bilhão em internações, uma média de R$ 140 milhões por ano. Com a universalização do saneamento básico, a redução dos custos com saúde no Brasil, segundo dados da CNI, chegaria a R$ 1,45 bilhão ao ano. Em 20 anos, considerando o avanço gradativo do saneamento, o valor da economia com saúde, seja pelos afastamentos do trabalho, seja pelas despesas com internação no SUS, deve alcançar R$ 5,9 bilhões, segundo dados do Instituto Trata Brasil.

Sobre a BRK Ambiental em Pernambuco

Líder no segmento privado de saneamento do país, a BRK Ambiental trabalha para transformar a realidade do saneamento básico do Brasil, onde ainda hoje 1 em cada 2 pessoas vive sem coleta de esgoto. A BRK beneficia diretamente a vida de 15 milhões de brasileiros, conhece a realidade do país de Norte a Sul, e atua para transformá-la, proporcionando investimentos para ampliação do acesso ao saneamento e garantir serviços de qualidade para seus clientes. Em Pernambuco, a BRK Ambiental está presente na Região Metropolitana do Recife (RMR) desde 2013, numa parceria público-privada com a Compesa. O objetivo do projeto é a universalização dos serviços de esgoto em todas as 15 cidades da RMR.

Mulheres dominam mais de 70% da produção científica nacional

No Dia Internacional da Mulher, o Brasil tem algo de se orgulhar. Segundo a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), somos o país com maior porcentagem de artigos científicos assinados por mulheres na América Latina e na comunidade íbero-americana. Entre 2014 e 2017, o Brasil publicou cerca de 53,3 mil artigos, dos quais 72% são assinados por pesquisadoras mulheres.

A pesquisadora e CEO da MagicScience Brasil, Jackeline Alecrim, é uma das cientistas que endossam esses números. Pioneira no mundo ao desenvolver através de seu trabalho científico uma formulação realmente efetiva contra a alopecia, sendo reconhecida internacionalmente, ela conta que isto é resultado da capacidade, resiliência e da força das mulheres: “É maravilhoso ver como nós mulheres podemos fazer a diferença em todas as áreas, não apenas dentro daquilo que é estereotipo ou clichê. Isto é resultado direto da luta que temos assumindo desde gerações anteriores em busca de igualdade de gênero e de mostrar à sociedade que podemos fazer muito mais do que cuidar da casa e dos filhos, mas também contribuir para o desenvolvimento científico e fazer descobertas que mudam o mundo”, contou.

Mulheres ainda são minoria no meio acadêmico

No entanto, os dados mostram que apesar de assinar a maior parte dos artigos, quando levado em conta o número de mulheres pesquisadoras, ele é menor que o dos homens. No Brasil, elas representam 49% dos autores.

A Dra. Jackeline Alecrim conta que nas universidades geralmente o número de mulheres é menor em cadeiras relacionadas a cursos como engenharia, medicina e ciências exatas: “O que se observa nas salas de aula é que as mulheres representam apenas cerca de 5% a 10% dos estudantes em alguns cursos, o que também acontece quando olhamos para o quadro de professores. Vemos isto também em congressos e afins. Mas apesar disto, somos nós mulheres que mais produzimos em diversas áreas do conhecimento.”

Brasil em relação a outros países ibero-americanos

Atrás do Brasil, aparecem a Argentina, Guatemala e Portugal com participação de mulheres em 67%, 66% e 64% dos artigos publicados, respectivamente. No extremo oposto estão El Salvador, Nicarágua e Chile, com mulheres participando em menos de 48% dos artigos publicados por cada país.

Além desses países, a OEI analisou a produção científica da Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Cuba, República Dominicana, Equador, Espanha, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Os dados fazem parte do estudo As desigualdades de gênero na produção científica ibero-americana, do Observatório Ibero-americano de Ciência, Tecnologia e Sociedade (OCTS), instituição da OEI.

Campanha mundial alerta para a prevenção das doenças renais

No dia 12 de março de 2020 será comemorado o Dia Mundial do Rim, data que busca alertar a população para doenças renais. Nesta data, as entidades brasileiras em defesa da saúde do rim, pacientes e clínicas de diálise se unirão em diversas atividades pelo país para ressaltar a importância da saúde renal e conscientizar as pessoas sobre a necessidade da prevenção. A iniciativa também busca mobilizar o governo sobre investimentos para a hemodiálise, fundamental para a sobrevivência de mais de 133 mil pacientes renais crônicos no Brasil que dependem do tratamento para manter uma vida próxima do normal.

Brasília será um dos centros da campanha, que traz o tema “Saúde dos rins para todos. Ame seus rins. Dose sua creatinina!”, por meio da realização de sessão especial no Senado Federal às 12h do dia 12. Junto com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e Federação Nacional das Associações de Pacientes Renais e Transplantados do Brasil (FENAPAR), a Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) vai apresentar e debater o cenário nefrológico do país com parlamentares.

No evento, o Dr. Yussif Junior, presidente da ABCDT, abordará o panorama das clínicas de diálise e os desafios enfrentados diariamente para oferecer um tratamento de qualidade aos pacientes renais que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS). A luta pelo reajuste no custo da sessão de hemodiálise será discutida com parlamentares da Casa na presença da comunidade, redes clínicas, indústrias, médicos, equipes multidisciplinares e familiares de pacientes com doenças renais

Na mesma data, em frente ao Congresso Nacional, será inflado um rim gigante para chamar a atenção da população e a ABCDT oferecerá gratuitamente serviços de aferição de pressão, teste glicêmico e distribuição de folders sobre as doenças renais crônicas. A SBN também fará a campanha de prevenção no Espaço Mário Covas, na Câmara dos Deputados. Segundo Dr. Yussif Junior, além de orientar a população para mudar hábitos alimentares e físicos, a iniciativa visa alertar forças públicas a manejarem a saúde em prol de diagnósticos e tratamentos rápidos e precisos.

Principais pleitos

O valor pago pelo Ministério da Saúde por sessão de hemodiálise está abaixo do custo real e não acompanha a cotação do mercado. O tratamento ficou quatro anos sem reajuste e somente em janeiro de 2017 foi publicada no DOU Nº 06 seção 01, a portaria Nº 98, a última responsável por ajustar valores de procedimentos de Terapia Renal Substitutiva (TRS) na tabela de procedimentos, medicamentos, órteses, próteses e materiais especiais do SUS. A sessão passou de R$ 179,03 para R$ 194,20, com reajuste de 8,47%. Porém, a nova quantia ainda é insuficiente e as clínicas precisam arcar com a diferença de R$ 37,42 em cada sessão.

Grande parte dos insumos, como produtos e maquinários, são importados, além de gastos com dissídios trabalhistas, folha de pagamento, água, energia e impostos. Com todas essas despesas e a grave diferença de valor, a maioria das clínicas de diálise prestadoras de serviço ao SUS precisa recorrer a empréstimos bancários. Para um trabalho justo e de qualidade, o reajuste deveria ser de 30%, com sessões de hemodiálise a R$ 253. Devido ao valor injusto, muitas clínicas são impossibilitadas de disponibilizar mais vagas para o tratamento da doença, resultando em um grande número de pacientes na fila de espera.

De acordo com Dr. Yussif Junior, presidente da ABCDT, a principal preocupação está ligada à menor oferta de tratamento à população: “As clínicas estão em insolvência financeira, muitas em fase falimentar, e já ultrapassaram todos os limites de sobrevivência. A consequência disso é que os pacientes renais crônicos, que dependem da hemodiálise três vezes por semana – 4h por sessão – para sobreviverem, poderão ficar sem tratamento, até mesmo vindo à óbito.” Por este motivo, as clínicas que oferecem tratamento renal travam uma batalha incessante para tentar equiparar o valor pago pelo Ministério com o custo real da sessão de hemodiálise.

Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), aponta que a diálise peritoneal – tratamento que filtra o sangue do paciente por meio de um cateter flexível no abdômen para a infusão de líquido de diálise – é realizada em casa e pode representar uma economia de 5% aos cofres públicos e gerar qualidade de vida ao paciente. Entretanto, segundo a ABCDT, a terapia ainda é subutilizada pelo sistema de saúde. A entidade calcula que atualmente, no Brasil, somente nove mil pacientes realizam esse tipo de tratamento.

Saúde dos rins para todos

De acordo com a SBN, estima-se que haja atualmente no mundo 850 milhões de pessoas com doença renal, decorrente de várias causas. A Doença Renal Crônica (DRC) causa pelo menos 2,4 milhões de mortes por ano, com uma taxa crescente de mortalidade. A Injúria Renal Aguda (IRA), um importante fator de risco para Doença Renal Crônica, afeta mais de 13 milhões de pessoas no mundo, sendo que 85% desses casos ocorrem em países de baixa e média renda. Estima-se que cerca de 1,7 milhões morram anualmente por causa da IRA no mundo. Neste ano, a campanha “a saúde do rim para todos” propõe uma cobertura universal de saúde para prevenção e tratamento precoce da doença renal.

Sobre a ABCDT

A Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) é uma entidade de classe que representa as clínicas de diálise de todo o país. Tem como principal objetivo zelar pelos direitos e interesses de seus associados, representando-os junto aos órgãos públicos, Ministério da Saúde, Senado Federal, Câmara Federal, Secretarias Estaduais e Municipais. Também representa as clínicas e defende seus interesses individuais e coletivos.

Serviço

Sessão Especial Comemorativa ao Dia Mundial do Rim

Data: 12/03/2020 às 12h

Local: Plenário do Senado Federal

Inscrições: neste link

Atendimento gratuito ao público no Dia Mundial do Rim

Data: 12/03/2020 – das 11h às 16h

Local: Avenida das Bandeiras, em frente ao Congresso Nacional

Formação profissional transforma a realidade de jovens de distrito rural

Pelo segundo ano consecutivo, a Ibema, uma das três maiores produtoras de papelcartão do país, oferta, de maneira gratuita, o curso de Auxiliar Administrativo, destinado aos jovens entre 14 e 21 anos residentes na comunidade do entorno de sua unidade fabril em Turvo, município que registra um dos IDHs mais baixos do estado do Paraná. A iniciativa busca aumentar as chances de inserção no mercado de trabalho – segundo dados do IBGE, a taxa de desemprego entre aqueles que estão começando a vida profissional nesta região – 27,3% – está acima do dobro da média nacional, registrada em 12,7%.

Realizada pelo SENAI no contraturno escolar, a capacitação tem duração de três meses, com 160 horas/aula. O conteúdo contempla desde disciplinas básicas – português, matemática e informática – até conceitos de formação cidadã, como meio ambiente, ética e cidadania. A grade perpassa ainda questões específicas da rotina administrativa, como a interpretação de textos técnicos, noções de arquivamento, cartão ponto, além de deveres e benefícios.

Na prática

Marcos Vinicius Szepanski foi um dos jovens beneficiados pelo projeto. Morador de Faxinal de Boa Vista, foi contratado recentemente como Menor Aprendiz pela própria Ibema, para o setor de expedição. “Achei o curso bem bacana, eu aprendi muita coisa, inclusive como se comportar na entrevista, o que falar, o que não falar, como agir. Fizemos desafios em equipe que caíram na seleção para “Menor”, e isso me ajudou bastante”, conta.

Estruturada de maneira diferenciada, a capacitação busca diminuir as lacunas na formação profissional de jovens que moram longe dos centros urbanos. “O curso foi ótimo, deu uma visão muito grande do que é e qual o papel do auxiliar administrativo. Ao me inscrever na vaga que ocupo hoje, o curso me colocou em uma posição à frente dos demais, pois já tinha a capacitação e o conhecimento exato que a vaga exigia”, afirma Renata Machado, outra participante do curso.

Para Clarice Battistelli, coordenadora de responsabilidade social da empresa, o projeto tem outra função importante: possibilitar que os jovens tenham instrumentos que os auxiliem a transformar as suas realidades por meio do estudo e do trabalho. O discurso de Marcos, mostra que a iniciativa está no caminho certo: “antes eu não tinha muita ideia do que eu queria fazer, mas aí eu fiz o curso, achei muito legal, e agora estou até fazendo faculdade de administração”, finaliza.

Maior empregadora local, a Ibema estende a sua atuação e o seu compromisso para além do chão da fábrica: por meio deste e de outros projetos realizados através da sua área de responsabilidade social, a empresa impacta, positivamente, a vida de diversas famílias, moradoras do entorno da unidade de Turvo.

Sobre a Ibema: Gerar valor de maneira sustentável por meio da fabricação e distribuição de produtos que conquistem a preferência dos clientes, contribuindo com iniciativas que favoreçam toda a cadeia, com a dedicação e preocupação de garantir o melhor resultado para a empresa e seus clientes. Esta é a missão da Ibema, fabricante de papelcartão, que permeia a sua atuação com base no conceito de foco do cliente. A empresa, fundada em 1955, é hoje um dos players mais competitivos da América Latina. Sua estrutura é composta por sede administrativa localizada em Curitiba, centro de distribuição direta em Araucária com área útil de 12 mil m2 e fábricas instaladas nos municípios de Turvo, no Paraná, e em Embu das Artes, em São Paulo, que juntas possuem capacidade de produção anual de 140 mil toneladas. Em seu portfólio, estão os melhores produtos, reconhecidos pela qualidade e performance na indústria gráfica. A empresa, que atualmente conta com aproximadamente 800 colaborares, possui unidades certificadas pela ISO 9001, pela ISO 14001 e pelo FSC (Forest Stewardship Council). Para mais informações sobre produtos e serviços, acesse o nosso site, disponível também nos idiomas espanhol e inglês: www.ibema.com.br.