Secretaria de Educação inicia prazo de matrículas para o ano letivo de 2020

A Secretaria de Educação de Riacho das Almas iniciou nesta semana o período de matrículas para crianças, jovens e adultos para o ano letivo de 2020. O procedimento deve ser realizado tanto para aqueles estudantes que já fazem parte da Rede Municipal de Ensino de Riacho das Almas quanto para aqueles que pretendem entrar na Rede no próximo ano.

Para efetivar a matrícula, é necessário que o pai ou o responsável vá à escola mais próxima de sua casa dentro do horário de funcionamento da Instituição de Ensino levando cópias do registro de nascimento ou RG do aluno, CPF, cartão do SUS e cartão do Bolsa Família, caso a família do estudante faça parte do programa. Para os interessados em estudar na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), a idade mínima para matrícula é 15 anos completos.

O calendário escolar para o ano letivo de 2020 deve ser divulgado pela Secretaria de Educação nas próximas semanas. Atualmente, a Rede Municipal de Ensino de Riacho das Almas conta com mais de quatro mil alunos matriculados.

Projeto Lendo na Praça incentiva estudantes de Caruaru a ler e escrever

Com o objetivo de despertar nos estudantes o prazer pela leitura e aguçar o potencial cognitivo e criativo, possibilitando a inserção social; a Escola Municipal Landelino Rocha, situada na zona rural, leva os alunos para área externa da unidade de ensino para que eles possam aprender a ler brincando. O projeto é o “Lendo na Praça”, que acontece duas vezes por semana e tem ajudado a melhorar o desempenho dos alunos.

A decisão de implantar o “Lendo na Praça” foi tomada pela gestão escolar depois de analisar os resultados das avaliações externas e internas. “Percebemos algumas fragilidades nas habilidades e na proficiência da leitura e da escrita, além disso, entendemos a importância da interdisciplinaridade da leitura, letramento, entretenimento e socialização entre a escola e a comunidade”, afirmou a gestora da unidade de ensino, Josélia Dias.

Governo de Pernambuco promove formação continuada para professores que atuam na Funase

Professores da rede pública estadual e pedagogos que atuam em unidades da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) participam, até esta quarta-feira (6), da formação continuada “Educação em Direitos Humanos: enxergando a condição humana”, promovida pela Gerência de Políticas Educacionais de Educação Inclusiva, Direitos Humanos e Cidadania (GEIDH) da Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE-PE). O objetivo do evento, que está ocorrendo no auditório do Centro Universitário Tiradentes (Unit), no Recife, é proporcionar discussões que levem ao fortalecimento das estratégias de desenvolvimento de atividades pedagógicas para adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas no Estado.

Atualmente, 11 unidades de internação da Funase contam com estruturas anexas de escolas da rede pública estadual de ensino, com professores ligados à SEE. Já a Funase, que é vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ), tem pedagogos em suas equipes técnicas, que buscam fazer a ponte entre as necessidades dos socioeducandos e as políticas públicas de educação. Essa integração entre a SEE e a Funase também acontece nos Centros de Internação Provisória (Cenip), por meio de ações específicas para o atendimento nesses espaços, que ocorre em até 45 dias, e para os adolescentes atendidos nas Casas de Semiliberdade (Casem), que frequentam escolas de referência existentes nas comunidades do entorno.

“Formações como essas são importantes para promover reencontros e fortalecimentos, porque pensamos que os professores que atuam na socioeducação, para além de docentes e pedagogos, conseguem desenvolver muito além das nossas humanidades no contato com esses adolescentes que vivem uma situação de privação de liberdade”, destacou a gerente de Políticas Educacionais de Educação Inclusiva, Direitos Humanos e Cidadania da SEE, Vera Braga, durante a abertura do evento, nesta terça-feira (5).

Também presente à formação continuada, a presidente da Funase, Nadja Alencar, afirmou que o modelo de educação formal desenvolvido no sistema socioeducativo de Pernambuco tem se destacado pelos avanços, mas ainda tem desafios para todos os profissionais envolvidos. “Vários estados nos procuram buscando saber mais sobre o modelo integrado existente aqui, e as experiências bem-sucedidas surgem cotidianamente nas nossas unidades. Agora, queremos seguir avançando, equipando cada vez mais nossos espaços e buscando transpor desafios para que a educação siga permitindo que a gente resgate um pouco do que esses adolescentes perderam, no passado, nas suas relações com a família, com a comunidade ou com a escola”, declarou.

Neste primeiro dia, o evento abordou os temas “Cuidando de si e do outro: enxergando as nossas humanidades”, com o professor Hugo Monteiro Ferreira, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE); “As relações interpessoais em busca de convivências saudáveis”, com Nelino Azevedo, da GEIDH/SEE; e “Educar para as emoções: a interdependência e a afetividade”, com a gerente da GEIDH, Vera Braga. Já na manhã desta quarta, estão previstas oficinas com temáticas como música na educação, poesia e desafios do atendimento ao estudante com deficiência no sistema socioeducativo. Por fim, serão apresentadas experiências pedagógicas vivenciadas nas escolas existentes na Funase ao longo do ano 2019.

Além de professores e coordenadores pedagógicos, também marcaram presença no evento o chefe da Unidade de Atendimento Socioeducativo (Unase) da SEE, Hugo Regis, e a coordenadora do Eixo Educação da Funase, Sônia Melo, bem como as equipes que atuam nesses setores.

AME Animal será entregue à população nesta sexta-feira (08)

Pela primeira vez na história de Caruaru, a gestão municipal apresenta uma clínica animal pública funcionando dentro de todos os padrões solicitados e com a autorização do Conselho de Medicina Veterinária. Nesta sexta-feira (08), às 9h, a prefeita Raquel Lyra vai entregar à população o prédio onde funciona a AME Animal, antiga Gerência de Proteção Animal (GPA), totalmente requalificado.

Para atender a todas as recomendações do Conselho, o prédio recebeu intervenções e a construção de uma nova estrutura de canil e gatil. Além da reforma predial, foram contratados mais veterinários e profissionais para compor a equipe da AME Animal, sendo possível a ampliação dos dias de atendimento, que passou a ser diário, com horário das 8h às 14h.

“A AME Animal é resultado do nosso compromisso com a causa, por isso iremos entregar não apenas um local para atendimento digno e funcionando diariamente, mas um equipamento que garanta o bem-estar dos pets que serão atendidos pela clínica”, explicou a prefeita Raquel Lyra.

Secretaria de Saúde promove atividades em alusão ao Novembro Azul

A Secretaria de Saúde de Caruaru está com uma programação especial para celebrar o Novembro Azul, um movimento mundial que acontece durante todo o mês, visando reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata.

Rodas de diálogos, exames, distribuição de preservativos, orientação sobre saúde, aferição de pressão arterial, aurículoterapia, além de tratamento bucal com o odontomóvel, vacinação testes rápidos de HIV e Sífilis e várias atividades realizadas em parceria com a Clínica São Gabriel, também estão dentro do calendário, gratuito, voltado à saúde do homem.

Para o coordenador da Saúde do Homem, Rafael Moreira, o município de Caruaru tem tido uma postura diferenciada no tocante aos cuidados com o homem. “Novembro é um mês simbólico para saúde do homem e tem como objetivo chamar a atenção da população para a importância de olhar o tema de forma integral, destacando prevenção de doenças, não apenas a questão da próstata, mas sim todos os problemas que envolvem a saúde do homem em todas as fases da vida”, enfatizou.

Jovens da Funase em Caruaru são inseridos nos cursos de Informática e de Atendimento de Farmácia

Dez adolescentes da Casa de Semiliberdade (Casem) Caruaru, unidade da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), estão tendo a oportunidade de participar de cursos profissionalizantes nas áreas de informática e de atendimento. As formações estão sendo viabilizadas por meio de uma parceria entre a instituição, que é vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ), e a Estação Governo Presente, da Secretaria de Políticas de Prevenção à Violência e às Drogas (SPVD). O intuito da articulação é contribuir com a reinserção social de jovens atendidos pelo sistema socioeducativo.

As aulas estão sendo realizadas no Centro Brasileiro de Cursos (Cebrac), com encontros realizados pela manhã. Do grupo, seis socioeducandos estão matriculados no curso de Atendimento de Farmácia, em que aprendem sobre medicamentos, formas farmacêuticas, vias de administração e interpretação de bula. Já outro grupo, composto por quatro alunos, iniciou o curso de Informática. Windows, segurança digital, Word, Power Point, computação nas nuvens e noções de vídeo são algumas temáticas abordadas em sala de aula. No fim dos cursos, os adolescentes participantes receberão um certificado emitido pelo Cebrac.

Para a coordenadora geral da Casem Caruaru, Anabel Brandão, o cursos ofertados aumentarão as possibilidades de inserção dos jovens no mercado de trabalho. “Nossos adolescentes estão muito motivados com a formação. Vemos a vontade deles de mudar de vida, de se profissionalizar e de construir uma carreira. A educação é um dos caminhos para a socioeducação”, comemorou.

Artigo – Um outubro conturbado na América Latina

A fotografia da América Latina em outubro de 2019 é marcada por uma onda de protestos no Chile e no Equador, uma crise constitucional no Peru e eleições na Bolívia, no Uruguai e na Argentina.

O Chile, caso de maior radicalidade, governado pelo presidente Sebastián Piñera, declarou estado de exceção desde que a onda de protestos se proliferou em todo o país. O estopim da crise social iniciou em Santiago, quando os estudantes secundaristas começaram a se manifestar contra o aumento do preço da passagem de metrô na capital. Grande parte da população depende desse meio de locomoção e os custos com o transporte público formam uma parte significativa das despesas correntes dessa fatia da população. A resposta inicial de Piñera, entretanto, foi de criminalizar o movimento estudantil e adotar medidas demasiadamente repressivas contra o levante. Em poucos dias, o exército foi acionado e o estado de exceção foi declarado. O atrito entre população e exército acendeu as memórias ainda vivas da ditadura militar encerrada no final dos anos 80. O choque e a radicalização de ambos os lados criaram um grau de tensão social que já conta com dezenas de mortos, muitos estabelecimentos depredados e saqueados e com inúmeras prisões decretadas.

A crise social no Equador, uma república presidencialista governada por Lenin Moreno, sucessor político e antigo vice-presidente de Rafael Correa, tem sua trajetória política originada nos círculos do Movimento de Izquierda Revolucionária. Como presidente, entretanto, iniciou o mandato com um pacote econômico de austeridade, cortando gastos públicos, eliminando subsídios e, sobretudo, recorrendo a empréstimos do Fundo Monetário Internacional. O início da crise social ocorre quando o corte de subsídios atinge o preço dos combustíveis, mais que dobrando o preço da gasolina e do diesel. Como resultado, uma onda de protestos sociais protagonizados pelos grupos indígenas, uma parte representativa da população equatoriana, bloqueia estradas e ocupa as ruas da capital, Quito. O choque entre governo e população já acumula quase uma dezena de mortos e milhares de feridos, além da transferência da capital de Quito para Guayaquil.

Ao contrário do Chile e do Equador, Bolívia e Argentina vivem um estado de relativa estabilidade social, ainda que condicionada pelo calendário eleitoral. A república representativa democrática presidencial boliviana recepcionou eleições que indicaram vitória no primeiro turno do indígena da etnia Aimará Evo Morales. O presidente tem suas raízes no movimento sindical indigenista e defende bandeiras como a reforma agrária, a nacionalização de setores da economia combinada à cooperação internacional com o setor privado em matéria industrial. Apesar de o processo ter sido contestado pela oposição e a Organização dos Estados Americanos estar investigando a condução das eleições, Morales ainda se mostra como o candidato mais competitivo.

Por fim, a democracia representativa republicana da Argentina recepcionou um processo eleitoral no fim de semana que elegeu a chapa peronista de Alberto Fernández e Cristina Kirchner. Destituindo a tentativa de reeleição de Maurício Macri, a chapa eleita está atrelada às bandeiras históricas da justiça social e do papel intervencionista do Estado. Macri entregou o país com cinco heranças macroeconômicas negativas: i) uma deterioração das reservas de dólares; ii) uma grande desvalorização cambial; iii) a contração de uma nova dívida externa com o FMI; iv) uma taxa de inflação na casa de 40%; v) uma taxa de desemprego em 10%. Cenário que o grupo peronista terá de responder em um curto espaço de tempo.

Enfim, a fotografia política de boa parte da América Latina no fim de outubro permite breves considerações gerais: em primeiro lugar, nota-se que a experiência democrática latino-americana contempla o potencial permanente de transição entre as elites político-partidárias a cada ciclo eleitoral; em segundo, que os modelos econômicos chileno e argentino são menos previsíveis do que os receituários clássicos apresentam. Isso significa, por um lado, que a percepção de parte da opinião pública sobre medidas de austeridade no curto prazo nem sempre consegue corrigir problemas inflacionários ou desequilíbrios sociais; em terceiro, que o caleidoscópio político latino americano alterou suas tonalidades, influenciado pelos novos tons da Casa Rosada e pelo levante por mais direitos sociais no Chile.

Autor: André Frota é professor dos cursos de Relações Internacionais e Ciência Política e membro do Observatório de Conjuntura do Centro Universitário Internacional Uninter.

Prefeitura de Caruaru discute parcerias para alternativas de trabalhos para as mulheres

A Prefeitura de Caruaru participou nesta terça-feira (5) de uma reunião com representantes do Instituto Ethos e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O encontro teve como objetivo discutir uma parceria entre a prefeitura e os dois órgãos, para debater futuras alternativas de profissionalização para as mulheres.

O Instituto Ethos tem como objetivo mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma responsável. A gerente executiva de Práticas Empresariais e Políticas Públicas do instituto, Marina Martins Ferro, comentou sobre a importância dessa parceria. “Temos esse objetivo de criar condições para construirmos um desenvolvimento em bases sustentáveis, mas também temos o foco na melhoria das trabalhadoras, então a gente vem tentando construir e fomentar tanto poder público quanto o privado”.

O Dieese é uma instituição de pesquisa, assessoria e educação do movimento sindical brasileiro. A técnica da Dieese, Milena Prado, falou uma forma de proporcionar um trabalho correto para as mulheres. “Vamos tentar trazer para a região a possibilidade de ter um trabalho que seja decente, com uma remuneração adequada, com uma jornada de trabalho diferenciada para permitir que as pessoas tenham vida e trabalho”.

A secretária de Políticas para Mulheres, Juliana Gouveia, relatou o que será feito a partir desta reunião. “Estamos montando um plano de trabalho para o ano de 2020, com formações, diálogos e fóruns. As formações contribuirão para a reflexão sobre a importância do associativismo e do cooperativismo, além de como esse processo vem para fortalecer toda nossa economia, como também fortalecer o trabalho feminino no nosso município”, falou.

Além da secretária, participaram o secretário executivo de Governo, Lino Portela; e o gerente de projetos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Economia Criativa (SEDEEC), Hugo Henrique.

Foto: Janaína Pepeu

Pedidos de falência caem 30,3% em outubro, diz Boa Vista

Os pedidos de falência caíram 30,3% em relação a setembro, segundo dados com abrangência nacional da Boa Vista. Já as falências decretadas recuaram 18,6% na variação mensal, enquanto os pedidos de recuperação judicial e recuperações judiciais deferidas aumentaram 75% e 69,3%, respectivamente.

No acumulado em 12 meses (novembro de 2018 até outubro de 2019 em relação aos 12 meses anteriores), os pedidos de recuperação ainda recuam (-5,4%). Mantida a base de comparação, também diminuíram os pedidos de falência (-3%) e as falências decretadas (-8,1%). Por outro lado, as recuperações judiciais deferidas aumentaram 3,6% após sete meses no campo negativo.

De acordo com os resultados acumulados em 12 meses, portanto, ainda se observa a continuidade da tendência de queda nos pedidos de falência e recuperação judicial. Esse movimento está atrelado à melhora nas condições econômicas desde 2017, que permitiu às empresas apresentarem sinais mais sólidos nos indicadores de solvência.

A continuidade desse processo, entretanto, está condicionada à evolução da atividade econômica nos próximos meses. Com a redução da inadimplência das pessoas jurídicas, os empréstimos bancários voltaram a crescer no último ano, especialmente para micro, pequenas e médias empresas, segmento de maior risco.

Uma eventual frustração das expectativas de vendas dos pequenos negócios, portanto, representa risco de aumento da inadimplência, com potencial impacto nos indicadores de falência e recuperação.

Os pedidos de recuperação judicial, por exemplo, apresentaram alta significativa em outubro tanto na comparação com setembro quanto em relação a outubro do ano passado.

Contudo, ainda não é possível falar em mudança de tendência. De maneira geral, a situação financeira das empresas segue positiva, mas pode se deteriorar sem uma recuperação consistente da atividade econômica nos próximos meses.

Metodologia

O indicador de falências e recuperações judiciais é construído com base na apuração dos dados mensais registradas na base de dados da Boa Vista, oriundas dos fóruns, varas de falências e dos Diários Oficiais e da Justiça dos estados.

Quatro em cada dez micro e pequenos empresários pretendem investir nos próximos três meses

Em cada dez micro e pequenos empresários (MPEs) que atuam no varejo e setor de serviços, quatro (40%) pretendem investir em seus negócios nos próximos três meses. É o que aponta o Indicador de Demanda por Crédito e Investimento, calculado pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). Por outro lado, 37% não planejam fazer nenhum tipo de melhoria em sua empresa e 22% não sabem ainda se devem realizar investimentos.

Entre os que disseram que vão investir, 54% mencionaram que a finalidade será o aumento das vendas. Outros 35% buscam atender ao crescimento da demanda e 23% adaptar o negócio a uma nova tecnologia. Para isso, os recursos devem ser direcionados a compra de máquinas e equipamentos (30%), ampliação dos estoques (25%), divulgação em mídia e propaganda (21%) e reforma da empresa (19%). Quanto à origem dos investimentos, a maioria vai usar capital próprio, principalmente recursos guardados (56%), e 9% deve optar pela venda de algum bem. Enquanto 20% mencionam recorrer a empréstimos em banco ou financeiras.

Considerando os empresários que não pretendem investir, a maioria justifica dizendo que não vê necessidade (44%) ou relata a percepção de que o país ainda não saiu da crise (28%). Há ainda 26% de entrevistados que já investiram recentemente e aguardam retorno. Já 11% afirmaram não dispor de recursos ou mesmo de crédito.

Os dados também mostram que, em outubro, o Indicador de Propensão a Investir registrou 49,3 pontos — acima da marca alcançada em setembro, que foi de 45,6 pontos. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve um avanço de 7,7 pontos, quando chegou a 41,6 pontos. O índice varia de zero a 100, sendo que quanto mais próximo a 100, maior é demanda do empresário a investir nos próximos três meses.

Na avaliação do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, a perspectiva de aceleração da atividade econômica deve criar um cenário ainda mais propício para os investimentos. “Dados do IBGE mostram que, apesar de ser um dos motores da lenta retomada, o investimento ainda se encontra em patamares baixos, representando algo em torno de 15% do PIB. Ainda existe bastante espaço para o investimento crescer, tão logo a capacidade ociosa seja eliminada. Quando isso começar a ocorrer, os juros baixos deverão contribuir”, explica Pellizzaro Junior.

70% dos MPEs descartam possibilidade de tomar crédito; 34% consideram difícil contrair empréstimos e financiamentos

O Indicador de Demanda por Crédito do Micro e Pequeno Empresário registrou 24,5 pontos em outubro, acima do observado no mesmo mês do ano anterior, quando foi registrado 21,4 pontos. Em setembro, o indicador atingiu a marca de 22,9 pontos. O número varia de zero a 100, sendo que quanto mais próximo a 100, maior é demanda do empresário por crédito nos próximos três meses.

Em termos percentuais, sete em cada dez (70%) descartam a possibilidade de contratar crédito. Apenas 12% dos empresários afirmaram ter intenção de tomar crédito, enquanto 18% ainda não sabem. O fato de conseguir manter os negócios com recursos próprios é o principal motivo para aqueles que dizem não ter a intenção de contratar crédito (41%). Ainda há os que dizem que a empresa não tem necessidade no momento (37%), os que consideram as taxas de juros muito altas (29%) e os que temem não conseguir pagar as prestações (10%), além da insegurança com as condições econômicas do país (9%).

Já entre os que pretendem contratar crédito, 47% irão recorrer a empréstimos, 25% a financiamentos e 12% ao cartão de crédito empresarial. As principais finalidades pata tomada do crédito serão: compra de equipamentos e maquinários (31%), capital de giro (28%), ampliação do negócio (25%), aumento do estoque (23%) e reforma para melhorias da empresa (8%). Levando em conta a minoria de empresários que tomarão recursos emprestados, a média é de R$ 29.482,14 a serem contratados.

O indicador de demanda por crédito tem permanecido em baixo patamar e dá sinais de que a recuperação ainda não atingiu um bom ritmo. “Mesmo com a expectativa de melhora das condições econômicas do país, a demanda por crédito continua longe de alcançar o nível ideal para induzir o crescimento”, avalia o presidente da CNDL, José Cesar da Costa.

A dificuldade de ter acesso ao crédito é uma barreira. Para 34% dos entrevistados, a contratação de empréstimos e financiamentos foi considerada difícil, ante 27% que acharam o processo fácil. Além desses, 20% afirmam não ser fácil ou difícil, enquanto 19% não souberam dizer por nunca terem contratado crédito. Entre os que consideram a tomada de crédito difícil, a maioria, 57% citou como razão o excesso de burocracia e exigências que os bancos fazem. Já 45% apontaram os juros elevados.

Metodologia

Os Indicadores de Demanda por Crédito e Demanda por Investimento calculados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) levam em consideração 800 empreendimentos com até 49 funcionários, nas 27 unidades da federação, incluindo capitais e interior. As micro e pequenas empresas representam 39% e 35% do universo de empresas brasileiras nos segmentos de comércio e serviços, respectivamente.

Baixe a íntegra do indicador em https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos
SPC Brasil – Há 60 anos no mercado, o SPC Brasil possui um dos mais completos bancos de dados da América Latina, com informações de crédito de pessoas físicas e jurídicas. É a plataforma de inovação do Sistema CNDL para apoiar empresas em conhecimento e inteligência para crédito, identidade digital e soluções de negócios. Oferece serviços que geram benefícios compartilhados para sociedade, ao auxiliar na tomada de decisão e fomentar o acesso ao crédito. É também referência em pesquisas, análises e indicadores que mapeiam o comportamento do mercado, de consumidores e empresários brasileiros, contribuindo para o desenvolvimento da economia do país.

CNDL – Criada em 1960, a CNDL é formada por Federações de Câmaras de Dirigentes Lojistas nos estados (FCDLs), Câmaras de Dirigentes Lojistas nos municípios (CDLs), SPC Brasil e CDL Jovem, entidades que, em conjunto, compõem o Sistema CNDL. É a principal rede representativa do varejo no país e tem como missão a defesa e o fortalecimento da livre iniciativa. Atua institucionalmente em nome de 500 mil empresas, que juntas representam mais de 5% do PIB brasileiro, geram 4,6 milhões de empregos e movimentam R$ 340 bilhões por ano.