UNINASSAU leva serviços à população em eventos pelo Dia da Mulher

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, celebrado anualmente no dia 8 de março, a Faculdade UNINASSAU Caruaru irá levar para diversos eventos importantes serviços e atividades gratuitos. Alunos, professores e coordenadores da UNINASSAU estarão envolvidos nessas ações, que serão gratuitas, em Caruaru e no município de Sanharó, agreste do Estado.

Em Caruaru, em parceria com o Serviço Social do Comércio (Sesc), a UNINASSAU, no próximo dia 13, levará os serviços de: orientações sobre saúde da mulher (prevenção sobre o câncer de mama e do colo do útero), teste rápido de verificação de tipagem sanguínea, prevenção de ‘’pano branco’’.

Ainda serão ofertados os serviços de aplicação de TENS (dispositivos elétricos diversos são utilizados para aliviar dores, como as lombares e nevralgias, entre outras), orientações sobre alimentação saudável e avaliação nutrição, além de prevenção à obesidade e realização do exame de bioimpedância (voltado para uma análise completa para avaliação do peso corporal). O evento será realizado no Marco Zero da cidade. Ainda em Caruaru, no dia 12, nos turnos da manhã e tarde, diversos serviços da área de saúde serão ofertados para alunas, mãe se convidadas no Colégio Interativo.

Por fim, o município de Sanharó também receberá as ações da Instituições, de diversos cursos da instituição, na Praça Central da cidade, nos turnos da manhã e tarde, em evento realizado pela prefeitura.

A diretora da UNINASSAU Caruaru, Aislane Belo, destaca o papel social da Instituição de Ensino Superior (IES), ao levar esses serviços à população feminina dessas cidades. “Firmamos com muita alegria e orgulho essas parcerias com prefeituras, associações e outras entidades representativas para levarmos, de forma gratuita, serviços importantes às mulheres em uma data tão especial como o dia 08 de março. A UNINASSAU cumpre, mais uma vez, seu papel de responsabilidade social com essas ações junto a parceiros”, destaca.

Nutricionista alerta sobre cuidados com a hidratação em dias de altas temperaturas

A cidade de Caruaru, assim como outras cidades do interior pernambucano, vem registrando altas temperaturas nos últimos dias. Com isso, é necessário que a população destas localidades tome alguns cuidados. A hidratação é um deles, como alerta o Especialista em Saúde Pública e coordenador do curso de Nutrição da Faculdade UNINASSAU Caruaru, Adriano Oliveira.

“Com aumento natural da temperatura, até por estarmos no verão, devemos redobrar a atenção quanto a um dos aspectos mais importantes na nutrição equilibrada, que é a hidratação”, afirma o profissional. Ele ainda destaca que alterações no estado de hidratação, pelo excesso ou por sua falta, podem implicar em consequências graves, podendo chegar ao óbito.

“Um cuidado especial deve ser tomando com crianças e idosos, tendo em vista que a perda de água e fluidos minerais através do suor possibilita a desidratação, que ocorre quando nosso corpo perde mais água do que é ofertado ao corpo”, alerta o nutricionista.

Adriano dá algumas orientações e dicas sobre a correta hidratação diária, principalmente, no verão:

– Beber pequenos copos com 180 ml de água em diversos momentos do dia; a água é fonte de sais minerais e é a melhor opção de hidratação.

– Intercalar o consumo da água com chás gelados, picolés de frutas, sorvetes de frutas, água de coco, além das frutas sempre na forma sólida mais ricas em água como: melancia, melão, abacaxi, melão, morango e laranja;

– Evitar o excesso de alimentos açucarados, salgados e gordurosos.

Dia da Mulher é celebrado pela Prefeitura de Caruaru

Em celebração pelo Dia Internacional da Mulher, a Prefeitura de Caruaru, através da Secretaria de Políticas para Mulheres, iniciou uma programação especial na sexta-feira (08), com a realização da 8ª Edição da Feira da Mulher Empreendedora no Marco Zero da cidade. A ação aconteceu durante todo o dia e contou com a venda de produtos e oferta de serviços em 12 estandes, entre eles, aconselhamento e orientação jurídica pelo Centro de Referência da Mulher Maria Bonita (CRMMB), aferição de pressão, teste rápido de glicemia, exposição dos projetos e programas promovidos pela SPM. O evento também contou com a parceria das secretarias municipais de Saúde, de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SDSDH), Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru, além de Biesp, Destra e Liga de ginecologia e obstetrícia de Medicina da UFPE.

“Hoje é um dia de valorização dos direitos das mulheres. É um dia de reflexão, luta, de reconhecimento. E aqui no município de Caruaru, onde a Prefeita Raquel Lyra tem ampliado os direitos para as mulheres não poderia ser diferente. Então no Marco Zero promovemos esse dia de ações com os serviços oferecidos pela SPM, com a inscrição de projetos como o Mergulhando na Saúde, Mulheres Empreendedoras, abrindo espaço também para nossas ex-alunas do Qualifica Caruaru, com a comercialização dos produtos que elas aprenderam a fazer nos nossos cursos como os de confeitaria, comidas típicas nordestina. Foi um dia de festa, de comemoração e reconhecimento à toda a luta histórica que as mulheres travaram”, destacou a secretária da SPM, Juliana Gouveia.

Diversas outras intervenções serão promovidas durante o mês de março e algumas contarão também com o apoio do Caruaru Shopping (na exposição de artes femininas), da Associação dos Moradores do Bairro José Antônio e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais. No domingo (10), dentro do projeto “Nossa Avenida”, foram promovidas aula de zumba, exames rápidos de saúde, resgate de brincadeiras antigas, entre outras ações exclusiva para as mulheres.

Um dos destaques da programação em alusão ao mês da mulher será o 1º Encontro de Participação Política Para Mulheres, que acontecerá no próximo dia 15 deste mês, das 8h às 17h, na ACIC. O evento contará com a participação de gestoras públicas do Estado de Pernambuco, além de representantes de movimentos sociais, instituições não governamentais e da sociedade civil, E pesquisadoras. O público estimado é de aproximadamente 200 pessoas de Caruaru e cidades circunvizinhas.

Caruaruense lança financiamento coletivo para produzir curta de terror pernambucano

Imagine transformar o contexto áspero do sertão em um cenário de filme de terror psicológico com estética e sotaque pernambucanos. Essa é a ideia que o jovem produtor audiovisual Antonio Henrique Vasconcelos vem desenvolvendo desde 2016 e que se transformou na produção do curta-metragem intitulado Febi, que conta com campanha de financiamento coletivo na internet.

O projeto é um curta de horror, que se passa no sertão nordestino e traz elementos regionais para o filme. “Febi é um projeto pensado em meados de 2016. Em 2019 queremos tirá-lo do papel e colocar a nossa história nas telas dos festivais do Brasil, e quem sabe do mundo. Com isso, vamos mostrar que é possível abraçar diferentes gêneros cinematográficos com uma linguagem própria da nossa região”, explicou o cineasta.

Caruaruense e diretor de uma produtora audiovisual na cidade, Antonio apostou na produção do curta como um projeto independente e, para isso, lançou uma campanha financiamento online para buscar apoiadores que possam contribuir com a pré-produção do filme.

“Estamos na etapa final da pré-produção e chegamos na parte da escolha do elenco. Resolvemos então criar uma campanha de financiamento coletivo no Kickante, a fim de viabilizar a contratação dos atores e garantir uma parte dos custeios, como alimentação e transporte. O projeto é independente e toda ajuda é bem-vinda”, concluiu.

Na plataforma Kickante, os internautas podem contribuir com valores a partir de R$ 10 e cada categoria de doação dá direito a recompensas variadas, como pôsteres, bottons, camisas e sessões exclusivas para assistir ao filme. Acesse o financiamento no link a seguir: https://www.kickante.com.br/campanhas/curta-metragem-febi

Sinopse

Um grupo de pessoas acorda numa casa amaldiçoada, no meio do sertão nordestino. Todos estão presos por cordas na estrutura da casa de taipa. O sol escaldante entra pelas frestas da construção simplória.

O calor, a fome e a sede levam um dos encarcerados à loucura, que acaba eventualmente se soltando. Sem conseguir sair da casa, acaba passando por um processo de bestialização, para desespero das outras pessoas do grupo.

Currículo

Nascido em Caruaru, Pernambuco, Antonio Vasconcelos trabalha no segmento audiovisual há 7 anos. É formado em Publicidade e Propaganda pela Unifavip Devry e atualmente é graduando do curso de Design do Campus Agreste da UFPE. É sócio-diretor da Produtora Vertigo, que atua há dois anos em Caruaru e região. No ano passado, produziu o curta Humanequim, também do gênero terror. O filme foi premiado no V Festival de Cinema de Caruaru, na mostra estudantil, conquistando as categorias de Melhor Direção, Melhor Fotografia e Melhor Cartaz.

Também estavam presentes na solenidade de inauguração, o vice-prefeito, Rodrigo Pinheiro, o ex-governador João Lyra Neto, secretários, os vereadores Edjailson da Carú Forró e Bruno Lambreta, além da população em geral.

Mais um espaço de lazer é inaugurado nesta segunda, 11

A Prefeitura de Caruaru convida a todos para a inauguração da Praça José Agripino dos Santos, nesta segunda (11), às 17h. O novo espaço de lazer está localizado na Rua João Arthur de Queiroz, bairro Indianópolis e faz parte do conjunto de nove praças que estão em construção na cidade, sendo duas já entregues, uma no bairro José Carlos de Oliveira e a outra no Cidade Jardim.

Serviço:

O que? Inauguração da Praça José Agripino dos Santos

Quando? Segunda, 11 de março

Onde? Rua João Arthur de Queiroz, Indianópolis

Horário? 17h

Raquel Lyra inaugura mais uma área de lazer na cidade

A prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, inaugurou, na tarde da última sexta-feira, 8, a nova área de lazer do bairro Cidade Jardim. A Praça José Moreira Jordão faz parte do conjunto de nove praças que estão em construção na cidade, sendo uma já entregue no bairro José Carlos de Oliveira.

O novo espaço contempla piso intertravado em toda área de passeio, pista de cooper, campinho de areia, equipamentos de ginástica para jovens e adultos, bancos, anfiteatro, playground, brinquedos, iluminação e paisagismo. “Como moradora do bairro há mais de 10 anos, sempre esperamos por uma área como esta, ideal para todas as idades. Esta praça trará mais alegria para nosso bairro”, afirmou Nalva Lima.

A praça possui uma área total de 2302,36m², com investimentos de mais de R$ 350 mil. Do conjunto de praças em construção, mais sete estão em fase de conclusão, com inaugurações previstas ainda para este mês de março.

“Mais uma área pública para nossa cidade, que trará mais qualidade de vida para nossas crianças, jovens e adultos. Este novo espaço de lazer foi pensado para a família, com equipamentos adequados para cada faixa etária, contemplando desde a criança de colo, até a terceira idade”, finalizou a prefeita.

Artigo: A representatividade feminina na literatura

por Eduardo Villela*

A literatura é um espaço majoritariamente masculino e, obviamente, isso não acontece por que os homens tenham mais capacidade, repertório e melhores histórias para escrever do que as mulheres. Por muito tempo, o impacto de pressões socioculturais decretava que as mulheres se dedicassem exclusivamente ao lar. Portanto, uma mulher que ousasse ter uma atividade intelectual estava cometendo uma séria transgressão. Até o começo do século XX, por exemplo, as que se atrevessem a publicar livros usando seus próprios nomes eram severamente criticadas, pois estavam extrapolando o papel a elas designado.

Esta desvantagem social desde os tempos mais remotos fez com que a produção literária feminina fosse numericamente inferior à dos homens até os dias atuais. Equivocadamente, isso parece ter gerado um ambiente que associou um tipo de ‘padrão de qualidade’ relacionado à produção textual masculina.

Em uma triste comparação, podemos falar de Emily Brontë, que lançou o clássico O Morro dos Ventos Uivantes em 1847, e de J.K. Rowling, que lançou o primeiro livro da série Harry Potter em 1997. Com 150 anos que separam a publicação dos dois livros, as duas escritoras inglesas usaram pseudônimos masculinos para suas obras. Brontë assinava como Ellis Bell, pois na época mulheres não podiam ser escritoras e Joanne Rowling?(o K é uma homenagem a sua avó, Kathleen?), um século e meio depois, foi aconselhada por seus editores a adotar a abreviação “J. K.” por acreditarem que o público não leria o livro se soubesse que havia sido escrito por uma mulher.

É fácil constatar esta realidade também através da análise de algumas das principais premiações e eventos literários do mundo: o prêmio Nobel de Literatura, por exemplo, existe desde 1901, mas só foi concedido a 14 mulheres em sua história; a Flip, Festa Literária de Paraty, já teve 16 edições e entre os escritores convidados, o número de homens é muito maior ao de mulheres; a Academia Brasileira de Letras tem 40 membros, mas apenas cinco mulheres.

No entanto, assim como em todas as outras esferas sociais, na literatura as mulheres também ocupam seu espaço cada vez mais. Escritoras como Mary Shelley, Virginia Woolf, Agatha Christie, Simone de Beauvoir e Florbela Espanca abriram passagem para que, no mundo, outras também pudessem disseminar seus anseios e vivências através dos livros. No Brasil, o caminho foi trilhado por nomes como Raquel de Queiroz, Cecília Meireles, Carolina de Jesus, Ruth Guimarães, Clarice Lispector, Zélia Gattai, Cora Coralina, Lygia Fagundes Telles, Ana Maria Machado entre outros tantos.

É inquestionável: a presença de mulheres na literatura é tão fundamental quanto em outras tantas áreas em que o feminino ganhou representatividade ao longo dos tempos. Hoje em dia existe um grande número de escritoras que conquistaram sucesso arrebatador com livros das mais diferentes temáticas e para variados públicos. Bons exemplos são Alice Munro, vencedora do Nobel de Literatura em 2013, a própria J. K. Rowling, que mesmo após ter sua real identidade descoberta, encantou crianças, adolescentes e jovens com seu mundo de seres mágicos, Stephenie Meyer, autora de Crepúsculo, que fez adolescentes e jovens suspirarem por vampiros e E. L. James, escritora de Cinquenta Tons de Cinza, que tirou o fôlego do público adulto com seus protagonistas intensamente apaixonados.

Falando ainda de uma remessa de novíssimas escritoras, a nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, do premiado romance Americanah, e as brasileiras Paula Pimenta (Minha Vida Fora de Série), Thalita Rebouças (Tudo Por Um Pop Star) e Babi Dewet (Sábado à Noite) – com quem tive o prazer de trabalhar – também são parte de uma lista de autoras que representam a importante e imprescindível participação da mulher na literatura.

É claro que ainda estamos longe do ideal, mas é notório que novas escritoras a cada dia conquistam mais espaço no mercado editorial. E nesse cenário, felizmente, ganhamos todos. Afinal, o que seria de nós, leitores, sem as obras que tratam das mais diversas e complexas questões da vida sem o olhar sensível, detalhista e perspicaz da mulher?

* Eduardo Villela é book advisor e, por meio de assessoria especializada, ajuda pessoas, famílias e empresas na escrita e publicação de suas obras. Mais informações em www.eduvillela.com

Caruaru Shopping sedia a exposição Arte em Chamas

O Caruaru Shopping está sediando, de 7 de março a 7 de abril, a exposição Arte em Chamas. Os trabalhos estão à mostra no corredor do hipermercado, de acordo com o horário de funcionamento do centro de compras e convivências, isto é, de segunda a sábado, das 10h às 22h, e, no domingo, das 10h às 20h.

Estarão expostos artesanatos em vela litúrgica e ornamental, tendo como técnica o desenho vasado sobre vela com pintura em acrílico, bem como pintura sacra, tela e esculturas em madeira. Entre as artes, destaque para a Santa Ceia, uma pintura que foi feita em três tipos de tecidos juntos (tela, persa e índigo). Após a pintura foi feita a textura com crochê enlinhado.

“Trata-se de uma bela exposição que vale a pena conferir. Lembrando que a visitação é gratuita”, afirmou o gerente de Marketing do Caruaru Shopping, Walace Carvalho.

O Caruaru Shopping fica localizado na Avenida Adjar da Silva Casé, 800, no Bairro Indianópolis.

Para Humberto, falas de Bolsonaro geram clima de instabilidade no país

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), rebateu a declaração do presidente Jair Bolsonaro que disse, nesta quinta-feira (7), que a “democracia só existe se as Forças Armadas quiserem”. Segundo Humberto, a fala do presidente desmerece a luta do povo brasileiro durante o regime militar.

“No Brasil, a democracia foi conquistada com muita luta pela população, que enfrentou uma ditadura para garantir o direito da população ao voto. O próprio vice, que é um militar de alta patente, teve que vir a público amenizar essa declaração”, afirmou.

Nos últimos dias, várias falas polêmicas do presidente geraram repercussão negativa em escala mundial. Durante o Carnaval, Bolsonaro chegou a publicar um vídeo com conteúdo pornográfico em suas redes sociais para tentar rebater as críticas que sofreu nas ruas de todo o país durante a folia.

Para Humberto, declarações inconsequentes e irresponsáveis, que desrespeitam o próprio cargo de presidente, geram um clima de instabilidade e afetam as relações políticas e econômicas do Brasil com outros países. “Nos dias de hoje, com as redes sociais, ninguém pode falar qualquer bobagem, principalmente quem tem a responsabilidade de ser presidente da República“.

Segundo o líder do PT, o governo Bolsonaro promete ainda “dias piores”. Ele acredita ser difícil o presidente completar os seus quatro anos no cargo. “Bolsonaro é desprovido de qualquer competência e bom senso. Ele é despreparado. Não sabe o que está acontecendo. Infelizmente, temos que nos preparar para o pior porque não sei se o país aguenta tanta ebulição”, afirmou o senador, que completou: “o governo não tem nenhum projeto de construção. É tudo para destruir, derrubar, acabar”.

Liberdade de escolha da mulher ainda não é respeitada socialmente

“Priorizei a empresa e estou realizada”, “se tivesse priorizado o trabalho e não tivesse dedicado o momento para minha filha me sentiria muito arrependida”, “é maravilhoso almejar e conquistar e ter uma empresa que ajuda famílias”. As frases ditas por mulheres traduz bem o lema de milhões de brasileiras: “lugar de mulher é onde ela quiser”.

A realidade, no entanto, não é tão fácil quanto parece. Mesmo com os avanços dos direitos femininos, elas ainda lutam para defenderem suas vontades e escolhas, seja no seu próprio negócio ou optando por cuidar da casa.

A empreendedora Camilha Milhorini, de 36 anos, é diretora-executiva de uma rede de fast food saudáveis, o Mr Fit. A empresa possui mais de 117 unidades pelo Brasil e emprega 590 funcionários. Camila, que sempre gostou da ideia do empreendedorismo, conta que encontra dificuldades por estar em um ambiente que é considerado, muitas vezes, masculino. “Eu me deparo no dia a dia que além de fazer o esforço para alavancar minha empresa, tenho que lutar para ser reconhecida como empresária mulher porque o poder sempre foi associado ao homem”, relata.

O perfil de Camila ainda é raridade no mercado de trabalho brasileiro. Segundo a pesquisa International Business Report – Women in Business, da Grant Thornton, o índice brasileiro de mulheres em cargos de CEOs e de diretorias executivas era de apenas 16% em 2017.

O preconceito acaba se tornando diferença salarial, geralmente inferior à média dos homens que exercem o mesmo cargo. Camila lembra, inclusive, que já chegou a ouvir de um parceiro que não manteria relações porque ela ganhava mais que ele.

Para a psicóloga da PUC-SP Cecília Troiano, o machismo explica esse tipo de comportamento social, uma barreira a ser derrubada. “Há ambientes que ainda olham torto para mulheres em posições de liderança, há indústrias ainda bem fechadas para mulheres. Vejo que essa transformação precisa começar na casa de cada um de nós – “é de pequeno que se torce o pepino”. Educando nossos filhos e filhas de forma igual, mostrando e praticando a igualdade dentro de casa, na fala e acima de tudo, na prática”, indica a especialista.

Longe do mercado de trabalho, Valnice Moraes Reis Tintilio, de 47 anos, optou por um caminho diferente. Ela faz parte do índice de 27% das mulheres no mundo que preferem ficar em casa, exercendo um trabalho não remunerado, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Valnice optou por ficar em casa assim que soube que estava grávida e tomou a decisão, junto com seu marido, de que largaria o trabalho de vendas para cuidar em tempo integral da filha. Não demorou para que sentisse reprimida por amigos e conhecidos.

Segundo a psicóloga Cecília Troiano, há uma pressão social para que haja sucesso na carreira profissional, em vez de levar em conta a opinião da mulher.

“O empoderamento feminino trouxe, em primeiro lugar, a liberdade de escolha. Mulheres empoderadas são aquelas que podem escolhem o que querem para suas vidas. Apesar disso, ainda há uma pressão para que as mulheres saiam de casa, busquem uma vida profissional. Em certa medida, isso contraria o empoderamento. Há uma patrulha social para que mulheres produzam, sejam independentes. Estar em casa é, assim, a antítese disso. Embora possa ser uma escolha, ficar em casa e cuidar dos filhos, há uma pressão social para que isso não aconteça. Seremos realmente empoderadas no dia que todas as opções, todos os caminhos, todas as profissões, até mesmo não ter uma, seja possível”, analisou ela.

Satisfação pessoal

Mesmo com perfis e idades diferentes, Camila e Valnice têm algo em comum: a satisfação pessoal. Camila comemora por hoje ter o poder de escolha, mesmo com as dificuldades que enfrenta todos os dias que sai de casa para trabalhar.

“Eu priorizei isso. Hoje eu me sinto realizada, acho que a gente mudou um pouco o sonho da mulher. A grande diferença é que antigamente as mulheres não tinham essa opção. Eu não poderia escolher entre ser uma empresária ou cuidar de uma família. Era cuidar de uma família. Hoje a gente tem essa opção”, afirma.

Valnice também não se arrepende da decisão que tomou. “Eu me arrependeria muito se tivesse perdido minha filha nos primeiros meses de gravidez, se eu tivesse insistido em trabalhar e não poderia ter filho novamente, então não me realizaria como mãe. Para mim, foi a decisão mais correta e acertada na minha vida, era o que fazia sentido para mim, era o que eu queria. Se eu não tivesse tido filhos, acredito que me sentiria muito arrependida hoje se tivesse priorizado naquele momento o trabalho”, ressalta.

A psicóloga Cecilia Troiano salienta que, independentemente do rumo que tomar na vida, as mulheres têm que ser respeitadas. “O que as mulheres fazem dentro de casa e para a família, todos os dias. Outra é a de assumir, sem culpas, sem medos, sua decisão. Ela ainda precisa “se desculpar” por ter feito essa opção. Essa é a luta pela aceitação da forma que ela escolheu para viver, que pouco importa a ninguém, a não ser para seu núcleo familiar”, completa.

Fonte: Agência do Rádio Mais