João Campos lidera disputa no Recife

Pesquisa de intenção de voto para a Prefeitura do Recife realizada pelo Instituto RealTime Big Data e divulgada ontem mostra o candidato João Campos (PSB) na liderança da disputa à sucessão do prefeito Geraldo Julio. Ele aparece com 27%, abrindo vantagem sobre os demais concorrentes.

Mendonça Filho (DEM) e Marília Arraes (PT) estão tecnicamente empatados na segunda posição, com 16% e 14%, respectivamente. A Delegada Patrícia (Podemos) ocupa a quarta posição, com 10%, seguida pelo Coronel Feitosa (PSC) e Marco Aurélio Meu Amigo (PRTB), que aparecem com 2% cada. Carlos Andrade Lima (PSL) está com 1%. Os candidatos Charbel Maroun (Novo), Cláudia Ribeiro (PSTU), Thiago Santos (UP) e Victor Assis (PCO) não pontuaram. Os votos brancos e nulos somam 17%. Um total de 11% dos entrevistados não sabem em quem vão votar ou não responderam.

A pesquisa ouviu mil eleitores na capital pernambucana, entre os dias 8 e 10 de outubro. O levantamento tem nível de confiança de 95%, com margem de erro de 4 pontos percentuais para mais ou para menos.

SEGUNDO TURNO
A pesquisa de intenção de voto traz ainda seis cenários de um possível segundo turno. Em todos, João Campos venceria os principais concorrentes. Contra Patrícia Domingos, o pessebista teria 44% ante 35%. Frente a Marília Arraes, o resultado é de 44% a 39%. No cenário 3, Campos derrotaria Mendonça Filho por 41% a 34%.

Numa eventual ausência de João Campos do segundo turno, o quarto cenário mostra que Marília Arraes teria 38% contra 35% de Mendonça Filho. Numa outra possível disputa, Marília teria 38% frente 36% de Patrícia.

Por fim, em um cenário entre Mendonça Filho e Patrícia Domingos, o candidato do DEM teria 36% contra 34% da candidata do Podemos. Nesses casos, em virtude da margem de erro de 4 pontos percentuais para mais ou para menos, a indicação é de empate técnico.

O DIA DOS CANDIDATOS
A pouco mais de um mês para as eleições municipais, que acontecem em 15 de novembro, a agenda política está ainda mais intensificada. Ontem, os candidatos aproveitaram o feriado para acompanhar eventos religiosos e fazer promessas relativas aos cuidados com as crianças. João Campos esteve no bairro da Macaxeira, na Zona Norte, onde prometeu criar espaços voltados para a primeira infância na cidade. Ele também conversou com moradores da comunidade do Buriti e fez gravações para o guia eleitoral.

Em conversa com moradores do bairro do Ipsep, na Zona Sul, Marília Arraes prometeu zerar a fila de creches no Recife. A petista assistiu a uma missa na paróquia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Mendonça Filho afirmou que, se eleito, criará dez mil vagas em creches da cidade. Ontem, ele visitou a Escola Leonarda Alves, em Nova Descoberta, na Zona Norte. Já a Delegada Patrícia distribuiu folhetos em Boa Viagem, na Zona Sul. Em um dos discursos, prometeu efetivo da Guarda Municipal na orla.

Diario de Pernambuco

Conheça as medidas de segurança contra Covid-19 para o dia da votação

Por causa da pandemia do novo coronavírus, uma série de protocolos de segurança serão adotados pela Justiça Eleitoral no primeiro e no segundo turno das eleições municipais nos dias 15 e 29 de novembro, respectivamente. Elaborado por uma equipe de especialistas dos hospitais Albert Einstein, Sírio-Libanês e por técnicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), consultados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o plano de segurança sanitária para as eleições municipais de 2020 é focado em duas frentes: mesários e eleitor.

Cartazes ilustrativos com o passo a passo da votação serão fixados nas seções eleitorais. Eleitores Horário de votação ampliado: 7h da manhã até as 17h. Até as 10h será preferencial para maiores de 60 anos. Máscaras: uso obrigatório, sem ela o eleitor não poderá votar. Caso seja necessário, o mesário pode pedir que o eleitor se afaste e abaixe a máscara para conferir a foto na identidade.

Distanciamento: será exigido mínimo de 1 metro. Comida: não será permitido comer ou beber nada na fila de espera. A medida é para evitar que as pessoas tirem a máscara.

Álcool em gel: será distribuído em todas seções para que os eleitores limpem as mãos antes e depois da votação. Caneta : o TSE recomenda que os eleitores levem sua própria caneta para assinar presença no caderno de votação.

Mesários Receberão máscaras e terão que trocá-las a cada quatro horas, usar álcool e uma proteção facial de acetato (face shield), que terá de ser usada o tempo todo. Covid-19 Tanto mesários quanto eleitores que estiverem com sintomas da covid-19 no dia do pleito não devem comparecer ao local de votação. Posteriormente, a ausência poderá ser justificada na Justiça Eleitoral.

Agência Brasil

Alunos do 2º ano retornam às aulas presenciais na rede privada nesta terça-feira (13)

Após o impasse jurídico que permeou o retorno das aulas nas unidades educacionais em Pernambuco na última semana, escolas da rede privada de ensino retornam nesta terça-feira (13) às aulas presenciais. Além do terceiro ano do ensino médio, que havia tido retorno marcado para a última terça-feira (6), agora os alunos do segundo ano poderão voltar para a sala de aula.

Na sexta-feira (9), cerca de seis escolas já haviam voltado às atividades presenciais para o 3º ano após o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) cassar uma liminar que proibia a reabertura de escolas particulares. Desta vez, a previsão é de que todas as unidades voltem a operar com as salas de aula respeitando os protocolos estabelecidos pelo Governo do Estado.

“A gente defendia desde o início o respeito a todos os protocolos. Queremos o retorno de quem estiver preparado. As escolas que estiverem preparadas vão retornar amanhã (hoje) e quem quiser permanecer no sistema online estará amparado para isso”, afirmou o tesoureiro do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Pernambuco (Sinepe), Arnaldo Mendonça.

Para os professores, a ação até o momento é de respeitar o que foi decidido pela Justiça. “Nós soubemos da decisão judicial e tivemos o entendimento de que teria que ser respeitada. Nosso corpo jurídico ainda irá avaliar e vamos ver a melhor ação, mas, por enquanto, vamos ampliar a fiscalização quanto ao cumprimento das medidas no retorno”, afirmou o presidente do Sindicato dos Professores de Pernambuco (Sinpro-PE), Hemilton Bezerra. Com o retorno escalonado, os alunos do 1º ano têm retorno previsto para o dia 20 de outubro.

A rede pública, por sua vez, permanece com as aulas presenciais suspensas até o próximo dia 21 de outubro, por meio de um acordo com o Governo do Estado. Em Pernambuco, o terceiro ano do ensino médio conta com cerca de 91,7 mil estudantes, enquanto que o segundo ano possui 108,8 mil, tanto na rede pública quanto na privada.

Folhape

Liberdade: uma palavra excluída do dicionário

Qual preço você pagaria para viver em uma sociedade sem fome e violência? Em Aghaia, os moradores foram privados da liberdade. Eles trabalham 14 horas por dia e não podem ultrapassar os muros dos distritos.

A realidade, que se passa no pós-guerra, em um período marcado por tragédias ambientais e escassez de recursos naturais, forma a trama de A Rainha Perdida, primeiro volume da trilogia da escritora Ana Cristina Melo. A obra marca a estreia da Editora Opala no mercado.

Um dos países criados pela nova divisão mundial, Aghaia é governado por Petrus, um rei que mantém um controle cruel sobre todos a ele subordinados. Nesse cerco encontra-se Ellena, jovem nascida no distrito 7 que descobre o improvável: a palavra “liberdade” foi abolida do dicionário.

Foi a partir daí que não parei de pensar o que mais a Capital nos esconde. Hector diz que, por enquanto, podemos descobrir um pouco mais nos livros, mesmo que ele esteja se arriscando para isso. Uma loucura dele, sem dúvida. Ladrões são severamente punidos. Eles e, às vezes, suas famílias. (A Rainha Perdida, pág. 13)

Envolto em discussões políticas e sociais, a história também se prende em um triângulo amoroso entre Ellena, Lukhas e Reed, os príncipes herdeiros dessa sociedade distópica. Esta é, aliás, uma das principais marcas da autora, que cria metáforas a partir de vivências cotidianas para fazer o leitor repensar “verdades” enraizadas e há muito reproduzidas.

A Rainha Perdida toca em diferentes temas essenciais, como a perspectiva de crescimento pessoal dentro das favelas, as diferenças entre áreas nobres e subúrbios, passando pela sustentabilidade e as novas tecnologias para utilização dos recursos naturais. Uma ficção distante dos enredos fantasiosos, segundo a autora, “com personagens tão humanos quanto eu e você”.

FICHA TÉCNICA:
Título: A Rainha Perdida
Autora: Ana Cristina Melo
Editora: Opala
ISBN: 9786599136900
Páginas: 368
Formato: 13,5 x 20,5 cm
Preço: R$ 49,90
Links de venda: https://bit.ly/2E0JrBT
https://bit.ly/3gcSY6c

Justiça e sociedade unem forças para proteger as crianças

No mês em que se comemora o Dia das Crianças (12/10), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) inaugurou os trabalhos do Observatório dos Direitos Humanos do Poder Judiciário. O objetivo é aproximar o Judiciário da sociedade, para poder propor ações de combate às violações de direitos humanos contra minorias e vulneráveis, entre elas, as crianças.

Assassinato, violência sexual, física, moral, abandono e evasão escolar atingem meninos e meninas, em todo o país, especialmente nos últimos meses, em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Pesquisa do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, aponta que 56% das violações de direitos de crianças e adolescentes ocorreram, em 2019, na casa da vítima. Em quase 70% desses registros, foram relatadas violações diárias.

Esse ano, o número de registros foi menor. Mas, acreditam os especialistas, o motivo não está na redução da violência, mas na falta da presença dos professores e colegas. “Temos crianças vivendo em situações de muita vulnerabilidade, em casas de apenas um cômodo, convivendo com adultos agressores. E, dentro de casa, eles estão ainda mais suscetíveis. São muitos desafios simultaneamente”, afirma Cláudia Costin, diretora do Centro de Políticas Públicas em Educação da Fundação Getúlio Vargas, e uma das especialistas convidadas a participar do Observatório.

Abandono escolar

Na casa da baiana Mariene Costa da Silva, moradora de um bairro rural na cidade de Santo Antônio do Descoberto (GO), a 42 km de Brasília, ela e os dois filhos dividem a casa, de dois cômodos, com o avô e um tio. A mãe empresta seu telefone à caçula, de 9 anos, para que acompanhe as aulas virtuais que a rede pública do DF tem disponibilizado.

Não tem sido fácil para a menina acompanhar o ritmo. “Quando estou em casa, ela pode estudar por meio do meu celular. Mas quando saio pra trabalhar, levo ele comigo e ela fica sem aula”, conta Mariene, que não pode deixar de trabalhar presencialmente, pois é diarista.

Sem trabalhar, não há quem bote comida na mesa. O filho, de 17 anos, reclama da má qualidade do celular, da Internet sempre oscilante e do barulho que os parentes fazem. Assim como muitos adolescentes, Thiago luta com a falta de concentração e com as difíceis condições materiais para estudar on-line.

“Eu fico triste por eles, mas não consigo ajudar. Tentei ensinar, mas não consigo. Tenho pouco estudo. Meu medo é eles quererem largar os estudos, que nem eu fiz”, preocupa-se a mãe, revelando um medo bem real para os padrões brasileiros. Pesquisa recente feita pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em parceria com a Conselho Nacional de Juventude revelou que jovens de 15 a 29 anos cogitam não continuar os estudos quando a pandemia da Covid-19 acabar.

Na primeira reunião do Observatório de Direitos Humanos, realizada na última terça-feira (6/10), o presidente do CNJ, ministro Luiz Fux, abordou a relação da pobreza e da desigualdade de renda como fatores responsáveis pelas elevadas taxas de abandono e atraso escolar entre os jovens de 15 a 17 anos.

Fux citou pesquisa do IBGE, com dados de 2018 sobre o índice de abandono à escola. Enquanto 12% dos jovens pobres de 15 a 17 anos não concluíram o ensino médio, entre os jovens mais ricos esse percentual era de apenas 1,4%. “Apesar dos significativos avanços, os indicadores mostram que há ainda muito por fazer para que os direitos preconizados no Estatuto da Criança e do Adolescente sejam uma realidade para todas as crianças e adolescentes.”

Para Cláudia Costin, que também participou da reunião on-line, o abandono escolar pode ser uma das piores consequências da pandemia. “Não concluir o ensino médio é reduzir a chance de um bom emprego. É um preço muito alto a se pagar”, afirma a educadora. Ela cita um outro ponto fundamental da ida dos estudantes à escola: o acesso à rede de proteção social que os colégios públicos ativam, quando necessário. “Bons educadores reconhecem quando uma criança está em sofrimento. E, quando eles deixam a escola, ficam mais vulneráveis às violências externas.”

Trabalho Infantil

A especialista acredita no poder de ressonância do Observatório, ao repercutir casos e ajudar a propor saídas. “A sociedade precisa sair da apatia. É nosso dever criar, gerir, acompanhar a aplicação de políticas públicas sérias e urgentes, para que o impacto da pandemia não comprometa o futuro desses jovens e de todo o país. O combate à erradicação do trabalho infantil, por exemplo, é um dos pontos fundamentais desse trabalho. Dados oficiais revelam que há quase um milhão de crianças em condições de trabalho infantil.”

A erradicação do trabalho infantil é um compromisso assinado voluntariamente pelo governo brasileiro com as Nações Unidas e tem prazo para terminar: 2025. Esse também é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.

O Observatório é um órgão consultivo, que conta com lideranças da sociedade civil e magistrados, com experiência na área de combate às violações de direitos. Ele promove a articulação do Poder Judiciário com instituições nacionais e internacionais que atuem na defesa dos direitos humanos, estabelecendo parcerias para intercâmbio de informações, experiências e projetos. Essa cooperação busca gerar propostas de medidas concretas para o aprimoramento da ação do Poder Judiciário.

Eleições 2020: Cresce o número de candidatos analfabetos concorrendo a vereador

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) conclui a assinatura digital e lacração dos sistemas eleitorais que serão usados nas eleições de outubro (José Cruz/Agência Brasil)

As eleições deste ano registraram um número maior de candidatos que se declararam analfabetos se compararmos com a disputa eleitoral anterior. É isso o que revela um levantamento feito pelo portal Brasil61.com constando que, para estas eleições, foram registradas 20 candidaturas para o cargo de vereador com pessoas declaradas como analfabetas, enquanto em 2016 esse número foi de apenas seis candidatos.

Tanto agora em 2020 quanto na eleição anterior, não houve nenhum candidato registrado como analfabeto para concorrer ao cargo de prefeito. Todas as regiões do país apresentam candidatos nestas condições, mas duas regiões concentram o maior número, sendo o Norte e o Nordeste com sete pessoas que não sabem ler e nem escrever concorrendo à uma cadeira de vereador. O Sudeste vem logo depois com três candidatos, o Centro Oeste com dois e o Sul com apenas um candidato declarado analfabeto.

De acordo com o Artigo 14, referente aos Direitos Políticos, apresentado na Constituição Federal, esses aspirantes a um cargo público são inelegíveis. Como forma de agilizar o processo, os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) exigem comprovante de escolaridade, mas se o candidato não tiver como apresentar, ele pode provar que sabe ler e escrever. Desta forma, caso tenham “capacidade mínima de escrita e leitura”, ficam aptos a disputar a vaga.

Segundo a advogada eleitoral, Carla Rodrigues, existem algumas formas de o candidato comprovar sua habilidade na leitura e na escrita, por meio de documentos, para que possa ser apto à participar das eleições como candidato.

“Os documentos que são apresentados são certificados de conclusão de curso em algum nível de escolaridade, ou seja, ensino fundamental, médio ou superior. Mas existe a Súmula do TSE, de número 55, afirmando que a CNH gera presunção da escolaridade necessária. De toda forma, isso vai caber ao juiz eleitoral considerar o comprovante de escolaridade apresentado e decidir pela exigência ou não de eventual complementação ou comprovação alternativa, prevista na Legislação Eleitoral, caso ele tenha alguma dúvida”, explicou a advogada.

De acordo com a cientista política e Articuladora Política Voluntária da ONG Elas no Poder, Noemi Lopes, é importante ter representatividade de todas as classes da sociedade no âmbito político, mas qualquer cargo de gestão pública precisa de alguns conhecimentos mínimos para que as políticas sociais sejam realizadas de maneira efetiva e para trazer benefício à população.   

“Infelizmente percebemos que isso traz uma defasagem educacional que pode, inclusive, ser perpetuada por falta de conhecimento, de informação técnica. Um gestor público que não teve acesso à educação e vai estar na linha de frente promovendo legislação para a sua comunidade é até incoerente”, destacou a cientista política.

Para as eleições deste ano, 70.443 candidatos afirmaram à Justiça Eleitoral que não concluíram os estudos do Ensino Fundamental. Essa etapa é quando ocorre a alfabetização do aluno, que até os seis anos deve aprender a ler e escrever.   

Fonte: Brasil 61 – https://brasil61.com/noticias/eleicoes-2020-cresce-o-numero-de-candidatos-analfabetos-concorrendo-a-vereador-bras202178?email=pavcvieira@gmail.com&utm_source=newsletter&utm_medium=newsletter&utm_campaign=newsletter

UniFavip promove palestra com surfista Chloé Calmon para falar sobre superação de desafios

O Centro Universitário UniFavip realiza, no dia 14 de outubro, uma palestra motivacional com a surfista Chloé Calmon, com o tema “Superação de desafios”. O encontro da medalhista de ouro nos jogos Pan-Americanos de 2019 com estudantes, docentes e público em geral será promovido no canal da Instituição no Youtube, às 17h (horário de Brasília). Para acompanhar basta acessar https://www.youtube.com/user/favipedu.

“O esporte me trouxe muitas lições desde sempre, e valores imprescindíveis, como determinação, foco e disciplina, que são facilmente aplicados fora do esporte: no mercado de trabalho e na carreira acadêmica, por exemplo. Meus desafios são no mar e na competição, mas todos enfrentam desafios diariamente, e estamos em constante evolução sempre”, ressalta a atleta.

Chloé Calmon iniciou a carreira no surf aos 11 anos de idade, com o incentivo do pai, o também surfista Miguel Calmon. Em 2012 ela ganhou destaque por ser a primeira mulher brasileira a surfar a Pororoca Chinesa – esse considerado um dos maiores desafios da carreira da atleta.

Ainda muito jovem, aos 14 anos de idade, ela se consolidou como longboarder profissional, categoria dos famosos pranchões, na qual ela se consagrou medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2019. Antes disso, nas temporadas 2016 e 2017, ela foi vice-campeã do Circuito Mundial de Surf. Com muito talento, dedicação e profissionalismo, Chloé segue competindo em alto nível, ocupando as primeiras colocações nos campeonatos mundiais da ISA (International Surf Association) e da WSL (World Surf League). O intuito do evento é exatamente contar a história de sucesso, bem como de superação de Calmon, inspirando os espectadores.

O espaço das mulheres com deficiência dentro de movimentos feminista

Os estudos sobre perspectiva feminista e de gênero tem avançado enquanto fala de questões tais como: raça/etnia, orientação sexual, classe social, religião, entre outros. No entanto, as mulheres com deficiência ainda ficam á margem de discussões do movimento feminista. É notória a

falta de diálogo entre o movimento feminista e o movimento das pessoas com deficiência. Não importa o nome, pauta ou o que for abordado, nenhum movimento costuma inserir pessoas com deficiência em suas falas, como se a realidade dessa população fosse um caso a parte, fora de contexto.

Os movimentos feminista se tornaram um ato importante da redemocratização. A partir de meados dos anos 1970, os direitos das mulheres passaram a integrar a agenda da oposição ao regime autoritário. O feminismo é um conjunto de movimentos políticos, sociais, ideológicos e filosofias que tem como objetivo comum direitos iguais e uma vivência humana por meio do empoderamento feminino e da libertação de padrões patriarcas, baseados em normas de gênero.

No Brasil, as mulheres com deficiência somam mais de 26 milhões de pessoas,e em sua expressiva maioria, elas encontram a invisibilidade e o silenciamento de suas vozes como barreira inicial, inviabilizando o exercício de seus direitos humanos e de cidadania. São alvos de desigualdade de gênero e de discriminação no acesso á saúde, á educação e aos direitos econômicos, políticos e culturais. Nas empresas elas representam 0,8% dos 2% de trabalhadores e trabalhadoras com deficiência nas 500 maiores empresas no país.

Mulheres com deficiência sofrem para conseguir espaço seja ele no mercado de trabalho, na política, no cotidiano e nos meios de comunicação em massa para falar sobre assunto que são comuns para todas as mulheres. Esse mecanismo de não dar voz a essa parcela da população deixa evidente a desigualdade igualitária a todos presente na sociedade, essas barreiras impostas, seja elas físicas ou reflexos estereotipado, condicionam a entrada de um dos grupo mais vulnerável no movimento feminista que tem como ideologia ser um espaço seguro e acolhedor para todas as mulheres, independente de suas especificidades não se faz presente nas questões de dar voz a população.

Apesar do gênero ter sido incorporado pelos estudos sobre a deficiência como categoria de análise, a deficiência ainda não foi incorporada como categoria nos estudos feministas, temas que são intrínsecos á deficiência, como tecnologia reprodutiva, o lugar das diferenças corporais, as particularidades da opressão, a ética, o cuidado, e a construção de sujeito, são estudados no feminismo isoladamente, sem que se estabeleçam relações com a experiência da deficiência. Isso se dá ao fato de que ainda há uma noção reducionista de identidade em alguns estudos feministas.

O distanciamento das causas sociais, especialmente da deficiência, é fruto da indiferença da mídia e da sociedade. Por muito tempo essa parcela da sociedade foi marginalizada, tinha que esperar que as outras pessoas fizessem tudo por elas, inclusive ser a voz de suas lutas por direitos. Foram convencidas que não podiam participar ativamente do convívio social, muito menos levantar a voz em movimentos de luta por direitos, como é o caso do movimento feminista. É exatamente por essa postura passiva, cheia de preconceito histórico da sociedade que temas que vão além da acessibilidade, como a luta das mulheres com algum tipo de deficiência por direitos igualitários, infelizmente segue não sendo posto em discussão pela grande maioria dos grupos.

Mas vale resaltar que o mercado empresarial segue tentando se adaptar as duas causas citadas, podendo ser um caminho para maior integração entre as mesmas. Dr.Caitano Neto, CEO da Saphir Educ, e colaborador da OSEAD Brasil (ONG) é um exemplo, ele busca dar oportunidade no mercado de trabalho PCD, e apoiar causas feministas dentro da instituição educacional, dando voz as causas “É importante dar a palavra,apoiar e impulsionar diretrizes de liberdade, quero usar meus meios de comunicação para ceder espaço a todos que lutam por uma causa igualitaria” afirma o CEO.

A presença feminina no pensamento científico no Brasil

Apesar de ao longo do século XIX já existirem faculdades de Medicina e de Direito no Brasil, pode-se afirmar que o desenvolvimento do pensamento científico no país ocorre efetivamente durante o século XX. Nessa trajetória, alguns aspectos presentes, desde o seu início, podem ser compreendidos como características estruturais, sendo, um deles, os diferentes espaços alcançados por homens e mulheres, brancos (as) e negros (as) nas instituições de ensino superior e no reconhecimento de suas respectivas produções científicas pela comunidade acadêmica.

Pesquisas quantitativas a partir de informações oficiais oriundas do Ministério da Educação (MEC) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) demonstram que, ainda que se verifique a ampliação da presença feminina no ensino superior no Brasil, o tocante ao desenvolvimento das carreiras acadêmicas há a concentração de mulheres em determinadas áreas do conhecimento bem como uma diminuição de sua participação na pesquisa científica à medida que avança em sua carreira.

Segundo o relatório Education at Glance 2019, no Brasil entre os jovens de 25 a 34 anos, 18% dos homens têm nível superior sendo que entre as mulheres esse índice é de 25%. No entanto, apesar do mesmo relatório apontar uma maior probabilidade de conclusão do ensino superior entre as mulheres, verifica-se que ela possui menos chances de conseguir um emprego, evidenciando um processo contraditório e de desigualdade de gênero presentes na estrutura social do país.

O projeto desenvolvido na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) denominado “Meninas na Ciência” também é revelador: há uma baixa representatividade feminina em áreas como ciências exatas, engenharias e computação. No caso da física, em média, apenas 30% das alunas são mulheres, sendo 20% no mestrado e doutorado e apenas 15% das docentes no país. Ou seja, apesar de globalmente existir uma presença maior feminina no ensino superior, há que se considerar a existência de uma profunda desigualdade em áreas específicas do conhecimento.

Carolina Brito, Daniela Pavani e Paulo Lima Junior, pesquisadores ligados ao mencionado projeto, reforçam que os dados estatísticos demonstram que as mulheres estão concentradas na área de humanas enquanto os homens estão nas exatas e por isso afirmam que a transformação foi no sentido de exclusão predominante para “inclusão progressiva caracterizada pela segregação, com interdição ou desestímulo ao acesso feminino a certas áreas do conhecimento e profissões que se mantiveram como redutos masculinos”.

Informações que ressaltam a desigualdade de gênero também podem ser apreendidas em pesquisa publicada em 2019, “As desigualdades de gênero na produção científica ibero-americana”, do Observatório Ibero-americano de Ciência, Tecnologia e Sociedade (OCTS), instituição da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), no qual se constata que apesar de 72% dos artigos acadêmicos serem assinados por mulheres, elas representam 49% dos autores líderes das pesquisas. Ou seja, apesar de se verificar maior presença feminina na base da gama de pesquisadores, conforme a pirâmide se afunila, os homens predominam. O mesmo relatório confirma a pesquisa “Meninas na Ciência”, lembrado acima, no sentido de que as mulheres são minoria na área das engenharias.

Os dados apontados por estes diferentes estudos demonstram uma forte estrutura de desigualdade de gênero no que diz respeito à produção do conhecimento científico e, por isso, propiciam a problematização acerca de afirmações aligeiradas que, ao identificar uma presença maior da mulher no espaço público, como por exemplo, no mercado de trabalho e na universidade, sentenciam que há igualdade de gênero em nossa sociedade.

É claro que, se se comparar com o início do século XX, os atuais dados revelam uma robusta participação feminina no ensino e na pesquisa. Mas, no entanto, fica demonstrada a necessidade de aprofundamento na leitura de relatórios de pesquisas bem como o cruzamento dos resultados para que se alcance a realidade efetivamente. A ampliação feminina no ambiente acadêmico é real, mas, definitivamente, ainda não demonstra a democratização concreta dos espaços nem a redução da desigualdade de gênero no Brasil contemporâneo. Pode-se dizer que há, de fato, um redesenho de espaços e papéis de gênero sem que as estruturas tenham sido alcançadas.

Autora: Valéria Pilão é doutora em Ciências Sociais, professora da área de Humanidades do curso de Sociologia do Centro Universitário Internacional Uninter.

Senac oferece curso de Gerenciamento e Organização de Condomínios

Após sucesso da primeira turma, o Senac Pernambuco oferece a segunda turma do curso de Gerenciamento e Organização de Condomínios. A formação é direcionada a síndicos em busca de atualização e profissionais que desejem empreender ou entrar no segmento de administração condominial. A carga-horária é de 36h, e os encontros serão oferecidos de na modalidade remota, em função da pandemia de covid-19. A turma terá início no dia 13 de outubro e seguirá até o dia 5 de novembro, com aulas às terças, quartas e quintas, das 18h30 às 21h30.

O curso abordará tópicos como cuidados ambientais, relacionamento com construtoras e condôminos, prestações de contas, orçamento, gestão de recursos humanos, estruturas administrativas e noções de legislação aplicadas aos ambientes de moradia. A formação foi pensada levando em consideração a estrutura cada vez mais completa e complexa dos novos condomínios, sejam eles residenciais ou comerciais. “É uma área ávida por profissionais comprometidos, que oferece bons salários e tem baixa vulnerabilidade a crises. A profissionalização é necessária, porque os novos empreendimentos exigem profissionais com conhecimento amplo, ágeis e que se atualizem constantemente”, explica João Andrade, instrutor do curso.

As inscrições para o curso de Gerenciamento e Organização de Condomínios podem ser realizadas pelo site do Senac Pernambuco (www.pe.senac.br). Nesta segunda turma, apenas alunos do estado de Pernambuco poderão realizar inscrição. Mais informações sobre a formação podem ser obtidas pelos telefones 0800.081.1688 ou (81) 3413.6728/6729/6730.

Serviço:

Curso de Gerenciamento e Organização de Condomínios – Senac Pernambuco
Período: de 13 de outubro a 5 de novembro;
Datas e horários: terças, quartas e quintas, das 18h30 às 21h30;
Investimento: R$ 320;
Inscrições: on-line, pelo site do Senac Pernambuco (www.pe.senac.br);
Mais informações: 0800.081.1688 ou (81) 3413.6728/6729/6730.