ARTIGO — Como a pandemia redefiniu o atendimento ao cliente

Vanessa Tiba

A imagem que melhor representava uma empresa de call center, até meados de março, é a de centenas de atendentes que ocupam um mesmo ambiente para realizar o contato com os clientes. Com o início da pandemia de covid-19, tal configuração passou a ser imprópria por causa do risco de contaminação entre os colaboradores, e um novo modelo de trabalho teve de ser rapidamente posto em prática. Ao mesmo tempo, os hábitos de consumo se transformaram completamente durante o isolamento social, e a jornada do cliente teve de ser reconstruída.

Em meio a um cenário totalmente desconhecido, todas as empresas precisaram fazer alguma adaptação, e ninguém estava de fato preparado. Empresas de varejo, por exemplo, que tiveram 100% das lojas fechadas, passaram a se relacionar com os clientes apenas por email, telefone, whatsapp e chatbots. Estabelecer o home office não foi a parte mais complicada para as empresas do setor, pois a tecnologia que temos disponível permite isso. Questões mais complexas em termos de gestão tiveram de ser repensadas e rapidamente estruturadas, como o alinhamento das equipes e a entrega dos resultados.

Além disso, o desafio de garantir a satisfação do cliente final a distância e em grande escala se tornou diário. Depois de cinco meses do início da pandemia, sabemos que não é apenas sobre ter os melhores recursos tecnológicos. As empresas precisaram mudar completamente suas crenças e estratégias e entender as novas necessidades dos clientes, assim como seus problemas e dores.

A companhia que represento no Brasil fornece soluções de gerenciamento para melhorar a experiência omnicanal de relacionamento com o cliente. Hoje temos robôs que fazem parte do atendimento e suprem a necessidade de respostas rápidas diante de altas demandas. No entanto, a tecnologia sozinha não vai fazer diferença. O sucesso virá de entender como, quando e onde o cliente quer ser atendido, e alinhar esse conhecimento à criação de personas e aos dados coletados para – aí sim – aplicar a tecnologia.

A inteligência artificial, por exemplo, é uma ferramenta poderosa, que nos permite criar robôs com capacidade de resolver problemas e tomar decisões por conta própria. A união desse artifício com o conhecimento sobre o comportamento do consumidor final pode resultar no sucesso de qualquer entrega.

É importante que as empresas estejam preparadas para atender o cliente da maneira que for mais confortável para ele no momento. Mais do que isso: o cliente deve poder transitar com tranquilidade entre as plataformas – iniciar o contato no e-mail e terminar no sms, por exemplo, sempre mantendo o contexto da conversa. O que importa é garantir que a experiência esteja adequada para cada perfil. A chave do sucesso é: conhecer o comportamento e necessidades do seu consumidor, não importa em que plataforma.

Evandro Carvalho descarta Brasil x Argentina na Arena de Pernambuco

O presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho, tratou de esfriar os rumores de um possível jogo entre Brasil e Argentina na Arena de Pernambuco, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, em março de 2021.

“É uma mentira deslavada. Ficam inventando isso só para criar mal-estar. A seleção argentina só joga no Rio de Janeiro e em São Paulo, não tem como fugir disso. A CBF veio à Arena de Pernambuco para fazer a vistoria não por conta de nenhum jogo com a Argentina e sim porque estaremos nos reunindo amanhã para discutir uma possível volta dos torcedores aos estádios para as Série A, B e C”. A assessoria de comunicação da Arena de Pernambuco também foi procurada pela reportagem e afirmou que os rumores não passavam de especulação.

A Seleção Brasileira iria estrear nas Eliminatórias, em 27 de março, contra a Bolívia, na Arena de Pernambuco. No entanto, devido à pandemia da Covid-19, a partida foi adiada e disputada no Maracanã, na última sexta-feira (9). Na ocasião do adiamento, Evandro afirmou que um novo jogo do Brasil viria para Pernambuco, mas que ainda não havia data confirmada e seria necessário uma negociação com a CBF.

O último jogo da Seleção Brasileira principal nas terras pernambucanas foi o empate em 2×2, em março 2016, contra o Uruguai. Os gols da partida foram marcados Douglas Costas e Renato Augusto, pela seleção dirigida por Dunga, já pelo lado Celeste: Cavani e Suarez foram às redes.

Folhape

Caixa abre 49 agências em Pernambuco neste sábado (17)

A Caixa Econômica Federal vai abrir cerca de 49 agências bancárias em Pernambuco neste sábado. Os estabelecimentos vão funcionar das 8h às 12h, com serviços de autoatendimento para pagamento do Saque Emergencial do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para os trabalhadores nascidos em julho e agosto, onde será possível retirar os valores em espécie.

Entre as cidades que terão mais de uma agência aberta em Pernambuco, estão os municípios de Recife, com nove agências; Jaboatão dos Guararapes, Petrolina e Caruaru, com três agências; e Paulista, Olinda e Garanhuns, com duas agências. Nas demais cidades, apenas uma agência irá funcionar.

Ao todo, estarão com agência da Caixa aberta neste sábado em Penrambuco as cidades de Abreu e Lima, Afogados da Ingazeira, Araripina, Arcoverde, Barreiros, Belo Jardim, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Carpina, Caruaru, Garanhuns, Goiana, Gravatá, Igarassu, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes, Limoeiro, Nazaré da Mata, Olinda, Palmares, Paulista, Pesqueira, Petrolina, Recife, Salgueiro, Santa Cruz do Capibaribe, São Lourenço da Mata, Serra Talhada, Surubim, Timbaúba, Toritama e Vitória de Santo Antão.

Para o atendimento, a Caixa informa que não é preciso que os clientes cheguem de madrugada para formar filas nas agências. Segundo o banco, todas as pessoas que chegarem nas agências durante o horário de funcionamento, das 8h às 12h, serão atendidas.

Folhape

Em queda há 5 anos, coberturas vacinais preocupam Ministério da Saúde

Em queda há cinco anos, as coberturas vacinais não atingem nenhuma meta no calendário infantil desde 2018, apresentou hoje (16) a coordenadora-geral do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Francieli Fontana, que informou dados do início de outubro na Jornada Nacional de Imunizações.

As últimas metas de imunização para o público infantil atingidas no país, em 2018, foram de 99,72% do público-alvo para a BCG, e de 91,33% para o da vacina contra o rotavírus humano. Para ambas, a meta é superar os 90%, patamar que não foi atingido em 2019, apesar de terem continuado acima dos 80%. Já até 2 de outubro de 2020, a taxa de imunização do público-alvo da BCG chegou a 63,88%, e a vacina contra o rotavírus, a 68,46%.

A maior cobertura atingida no calendário infantil até outubro de 2020 foi na vacina Pneumocócica, com 71,98%. No ano passado, essa mesma vacina chegou a 88,59% do público-alvo. Entre as 15 vacinas do calendário infantil, o que inclui a segunda dose da Tríplice Viral, metade não bate as metas desde 2015, o que inclui a vacina contra poliomielite.

“Esse é um dado bastante importante, que preocupa muito o Ministério da Saúde e deve preocupar todos os profissionais de saúde para que a gente una esforços e trabalhe para ampliar essas coberturas vacinais”, disse Francieli Fontana, que avalia que a pandemia da covid-19 deve ter influenciado as coberturas vacinais. “A gente ainda não tem uma avaliação real do impacto da pandemia nas coberturas vacinais, mas acredita-se que, sim, vamos ter prejuízos em relação à cobertura vacinal devido a esse momento”.

Francieli Fontana explicou que a queda nas coberturas vacinais durante a pandemia foi um fenômeno sentido globalmente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 125 campanhas de vacinação que estavam marcadas para o primeiro semestre de 2020 foram adiadas. O problema da interrupção dos serviços de vacinação levou a OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) a alertarem que 117 milhões de crianças em 37 países poderiam deixar de receber a vacina contra o sarampo, que também provocou surtos em diversas partes do mundo nos últimos anos, incluindo o Brasil.

A queda nas coberturas desafia o Programa Nacional de Imunizações do Sistema Único de Saúde, considerado um dos mais amplos e bem sucedidos do mundo. O programa teve um aumento expressivo nas taxas de vacinação entre 1980 e 1995, ano a partir do qual as taxas ficaram estáveis em patamares elevados, e, em alguns casos, superiores a 100%. O recuo teve início em 2015, e, antes da pandemia, já pesavam fatores como horários de funcionamento das unidades de saúde, a circulação de informações falsas sobre a segurança das vacinas e até mesmo a impressão de que as doenças imunopreveníveis já deixaram de existir.

“Se tivemos sucesso, é porque tínhamos coberturas vacinais altas. A partir do momento que passamos a ter uma cobertura vacinal baixa, pode haver uma reintrodução de doenças que já foram eliminadas”, alerta Francieli Fontana, que cita o exemplo do sarampo, que chegou a ser considerado erradicado do Brasil e hoje apresenta transmissão ativa em quatro estados e casos em 21.

A coordenadora do PNI também destaca a necessidade de engajamento e capacitação do profissionais de saúde, para transmitirem informações corretas à população. “A gente verifica muitas fake news, muitas notícias falsas, e, muitas vezes, o profissional de saúde, em vez de buscar uma fonte segura e se empoderar em relação ao conhecimento, ele multiplica essa notícia. É importante que a gente busque informação fidedigna, para que a gente possa ter segurança em orientar a população”.

Entre as ações do Ministério da Saúde para combater a queda das coberturas vacinais está o Movimento Vacina Brasil, que inclui iniciativas como a ampliação do horário de funcionamento dos postos de vacinação e um canal de telefone e Whatsapp para desmentir notícias falsas, no número 61 99289-4640. Também estão em andamento três campanhas de vacinação: uma contra o sarampo, desde março, e as campanhas contra a poliomielite e de multivacinação, desde 5 de outubro. Amanhã (17), para o Dia D, postos de vacinação em todo o Brasil estarão abertos para aplicar as doses, tirar dúvidas e atualizar as carteirinhas.

Obrigação

Diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, o infectologista Guido Levi lembra que cumprir o calendário de vacinação é uma obrigação dos cidadãos prevista em lei desde a criação do Programa Nacional de Imunizações, na década de 70. “Estamos vendo a responsabilidade social, não mais a responsabilidade individual. É o indivíduo como membro da sociedade. É uma situação diferente da sua autonomia para tratar um glaucoma ou uma doença não contagiosa”, afirma ele, que cita estudos que atribuem às vacinas um aumento de cerca de 30 anos na expectativa de vida global ao longo do Século 20.

Apesar de instrumentos legais como o Estatuto de Criança e do Adolescente preverem a possibilidade de acionar o Conselho Tutelar em caso de recusa à vacinação por parte dos responsáveis por uma criança, Levi afirma que o diálogo com informações claras deve ser o principal instrumento de profissionais da saúde e da educação que se depararem com cadernetas de vacinação incompletas.

“O conselho tutelar é uma última instância. A primeira instância é informação, informação e informação. Quando uma criança vem à escola com a carteirinha incompleta, deve-se chamar os pais e responsáveis, conversar com eles. É muito importante a conversa olho no olho, porque sabemos que os profissionais de saúde tem um alto nível de confiabilidade no nosso país”, afirmou. “Se fizermos tudo isso, tenho certeza que a maioria dos pais e responsáveis vai pôr em dia a vacinação das crianças”.

Agência Brasil

Covid-19: prioridade será de vacina em fase mais avançada, diz governo

O secretário executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, afirmou nesta quinta-feira (15) que a pasta acompanha o desenvolvimento de mais de 200 vacinas em fase de produção em todo o mundo para o combate à covid-19.

“Estamos aderindo a qualquer iniciativa de desenvolvimento de vacinas que nos ofereça segurança, eficácia e que fique pronta antes, ou seja, em um prazo mais curto, que tenha produção em escala em quantidade para imunizar a população brasileira, a ser inserida no Programa Nacional de Imunizações”, disse.

Segundo Franco, nenhuma vacina em estudo está descartada e a prioridade está naquelas em fase mais adiantada de testes. Entre os critérios da pasta para a aquisição está a segurança da vacina, “eficácia, produção no mais curto prazo, produção em escala que atenda as nossas necessidades e preço acessível que esteja sendo praticado em mercado”, afirmou.

Em setembro, o governo também anunciou o investimento de R$ 2,5 bilhões para a entrada do país na Covax Facility. Dessa forma, espera-se que o país possa comprar imunizantes para garantir a proteção de 10% da população até o final de 2021, o que permite atender populações consideradas prioritárias.

“Com relação à iniciativa Covax-Facility, nós ainda não temos um cronograma. Estamos acompanhando a todos os laboratórios. Mas existe uma previsão, um prognóstico de que teremos o acesso a 40 milhões de doses de vacina durante o primeiro semestre de 2021”, explicou Franco.

Pelo cronograma da pasta, a perspectiva é de 100 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca-Fiocruz no primeiro semestre de 2021 e outras 110 milhões de doses adicionais no segundo semestre de 2012.

“Uma encomenda tecnológica foi feita, não é uma aquisição. Essa encomenda tecnológica vai proporcionar um escalonamento de cerca de 100 milhões de doses de vacina e de uma transferência de tecnologia a ser absorvida pela Fiocruz. Essa transferência de tecnologia possibilitará a produção do insumo ou do ingrediente farmacêutico para a produção de vacinas. Isso vai ocorrer no mês de abril”, detalhou o secretário.

Balanço
De acordo com balanço apresentado hoje, o governo repassou a estados e municípios R$ 29,7 bilhões por meio de crédito extraordinário para ações de enfrentamento à covid-19. Deste valor, R$ 9,8 bilhões foram destinados para estados e R$ 19,9 para municípios.

Os gestores do órgão presentes na entrevista informaram que foram entregues até o momento 11.218 ventiladores pulmonares.

A pasta já habilitou 15.144 leitos de UTI em estados e municípios, dos quais prorrogou 8.827 exclusivamente para covid-19. Para isso, foram repassados R$ 2,6 bilhões. A habilitação é um custeio de parte das despesas de manutenção dessa estrutura, enquanto as secretarias locais devem arcar com os profissionais e com outros tipos de gastos.

Foram habilitados também 1.371 leitos de suporte ventilatório para covid-19, consideradas estruturas intermediárias de atendimento dos pacientes, com menos recursos do que os leitos de UTI.

Ao todo, foram entregues 281,2 milhões de unidades de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Além disso, foram distribuídas 24 milhões de unidades de medicamentos.

O balanço dos testes teve até o momento 6,5 milhões de kits RT-PCR (laboratoriais) distribuídos a estados e municípios e 3,3 milhões analisados. Já se considerados os testes rápidos (sorológicos), foram repassados 8 milhões e realizados 7,5 milhões.

O balanço dos testes teve até o momento 7,6 milhões de kits RT-PCR (laboratoriais) distribuídos a estados e municípios e 4,4 milhões analisados. Segundo a pasta, incluindo testes sorológicos e os de tipo rápido (anticorpo e antígeno), foram realizados mais de 17 milhões de testes.

Contudo, vale lembrar que apenas os testes laboratoriais servem para diagnóstico fiel da infecção, enquanto os testes rápidos contribuem para avaliar a evolução da pandemia nos locais e se o indivíduo já pegou a doença.

Prova de vida do INSS está suspensa até final de novembro

Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)

Aposentados e pensionistas do INSS que não fizeram prova de vida entre março e outubro deste ano não terão seus benefícios bloqueados. É o que garante a portaria 1.053, publicada nessa quarta (15) no “Diário Oficial da União”.

De acordo com o texto, a prova de vida deixa de ser obrigatória até o fim de novembro. Esta é a quarta vez que o procedimento é adiado, por causa da pandemia da Covid-19. O primeiro adiamento ocorreu em março. O prazo não vale para quem estava com o benefício suspenso em março deste ano. Neste caso, o aposentado ou pensionista tem que ir ao banco regularizar o benefício antes que ele seja cancelado.

A prova de vida do INSS deve ser feita anualmente, na rede bancária, na data de “aniversário” do benefício pago por meio de conta-corrente, conta-poupança ou cartão magnético. Quem não comprova que está vivo tem a renda bloqueada. Veja aqui as regras para a comprovação de vida neste ano.

É preciso comparecer à agência onde recebe o benefício e apresentar um documento de identificação (carteira de identidade, carteira de trabalho, carteira nacional de habilitação e outros), com foto, para provar que está vivo e ter o pagamento restabelecido. Algumas instituições financeiras já utilizam a tecnologia de biometria nos terminais de autoatendimento.

Quem tem mais de 60 anos e não pode ir ao banco porque está doente ou com dificuldade de locomoção pode fazer o recadastramento por meio de um representante legal. Os segurados que residem no exterior também podem realizar a comprovação de vida por meio de um procurador cadastrado no INSS ou por meio de documento de prova de vida emitido por consulado ou ainda pelo Formulário Específico de Atestado de Vida para o INSS, que está disponível no site da Repartição Consular Brasileira ou no site do INSS.

Projeto Piloto
Em agosto, o INSS começou a implantar a prova de vida digital, por meio de reconhecimento facial, que possibilitará realizar o procedimento sem a necessidade de ir a uma agência bancária.
A medida, no entanto, está disponível apenas para 500 mil segurados, que são avisados sobre a possibilidade de fazer a comprovação de que está vivo por meio do celular. O INSS entra em contato por telefone, SMS e email, convidando o beneficiário a participar do projeto.
O segurado precisará usar a câmera do celular e realizar movimentos, seguindo os comandos pedidos pelo sistema, para que seja feito o reconhecimento facial. Será necessário centralizar o rosto, virá-lo para a direita, fechar os olhos, sorrir, virar novamente o rosto e fazer a captura da biometria por meio de foto.

Folhapress

Comércio entre Brasil e Estados Unidos atinge a pior marca em 11 anos

O comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos, até o mês de setembro, registrou, em 2020, o pior resultado dos últimos 11 anos. Segundo estudo da Amcham Brasil, o valor das trocas comerciais entre janeiro e setembro de 2020 foi de US 33,4 bilhões, uma redução de 25,1% em relação ao mesmo período de 2019. O Monitor de Comércio Brasil-Estados Unidos, da Câmara Americana de Comércio, foi divulgado nesta quarta-feira (14/10).

“A contração de um quarto da corrente de comércio entre Brasil e Estados Unidos é um golpe duro no comércio bilateral, sendo o pior resultado para o período desde a crise econômica de 2009”, afirmou Abrão Neto, vice-presidente executivo da Amcham Brasil, entidade que representa cerca de 5 mil multinacionais brasileiras e americanas.

O relatório aponta três fatores principais para explicar a forte redução das trocas bilaterais. “A combinação dos graves efeitos da crise econômica causada pela pandemia, da queda do preço internacional do petróleo e de restrições comerciais em setores específicos, como o siderúrgico, respondem por grande parte da contração do comércio bilateral”, contextualizou Abrão Neto.

Exportações e Importações em baixa

Segundo análise da Amcham Brasil, no acumulado do ano, as exportações brasileiras para os EUA caíram 31,5% em comparação com igual intervalo de 2019, alcançando o total de US 15,2 bilhões. É o menor valor para o período desde 2010. Em termos relativos, os EUA foram o mais afetado entre os 10 principais destinos de exportação do Brasil em 2020.

“Foram US$ 7 bilhões a menos em exportações. Como o perfil do comércio bilateral é composto principalmente por produtos de maior valor agregado, a atual crise econômica atingiu em cheio nossas exportações para os Estados Unidos. A taxa de queda foi quatro vezes maior do que a redução das exportações totais do Brasil para o mundo”, explicou Abrão Neto.

Por outro lado, as importações brasileiras vindas dos Estados Unidos despencaram neste terceiro trimestre, com redução de 41,6% em relação a 2019. Entre janeiro e setembro de 2020, as importações totalizaram US$ 18,3 bilhões, uma queda de 18,8%.

Cenário de deficit Como resultado do encolhimento das exportações e importações, a tendência é que o Brasil registre o maior deficit comercial com os Estados Unidos dos últimos cinco ou seis anos, aponta a projeção feita pela Amcham Brasil. Até o momento, o saldo negativo foi de US$ 3,1 bilhões em desfavor do Brasil.

Apesar da forte redução do comércio bilateral, os EUA seguem como o segundo principal parceiro comercial do Brasil (12,3% do total de suas trocas com o mundo). A China se mantém em primeiro lugar, tendo aumentado sua fatia para 28,8%, segundo dados do estudo publicado na íntegra no portal da Amcham.

Correio Braziliense

Dia D da Campanha de Multivacinação acontece neste sábado

Governo de São Paulo inicia testes com vacina contra o novo coronavírus.

Pais e responsáveis por crianças e adolescentes menores de 15 anos devem ficar atentos para participar, neste sábado (17), do Dia D da Campanha de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Vacinação. Na data, serão ofertados todos os imunobiológicos indicados para essa faixa etária, que deve ser imunizada caso haja alguma dose em atraso. Além disso, meninos e meninas entre 1 e menores de 5 anos devem fazer uma dose contra a poliomielite.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) também recomendou que os responsáveis pelos jovens e crianças procurem, previamente, se informar sobre os locais que estarão realizando o serviço.

“Esta campanha de vacinação é essencial para elevarmos as coberturas vacinais contra diversas doenças. Tivemos uma queda na adesão às vacinas em 2019 e neste ano, com a pandemia da Covid-19, já notamos uma diminuição na procura pelos imunobiológicos. Por isso, este momento é necessário para atualizar as cadernetas de vacinação, proteger as crianças e adolescentes e prevenir contra diversas doenças”, reforçou o secretário estadual de saúde, André Longo.

Para as crianças abaixo de 7 anos, as unidades disponibilizam os seguintes imunizantes: BCG, hepatite B, pentavalente, poliomielite, rotavírus, pneumocócica 10, meningocócica C, febre amarela, tríplice viral, varicela, hepatite A e DTP. A partir dos 7 anos, até os menores de 15, podem ser feitas as doses da hepatite B, febre amarela, meningocócica ACWY, HPV e varicela.

A recomendação para as pessoas que apresentam um quadro febril é de aguardar o reestabelecimento do quadro clínico, para que não se atribua à vacina manifestações da doença.

Em casos sugestivos ou confirmados da Covid-19, a SES recomenda manter o isolamento por pelo menos até 3 dias depois do desaparecimento dos sintomas, com tempo mínimo de isolamento de 14 dias do início da sintomatologia. Só após esse período é indicado procurar o posto de saúde para a imunização. Para os contatos, mesmo assintomáticos, também orienta-se aguardar os 14 dias.

Diario de Pernambuco

Seca no Pantanal tende a se agravar, apontam especialistas

Operação Pantanal 2, combate ao incêndio na região

Autoridades públicas e especialistas convidados pela comissão parlamentar que a Câmara dos Deputados criou para acompanhar a situação dos incêndios florestais no Pantanal sustentam que a seca que contribuiu para a propagação do fogo que, este ano, já destruiu quase 4 milhões de hectares do bioma, tende a se agravar nas próximas temporadas de estiagem.

“Vivemos em um mundo em transformação”, declarou o superintendente de Operações e Eventos Críticos da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Joaquim Guedes Corrêa Gondim Filho, durante audiência pública remota que a comissão realizou hoje (15). “Nós todos estamos concordando que os eventos extremos vão se acentuar. As secas e as inundações vão ficar cada vez mais intensas”, acrescentou o superintendente da agência reguladora vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional.

Segundo Gondim, parte do Pantanal já havia entrado em um “situação de atenção” no ano passado, devido ao baixo volume de chuvas que, segundo vários especialistas, indicam o início do que pode vir a ser um longo ciclo de seca na região – e que, de acordo com o superintendente, pode afetar outras regiões do país, já às voltas com os impactos da crise hídrica.

“Identificamos que na região do alto Paraguai, no Pantanal, estava acontecendo um evento raro que não se repetia há cerca de 50 anos. Na década de 60, aconteceu um evento [estiagem] muito longo, que durou mais de dez anos, mas ao qual, depois, se seguiu um período de aparente normalidade”, disse Gondim, apontando que a situação pode agravar problemas e conflitos já existentes na região Centro-Oeste, como as disputas em torno do uso múltiplo d´água.

Transporte de cargas
Para o superintendente de Desempenho, Desenvolvimento e Sustentabilidade da Agência Nacional de Transporte Aquaviários (Antaq), José Renato Fialho, um dos potenciais problemas é o desestímulo a investimentos privados para aprimorar o transporte de cargas pelo Rio Paraguai.

“Claro que uma condição extrema destas, de falta de chuva, acaba trazendo um pouco de insegurança para o empreendedor que pretende transportar [cargas] por hidrovias. Dificilmente ele vai mudar toda sua logística de transporte e optar por um modal que, eventualmente, pode sofrer uma interrupção”, declarou Fialho, lamentando que, apesar do trecho que vai de Corumbá até a foz do Rio Apa, próximo à cidade de San Lazaro, no Paraguai, já ser uma importante opção de transporte de cargas, nem todo o potencial da hidrovia Paraguai é explorado.

“A hidrovia tem um potencial de extensão navegável de 1.260 quilômetros, mas apenas 590 quilômetros são utilizados, no tramo sul. Em todo o tramo Norte não há movimentação de carga, o que é um grande desperdício. Com intervenções muito pontuais para garantir a profundidade necessária para o comboio de carga, poderíamos ter uma movimentação bastante importante e atrair carga que, hoje, é escoada pelas rodovias”, defendeu o superintendente da Antaq.

Conflitos
Para o estatístico Vicente Andreu Guillo, ex-diretor-presidente da ANA, os conflitos decorrentes do uso múltiplo da água vão muito além de inviabilizar a exploração do potencial do Rio Paraguai receber grandes barcaças.

“Se há algo que a crise expõe são os conflitos. Quando há água, parece que não precisamos de absolutamente nada, que as coisas funcionam como sempre. Já em uma crise, os conflitos, os interesses legítimos de cada usuário, são expostos”, disse Guillo, apresentando uma série de sugestões aos parlamentares membros da comissão da Câmara dos Deputados, encarregados de propor novas leis ou medidas que aperfeiçoem as normas legais já existentes para preservar o Pantanal e promover um desenvolvimento sustentável da região. Para o estatístico, é importante abandonar a tese de que as poucas chuvas registradas durante as últimas temporadas são reflexos de ciclos históricos já registrados na região, e dos quais o bioma, no passado, foi capaz de se recuperar.

“É muito difícil transpor [os efeitos de] uma seca de 50, 60 anos atrás, [e prever] suas consequências. Hoje, estes eventos acontecem em uma situação de muita alteração do uso do solo; um período em que os rios estão profundamente alterados – principalmente pela operação das hidrelétricas brasileiras”, comentou Guillo. “Se não reconhecermos que as alterações [climáticas] estão ocorrendo com uma frequência e um ritmo muito grande, vamos nos comportar como aqueles que, no passado, vivenciaram secas e concluíram que elas não passavam de eventos estatísticos, cíclicos.”

Impacto
Pesquisadora ligada à Embrapa Pantanal e membro do Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês das Bacias Hidrográficas (Fonasc), a bióloga Débora Calheiros destacou a importância de todos, em particular do poder público, estarem atentos às questões climáticas.

“Temos que estar preparados. O Pantanal é resiliente, tem a característica de se adaptar a grandes secas, mas com o nível de impacto em toda a bacia, é difícil saber se o bioma vai resistir em toda sua integridade, pois o nível de impacto é crescente”, comentou Débora, acrescentando que a preservação da área alagadiça do Pantanal, depende também da conservação das áreas altas, de planalto, onde estão as nascentes de cursos d´água importantes para o equilíbrio do bioma.

“O Pantanal é a junção das áreas de planície que são inundadas por vários rios. Rios cujas nascentes ficam em áreas de planalto, onde os aquíferos subterrâneos que abastecem os rios, principalmente durante a seca, afloram. O que está acontecendo é que, nestas partes altas, a agropecuária é intensa. E isto está afetando a planície pantaneira”, afirmou a pesquisadora, criticando propostas de leis e projetos que tratam as áreas elevadas como não pertencentes ao sistema pantaneiro. “Para conservar a planície pantaneira é preciso preservar o planalto.”

A bióloga também refutou o argumento de que a proibição à criação de gado em áreas do Pantanal destinadas à conservação ambiental favoreça o acúmulo de material orgânico que, durante a seca, serviria como combustível, favorecendo a propagação de qualquer incêndio.

“Esta questão do boi bombeiro é bem polêmica. O fogo que, este ano, segundo a UFRJ [Universidade Federal do Rio de Janeiro], já consumiu cerca de 27% do bioma, começou fora das unidades de conservação. Além disso, há relatos da Polícia Federal apontando [a existência de] incêndios criminosos”, acrescentou Débora.

Na audiência, que durou pouco mais de três horas de audiência e contou com a participação de outros convidados e com a fala de alguns deputados, o representante do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o meteorologista Maicon Eirolico Veber, trouxe uma boa notícia.

“Nas próximas duas ou três semanas, deveremos ter um aumento gradativo da precipitação de chuvas em parte do Brasil Central. Já temos um enfraquecimento da massa de ar seco e quente na Região Central e, esta semana, tivemos chuvas pontuais em parte do Mato Grosso, em alguns pontos do Pantanal e no sul da Região Amazônica. Há uma tendência para chuvas nos próximos dias, e elas tendem a se tornar mais regulares a partir de novembro”, pontuou Veber, sem deixar de lembrar que o volume de chuvas registrado este ano está abaixo da média da última década.

A íntegra da audiência está disponível no site da Câmara dos Deputados.

Agência Brasil

Desemprego atinge 14 milhões de pessoas na quarta semana de setembro

O número de desempregados chegou a 14 milhões de pessoas na quarta semana de setembro, ficando estatisticamente estável em relação à semana anterior (13,3 milhões). Com isso, a taxa de desocupação (14,4%) ficou estável em relação à semana anterior (13,7%) e cresceu frente à primeira semana de maio (10,5%), quando o levantamento foi iniciado.

Os dados constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19, divulgada nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta é a última divulgação da Pnad Covid-19 semanal. A coleta de dados por telefone continuará para subsidiar as edições mensais da pesquisa, que devem continuar até o fim do ano.

“Embora as informações sobre a desocupação tenham ficado estáveis na comparação semanal, elas sugerem que mais pessoas estejam pressionando o mercado em busca de trabalho, em meio à flexibilização das medidas de distanciamento social e à retomada das atividades econômicas”, disse, em nota, a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira.

A população ocupada ficou em 83 milhões, estatisticamente estável na comparação com a terceira semana de setembro. “Vínhamos observando, nas últimas quatro semanas, variações positivas, embora não significativas da população ocupada. Na quarta semana de setembro, a variação foi negativa, mas sem qualquer efeito na taxa de desocupação”, afirmou a pesquisadora.

Flexibilização do distanciamento

Maria Lucia também destacou que a flexibilização das pessoas quanto ao distanciamento social continuou aumentando no fim de setembro. O grupo de pessoas que ficou rigorosamente isolado (31,6 milhões) diminuiu em 2,2 milhões, na comparação com a semana anterior.

Também aumentou o número pessoas que não tomaram qualquer medida de restrição para evitar o contágio pelo novo coronavírus. Esse contingente cresceu 937 mil em uma semana, chegando a 7,4 milhões.

Segundo o IBGE, a maior parte da população (86,7 milhões) afirmou ter reduzido o contato com outras pessoas, mas continuou saindo de casa ou recebendo visitas na quarta semana de setembro, 1 milhão a mais na comparação com a semana anterior. Quem ficou em casa e só saiu em caso de necessidade somou 84,6 milhões, ficando praticamente estável em relação à semana anterior.

Estudantes
A pesquisa ainda mostrou que, na quarta semana de setembro, dos 46,1 milhões de estudantes que estavam matriculados em escolas e universidades, 39,2 milhões (85%) tiveram alguma atividade. Outros 6,4 milhões (13,9%) não tiveram atividade. O restante estava de férias (1,1%).

Segundo o levantamento, apenas 26,1 milhões (66,7%) tiveram atividades escolares durante cinco dias da semana. Outros 807 mil estudantes (2,1%) só tiveram atividades uma vez por semana.