Junho pode marcar volta gradual do futebol em Pernambuco

Junho chegou e, com ele, ciclos terminam e começam, com mudanças no futebol brasileiro em meio à pandemia. Clubes do Sul do País, região menos afetada pelo novo coronavírus, voltaram a treinar. Alguns do Sudeste, como Flamengo e Cruzeiro, por exemplo, também iniciaram os trabalhos. No Ceará, o regresso às atividades acontece hoje. Em Pernambuco, a previsão é de uma retomada de forma gradual das atividades. A ideia é preparar o terreno na segunda quinzena do mês e retomar os campeonatos em julho. O primeiro semestre está perto da conclusão e os próximos 30 dias serão cruciais para imaginar o que será do esporte na metade final de 2020.

Náutico, Santa Cruz e Sport aguardam a liberação do Governo de Pernambuco para retornar aos treinos. O estado ultrapassou recentemente a marca de 30 mil casos da Covid-19. Por enquanto, os clubes estão seguindo uma cartilha de treinos preparada pela preparação física, fazendo as atividades em casa. A previsão da FPF é que, na segunda metade do mês, os clubes voltem os trabalhos. Ainda não há datas da fase final do Campeonato Pernambucano ou da Copa do Nordeste, competições que antecedem os nacionais.”É um exercício de futurologia. Pensando no cenário atual aqui, a volta aos treinos ainda em junho parece impensável. Sobre os campeonatos, o ideal seria começar com portões fechados, talvez apenas com jogos na capital para evitar o deslocamento, além de fazer inspeções cuidadosas nos locais e testes nos atletas”, afirmou o jornalista Cássio Zirpoli.

A Confederação Brasileira de Futebol (FPF) preparou um protocolo nacional de volta ao futebol, documento que reúne regras sobre como os clubes devem agir para garantir a saúde de atletas, funcionários e membros que trabalham na área esportiva. A medida será adotada em todo o Brasil e deve começar a valer já neste mês. Há pontos citando acesso reduzido ao campo aos profissionais de imprensa; entrevistas coletivas virtuais; credenciamento de no máximo 40 pessoas por equipe no local do jogo; entrada e saída separada dos atletas no gramado; teste nos jogadores e comissão técnica; evitar contato na comemoração do gol; e reduzir exames antidoping.

Clubes da Série A, como o Sport, tiveram redução no repasse das cotas de televisionamento, de abril até junho. Na Série B, os representantes já pediram um “socorro” à CBF para conseguir verbas e amenizar o prejuízo do período de paralisação dos jogos. Na Série C, as instituições receberam R$ 200 mil cada da entidade máxima do futebol nacional. Em Pernambuco, o Trio de Ferro fez nas últimas semanas campanhas para aumentar o número de associados, ações de marketing de novos padrões, bilhetes virtuais de jogos históricos e outros planos para manter o torcedor próximo.

Comparativo

A Alemanha já reiniciou seu nacional – de portões fechados. Itália, Espanha e Inglaterra pretendem retomar seus respectivos campeonatos neste mês. O Brasil tenta usar como base o cenário na Europa, mas a realidade aqui não é tão uniforme. “O nosso caso é único pela estrutura, pelas dimensões do País e pelo tipo de calendário. Outros lugares do mundo não têm estadual, por exemplo. Eles estão finalizando seus torneios e não começando. Acredito que a tendência é o Brasileiro terminar em 2021, lá para fevereiro ou março. A última vez que isso aconteceu foi em 2000, que foi finalizado em 2001, não por conta de doença, mas sim um problema em São Januário (arquibancada desabou na final entre Vasco e São Caetano). Aqui, eu acho que ideal seria manter o mesmo regulamento e não tentar mudá-lo para encaixar tudo em dezembro”, explicou Zirpoli.

Folhape

Acesso à internet é exclusivo no celular para 59% no Brasil

A pesquisa TIC Domicílios apontou que 58% dos brasileiros acessavam a internet em 2019 exclusivamente pelo telefone celular. O estudo indicou que a conexão estava disponível para 74% da população, o que correspondia a 134 milhões de pessoas, e em 71% dos lares no país.

O telefone celular foi praticamente “universalizado” entre os internautas brasileiros: 99% dos ouvidos relataram possuir o aparelho. Esta modalidade era menor até 2014, quando estava em 76% dos internautas, e se tornou a principal a partir de 2015.

Já o uso da internet por meio de computadores vem caindo. Em 2014, este era o meio mais comum, com 80%. Foi ultrapassado pelo celular e caiu pela metade deste então, chegando a 42% dos usuários de internet em 2019. Já o acesso pela televisão saiu de 7% em 2014 para 37% no ano passado.

Conforme a pesquisa, 90% dos brasileiros possuíam aparelho celular. Deste total, 62% contratavam planos pré-pagos. Nas classes D e E, este percentual sobe para 70%.

A dependência do celular varia bastante conforme as características socioeconômicas. Ela ficou em 79% na área rural e em 56% na urbana. Nas pessoas da classe A, o uso exclusivo era realidade para 11%, enquanto nas classes D e E era regra para 85% das pessoas. Na classe C, o índice também era alto, de 61%. O percentual também foi maior entre mulheres (63%) do que em homens (52%).

Essa condição também difere no recorte por escolaridade: é de 90% para analfabetos ou pessoas que só estudaram até a educação infantil, 61% para quem possui ensino médio e 19% para quem obteve diploma de nível superior. Já na avaliação por idade, o índice fica maior entre os adolescentes (65%) e idosos (65%) e menor na faixa intermediária, de 16 a 59 anos (56%).

Impacto de experiências
O coordenador do Cetic.br, responsável pela pesquisa, Alexandre Barbosa, observa como essa variação por renda impacta as experiências destes usuários. “É bom que tenha acesso, mas tem limitações para o desenvolvimento de muitas habilidades. Quem faz uso exclusivo do celular tende a ter um uso bem instrumental. Por exemplo: quando a gente avalia o uso múltiplo de dispositivos, o uso de governo eletrônico é maior. Aqueles pelo celular o patamar é 30 pontos a menos. Estamos caminhando no sentido de ter acesso amplo, mas não basta ter acesso”, disse.

De acordo com o pesquisador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp e da Rede de Pesquisas em Vigilância, Tecnologia e Sociedade (Lavits), Rafael Evangelista, há um efeito preocupante dessa dependência no uso. Isso porque há uma franquia limitada de dados e como os pacotes variam conforme a renda, um grande contingente contrata serviços com pouca capacidade, ficando relegado aos aplicativos gratuitos.

“As pessoas ficam reféns dos serviços grátis. Isso afunila para certas aplicações que fazem acordos com operadoras. Há uma concentração na informação muito restrita a certas aplicações, como WhatsApp. Tem problema que não consegue verificar a informação e não tem acesso livre, para que você escolha o que você está consumindo”, pondera, em referência ao problema da profusão de desinformação nas redes sociais.

Usuários por antena
A advogada e integrante do Comitê Gestor da Internet e da Coalizão Direitos na Rede Flávia Lefévre destaca que a franquia existe porque a infraestrutura disponível para acesso à internet tem limites. A União Internacional de Telecomunicações (UIT) estabelece a média recomendada de 1,5 mil usuários por antena. No estado de São Paulo, por exemplo, essa proporção varia entre 2,5 mil e 3,5 mil usuários por antena. Em alguns bairros de baixa renda da capital paulista, chega a 10 mil usuários por antena.

“A aposta que os governos fizeram de fazer a inclusão digital pela rede móvel está mostrando que leva a resultados indesejáveis e não inclui. Você vê que o uso principal é mensagem e redes sociais. Outros usos são poucos. As demais atividades estão circunscritas a classes A e B e C. Nesta pandemia, a gente está vendo estudantes de periferia com dificuldade de estudar em casa”, disse a advogada.

Para o presidente do Sindicato das Empresas de Telecomunicações (Sinditelebrasil), Marcos Ferrari, onde há competição e viabilidade para o investimento, a concorrência está permitindo uma melhoria da infraestrutura, como com o uso de fibra.

“Nas cidades menores, de baixo IDH [Índice de Desenvolvimento Humano], e em áreas menos favorecidas, há a necessidade de se ter políticas públicas que favoreçam a demanda (tributação menor), que incentivem o uso de recursos dos fundos setoriais para disponibilizar infraestrutura e que privilegiem nos editais de venda de licenças (como o 5G) compromissos de abrangência voltados à ampliação de backhaul óptico e infraestrutura de acesso”, defende.

Agência Brasil

Bancos de Leite Humano já distribuíram mais de 3 mil litros em 2020

De janeiro a maio deste ano, 11 Bancos de Leite Humano e seis Postos de Coleta de Leite Humano espalhados pelo estado de Pernambuco já distribuíram três mil litros de leite materno. Toda essa doação, vinda de um pouco mais de duas mil mulheres, beneficiou 3,5 mil bebês prematuros e/ou de baixo peso, internados em Unidades Neonatais.

Segundo o Ministério da Saúde, um pote de leite materno doado pode alimentar até 10 bebês por dia. A depender do peso da criança, um mililitro é o suficiente para supri-lo a cada vez que for alimentado.

Moradora de Caruaru, Roseane Cristina é doadora de leite materno há cerca de dois meses. Ela conta que resolveu doar por saber da importância do leite materno para a saúde dos recém-nascidos.

“Tenho bastante [leite materno], tanto para saciar a necessidade da minha filha, quanto para ajudar a necessidade do Banco de Leite Humano e ajudar os prematurinhos internados, principalmente nesse momento da Covid-19.”

O Centro de Referência do estado de Pernambuco é o Banco de Leite Humano e Centro de Incentivo ao Aleitamento Materno do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira, localizado na Rua dos Coelhos, número 300, o bairro Boa Vista, no Recife. A unidade oferece coleta domiciliar e está aberta de segunda a sexta-feira, das sete da manhã às cinco horas da tarde.

Na capital, ainda há outros oito Bancos de Leite Humano espalhados pela cidade, além de cinco Postos de Coleta de Leite Humano. No estado de Pernambuco, também há Bancos de Leite Humano em Petrolina e Caruaru, e um Posto de Coleta de Leite Humano no município de Jaboatão dos Guararapes.

Segundo a coordenadora de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Janini Selva Ginani, o leite materno diminui o risco de crianças desenvolverem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão.

“Crianças que receberam leite materno apresentam menor risco de desenvolver doenças crônicas como diabetes e pressão alta e apresentam melhor desenvolvimento da inteligência.”

“Doe leite materno. Nessa corrente pela vida, cada gota faz a diferença”. Para mais informações, ligue 136 ou acesse o site saude.gov.br/doacaodeleite.

Decreto mantém restrições em praias e parques de Pernambuco; escolas seguem fechadas

Mesmo após o fim da quarentena rígida em cinco cidades da Região Metropolitana do Recife, as medidas restritivas à circulação de pessoas e o isolamento social para o combate à pandemia do coronavírus continuam a vigorar em Pernambuco. Em decreto publicado neste domingo (31), o governador Paulo Câmara manteve a interdição de parques e praias, com exceção de Fernando de Noronha, que, após zerar os casos de Covid-19 este mês, começou a flexibilizar as normas. As escolas e universidades públicas e privadas seguem fechadas até o dia 30 de junho.

A determinação renova a permissão para os serviços considerados essenciais. Entre eles, mercados, padarias, lojas de conveniência, insumos agrícolas e itens de higiene, farmácias, postos de gasolina, transporte público, funerárias e estabelecimentos ligados à área de saúde. O texto mantém ainda a recomendação para que pessoas que tiveram contato com pacientes de Covid-19 permaneçam em quarentena domiciliar por 14 dias, independentemente de manifestação de sintomas.

Folhape

Decreto de Covas prorroga quarentena até dia 15 de junho na cidade de São Paulo

A gestão Bruno Covas (PSDB) prorrogou até o dia 15 de junho a proibição de atendimento presencial em estabelecimentos na cidade de São Paulo.

Decreto do prefeito prorroga suspensão imposta por decreto de 24 de março, que proibiu este tipo de atendimento para “estabelecimentos comerciais de bens e mercadorias, atacadistas, varejistas e ambulantes, e prestadores de serviço em funcionamento no Município de São Paulo.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), incluiu a capital paulista na zona laranja, que possibilita a reabertura. No entanto, a decisão cabe aos prefeitos.

Em São Paulo, Covas já havia dito que a reabertura não seria imediata, uma vez que os protocolos para isso teriam que ser aprovados.

O decreto de Covas também disciplina como será a retomada no atual estágio da cidade, laranja, que permite abertura de comércios, serviços e shopping centers.

A capacidade dos estabelecimentos deve estar limitada a 20% e por quatro horas seguidas, além de adoção de protocolos padrões e setoriais específicos, que deverão ser aprovados pela prefeitura.

Folhapress

Promotoria investiga transferências entre contas de Ricardo Salles

O Ministério Público de São Paulo quebrou o sigilo bancário do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e descobriu 54 repasses da conta bancária de seu escritório de advocacia para sua conta pessoal. Somadas, as transferências chegam a R$ 2,75 milhões. Segundo a Revista Crusoé, a promotoria apura se os envios estão relacionados a sonegação e lavagem de dinheiro.

No período dos repasses, entre 2014 e 2017, Salles era secretário particular do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e titular da secretaria do Meio Ambiente do estado. O inquérito foi aberto em agosto do ano passado para investigar suspeitas de enriquecimento ilícito de Salles entre 2012 e 2017, quando ocupou cargos públicos no governo paulista. No período, ele teria acumulado R$ 7,4 milhões.

Em 2012, quando foi candidato derrotado a vereador em São Paulo pelo PSDB, ele declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 1,4 milhão, dividido entre aplicações financeiras, um automóvel, uma motocicleta e 10% de um apartamento.

Seis anos depois, quando tentou ser deputado federal, dessa vez já filiado ao Partido Novo, declarou ter R$ 8,8 milhões, com dois apartamentos de R$ 3 milhões cada um, barco de R$ 500 mil e aplicações financeiras de R$ 2,3 milhões –uma alta de 335% no patrimônio em cinco anos, com valores já corrigidos pela inflação.

O ministro usou o Twitter nesta sexta (29) para rebater as informações. Segundo ele, todos os seus rendimentos vêm de honorários declarados e são provenientes de sua atuação como advogado, fora do governo paulista.

Folhapress

País continua dividido sobre renúncia e impeachment, indica pesquisa

As possibilidades de impeachment e de renúncia do presidente Jair Bolsonaro continuam dividindo a população praticamente ao meio, de acordo com a mais recente pesquisa Datafolha.

Opiniões favoráveis ao presidente, porém, estão numericamente um pouco à frente em relação a essas duas hipóteses.

Quanto ao afastamento via Congresso, os números tiveram pequena oscilação em relação aos levantados em pesquisa anterior do instituto, no fim de abril.

Disseram que o Congresso não deve abrir processo para afastar o presidente 50% dos entrevistados, dois pontos percentuais acima da taxa obtida na pesquisa de abril. Para 46%, o Legislativo deveria dar início ao processo –eram 45% há um mês.

Essas variações estão dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

O Datafolha ouviu 2.069 pessoas em todos os estados do país na segunda (25) e terça-feira (26).

Em relação à renúncia, 50% acreditam que o presidente não deve renunciar, mesmo índice da pesquisa anterior.

A taxa de quem defende a renúncia de Bolsonaro atingiu agora seu índice mais alto na sequência de pesquisas –48%–, mas variou dentro da margem de erro. No fim de abril, eram 46%, e há dois meses, 37%.

As discussões sobre o afastamento do presidente via processo no Congresso ou renúncia cresceram nos últimos meses com a crise política impulsionada pelo novo coronavírus.

Grupos políticos que até então hesitavam em pedir a saída de Bolsonaro, como o PT, passaram a aderir a esses pedidos.

Estimularam esse debate fatores como as declarações do presidente minimizando a pandemia e sua presença em manifestações pedindo golpe militar.

Segundo o Datafolha, tanto no questionamento sobre impeachment quanto no relacionado à renúncia, recortes mostram que a rejeição a Bolsonaro cresce entre mulheres, entrevistados com ensino superior e jovens de 16 a 24 anos.

Esses segmentos da população também tendem a desaprovar mais a gestão de Bolsonaro na Presidência. Entre a população em geral, 43% consideram seu governo ruim ou péssimo, 33% acham ótimo ou bom e outros 22% o classificam como regular.

Entrevistados que defendem o “lockdown” (fechamento total das cidades para evitar a propagação do novo coronavírus), o apoio à renúncia vai a 61%.
No recorte regional, a taxa favorável à abertura do impeachment sobe para 54% no Nordeste e cai para 38% no Sul.

Entre os grupos que mais se opõem à saída de Bolsonaro do cargo estão entrevistados do sexo masculino e aposentados, no qual o apoio ao processo de impeachment é de 36%.

Os contrários ao “lockdown” somam rejeição de 75% à abertura do processo no Congresso. Entre eleitores que declaram ter votado em Bolsonaro no 2º turno em 2018, só 21% apoiam o processo de afastamento e 22% a renúncia.

Diario de Pernambuco

Clubes brasileiros devem perder R$ 2 bi na pandemia, indica estudo

Um estudo da consultoria EY estima que os 20 clubes mais bem colocados no ranking da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) sofrerão perdas somadas de ao menos R$ 2 bilhões em 2020.

A análise leva em conta a paralisação do esporte desde março, por causa da pandemia da Covid-19, e considera o retorno das partidas no mês de julho, com os campeonatos estaduais, além da conclusão do Campeonato Brasileiro e da Copa Libertadores até o fim do ano –sempre com jogos sem a presença de público.

O cenário pode ser ainda pior para os clubes, já que ainda não há datas de retorno estabelecidas para os torneios, e a chance de concluir o Brasileiro até dezembro se mostra cada vez menor.

O relatório aponta que, com a pandemia, as 20 agremiações, que faturaram R$ 6 bilhões ao todo em 2019, terão uma retração de 22% (R$ 1,34 bilhão) a 32% (R$ 1,92 bilhão). Isso as fará regredirem para o patamar de receitas de 2016.

A empresa analisou resultados financeiros de América-MG, Athletico, Atlético-GO, Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Ceará, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos, São Paulo, Sport e Vasco.

As equipes deverão ser afetadas principalmente no recuo da arrecadação com a venda dos direitos de televisionamento e o chamado “matchday” (ganhos com bilheteria, sócio-torcedor, camarotes e cadeiras cativas, além da comercialização de alimentos e bebidas no dia de jogo).

“A crise afeta o poder de consumo da população, todos os setores terão perdas, e a parcela que mais vai impactar é a redução de receita com pay-per-view”, afirma Pedro Daniel, gerente de esportes da EY.

A consultoria projeta que, com a queda na base de assinantes, os clubes serão atingidos com uma redução de 40% nesse item. O valor da assinatura do pay-per-view começa em R$ 79 (pacote streaming) ou R$ 115 (operadoras de TV por assinatura).

Desde o começo da pandemia, o Premiere, serviço do Grupo Globo, perdeu aproximadamente 400 mil assinaturas. A empresa repassa 38% do valor obtido com as vendas do pay-per-view, aproximadamente R$ 550 milhões em 2019, aos times da Série A.

O dinheiro é dividido de acordo com a pesquisa de torcedores assinantes do serviço, realizada pela emissora.

Principal fonte de dinheiro para os times, a cessão dos direitos de transmissão, que inclui, além do pay-per-view, a venda para televisão aberta e fechada, responde atualmente por 39% de todas as receitas das agremiações.

Em 2019, rendeu aos 20 clubes pesquisados R$ 2,3 bilhões. Segundo o estudo, deverá cair para R$ 2 bilhões ao longo de 2020.

As transferências de jogadores representam a segunda maior fonte de renda dos clubes brasileiros. A baixa estimada em 40% nesse tipo de negócio irá gerar retração, de R$ 1,6 bilhão, em 2019, para R$ 973 milhões, em 2020.

O relatório, porém, ressalta que a desvalorização do real poderá mitigar parte dessas perdas, já que os valores de transferência para o exterior são fixados em dólares ou euros. Outro possível trunfo é que as equipes estrangeiras, com limitações de investimentos, poderão direcionar suas negociações para os mercados emergentes, como o brasileiro.

Sobre os ganhos com patrocinadores, royalties de produtos licenciados e vendas de camisas, a EY estima que haverá um recuo de até 30%, de R$ 712 milhões em 2019 para R$ 481 milhões em 2020.

Folhapress

Sem agenda, Bolsonaro vai de helicóptero a região goiana e causa aglomeração

Sem compromissos oficiais previstos para o sábado (30), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou um helicóptero para visitar cidades de Goiás que ficam próximas a Brasília.

De acordo com imagens publicadas por apoiadores nas redes sociais, sem usar máscara, o presidente causou aglomeração em uma lanchonete no município de Abadiânia, contrariando orientações sanitárias e repetindo cenas provocadas por ele durante a pandemia do coronavírús.

Ele viajou ao lado do ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e do líder do governo na Câmara, deputado Vitor Hugo (PSL-GO). Sem máscara, Bolsonaro tirou fotos com simpatizantes que estavam no restaurante, incluindo crianças, e ainda cumprimentou e abraçou alguns deles.

O presidente deixou o Palácio do Alvorada em direção à Base Aérea pela manhã para viajar. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) informou que ele estaria em uma agenda pessoal, sem forencer mais detalhes.

No último dia 23, Bolsonaro chegou de máscara para em um trailer que vende cachorro-quente em Brasília, mas deixou o adereço no queixo para comer o lanche. Com a máscara baixa, fez selfies e conversou com apoiadores, a maioria mascarada.

“A maioria que está aqui é da imprensa, hein? A imprensa está provocando aglomeração, hein? A imprensa provocando aglomeração aqui”, disse Bolsonaro com a máscara no queixo.

No dia seguinte, Bolsonaro foi a mais uma manifestação a favor de seu governo. Desta vez, ao contrário dos atos anteriores, em que ficava na rampa do Palácio do Planalto, resolveu ir para a rua que separa a sede do governo da Praça dos Três Poderes, onde estavam os manifestantes.

O presidente chegou ao local de máscara, mas, menos de dois minutos depois, retirou o item de proteção obrigatório. Nas imagens transmitidas em sua rede social é possível observar diversos apoiadores sem máscara ou com ela no queixo.

Naquele mesmo domingo (24), ainda sem máscara, Bolsonaro conversou com as pessoas que o aguardavam na porta do Alvorada. Reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou que, apesar de o item ser obrigatório desde 18 de maio por causa da pandemia de Covid-19, o Governo do Distrito Federal tem ignorado decretos editados pela própria administração do governador Ibaneis Rocha (MDB) e não multou ninguém ligado ao presidente nesses eventos.

Guedes defende saída da ‘letargia econômica’ em dois estágios

O ministro da Economia, Paulo Guedes, fala à imprensa no Palácio do Planalto, sobre os 500 dias de governo

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu na sexta (29) que o país deve sair da “letargia econômica” em dois estágios, após a economia ter sido “atingida fortemente” pela pandemia do novo coronavírus (covid-19). O primeiro é o retorno seguro ao trabalho, e o segundo, é seguir na agenda de reformas, disse Guedes em debate promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Logo no início da crise provocada pelo novo coronavírus, segundo o ministro, as ações se concentraram na questão da saúde, “a primeira onda que o país precisou enfrentar. Agora, a segunda onda é a econômica”.

Guedes revelou que em uma reunião realizada ontem (28) com integrantes da Casa Civil e dos ministérios da Economia e da Saúde, foram analisados protocolos de retorno ao trabalho adotados no mundo. O ministro disse que as análises mostram que há casos de indústrias que souberam se proteger, como a da construção civil no Brasil, que, segundo ele, está funcionando com 93% da capacidade produtiva, com 55 mil pessoas trabalhando nas obras e o registro de 10 mortes. “Trágicas porque cada morte é um universo que se extingue. Para cada um de nós existe um universo. Quando uma vida se apaga, é um universo que acabou”, lamentou.

Embora os protocolos ainda estejam em estudo, Guedes defendeu que o retorno seguro ao trabalho seja feito de maneiras diferentes, quando a saúde permitir. “Imagino que o retorno ao trabalho será segmentado. Não vai ser todo mundo ao mesmo tempo. Será por unidades geográficas. Há regiões onde o índice de contágio está sendo menor. Nas regiões com maior densidade demográfica, o risco de contágio é maior. Então tudo isso vai ser exatamente examinado daqui para frente. Todo mundo já está examinando e analisando esses relatórios para um retorno seguro ao trabalho ali a frente, quando a saúde permitir e der o sinal que está na hora de avançar”, disse.

De acordo com o ministro, os números da construção civil indicam que o setor está fazendo alguma coisa certa no protocolo. “Estão, possivelmente, até protegendo mais vidas do que o que está acontecendo em comunidades, onde há um isolamento, um distanciamento, mas unidades pobres onde estão oito, nove pessoas em uma casa só. Um sai para fazer uma coisa, outro sai para fazer outra. No final, podem até se contagiar com mais velocidade, do que o trabalhador que está indo para um lugar que está tomando conta da saúde dele. Está chegando no trabalho, é testado, monitorado, tratado, e só depois volta. Está sendo bem tratado”, disse.

PIB

O ministro lembrou que os indicadores de arrecadação e de investimentos nos dois primeiros meses do ano apontavam para um início de decolagem da economia brasileira até que o país foi atingido pela crise causada pelo novo coronavírus.

De acordo com o ministro, os investimentos estavam 6% acima no primeiro trimestre frente ao mesmo período do ano passado. A arrecadação, nos dois primeiros meses do ano, estava 20% acima do previsto, o que na visão dele, indicava que o Brasil começava a andar.

“Hoje saiu um dado do PIB mostrando recuo. Vou pedir para desagregar para vermos se realmente nos primeiros dois meses já estávamos decolando e no terceiro mês a crise pegou e nos derrubou, ou se realmente já estávamos em um estado meio anêmico. A impressão que eu tinha com as exportações 6% acima do ano passado, investimentos diretos acima do ano passado, impostos no primeiro bimestre 20% acima as indicações, eram de que estávamos começando a andar”, disse.

Guedes disse que junto com o retorno seguro ao trabalho, o Brasil vai surpreender o mundo, porque apesar de ter “uma democracia barulhenta e vibrante”, está entregando reformas como a da Previdência, aprovada no ano passado, e o início da transformação do estado brasileiro em andamento.

Ele lembrou que o governo federal transferiu recursos para os estados e municípios, três vezes mais do que esperavam com a Lei Kandir. Neste ano, para o ministro, a crise só confirma que as diretrizes iam na direção certa, porque o pacto federativo que estava bem encaminhado no Senado resultaria na transferência de R$ 450 bilhões.

“Imagine se esses recursos já estivessem nos estados. Quando chegasse a crise, em vez de termos estádios de futebol, teríamos os hospitais. Quando a decisão é centralizada, o governo decide fazer um porto em Cuba, obras na Venezuela, mas se o dinheiro é descentralizado, nenhum estado brasileiro, nenhuma prefeitura, ia mandar recursos para fazer obra lá fora. Estaria fazendo, ao contrário, hospitais, saneamento, escolas cada um próximo do povo”, afirmou.

De acordo com o ministro os recursos que seriam liberados ao longo de oito anos, praticamente um terço do previsto, teve que ser transferido imediatamente para estados e municípios, em duas ou três semanas. “Estamos aprendendo todos juntos. A democracia brasileira é barulhenta, mas está fazendo um aperfeiçoamento das instituições. E vamos surpreender o mundo, tenho certeza e convicção disso, porque não estamos só enfrentando o problema da saúde. Estamos também fazendo as reformas”.

Guedes lembrou que estão para serem aprovadas as legislações para o saneamento, o gás natural, a mudança no regime de partilha para as concessões de petróleo, a logística e o transporte de cabotagem. E elogiou a atuação do Congresso Nacional.

“O Congresso brasileiro está em isolamento social, mas em plena operação. Aprovando primeiro as medidas de emergência. Tínhamos reformas estruturantes para fazer e estamos fazendo, atingidos pela pandemia. Imediatamente disparamos as medidas emergenciais, e agora, embora em distanciamento social, vamos aprofundar as reformas. Vamos destravar os investimentos. Teremos o retorno seguro ao trabalho lá para frente, nos próximos meses, e a retomada dos investimentos e dos empregos”, disse destacando que o governo vai fazer medidas especificamente desenhadas para a geração de empregos.

Diario de Pernambuco