Bolsonaro chama Doria de ‘bosta’ e Wtizel de ‘estrume’ em gravação de reunião

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, deixa o Palácio da Alvorada, em meio ao surto da doença por coronavírus (COVID-19), em Brasília, Brasil, em 20 de abril de 2020. REUTERS / Ueslei Marcelino

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de “bosta” e o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), de “estrume”.

Os ataques do mandatário aos chefes dos governos estaduais constam em vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, no Palácio do Planalto, tornado público nesta sexta-feira (22) por decisão do ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal).

“Que os caras querem é a nossa hemorroida! É a nossa liberdade! Isso é uma verdade. O que esses caras fizeram com o vírus, esse bosta desse governador de São Paulo [Doria], esse estrume do Rio de Janeiro [Witzel], entre outros, é exatamente isso. Aproveitaram o vírus, tá um bosta de um prefeito lá de Manaus [Arthur Virgílio] agora, abrindo covas coletivas. Um bosta. Que quem não conhece a história dele, procura conhecer, que eu conheci dentro da Câmara, com ele do meu lado!”, diz o mandatário na gravação.

As declarações ocorreram em meio a uma queda de braço público de Bolsonaro com prefeitos e governadores. As autoridades nos estados e municípios defendem medidas de isolamento social para enfrentar a crise da Covid-19, enquanto Bolsonaro prega a volta à normalidade e a reabertura do comércio.

Desde o início da crise a divergência tem gerado troca de críticas entre o mandatário e governadores.

Em outro trecho, Bolsonaro diz que os ministros precisam abraçar suas bandeiras, como “família, Deus, Brasil, armamento, liberdade de expressão, livre mercado”. “Quem não aceitar isso, está no governo errado. Esperem pra 2022, né? O seu Álvaro Dias. Espere o [Geraldo] Alckmin. Espere o [Fernando] Haddad. Ou talvez o Lula, né? E vai ser feliz com eles, pô! No meu governo tá errado!”

Folhapress

Bolsonaro diz receber de agentes de órgãos de segurança dados de sistema paralelo de informações

O presidente Jair Bolsonaro disse na sexta-feira (22) que o sistema de informações particular, alheio aos oficiais, citado por ele na reunião ministerial do dia 22 de abril se refere a dados que ele recebe de modo informal de integrantes de determinados órgãos de segurança, por exemplo.

“É um colega de vocês da imprensa que com certeza eu tenho, é um sargento no Batalhão de Operações Especiais no Rio, um capitão do Exército em Nioaque [município de Mato Grosso do Sul[, é um capitão da Polícia Civil em Manaus, é um amigo que eu fiz em um determinado local”, disse o presidente.

“Essa informação que eu tenho pessoal minha, que eu descubro muitas coisas, que lamentavelmente não descubro via inteligência oficial, que é a Polícia Federal, Marinha, Aeronáutica e Abin”, disse em frente ao Palácio da Alvorada.

No encontro entre o presidente e ministros cujo vídeo foi divulgado nesta sexta-feira (22), Bolsonaro disse que os órgão oficiais, como a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), “desinformam”. Ele reclamou de não receber dados de órgão de inteligência.

“Se reunindo de madrugada pra lá, pra cá. Sistemas de informações: o meu funciona”, afirmou Bolsonaro. “O meu, particular, funciona. Os ofi… que tem oficialmente, desinforma [sic]. Prefiro não ter informação do que ser desinformado por sistema de informações que eu tenho”, continuou o presidente.

A declaração consta da transcrição do vídeo do encontro, feita pela Polícia Federal e divulgada nesta sexta (22), após autorização do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello.

Na entrevista em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro comentou a divulgação do material e repetiu que não tentou interferir na Polícia Federal, como acusou o ex-ministro da Justiça Sergio Moro. “Nunca interferi na PF, mas, coincidência, só depois da saída do Sergio Moro que a PF começou a andar pra frente. Eu nunca interferi, sempre liberdade total”, afirmou.

Ao reclamar de ser vítima de injustiças, Bolsonaro citou a menção ao seu nome no depoimento de um porteiro do condomínio onde tem casa, no Rio, ouvido na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Inicialmente, o porteiro disse que um dos suspeitos de assassinar a vereadora havia ido à casa dele, mas depois ele informou que havia se confundido. Após mencionar esse caso, Bolsonaro disse que falou para Moro que não queria ser chantageado.

“O tempo todo vivendo sob tensão, possibilidade de busca e apreensão na casa de filho meu, onde provas seriam plantadas, levantei isso graças a Deus, tenho amigos policiais civis e policiais militares no Rio de Janeiro, que estava sendo armado para cima de mim”, disse.

“Moro, eu não quero que me blinde, mas você tem a missão de não deixar eu ser chantageado. Nunca tive sucesso para nada, é obrigação dele me defender, não é me defender de corrupção, de dinheiro encontrado no exterior, é defender o presidente para que eu possa ter paz”, continuou.

O presidente também reclamou da divulgação da íntegra do vídeo da reunião ministerial nesta sexta. “A responsabilidade de tudo no vídeo que não tem a ver com inquérito é do senhor ministro do Supremo Celso de Mello”, disse. “Nenhum ministro meu tem responsabilidade do que foi dito ali, porque foi uma reunião reservada”, afirmou.

Na ocasião, o ministro Abraham Weintraub (Educação) disse que os ministros do STF são vagabundos e que por ele colocava “todos na cadeia”. Em outro momento, o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) disse que é hora da edição de medidas de desregulamentação e simplificação, uma vez que os veículos de imprensa estão, neste momento, concentrados no combate à pandemia de Covid-19.

“Precisa ter um esforço nosso aqui enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de Covid, e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas”, disse.

Em frente ao Alvorada, nesta sexta, o presidente defendeu seu ministro. “O Salles enfrenta um perrengue enorme. Dizem que ele está botando fogo na Amazônia. Estão tocando fogo no rabo de bons brasileiros.”

Na frente do Alvorada, Bolsonaro disse que o vídeo também mostra a “preocupação em armar o povo”. “O melhor exército que pode existir para conseguir a liberdade é o povo armado. Eu não quero ditadura no Brasil, quero liberdade”, disse.

Na reunião, o presidente defende ainda que a população brasileira seja armada para que resistam à imposição de uma nova ditadura no país. Segundo ele, “é fácil impor uma ditadura no Brasil”.

“Por isso que eu quero que o povo se arme. Que é a garantia que não vai ter um filho da puta aparecer pra impor uma ditadura aqui. Que é fácil impor uma ditadura. Facílimo”, disse. “Por que eu estou armando o povo? Porque eu não quero uma ditadura. E não dá pra segurar mais. Não é? Não dá pra segurar mais”, acrescentou.

Folhapress

Brasil já registra mais de 330 mil casos confirmados da Covid-19

Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 20.803 novos casos confirmados de coronavírus. Com esse acréscimo, o país tem 330.890 pessoas diagnosticadas com Covid-19, segundo balanço do Ministério da Saúde. Deste número, 135.430 pessoas se recuperaram depois de contrair a doença, o que representa 40,9% do total. Mas ainda existem outras 174.412 que aguardam resultado do exame para saber se estão infectadas.

Até o momento, já foram registrados 21.048 óbitos em decorrência das complicações pela Covid-19. Só nas últimas 24h horas, foram notificadas 1.001 mortes. Mais de três mil óbitos ainda estão em investigação.

O estado que concentra o maior número de casos da doença é São Paulo, com 76.871 casos e 5.773 mortes. Em sequência estão Ceará, com 34.573 casos e 2.251 óbitos, e o Rio de Janeiro, com 33.589 casos da doença e 3.657 mortes.

Esses são os dados oficiais do Ministério da Saúde, desta sexta-feira (22), com base nas informações repassadas pelas secretarias estaduais de saúde de todo o país.

Para mais informações sobre a Covid-19, acesse coronavirus.saude.gov.br.

Sistema Fecomércio arrecada alimentos para doação a pessoas em situação de vulnerabilidade social

O Senac de Caruaru reforça a corrente do bem contra os efeitos da pandemia de Covid-19 no Agreste. A equipe da instituição está realizando uma blitz pelos supermercados Bonanza, Manto Sagrado e PagMenos da cidade. A proposta da campanha “Cuide de Você e do Próximo Também” é oferecer gratuitamente livros da Editora Senac, em troca de alimentos não perecíveis que serão doados pelo Sistema Fecomércio|Sesc|Senac-PE a instituições que trabalham com pessoas em situação de vulnerabilidade social. A ação tem o objetivo de semear a solidariedade, a leitura e o aperfeiçoamento profissional.

A sistemática funcionará da seguinte forma: um quilo de alimento doado equivale a um livro, dentre as opções disponíveis na hora, à escolha do leitor. São livros didáticos das áreas de Gastronomia, Saúde e Gestão. Neste sábado (23), a equipe estará no Supermercado Manto Sagrado da Rua Major João Coelho, no Bairro das Rendeiras. Na próxima semana, as atividades começam na terça-feira (26), na Pagmenos da Rua do Vassoural. Nos dias seguintes, receberão a iniciativa o Bonanza Santa Rosa (quarta, 27); o Bonanza Salgado (quinta, 28); e os supermercados Pagmenos da rua Major João Coelho, no bairro Rendeiras (sexta, 29), e da avenida Rui Barbosa, no Divinópolis (sábado, 30). As equipes estarão nos pontos de troca nos horários das 9h às 13h e das 14h às 16h.

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – “O Sistema Fecomércio, por meio do Sesc e do Senac, já tem uma forte atuação social. Porém, neste período de pandemia, sentimos que deveríamos intensificar ainda mais este trabalho. Todos os dias, estamos desenvolvendo novas ações, como esta que prevê a troca de livros por alimentos”, disse Bernardo Peixoto, presidente do Sistema Fecomércio|Sesc|Senac-PE. Entre as principais ações já desenvolvidas pelo Sistema em Pernambuco, estão a arrecadação 229 toneladas de alimentos pelo Banco de Alimentos do Sesc, que foram destinadas a instituições que trabalham com pessoas em situação de vulnerabilidade social, a doação de 60 mil máscaras e protetores faciais, a produção pelo Senac de 60 mil refeições doadas a moradores de rua do Recife, e a oferta de 67 mil vagas gratuitas em cursos EAD do Senac.

Mais informações sobre a iniciativa podem ser consultadas pelo telefone 3727-8259.

Serviço

Campanha Cuide de Você e do Próximo Também

Doe 1kg de alimento e ganhe 1 livro

Locais de Troca

Sábado 23/05

Supermercado Manto Sagrado

Rua Major João Coelho, 685. Rendeiras

Terça 26/05

PagMenos Vassoural

R. do Vassoural, 464 – Vassoural

Quarta 27/05

Bonanza Santa Rosa

R. Antônio Martins, 15 – Santa Rosa

Quinta 28/05

Bonanza Salgado

R. Bartolomeu Anacleto, 471 – Salgado

Sexta 29/05

PagMenos Rendeiras

R. M. João Coelho, 355 – Rendeiras

Sábado 30/05

PagMenos Via Parque

Av. Rui Barbosa, 159. Divinópolis

Horário 9h às 13h / 14h às 16h

Ibirajuba: único caso confirmado de Covid-19 está recuperado

Em meio à Pandemia do novo Coronavírus e todos os dados alarmantes que ela traz, uma notícia que vem de Ibirajuba, no agreste, traz mais esperanças nesses dias difíceis. O único paciente que foi diagnosticado com o Covid-19 está recuperado. O paciente recuperado tem 52 anos de idade, reside na zona rural e faz parte do grupo de risco, especificamente uma das morbidades indicadas pelo Ministério da Saúde para ser incluído nesse grupo específico.

A Prefeitura de Ibirajuba, através do Comité de Crise, em especial a Secretaria de Saúde, continua com o compromisso de executar as medidas de prevenção ao Covid-19. Entre as ações que foram ou estão sendo realizadas está a entrega de máscaras de tecido lavável para a população, da cidade e da zona rural.

Ainda foram implantadas medidas restritivas temporárias adicionais para enfrentamento do coronavírus. Além disso, já houve a implantação de lavatórios na feira livre, ações de conscientização na feira e no comércio, além da melhor organização e maior conforto aos cidadãos que precisam se dirigir à lotérica da Caixa. Também está sendo reformado o hospital da cidade para que possam ser disponibilizados leitos de retaguarda.

Essas e outras ações, junto ao apoio e conscientização da população, fazem da cidade ser uma das 30 que estão sem caso confirmado no momento.

Lessa se reúne com representantes do Movimento Pró Pernambuco

Os rumos da economia no estado de Pernambuco foram debatidos em uma reunião entre o presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico e Turismo da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado estadual Delegado Erick Lessa, e representantes do Movimento Pró Pernambuco, que é uma iniciativa de unir entidades empresariais do estado, buscando soluções para minimizar as dificuldades econômicas causadas pela pandemia do novo coronavírus, além de estruturar um planejamento para a retomada da economia pernambucana.

A reunião aconteceu de forma remota, na tarde desta sexta-feira (22). Na ocasião, os representantes do Movimento apresentaram modelos de recomendações para uma reabertura de atividades comerciais. As propostas priorizam a saúde e a segurança, com alternativas para as instalações e a dinâmica dos estabelecimentos, de acordo com critérios da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O deputado se colocou à disposição para realizar articulações entre os setores e as esferas de poder. “Com um planejamento seguro e responsável, integrando a sociedade, vamos conseguir enfrentar esta crise e vivermos uma nova realidade em nosso estado”, disse.

Entre os participantes da reunião, estiveram o presidente do Sistema Fecomércio, Bernardo Oliveira; o presidente da Ademi-PE, Gildo Vilaça; o presidente da Apesce, Paulo Carneiro; um dos vice-presidentes da Fiepe, Renato Cunha; o presidente da Abrasel, André Araújo; e o presidente da Acic Caruaru, Luverson Ferreira.

Movimento Pró Pernambuco

Integram o Movimento Pró Pernambuco a Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (Acic); Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Seccional Pernambuco (Abrasel-PE); Associação Comercial de Pernambuco (ACP); Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE); Câmara Americana de Comércio do Recife (AMCHAM Recife); Associação Pernambucana de Supermercados (Apes); Associação Pernambucana de Shopping Centers (Apesce); Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife (CDL Recife); Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Pernambuco (Facep); Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Pernambuco (FCDL); Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE); Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe); Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Pernambuco (OAB-PE); Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom); Sindicato dos Lojistas do Comércio de Bens e Serviços do Recife (Sindlojas Recife); e Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Pernambuco (Sinduscon/PE)

Patrulha da Guarda Municipal é reforçada com novas viaturas

A Prefeitura de Caruaru acaba de receber novos veículos que vão reforçar a patrulha da Guarda Municipal. Ao todo, chegaram sete carros da Jeep, modelo Renegade. A marca e o modelo das viaturas foram definidos pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A distribuição dos veículos é resultado de uma emenda coletiva da bancada pernambucana, representada pelos deputados Daniel Coelho, Pr. Eurico, Tadeu Alencar e Gonzaga Patriota, no Congresso Nacional.

Para a Prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, o reforço chegou em um momento estratégico para ajudar a cidade neste período de pandemia. “Hoje, recebemos sete novas viaturas para a Guarda Municipal do Município. São carros novos que vão fortalecer o trabalho da nossa guarda e da segurança neste momento tão importante, principalmente nas barreiras sanitárias de combate à covid-19”, afirmou Raquel.

No começo do ano passado, em Brasília (DF), a secretária de Ordem Pública de Caruaru, Karla Vieira, participou de uma reunião com representantes do Conselho Nacional de Secretários e Gestores de Segurança Municipal (CONSEMS) e debateu propostas da área da segurança pública municipal. O CONSEMS apresentou uma “carta” com ações necessárias para avanços nesse campo.

Caruaru atendeu uma série de exigências, que habilitou a Guarda Municipal a receber as novas viaturas. A ação é do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). “Esse trabalho foi feito desde o início de 2019. Em uma reunião do Conselho Nacional dos Secretários, os trabalhos apresentados pelo município foram essenciais para a chegada dessas novas viaturas em Caruaru”, afirmou Karla Vieira.

Operação prende empresário e recolhe quase 2 mil calçados

Pedro Augusto

A Polícia Civil de Pernambuco desencadeou, ontem (21), em Caruaru, a Operação Cinderela. Nela, um empresário identificado como Thiago Rafael, de idade não informada, acabou sendo preso por receptação qualificada.

No imóvel do suspeito, no Bairro Universitário, a polícia identificou 1.875 pares de sapatos cuja as suas origens seriam provenientes de um roubo realizado em outubro do ano passado, em Araquari, Santa Catarina.

Os produtos têm como marca a “Sapatinho de Luxo” e estariam sendo comercializados, segundo a Civil, por familiares de Thiago, através do aplicativo WhatsAPP. O extenso volume de calçados foi avaliado em R$ 150 mil.

O suspeito passará por audiência de custódia, nesta sexta-feira (22).

Governo troca comandos da PRF e do Departamento Penitenciário Nacional

O policial Eduardo Aggio de Sá é o novo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Aggio ingressou na PRF em 2005 e, atualmente, era assessor especial da Secretaria-Geral da Presidência da República. Ele substitui Adriano Marcos Furtado que estava no cargo desde fevereiro de 2019.

Formado em direito pela Universidade do Distrito Federal, Aggio tem formação em Política e Estratégia e Direito Internacional de Conflitos Armados pela Escola Superior de Guerra. Na PRF, foi diretor-geral substituto, chefe de gabinete, além de coordenador de Gestão Estratégica e do Escritório de Projetos Estratégicos e chefe do Núcleo de Inteligência. Foi diretor de Políticas de Segurança Pública no Ministério da Segurança Pública e também assessor especial da Secretaria de Governo da Presidência da República.

O governo federal também trocou o comando do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Depen). A delegada da Polícia Federal (PF) Tânia Maria Matos Ferreira Fogaça assume a diretoria-geral no lugar de Fabiano Bordignon, que estava no cargo desde janeiro de 2019.

Graduada em direito pelo Centro Universitário FIEO e pós-graduada em direito constitucional pela Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul. Ingressou na PF em 2003 e exercia as funções de superintendente regional da PF do Rio Grande do Norte e de professora de cursos de formação e aperfeiçoamento profissional da Academia Nacional de Polícia. Foi coordenadora operacional do Centro de Cooperação Policial Internacional da World Cup FIFA 2014 e integrou o grupo de trabalho que idealizou o Inquérito Policial Eletrônico da Polícia Federal (ePol).

As portarias com as exonerações e nomeações foram publicadas hoje (22) no Diário Oficial da União.

Agência Brasil

Militares já ocupam 21 cargos na Saúde, em postos de direção e até em áreas especializadas

Em meio à crise pelo novo coronavírus e sob comando interino de um general, o Ministério da Saúde tem ampliado o número de militares em postos-chave. O processo já atinge até mesmo cargos estratégicos em áreas especializadas de assistência em saúde. Ao longo do último mês, ao menos 21 militares foram nomeados, de acordo com levantamento feito pela reportagem em publicações do Diário Oficial da União.

A maioria é ligada ao Exército e veio de unidades ligadas a setores de pagamento e pessoal, finanças e logística. Sem experiência prévia na área da saúde, parte expressiva foi colocada em cargos de direção e coordenação na Secretaria-Executiva. Outra parte está em pastas mais técnicas, que costumavam ser ocupadas por pessoas altamente especializadas.

O processo de militarização na saúde começou com a entrada do general Eduardo Pazuello como número 2 da pasta, ainda na gestão do ex-ministro Nelson Teich. Coordenador da Operação Acolhida, voltada a apoio a imigrantes venezuelanos, Pazuello teve apoio de outros ministros generais para ocupar o cargo. Com a saída de Teich, Pazuello ficou como interino à frente da pasta. Desde então, as nomeações foram intensificadas. Só nesta semana, 13 foram publicadas.

A maioria é concentrada em cargos de direção e coordenação na Secretaria-Executiva, área que responde pela aprovação de editais, processos de logística, auditorias e administração de recursos do SUS. Recentemente, porém, houve nomeações também para cargos de direção em duas pastas estratégicas, caso das Secretarias de Atenção Primária e de Atenção Especializada, que respondem por ações voltadas a unidades básicas de saúde e hospitais.

É o caso da médica e primeira-tenente Laura Tiriba Appi, que foi nomeada inicialmente como assessora do ministro e, em seguida, como diretora de programa na Secretaria de Atenção Primária. Na prática, ela tem atuado junto ao ministro e é uma das poucas que veio da área da saúde. Procurada pela reportagem, ela não quis comentar. Marcelo Sampaio Pereira, que também é ligado ao Exército, entrou como diretor de programa na Secretaria de Atenção Especializada.

Servidores de carreira do ministério, no entanto, apontam que já há mais militares em atuação. Dentro da pasta, o grupo costuma dizer que veio para uma missão e está em força-tarefa. A lista de nomeações deve aumentar nos próximos dias.
No dia 4 de maio, o Comando do Exército publicou uma portaria no Diário Oficial da União na qual “passou à disposição” 17 militares para o Ministério da Saúde. Desse total, 11 já foram nomeados, o que indica que o número ainda deve crescer.

Além do ministro interino, militares também já respondem por duas das sete secretarias da pasta. Ex-secretário de Saúde de Roraima, cargo que ocupou entre abril e junho de 2019, o coronel Antônio Élcio Franco é hoje substituto de Pazuello na Secretaria-Executiva. Já o coronel Robson Santos da Silva, que entrou ainda na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, permanece à frente Secretaria de Saúde Indígena. Antes de assumir a pasta, ele atuou como assessor no Ministério da Educação e na equipe de transição. Ex-membros da equipe de Mandetta afirmam que ele era um dos poucos nomes do Exército na última gestão.

A entrada de militares tem preocupado servidores, que dizem que o cenário lembra uma intervenção e chamam a atenção para a falta de conhecimento técnico em saúde. Eles dizem ainda que, nos últimos anos, nunca houve tantos militares em cargos na pasta. Alguns substituem pessoas que estavam há anos no ministério, mas em cargos comissionados.

Mesma avaliação foi dada por Mandetta em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. “Vi a entrada de um número grande de militares. Eles têm conhecimento de logística, de operações. Mas não trabalham com o SUS”, afirmou. O grupo recém-nomeado atuava em diferentes partes do país, como Rio de Janeiro, Fortaleza, Boa Vista, Taubaté (SP) e Manaus, além de uma parte que servia em Brasília.

Dos 21 nomeados, apenas 2 estavam atuando diretamente antes em uma área próxima da saúde, caso de Appi e do capitão Mario Luiz Ricette Costa, da Diretoria de Saúde do Exército, em Brasília, e que assumiu como assessor técnico na Subsecretaria de Planejamento e Orçamento. Em comum, alguns atuaram com Pazuello na intervenção federal em Roraima ocorrida no último ano.

Questionado pela reportagem, o Exército não informou se os nomes presentes na portaria foram solicitados nominalmente pelo Ministério da Saúde ou se foram indicações próprias. Procurado, o Ministério da Saúde também não respondeu.
Em reunião com secretários estaduais e municipais de Saúde nesta quinta-feira (21), Pazuello, porém, agradeceu o Ministério da Defesa por ter cedido profissionais e disse que a atuação é temporária.

“Em princípio serão só 90 dias. São pessoas preparadas para lidar com esse tipo de crise, e precisamos desse tipo de preparo”, disse. “É temporário e vou ter de substituí-los ao longo dos 90 dias. Vamos substituindo e colocando no momento de maior normalidade.”

Folhapress