Compesa retoma operação do Sistema Jucazinho

A operação do Sistema Jucazinho foi retomada após serem concluídas parte das intervenções necessárias para captação do volume de água ainda existente na Barragem de Jucazinho, localizada em Surubim. Os serviços mais críticos foram realizados em tempo recorde, ficando o sistema paralisado das 8h do sábado (12) até às 16h do domingo (13), quando voltou a funcionar. Dessa forma, o abastecimento nas cidades atendidas pelo Sistema não foi impactado.

A Compesa ressalta que os serviços complementares para a instalação das bombas flutuantes continuam sendo realizados durante o mês de outubro, porém com o sistema em operação. Em novembro, o novo calendário de distribuição de água será divulgado. Desta forma, a Companhia pede a compreensão dos moradores das cidades atendidas por Jucazinho, lembrando que os invernos dos últimos anos não foram satisfatórios, e que a pouca água existente na barragem é consequência do oitavo ano consecutivo de seca que passa o Agreste pernambucano.

A barragem de Jucazinho, que tem capacidade de armazenamento de 204 milhões de metros cúbicos de água, não acumulou água neste inverno e a Compesa está utilizando ainda a água que resta, acumulada no inverno do ano passado. O volume atual é de apenas 3,8 milhões de metros cúbicos.

Miguel Coelho define novo partido e se filia em novembro ao MDB

Um dos mais tradicionais partidos do País foi o destino escolhido para o futuro político do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho. A liderança sertaneja confirmou sua filiação ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), na segunda-feira (14), em encontro no Recife com o presidente estadual da sigla, Raul Henry. A oficialização do ingresso de Miguel ao histórico partido deve ocorrer num ato político previsto para novembro.

A escolha pelo MDB, segundo o prefeito, se deveu a alguns fatores como a força política, a história e o projeto de desenvolvimento para Pernambuco e o Brasil para os próximos anos. “Essa é uma decisão que levou bastante tempo, mas que foi a melhor possível. O MDB é um partido de uma grande história de construção de direitos, de lutas democráticas e de legado para um país tão rico e plural. Nossa escolha não é pessoal, portanto, mas de um projeto político que o MDB pretende fazer para um Brasil soberano e pujante e, regionalmente, devolver a Pernambuco o ritmo de desenvolvimento que ficou para trás”, avalia Miguel.

Ex-deputado estadual e prefeito de uma das maiores cidades do interior do Nordeste, Miguel Coelho estava sem partido. No MDB, o gestor sertanejo será uma das principais lideranças da sigla ao lado dos senadores Fernando Bezerra e Jarbas Vasconcelos e do deputado federal Raul Henry. “Vamos buscar a expansão do partido, fortalecer do Sertão ao litoral. Chego para ajudar o MDB a construir um projeto exitoso para nosso Estado assim como tem sido feito em Petrolina, onde temos sido destaque na educação, saúde, líder na geração de empregos e o maior volume de obras de Pernambuco”, destaca.

Governo de Pernambuco lança edital dos programas de residência 2020

Foi publicado no último sábado (12.10), no Diário Oficial, o edital do processo seletivo das Residências Médicas e em Área Profissional da Saúde 2020. Ao todo, estão sendo ofertadas 1.510 vagas para realização da pós-graduação, com 35 instituições de saúde que realizarão a formação na modalidade de ensino em serviço. As inscrições começam no próximo dia 28.10 e seguem até 17.11. Já as provas serão realizadas em 08.12 e o resultado final sairá em 24.01.2020, com o início das atividades em 02.03.2020. Mais informações estão disponíveis no www.upenet.com.br.

Do total de vagas, 866 são de residência médica e 644 em área profissional de saúde. Ao todo, a previsão de investimento para 2020 é de R$ 124 milhões nessa modalidade de pós-graduação, sendo R$ 85 milhões do tesouro estadual, ou seja, 68,5% do total e com um incremento de R$ 2,9 milhões em relação ao ano anterior.

“Pernambuco é referência no Brasil na oferta de vagas de residência médica e de área profissional da saúde. Nosso Estado é o principal centro desse tipo de formação continuada no Norte e Nordeste e um dos principais do país. Apesar dos cortes que vêm ocorrendo por parte do Governo Federal, o Governo Paulo Câmara mantém seu compromisso com a valorização da educação em saúde e continua ampliando as vagas e o financiamento do tesouro estadual. Com isso, foi possível ampliar, desde 2016, 36% das vagas ofertadas no Estado em todas as modalidades de residência”, afirma o secretário estadual de Saúde, André Longo.

Para 2020, foram criados novos programas de residência com foco na área materno-infantil. São 2 vagas de medicina fetal, no Hospital das Clínicas (HC); 6 de multiprofissional em neonatologia, na Universidade de Pernambuco (UPE); e 2 de cardiologia pediátrica, na UPE. Com foco em transplantes, foram criadas 2 vagas para os procedimentos de fígado, na UPE. Também foram ampliadas as vagas de ginecologia e obstetrícia, no HC – de 6 para 8; multiprofissional de Interiorização da Atenção a Saúde, que passa a contar com 2 novas vagas no Centro Acadêmico de Vitória; e mais 1 vaga nos programas de gastroenterologia pediátrica, endocrinologia pediátrica e de reumatologia, no HC.

“Nós temos trabalhado para qualificar a rede de atenção materno-infantil no Estado com o chamamento de profissionais para nossas unidades de referência. Além disso, é importante investir na formação de especialistas nessas áreas para que possamos continuar ofertando um serviço de qualidade e conectado com o que há de mais avançado na área”, diz o secretário André Longo. “Na área de transplantes, o Imip credenciou neste ano um programa de residência em transplante de rim e para 2020 a UPE inicia um focado em fígado. Pernambuco é referência nesses procedimentos no Brasil e, para manter esse status, precisamos investir na formação desses profissionais”, finaliza.

Dúvidas em relação ao processo seletivo devem ser enviadas para o e-mail: iaupe.residenciamedica2020@gmail.com. ou pelos telefones (81) 3033.7394 / 3033.7397.

Caruaru realiza Semana da Saúde Bucal

A Secretaria de Saúde de Caruaru promove, a partir desde segunda-feira (14), a Semana da Saúde Bucal nas unidades básicas e escolas do município. A ação é em comemoração ao mês do Dentista. Entre as atividades: palestras, busca ativa do câncer de boca nos bairros que possuem equipes de saúde bucal, atendimento com o odontomóvel e capacitação para dentistas e auxiliares de saúde bucal (ASB).

As 62 equipes de saúde bucal da rede municipal vão levar até suas comunidades temas para palestras que envolvem o cuidado com o câncer de boca; o cuidado na prevenção da erupção do 1º Molar e o cuidado da gestante nos hábitos alimentares que interferem na dentição do seu bebê.

“Durante a Semana de Saúde Bucal o dentista sai do consultório e vai ao encontro da população. O que, no dia a dia, segue o caminho inverso, ou seja, dos usuários se deslocando até uma unidade de saúde. É uma ação de extrema importância com foco na detecção precoce do câncer de boca”, comentou a coordenadora de Saúde Bucal, Eloá Souza.

Deputado Lessa leva segurança pública para o Luiz Bezerra Torres

“Esta é uma resposta ao clamor do Residencial Luiz Bezerra Torres, que pede paz!”. A exclamação é da artesã Francismeire Silva, que mora no Luiz Bezerra Torres há três anos. Ela celebra a chegada do trailer da Polícia Militar e da delegacia móvel da Polícia Civil para o bairro na manhã da segunda-feira 14.

A medida foi resultado da articulação do deputado estadual Delegado Erick Lessa e o comando dos órgãos responsáveis. A demanda ocorreu no mês passado, quando da realização do projeto Deputado Presente, por meio do qual o parlamentar escutou as reivindicações da população em praça pública.

Durante o período de instalação das unidades, os moradores do lugar poderão prestar queixas à polícia, que instaurará boletins de ocorrência e dará início a investigações. “Trazer a estrutura da Delegacia Móvel é um trabalho pioneiro na comunidade. A depender dos resultados, a ideia é expandir esse tipo de iniciativa”, esclareceu o delegado regional Bruno Vital.

O deputado Erick Lessa sinaliza que a ação fortalecerá os vínculos entre a instituição e a comunidade. “A confiança na farda do policial gera o sentimento de proteção ao cidadão. Este é um trabalho integrado, sem coloração partidária e com o objetivo de prestar serviços à população”, observa.

Cadastro unificado facilitará acesso dos cidadãos a serviços federais

Com a competição entre os bancos, em um cenário com taxa básica de juros (a Selic) no menor nível histórico, os juros do crédito imobiliário estão em queda. Entre os cinco maiores bancos, a taxa mínima varia entre 7,30% ao ano a 7,99% ao ano.

No último dia 8, após bancos privados, a Caixa Econômica Federal anunciou redução de até 1 ponto percentual nas taxas de juros para os financiamentos imobiliários com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE). A menor taxa passou de 8,5% ao ano para 7,5% ao ano; e a maior de 9,75% ao ano para 9,5% ao ano. As novas taxas serão válidas a partir desta segunda-feira (14).

O professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e especialista no mercado imobiliário Pedro Seixas afirma que os bancos “despertaram” para o crédito imobiliário devido à demanda habitacional. “É uma linha de crédito que cria uma relação de longo prazo com o cliente e tem garantia real que é o próprio imóvel. É um crédito muito interessante também para os bancos e eles despertaram para essa modalidade e estão competindo mais pelo mercado”, disse.

Para Seixas, ainda há espaço para redução dos juros, não somente por influência da redução da Selic, mas também por causa da linha de crédito corrigida pela inflação, lançada pela Caixa Econômica Federal.

A nova linha tem saldo corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Nesse financiamento, a taxa mínima é o IPCA mais 2,95% ao ano e a máxima, o IPCA mais 4,95% ao ano. Nas outras modalidades, a correção é pela Taxa Referencial (TR). “Essa inovação tem potencial de impacto muito grande na competitividade e, portanto, de redução dos custos para as famílias”, disse Seixas.

A Caixa lidera o mercado de financiamento imobiliário, com 69% de participação.

Portabilidade
Para o professor da FGV, as reduções nas taxas de juros estimulam a portabilidade do crédito imobiliário. “Os juros mais baixos tendem a beneficiar a portabilidade de contratos antigos, com taxas menos interessantes”, disse. Entretanto, antes de aderir à portabilidade, ele aconselha a analisar os custos com cartório, a taxa do contrato original e o tempo que ainda resta para quitar o empréstimo.

Taxas de juros
O banco Santander informou que iniciou a redução das taxas do crédito imobiliário ainda em 2017. Em julho deste ano, foi feito o terceiro corte, com taxa mínima chegando a 7,99% ao ano.

No final de setembro, foi a vez dos demais bancos. O Bradesco anunciou redução da taxa de juros mínima de sua linha de crédito imobiliário de 8,20% ao ano mais TR para a partir de 7,30% ao ano mais TR, com taxas válidas a partir deste mês. No Banco do Brasil, a taxa mínima foi reduzida para 7,40% ao ano mais TR. No Itaú Unibanco, a taxa mínima foi ajustada para 7,45% ao ano mais TR.

Apesar das reduções, nem sempre o cliente consegue fazer o financiamento com a taxa mínima porque o banco avalia o perfil do cliente, o histórico de relacionamento, o prazo do financiamento, entre outros critérios, para definir a taxa. Além disso, os bancos oferecem as taxas mais baixas para novos contratos ou para casos de portabilidade, que é a transferência do contrato de um banco para outro, com condições mais benéficas para o cliente.

Especialistas orientam os clientes a observarem não somente a taxa de juros, mas o Custo Efetivo Total (CET) do financiamento, que inclui além dos juros, outros custos como seguros e taxas administrativas.

Modalidades de crédito imobiliário
As principais modalidades de crédito no momento atual têm recursos captados, principalmente, dos depósitos de poupança pelos bancos e outras instituições financeiras integrantes do SBPE, composto pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e pelo Sistema Financeiro Imobiliário (SFI).

O SFH é voltado para os financiamentos de imóveis de menor valor e tem parte das unidades financiadas com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Esse sistema é regulamentado pelo Governo Federal, que estabelece condições como o valor máximo de avaliação do imóvel igual a R$1,5 milhão e o custo efetivo máximo igual a 12% ao ano.

O SFI é destinado a imóveis mais caros, sem cobertura do FGTS e sem regulamentação do governo. Além dessas modalidades e da nova linha com correção pelo IPCA da Caixa, ainda há a modalidade Pró-Cotista do FGTS, oferecida por alguns bancos. O Pró-Cotista é uma linha de financiamento que utiliza os recursos do Programa Especial de Crédito Habitacional ao Cotista do FGTS. O programa financia imóveis novos e usados e tem prazo de até 30 anos. Para contratar um financiamento nesta linha, é preciso ter conta ativa no FGTS e um mínimo de 36 contribuições. Caso a conta esteja inativa é necessário ter saldo superior ou igual a 10% do valor do imóvel.

Por Kelly Oliveira – Repórter da Agência Brasil

Mega-Sena sorteia nesta segunda-feira prêmio de R$ 30 milhões

A Mega-Sena sorteia nesta segunda-feira (14) o prêmio de R$ 30 milhões. As seis dezenas do concurso 2.197 serão sorteadas, a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço Loterias Caixa, localizado no Terminal Rodoviário Tietê, na cidade de São Paulo.

Excepcionalmente, o sorteio será realizado hoje porque no último sábado (12) não houve extração devido ao feriado nacional de Nossa Senhora Aparecida.

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) em qualquer casa lotérica credenciada pela Caixa, em todo o país. O bilhete simples, com seis dezenas marcadas, custa R$ 3,50.

Mercado financeiro reduz estimativa de inflação para 3,28% em 2019

Instituições financeiras reduziram, pela décima vez seguida, a estimativa para a inflação este ano. Segundo pesquisa do Banco Central (BC) feita ao mercado financeiro, divulgada todas as segundas-feiras pela internet, a previsão para a inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, passou de 3,42% para 3,28% em 2019.

Para 2020, a estimativa caiu de 3,78% para 3,73%, na segunda redução seguida. A previsão para os anos seguintes não teve alterações: 3,75% em 2021, e 3,50%, em 2022.

As projeções para 2019 e 2020 estão abaixo do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é 4,25% em 2019, 4% em 2020, 3,75% em 2021 e 3,50% em 2022, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

O principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação é a taxa básica de juros, a Selic. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Para o mercado financeiro, a Selic deve terminar 2019 em 4,75% ao ano. Atualmente, a Selic está em 5,5% ao ano.

O mercado financeiro alterou a expectativa para o fim de 2020 de 5,5% para 4,75% ao ano.

Para 2021, a expectativa é que a Selic termine o período em 6,50% ao ano, a mesma previsão há duas semanas. Para o fim de 2022, a previsão permanece em 7% ao ano, há 12 semanas.

Crescimento da economia
A previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é mantida em 0,87% em 2019, há seis semanas consecutivas.

As estimativas para os anos seguintes também não foram alteradas: 2% em 2020; e 2,50% em 2021 e 2022.

Dólar
A previsão para a cotação do dólar segue em R$ 4 e, para 2020, em R$ 3,95.

Ciro Gomes sobre Luciano Huck: ‘Um estagiário para a Presidência’

O ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PT) afirmou, em programa de entrevistas da Folha de São Paulo, que o apresentador Luciano Huck, cotado para concorrer à próxima eleição, não tem experiência no setor púlico ou atividade política para enfrentar a crise socioeconômica do país. Por isso, não seria o momento de “mandar um estagiário para a Presidência da República”, disse o presidenciável.

“Você passa numa esquina e vê ali aqueles meninos fazendo malabares, jogando coisas, engolindo fogo. Eu acho aquilo admirável. Mas você entregaria seu filho com apendicite para um malabarista genial fazer a cirurgia dele? Essa é a pergunta que nós temos que fazer. Qual é a credencial? Não é do Luciano Huck. Pelo amor de Deus, chega de mandar estagiário para a Presidência da República”, afirmou.

“Você pegar um malabarista extraordinário, maravilhoso, um grande artista, gente boa”, continuou Ciro. “É amigo pessoal, com pouca frequência, mas nos encontramos. Estive no casamento dele lá atrás. A Angélica encerrou minha campanha de prefeito de Fortaleza. Tenho, assim, delicadezas com ele, mas, camarada, experiência anterior no setor público, na política? Nenhuma. Aí vamos entregar a Presidência da República no olho do furacão da pior crise socioeconômica da história do Brasil a um grande malabarista? Eu não dou meu filho para ele fazer uma cirurgia. Se o Brasil quiser, entrega o filho com apendicite para ele fazer a cirurgia. Eu não entrego”.

Na mesma entrevista, Ciro também chegou a afirmar que não existe clima para impeachment do presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Nós estamos reconstituindo um bastidor que ainda está muito perdido por essa radicalização odienta da burocracia corrompida do PT e do bolsonarismo boçal que está infernizando o debate, impedindo a sociedade brasileira de trabalhar e produzir”.

“Eu lutei muito contra o impeachment.Lá atrás, também fiquei contra o impeachment que o Lula propôs contra Fernando Henrique Cardoso pela mesma razão. Remédio para governo ruim e para a nossa frustração não é impedimento. O PSDB, por exemplo, percebeu a grande bobagem que fez com o impedimento da Dilma. Estão profundamente arrependidos e com razão”.

IBGE: 11% dos trabalhadores que cursaram faculdade ganham até um salário mínimo

Faz tempo que o diploma universitário não garante um salário mais alto no futuro. Desde a recessão, que tirou milhões de brasileiros de seus empregos e corroeu a renda das famílias, porém, só aumenta o número de trabalhadores que cursaram faculdade, mas tiveram de aceitar funções que pagavam, no máximo um salário mínimo.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, colhidos pela consultoria IDados, apontam que 11% dos trabalhadores formais e informais que cursaram faculdade ganhavam até um salário mínimo (R$ 998) no segundo trimestre. É o maior patamar desde que a pesquisa começou, em 2012.

Entre abril e junho deste ano, eram 2,77 milhões de brasileiros nessa situação. É mais do que a população de Salvador e 1,07 milhão a mais de pessoas do que cinco anos antes, quando o País ainda não tinha entrado em recessão. Enquanto a crise foi se espalhando pelo mercado de trabalho, fechando vagas, aumentando a informalidade e reduzindo o rendimento das famílias, o número de graduados trabalhando por até um salário mínimo foi aumentando.

A assistente comunitária Valdelice Lima Nery, de 44 anos, faz parte desse porcentual de profissionais. Formada em administração de empresas, em 2010, ela hoje trabalha por cerca de um salário, em um posto de saúde na zona oeste do Rio de Janeiro. “Mesmo empregada, fiz dois anos de cursinhos preparatórios para concursos, mas a quantidade de seleções caiu e não consegui trocar de emprego. Queria tentar uma vaga com salário maior, mas tudo foi ficando difícil, pela piora da situação do País”, conta.

Ela, que presta atendimento a mais de mil famílias na região, diz que a preocupação agora é manter o emprego. “Mesmo com um número de assistentes abaixo do necessário na cidade, o contrato só vai até o fim do ano, e a Prefeitura ameaça não renovar o serviço.” Apesar de pouco, por dois anos, esse salário foi a única renda da família.

Precarização
“A verdade é que o trabalhador está em uma situação complicada”, avalia o economista Bruno Ottoni, da IDados. “O mercado não está gerando tantos postos e os que surgem são de baixa remuneração. Ele vê o que está disponível e, muitas vezes, acaba aceitando uma ocupação que paga bem menos do que gostaria.”

Para o economista, a situação atual do mercado de trabalho, com desocupação ainda elevada (de 12,6% em agosto) e poucas oportunidades com melhor remuneração, é o pior dos mundos para muitos ex-universitários. “Alguns deles tiveram finalmente a chance de entrar na faculdade nos anos anteriores à recessão, mas se depararam com um mercado que não consegue absorvê-los.”

Um efeito colateral preocupante da falta de boas oportunidades de emprego para quem tem mais anos de formação seria desestimular as pessoas a seguirem estudando, diz Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

“Isso é ruim, principalmente para as famílias mais pobres, que investiram com sacrifício em formação superior, com a expectativa de ascender socialmente. Se o trabalhador sente que não precisava ter estudado tanto, pode cair em uma frustração difícil de superar”, diz.

Informalidade
A busca dos trabalhadores mais qualificados por vagas com remuneração melhor deve ser longa, na avaliação de economistas ouvidos pelo Estado. O mercado de trabalho tem se recuperado em um ritmo mais lento do que se antecipava no início do ano e tem se ancorado, sobretudo, no avanço do trabalho informal – que é recorde.

O avanço da informalidade ajuda a explicar o aumento do número de graduados em universidades que ganham um salário mínimo ou menos. A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua mostra que em um ano, até agosto, foram criados 1,4 milhão de postos sem carteira assinada ou CNPJ (que inclui profissionais liberais e microempreendedores, por exemplo) e apenas 403 mil vagas de carteira assinada.

Um outro levantamento da consultoria IDados, feito a partir dos números da Pnad Contínua, aponta que um terço dos trabalhadores informais ganhava menos de R$ 5 por hora. Desde o início da recessão, há quatro anos, esse porcentual não fica abaixo dos 30%.

“Se a maioria dos novos postos de trabalho é precária, isso gera uma dinâmica negativa no mercado de trabalho”, avalia Ganz Lúcio do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). “Isso precisa ser objeto de preocupação do poder público. O Brasil não pode se acostumar a ser um País de informais ou uma economia com trabalhadores de baixa remuneração.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

AE