Acidente deixa uma vítima fatal na BR-232

Pedro Augusto

O autônomo Antônio Eleutério da Silva, de 32 anos, morreu em um acidente, na noite do último domingo (1º), na BR-232, em Sanharó, no Agreste do Estado. De acordo com informações repassadas pela Polícia Rodoviária Federal, ele estava conduzindo um Fiat Uno, quando acabou batendo de frente com um Celta.

Com o impacto, a vítima morreu no local enquanto o passageiro do Celta ficou ferido e foi socorrido para o Hospital de Belo Jardim, município circunvizinho. Até o fechamento desta matéria, o estado de saúde do passageiro não havia sido informado. O corpo de Antônio foi levado para o IML de Caruaru.

Colégio GGE realiza campanha em apoio ao Setembro Amarelo

O suicídio, um dos maiores problemas de saúde pública do mundo, é apontado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a segunda causa de morte mais incidente entre pessoas de 15 a 29 anos de idade. Ainda de acordo com a OMS, a maioria dos transtornos mentais entre adolescentes não recebe diagnóstico e nem tratamento e a depressão tem se destacado como um dos principais motivos de adoecimento dos jovens. Envolvido com a campanha Setembro Amarelo, o Serviço de Orientação Educacional e Psicológica (SOEP) do Colégio GGE desenvolve um projeto de sensibilização com seus alunos.

O objetivo é auxiliar os estudantes para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais através da inteligência emocional e dos cuidados com o bem-estar, além de conscientizá-los sobre a gravidade do tema. “O GGE entende que os jovens precisam ter uma estrutura psíquica saudável. Por isso, enquanto instituição educacional, está ajudando para que eles criem um repertório importante de reações emocionais para que eles consigam lidar da maneira adequada com as situações difíceis da vida e, principalmente, para que eles não adoeçam mentalmente. O sofrimento é inerente ao ser humano, desde cedo passamos por diversas frustrações, mas é necessário contorná-las para construir o futuro que eles desejam”, explica a psicóloga do GGE, Emanuela Freira.

Nas salas de aulas das turmas do Ensino Fundamental 2 e Médio, a equipe do SOEP vai apresentar vídeos com depoimentos do Centro de Valorização à Vida (CVV). Os alunos terão a oportunidade de conhecer as histórias de jovens que, com apoio emocional necessário, superaram dificuldades. Os índices de suicídio e de doenças mentais no Brasil, a exemplo da depressão e ansiedade, também serão debatidos com os estudantes a fim de alertá-los sobre a importância do diálogo e dos cuidados de valorização à vida para a prevenção do suicídio. Os psicólogos do GGE também irão orientá-los sobre como é possível desenvolver hábitos de pensamentos saudáveis que promovam a saúde mental e não estimulem o adoecimento.

Edir Macedo ora por Bolsonaro durante culto: “Ele vai arrebentar”

O presidente Jair Bolsonaro chegou ao Templo de Salomão, da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Brás, na capital paulista, na manhã deste domingo. Ele chegou de helicóptero.

Antes de se dirigir ao templo evangélico, o presidente teve uma consulta com o médico Antonio Luiz Macedo, um dos que fizeram sua cirurgia de abdômen, após ser atingido por uma facada no dia 6 de setembro do ano passado, durante campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG).

No início do culto, por volta das 10h, o presidente recebeu uma oração do bispo Edir Macedo, que passou óleo nas mãos e as colocou sobre a cabeça de Bolsonaro. Edir Macedo fez uma oração, enquanto Bolsonaro estava ajoelhado diante do altar. “Orem pelo presidente. Ele vai arrebentar, não porque sou eu, não porque é ele, é porque é o espírito de Deus”, disse o bispo.

Ambos saíram da cerimônia para uma visita geral ao templo. Edir Macedo é fundador da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da empresa Record. Outros bispos da igreja e uma comitiva do presidente acompanharam a visita.

Às 13h30, Bolsonaro deixou o templo de carro. Ele não deu entrevista, apenas acenou para pessoas que aguardavam sua saída à porta do templo.

Correio Braziliense

Papa Francisco é resgatado por bombeiros depois de ficar preso em elevador

Pope Francis gathers his thoughts during the weekly general audience on June 12, 2019 at St. Peter’s square in the Vatican. (Photo by Filippo MONTEFORTE / AFP)

O papa Francisco explicou que se atrasou para a tradicional oração dominical do Angelus porque ficou preso em um elevador do Vaticano e precisou ser resgatado pelos bombeiros.

Depois de mencionar a história de seu “resgate”, Francisco fez um anúncio surpreendente sobre a criação de novos postos de cardeais da Igreja, incluindo 10 com possibilidades de sucedê-lo como sumo pontífice.

“Tenho que pedir desculpas por chegar tarde. Fiquei preso em um elevador durante 25 minutos por um corte de energia, mas depois os bombeiros chegaram”, disse o sorridente pontífice de 82 anos.

“Um aplauso ao serviço dos bombeiros”, pediu, no que foi imediatamente atendido pela multidão.

Francisco chegou sete minutos atrasado, o que provocou inquietações nas emissoras de TV italianas que exibem o Angelus ao vivo. Os canais informaram que era um incidente quase inédito.

O pontífice parece ter energia ilimitada, apesar de sua idade, mas na juventude teve a maior parte de um pulmão extirpado. E as demonstrações de dor que escapam ocasionalmente lembram que a dor ciática é quase crônica.

“Houve um momento de grande preocupação pelo que poderia ter acontecido”, afirmou Vania De Luca, vaticanista do canal Rai News.

Possíveis futuros papas
Francisco surpreendeu ao anunciar a criação de 13 novos postos de cardeais, em 5 de outubro, 10 deles com menos de 80 anos, o que significa que estarão habilitados para sucedê-lo no trono de São Pedro, assim como para votar no conclave.

O pontífice argentino já destacou que deseja um colégio cardinalício menos europeu.

Os novos cardeais procedem da América do Norte, Central e Caribe, da África, Europa e Ásia.

“Suas origens expressam a vocação missionária da Igreja”, afirmou o papa.

Os novos “príncipes” da Igreja, que serão designados em uma cerimônia especial, o consistório, procedem de países como Cuba, República Democrática do Congo (RDC), Indonésia e Marrocos.

Além de um papel crucial, os cardeais também ocupam com frequência os cargos administrativos mais importantes da Igreja.

Entre os próximos cardeais estará o arcebispo de Bolonha, Matteo Zuppi, que segundo o consultor do Vaticano na secretaria de Comunicações, James Martin, é um “grande defensor dos católicos LGBT”.

O vaticanista Christopher Lamb destacou que as nomeações do papa “refletem sua prioridade de construir pontes com outras religiões (…) e de apoiar os migrantes”.

Outros religiosos importantes que serão designados cardeais são Michael Czerny SJ, diretor do departamento de migrantes e refugiados do Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral, e o arcebispo inglês Michael Fitzgerald, especialista nas relações entre cristãos e muçulmanos.

‘Antes que seja muito tarde’
Durante o Angelus, o papa se declarou “preocupado” com a ecologia, em particular os incêndios que devastam a floresta da Amazônia.

“Estamos preocupados com os grandes incêndios que acontecem na Amazônia. Este pulmão florestal é vital para nosso planeta”, declarou o sumo pontífice para a multidão na Praça de São Pedro.

Ele pediu aos 1,3 bilhão de católicos do mundo que “rezem para que, graças ao compromisso de todos, os incêndios sejam extintos o mais rápido possível”.

Francisco se reuniu em maio com o líder indígena Raoni, que viajou para alertar a Europa sobre o desmatamento na Amazônia.

Na encíclica “Laudato si” (maio de 2015), texto de tom social sobre a ecologia, o papa denunciou a exploração da floresta amazônica por parte de “enormes interesses econômicos internacionais”.

Em janeiro de 2018, ele visitou Puerto Maldonado, uma localidade peruana cercada pela floresta amazônica, para onde convergiram milhares de indígenas peruanos, brasileiros e bolivianos.

O pontífice criticou na ocasião “a forte pressão dos grandes interesses econômicos que cobiçam o petróleo, o gás, a madeira, o ouro e os monocultivos agroindustriais”.

Neste domingo, o papa elogiou os jovens ativistas pelo clima, que aumentam a pressão sobre as instituições, afirmando que todos os olhos estarão voltados para a próxima Reunião de Cúpula de Ação Climática da ONU em Nova York, na última semana de setembro.

AFP

Morre Alberto Goldman, ex-governador de São Paulo

Morreu neste domingo (1) o ex-governador de São Paulo e deputado federal Alberto Goldman. Ele estava internado desde o dia 19 no hospital Sírio Libanês, em São Paulo. O líder tucano tivera uma hemorragia durante uma operação no crânio. Ex-comunista, Goldman aderiu á social-democracia e se tornou um de seus maiores nomes no País.

Nascido em 12 de outubro de 1937, em São Paulo, filho de Dora, uma dona de casa, e de um alfaiate polonês, Wolf Goldman. Seu avô paterno tinha uma pequena loja de tecidos em uma cidade da região de Lublin, no interior da Polônia – recentemente, ele viajara ao país e tentara encontrar os antigos jazigos da famílias, mas o cemitério havia sido destruído e nada sobrara da memória dos Goldman no lugar. Nem uma lápide. “Impressionante. Os nazistas levaram os vivos e os mortos também.”

Goldman era engenheiro formado pela Escola Politécnica, foi deputado estadual por dois mandatos (1971-1978), deputado federal por seis mandatos (1979-1986 e 1991-2006), Ministro dos Transportes (Governo Itamar Franco), secretário de Estado, vice-governador e governador de São Paulo. Alberto Goldman deixa esposa, cinco filhos e quatro netos.

No Brasil, seu pai começou a trabalhar como alfaiate e, depois, com o irmão montou uma confecção de roupas masculina. Moravam no Bom Retiro, no centro de São Paulo, bairro que então concentrava a população judaica de São Paulo. Alberto Goldman cursou a Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo, onde se formou engenheiro civil. Ali começou a militância política. “No primeiro ano da Poli me filiei ao partido. A base era grande.” Era 1955.

O partido era o Partido Comunista Brasileiro, o PCB. “Minha mãe havia sido militante do partido comunista na Polônia. E meu pai não era propriamente militante, mas era próximo.” O menino conviveu com discussões em casa, durante a guerra, sobre os acontecimentos no mundo. “Fui me aproximando dessa posição.”

Participou do movimento estudantil. Quando deixou a faculdade não se vinculou a nenhuma outra base do partido, mas permaneceu ligado ao grupo da comunidade judaica do Bom Retiro ao lado de militantes como Max Altman e Jacob Wolfenson. “Era um pessoal muito bem formado.” Trabalhava então em uma empresa de engenharia que ele abriu depois de sair da faculdade.

Ligou-se aos Comitês Municipal e estadual do partido, uma militância clandestina. “Participava das reuniões e discussões.” Tinha já três filhos quando, em 1969, após o Ato Institucional-5 (AI-5) , foi procurado em seu escritório de engenharia pelo dirigentes do partido Moacir Longo e Hércules Correa dos Reis, ambos cassados pelo regime. “Em nome do comitê estadual, eles me comunicaram que o partido queria que eu fosse candidato a deputado estadual.” Os militares haviam acabado de cassar em 1968 o deputado estadual Fernando Perrone (MDB), que era o homem do partido na Assembleia Legislativa.

“Resisti durante meses. Não queria entrar nisso. Era um loucura pois era a pior época para isso (entrar na política).” Quando decidiu ser candidato, teve de enfrentar a oposição do pai. “Meu pai fazia campanha contra mim, achando que eu havia enlouquecido. E acho que ele tinha razão”, lembrava décadas depois. Era o começo de uma carreira que não teria mais fim. “Tento, tento e não consigo deixar a política”, dizia o ex-governador.

Goldman só aceitou se candidatar porque acreditava que não seria eleito. “Mais do que isso. Eu não acreditava que seria registrado no tribunal eleitoral.” Quando o desembargador Adriano Marrey recebeu o processo para decidir pelo registro da candidatura, disse: “Tem aqui uma série de informações do Dops, mas para mim informações do Dops não valem nada.”

Depois do registro da candidatura, o engenheiro teve de enfrentar a campanha. Goldman lembrava que então a repressão contra o partido não era forte. Mesmo assim, durante a campanha, teve os passos vigiados pela polícia política. “Onde eu ia eles me acompanhavam.” Fazia comícios na porta de fábricas, com um caixote e um megafone para discursar contra o governo. Usava um Fusca para se deslocar. Elegeu-se em 1970 pelo MDB com o apoio do partido. Recebeu 17.226 votos.

“Fui eleito pelo trabalho do partido. O partido tinha bases em vários lugares, como entre os ferroviários, na Lapa, na zona norte e na Vila Formosa. E no estado, na área da Sorocabana e em Santos. E nas associações de amigos de bairro e em sindicatos, como o dos metalúrgicos e da construção civil.” Foi o oitavo mais votado em sua legenda, o MDB.

Depois de eleito, passou a manter encontros com integrantes do Comitê Central em casa e em restaurantes. Os contatos eram esparsos. “Comecei a fazer os discursos que tinha de fazer e meus colegas achavam que eu ia ser cassado.” Com o tempo a repressão se abateu sobre a estrutura do partido, que buscava uma política de frente democrática contra a ditadura militar.

Após as primeiras prisões em 1972, Goldman pensou que seria logo preso. Aproveitou um convite do Departamento de Estado americano para acompanhar as eleições presidenciais entre o republicano Richard Nixon e o democrata George McGovern para ficar 20 dias fora do país. “Quando voltei estava mais calmo.” Era o início da ação da repressão contra o partido. “Por algum fator que não sei explicar, nunca fui cassado”.

Atravessou a década de 1970 com certeza que continua sob vigilância. Foi avisado por Ivahir Rodrigues Garcia, delegado de polícia e deputado estadual, que tinha os passos controlados. “Sou teu colega aqui. Você tem duas funcionárias aqui, uma delas é agente do Dops.”, disse o delegado. Goldman nunca manteve nada arquivado, Mantinha nomes e endereços na memória. “Sabia que era vigiado e que a qualquer momento podia ser apanhado.”

Em 1974, é reeleito deputado estadual com 75 mil votos. Tornara-se o segundo mais votado do estado em meio avalanche de votos dada ao MDB. “Fazia palestras em universidades. Passei a ser uma referência de oposição ao regime. Sempre procurei fazer meus discurso, muito duros, mas nunca ultrapassando uma linha e evitando as agressões pessoais.”

Tornou-se líder da bancada do MDB, que tinha então dois terços da Assembleia Legislativa paulista. “Eu podia aprovar o que quisesse e derrubar o que quisesse.” Conviveu com o governador Paulo Egídio Martins (Arena), que lhe mandava os projetos antes, iniciando uma relação que se transformaria em amizade pessoal.

Em 1975, após a prisão e morte do jornalista Vladimir Herzog nas dependências do Destacamento de Operações de Informações (DOI), do 2.º Exército, o governador Paulo Egídio chamou a bancada do MDB ao palácio dos Bandeirantes para um encontro com o presidente Ernesto Geisel. Disse então para o Geisel: “Presidente, estão matando gente em São Paulo.” Geisel ouviu o relato de Goldman, com a bancada do MDB em torno dos dois. “Eu sei”, disse.

Meses depois, após mais uma morte no DOI – a do operário Manoel Fiel Filho – o presidente removeria do comando do 2.º Exército o general Ednardo D’Ávila Mello. Para acalmar a linha dura, cassaria dois deputados comunistas – Nelson Fabiano e Marcelo Gatto. “Na hora que sabia de uma informação de uma prisão, ia para os jornais denunciar. Era a forma de anunciara que a pessoa havia sido presa para preservar a vida dele.” Foi assim com o dirigente comunista Marco Antônio Tavares Coelho, preso no Rio e trazido para São Paulo. “Isso preservava a vida das pessoas.”

Em 1977, propôs a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a invasão da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo invadida pela polícia de São Paulo para impedir um congresso estudantil. Presidiu a comissão que interrogou o então secretário da Segurança, o coronel Erasmo Dias. Ia então para Buenos Aires para encontrar com integrantes da direção do partido no exílio. Em 1978, elegeu-se deputado federal. Elegeu-se com 102 mil votos e seria reeleito em 1982 pelo MDB.

Em 1986, após a legalização do PCB em 1985, torna-se líder do partido na Câmara dos Deputados e integrante do Comitê Central do partido. Candidata-se pelo partido e, pela primeira e última vez não é reeleito. “Meu voto era muito PMDB. E na lei de então prevalecia o nome do partido.”

Se torna secretário de coordenação de programas do governo de Orestes Quércia (PMDB) em 1987 e, em seguida, deixa o PCB e retorna ao PMDB. Depois seria secretário de administração. Em 1990, apoia a candidatura de Luiz Antonio Fleury Filho ao governo do estado. “Foi uma invenção nossa. Uma infeliz invenção.” No quercismo, o ex-governador permaneceria até 1996. Ingressou então com outros emedebistas no PSDB.

Em 1990, voltou a se candidatar e a ser eleito deputado federal. No governo Itamar Franco (1992-1995), tornou-se ministro dos Transportes. Como tucano, elegeu-se deputado ainda em 1998 e 2002. Em 2006, elegeu-se vice-governador na chapa de José Serra (PSDB), assumindo o governo do Estado em 2010 após a renúncia do colega, que se candidatou à presidência.

“Quando saí do governo em 2011, decidi pagar minhas dívidas com os filhos e netos. Nesses 40 anos de política não os vi crescerem. Um dos meus filhos é traumatizado com a política. Não deixava meus netos falarem em política.” O menino assistia à televisão nos anos 1970 e ouviu o nome do pai. Era um militar que o acusava Goldman de subversão. “Meu filho me perguntou: ‘Pai, você é comunista?’ Hoje ele tem 50 anos. Ficou traumatizado.”

Levava os netos ao cinema. Tornou-se vice-presidente do PSDB e um dos principais adversários do atual governador João Doria, que lutou pela sua expulsão do partido. Bem-humorado, gostava de fustigar o adversário. Na segunda-feira, dia 19 de agosto, foi internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Passou por uma cirurgia no cérebro e teve um sangramento. “Minha vida política foi mais do que fazer proselitismo. Foi minha forma de contribuir com o País.”

Agência Estado

Caminhoneiros prometem paralisar as estradas na próxima quarta-feira (4)

Caminhoneiros fazem protesto contra a alta no preço dos combustíveis na BR-040, próximo a Brasília.

A madrugada de terça (3) para quarta-feira (4) da próxima semana promete ser um misto de movimento e paralisação nas estradas de todo o Brasil. Isto porque devido à suspensão do julgamento sobre a constitucionalidade da tabela que prevê pisos mínimos para o frete dos caminhoneiros autônomos por parte do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, a categoria optou por bloquear o movimento nas rodovias federais, em todo o país, neste dia. De acordo com a categoria, o protesto não tem nem data nem hora para conclusão. Nos dias anteriores, a partir de domingo (1), haverá panfletagem junto aos caminhoneiros. O STF ainda não tem previsão para uma nova data de julgamento.

O grupo vinha negociando há algum tempo, sem sucesso, uma nova tabela com o governo após a anterior – considerada com valores baixos pela categoria – ter sido suspensa em julho. Marconi França, líder dos caminhoneiros autônomos em Recife, conta que foi informado da suspensão do julgamento, por telefone, pelo ministro Tarcísio de Freitas. Ele diz acreditar que o adiamento ocorreu porque a tabela seria considerada constitucional e conta que a categoria já vinha articulando-se nacionalmente, há aproximadamente 30 dias, para pressionar o STF com o argumento da validade da lei 13.703. Isto porque ela teria passado por todos os trâmites jurídicos e constitucionais, além de aprovada na Câmara dos Deputados, Senado e CCJ, além de sancionada pelo então presidente Michel Temer. “Não estamos pedindo nada de mais, só o que é nosso e o cumprimento de uma lei vigente. Não há o que se discutir sobre isso. Tínhamos sido informados de que a Advocacia Geral da União (AGU) defenderia esta causa com unhas e dentes, mas fomos pegos de surpresa na data de ontem. Então, mediante o exposto, estaremos firmes com o movimento”, afirmou.

Marconi supõe, ainda, que até a próxima segunda (1), a categoria deve ser convocada para uma reunião, a qual não pretendem comparecer. “O que estamos pleiteando, há cerca de 15 anos, é o nosso piso mínimo. Em 2015 foi proposto um acordo com uma tabela referencial e isso já não funcionou. Só aceitamos a vinculativa à nossa lei”, explica. Ele credita o adiamento do julgamento à pressão de setores fortes do agronegócio bem como da bancada do segmento composta por 252 deputados e 35 senadores. “Eles estão querendo ganhar tempo mas, para a gente, não importa se isto será julgado hoje ou daqui a 50 anos. Enquanto estiver vigente, a lei é soberana e só queremos que o governo faça sua parte”, continua. E complementa fazendo um pedido à população para que não faça tal qual aconteceu no ano passado com a corrida aos postos. “Já sabemos que transportadores de combustíveis aderirão. Portanto, abasteçam os carros e comprem gás de cozinha porque só sairemos do asfalto quando formos atendidos”, adianta.

Outros líderes da categoria procurados apresentaram opiniões divergentes sobre os próximos passos após a suspensão do julgamento. Nélson Junior, o Carioca, de Barra Mansa (RJ), diverge sobre como a categoria deve proceder. Segundo ele, o adiamento ocorreu porque, muito provavelmente, a tabela seria considerada inconstitucional, o que revoltaria os caminhoneiros e poderia gerar uma greve. Com isso, a categoria deve voltar para a mesa de negociações com o governo e o setor privado, diz o caminhoneiro.

Repercussão no setor do agronegócio – O adiamento da corte repercutiu no segmento. Para a Abiove (Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais), o baixo desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) e a retração do setor do agronegócio em 0,4% anunciada nesta quinta-feira (29) pelo IBGE é reflexo da pressão sobre o setor produtivo, que sente os efeitos do tabelamento do preço do frete. De acordo com André Nassar, presidente da Abiove, a paralisação dos caminhoneiros em maio de 2018 ainda interfere na retomada de crescimento econômico. “O tabelamento do frete é um impeditivo porque criou um cenário de insegurança jurídica e elevou os custos operacionais, comprometendo a geração de emprego e renda em nosso país”, disse ele. Em nota, a associação disse ser “impossível tornar o Brasil mais eficiente com essa distorção no nosso mercado de transportes”.

Desejo de Pipico é seguir no Santa Cruz em 2020

Nem tudo foi trágico na temporada 2019 para o Santa Cruz. Embora o Tricolor não tenha conquistado títulos, nem o acesso para a Série B, há ainda pontos positivos a serem destacados. O principal feito do time no ano foi a boa campanha realizada na Copa do Brasil, que garantiu uma polpuda verba ao clube. Além disso, o centroavante Pipico consolidou sua fama de goleador e foi um dos poucos que se salvou das críticas da torcida. E é justamente dele que vem uma possível boa notícia para os corais nos próximos dias. Prioridade na lista de renovações da diretoria, o jogador pode seguir no Arruda em 2020. E é vontade do próprio atleta continuar vestindo o manto coral no próximo ano.

De acordo com Ytalo Pontes, empresário do jogador, o mais provável é que haja um desfecho feliz para os tricolores. “Já tivemos reunião com a diretoria, passamos algumas situações e ficamos de concluir o contrato em alguma outra oportunidade. Temos algumas propostas de clubes da Série B, mas, de fato, a prioridade do atleta é a renovação”, garantiu. “Ele está muito consciente de que quer fazer um projeto de história no Santa Cruz. Acho que foi uma séire de fatores: o bom momento que ele viveu no clube. A cidade o abraçou muito bem, tem a família também… Tudo isso pesa na decisão, mais do que os termos financeiros. Ele está muito esperançoso na renovação”, revelou o agente.

Pipico é considerado peça fundamental para a cúpula tricolor. E seus números falam por si. O atleta desembarcou no Arruda na reta final da Série C de 2018. Na ocasião, caiu rapidamente nas graças da torcida. Não era para menos. Afinal, marcou seis gols em nove jogos. Uma média de 0,6 por partida. De contrato renovado, perdeu jogos no início deste ano por conta de lesão. No entanto, quando entrou em campo, não decepcionou. Na atual temporada, anotou 16 bolas na rede em 30 duelos. Média de 0,53 por confronto. Ninguém chegou perto de ameaçar sua artilharia no elenco coral. No total de sua passagem pelo clube, são 22 gols em 39 jogos. Um desempenho que corrobora tamanho prestígio no Tricolor.

Folhape

Maia preenche espaço de Bolsonaro com agenda e fala de primeiro-ministro

O apelido pegou: com algumas menções elogiosas e outras nem tanto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vem sendo tratado como “primeiro-ministro”. A figura, que não existe no presidencialismo, regime adotado pelo Brasil, é chefe de governo no parlamentarismo, em que o presidente pode ser praticamente uma representação simbólica.

A alcunha advém do fato de que Maia tem se consolidado como protagonista no cenário político ao longo deste ano de governo Jair Bolsonaro (PSL). Depois de se firmar como principal articulador político da reforma da Previdência, agora em tramitação no Senado, o deputado busca manter a Câmara no centro do debate político.

Conhecido como defensor da agenda econômica de reformas, que incluem a tributária e a administrativa, Maia tomou a frente em uma área diferente na última semana.

Em meio à crise das queimadas, pediu em nome da Câmara ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes a liberação de recursos do fundo da Operação Lava Jato para ações na Amazônia. Criticou a posição de Bolsonaro de rejeitar a ajuda financeira do G7 (“o Brasil não pode abrir mão de nenhum real”) e ao mesmo tempo as declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, sobre o acordo entre Mercosul e União Europeia (“o presidente da França ficou isolado”).

Além disso, recebeu um grupo de ex-ministros do Meio Ambiente que pleitearam que a Casa se esforce para barrar textos antiambientais. Em outros fronts, por exemplo, tem articulado projeto para abrir o futebol brasileiro a investidores estrangeiros, sinalizou que a Câmara pode avançar nos pacotes de segurança pública elaborados por Alexandre de Moraes e pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, e instalou comissão para tratar da abertura do mercado de saneamento para empresas privadas.

“Ele assumiu esse espaço porque ele [o espaço] foi deixado pelo governo”, afirmou o deputado Alexandre Frota, expulso do PSL após críticas a Bolsonaro e que aderiu ao PSDB do governador paulista, João Doria. “O governo não enviou ninguém para conversar, para articular, para criar estratégias, quando encaminhou a Previdência.”

Maia disse à reportagem na sexta-feira (30) que o modelo de governo de Bolsonaro permite que o Legislativo aja com maior independência para tocar agendas próprias. “O fim do governo de coalizão, que foi decisão do presidente, gerou dois Poderes claros. No governo de coalizão, o Parlamento ficava como subproduto do Executivo”, afirmou.

Segundo o cientista político e professor da PUC Minas Malco Camargos, a impressão de força incomum do Congresso de 2019 vem, na verdade, do fato de que legislaturas anteriores costumavam ficar a reboque de articulações do presidente.
“Fala-se que estamos caminhando para um semipresidencialismo, mas na verdade o que está acontecendo é que o Legislativo está deixando de ser subserviente e ocupando a sua função”, diz.

Se Maia acumulou aliados e poder dentro da Casa (teve, na eleição para a presidência da Câmara deste ano, sua maior quantidade de votos dos três pleitos que disputou), a postura de protagonista não agrada a todos os parlamentares. Ele recebe críticas principalmente daqueles ligados às bases bolsonaristas nas redes sociais. Na quarta-feira (28), depois da reunião com os ex-ministros, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) foi ao Twitter verbalizar insatisfação.

“Maia quer sinalizar que o Parlamento ‘seja um instrumento de equilíbrio neste processo de desenvolvimento, sem deixar de lado o Meio Ambiente’. Como falei no meu discurso de domingo na [avenida] Paulista: o Executivo é com Jair Bolsonaro. E parece que o parlamentarismo é apoiado aqui'”, escreveu.

Parte das críticas pode ser explicada por um antagonismo que se criou entre o mandatário da Câmara e o do Planalto no primeiro semestre e que virou a base do presidente contra Maia.

A troca de farpas chegou ao ponto de Bolsonaro dizer que Maia era como uma namorada que quer ir embora. Sobrou também para Sergio Moro, que teve seu projeto anticrime chamado pelo deputado de “copia e cola” do texto do ministro do Supremo Alexandre de Moraes.

O próprio Frota chegou a ser escalado, quando ainda estava no PSL, para ajudar no restabelecimento de relações entre membros do governo e o presidente da Câmara na época da Previdência. No segundo semestre, o clima segue mais ameno. Embora tenha procurado se distanciar das falas de Bolsonaro nas questões ambientais, Maia foi cuidadoso ao expor as críticas. Disse em diversas vezes que, embora as palavras “radicais” do presidente possam passar uma ideia equivocada, o governo não adotou ações que facilitassem queimadas.

Para o presidente da Câmara, o relacionamento mudou de ambos os lados. “Eu acho que, do ponto de vista da relação do governo com a política, teve uma mudança. Acho que teve também uma compreensão [dos deputados] do estilo do presidente e que não deveríamos cumprir o papel de necessariamente polemizar em todos os conflitos”, disse. “Já que muitas vezes isso não leva a nada, era melhor deixar o presidente falar.”

O professor da PUC Minas avalia que a mudança de atitude do governo veio por causa do sucesso que a reforma da Previdência obteve na Câmara. “Como há a ausência do poder articulador do presidente, o próprio Executivo percebeu que o Maia tem prestado esse serviço no Congresso, e passou a enxergá-lo não como adversário, mas como aliado”, disse.

“O curioso é que é um aliado que vai ganhando protagonismo, e não subserviência.”
Na segunda-feira (26), uma notícia negativa relacionada a Maia ajudou a derrubar a Bolsa e a elevar o dólar. A Polícia Federal havia atribuído a ele os crimes de corrupção passiva, falsidade ideológica eleitoral (caixa dois) e lavagem de dinheiro ao concluir inquérito sobre supostos repasses da Odebrecht ao deputado.

As redes sociais pegaram fogo. “Rodrigo Maia é o primeiro-ministro imaginário do país imaginário do centrão”, escreveu um usuário. “Rodrigo ‘Botafogo’ Maia, tua casa vai cair!”, postou outro, em referência ao apelido atribuído ao político na lista de supostos repasses da Odebrecht.

Na terça (27), porém, o clima no Congresso era de normalidade. Maia negou as acusações ao chegar à Casa, e o dia transcorreu sem que o assunto fosse o centro do debate. Para o cientista político, a menos que existam fatos novos, as acusações contra Maia não são suficientes para abalar o apoio que ele possui entre seus pares.
“Acho que ele e o próprio Bolsonaro já entenderam que essas críticas não abalam o funcionamento da política hoje em dia. Independentemente do volume de críticas que você recebe, se você tem um conjunto de atores que encampam o seu discurso, isso faz valer a sua vontade”, afirma Camargos.

POLÊMICAS
– Travou embates com o presidente Jair Bolsonaro durante o primeiro semestre. Bolsonaro chegou a dizer que Maia era como uma namorada que ameaçava ir embora;
– Trocou farpas com o ministro da Justiça, Sergio Moro, ao dizer que seu projeto anticrime era um “copia e cola” de proposta do ministro do STF Alexandre de Moraes;
– Próximo à equipe econômica, chegou a se estranhar com Paulo Guedes (Economia) depois de o ministro dizer que deputados tinham “abortado” a reforma da Previdência. Afirmou que o governo era “usina de crises”.

PROTAGONISMO
– Reforma da Previdência: atuou como fiador da reforma no Congresso, sendo visto como principal articulador de votos;
– Reforma tributária: tem atuado para trazer a reforma para o âmbito da Câmara; começou a tocar proposta paralela já no primeiro semestre;
– Amazônia: portou-se como voz moderada durante a crise das queimadas, tentando alocação de recursos emergenciais e discursando pela aceitação da ajuda do G7.

‘Nem sei identificar o que é maconha’, diz presidente da Anvisa

Na lista de alvos preferenciais do governo Jair Bolsonaro, o cardiologista William Dib, 72, acha graça quando é acusado de fazer apologia da maconha. “Se colocar maconha aqui na minha frente, nem vou saber identificar. Minha geração é a do lança perfume”, diz. O diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) entrou na mira do governo ao abrir para consulta pública a possibilidade de plantio de maconha por empresas e de registro de medicamentos derivados da planta.

Foi acusado pelo ministro da Cidadania, Osmar Terra, de buscar subterfúgios para a liberação do uso recreativo da droga. Também apanhou pesado do próprio presidente, que disse que a Anvisa demora demais a registrar medicamentos e para quem o órgão estaria criando dificuldades para vender facilidades.

Às críticas, o médico de voz pausada dá de ombros. Está um tanto acostumado, afinal, a bater de frente com o ocupante do cargo mais alto da nação. “Não é a primeira vez que fico discutindo com um presidente. O Lula subiu muito no palanque contra mim”, afirma ele, referindo-se à eleição municipal de 2004, quando era prefeito de São Bernardo do Campo (SP) pelo PSB e buscava a reeleição. “E eu ganhei com 78% dos votos contra o PT [na verdade, 76,3%]”, afirma, sem disfarçar o sorriso.

Filho de sírios que migraram para Garça, no interior paulista, Dib chegou a São Bernardo aos sete meses de idade, quando os pais abriram uma loja na cidade do ABC paulista. Lá, “Dr. Dib” foi secretário de Saúde, vice-prefeito e por fim prefeito, entre 2003 e 2008. Teve ainda um mandato de deputado federal pelo PSDB (2011-15). Em 2017, chegou à Anvisa, indicado pelo então presidente Michel Temer, que conhece desde a década de 1980. Tem mandato na agência até dezembro deste ano.

A tranquilidade de Dib tem motivo: a Anvisa oferece a ele blindagem, pelo fato de diretores de agências terem mandato fixo. É um caso diferente do ocorrido com outros inimigos do governo, como o ex-diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) Ricardo Galvão, exonerado em razão da insatisfação de Bolsonaro com os dados sobre o desmatamento da Amazônia. “Virei bode expiatório”, diz ele. “Mas quando você bate boca, acaba denegrindo a imagem da agência. Acaba entrando na politicagem”, afirma.

Dib conta que introduziu o tema da maconha para consulta pública por uma questão prática. É preciso normatizar o tema, diz ele, que hoje é um cipoal de medidas judiciais beneficiando indivíduos e associações. Ele afirma que antevia reação forte, mas imaginou que viria sobretudo dos defensores do uso da maconha. “O enfrentamento que acreditei que a gente teria é das pessoas com decisão judicial a seu favor, achando que nós estaríamos tirando um direito deles”, afirma.

Segundo Dib, a proposta em debate na Anvisa é “muito, muito, muito mais restritiva do que o que há hoje”, reforçando a entonação da palavra “muito”. “Vai regularizar o plantio da maconha no Brasil, que não será para dezenas ou centenas de pessoas. Não haverá essa possibilidade, porque há a palavrinha ‘cota’ na regulamentação”, diz. A reação dos conservadores, declara, vem do fato de no Brasil as pessoas não terem o hábito de lidar com dados. “Debate científico é uma coisa meio mágica na cultura brasileira”.

Ele espera ter o tema pronto para se votado pelos cinco diretores da Anvisa em outubro. Relator da matéria, antecipa que votará a favor. Numa rara crítica direta ao governo, diz que a defesa feita por Terra de que o assunto seja debatido pelo Legislativo não faz sentido. “Não posso acreditar que um membro do Congresso cite isso, porque foi o Congresso que produziu as leis que delegam à Anvisa essa atribuição”, afirma, referindo-se ao fato de que Terra é deputado federal licenciado pelo MDB-RS.

Polêmicas
Na prefeitura de São Bernardo, Dib teve como marca obras viárias, além da pauta da saúde. Suas contas de 2004 foram reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado, por insuficiência de gastos em educação, o que ele contesta. Com controle total sobre a Câmara Municipal, conseguiu reverter o parecer do TCE.

Também se envolveu em uma polêmica quando era candidato a vice-prefeito em 1996, ao ser gravado prometendo dinheiro a dois candidatos a vereador de uma coligação adversária. Na época, afirmou que tinha sido vítima de uma armação e acabou absolvido em primeira instância. Ex-filiado ao PSB, ele não se diz socialista, mas afirma estar “muito mais à esquerda do que à direita”.

Apesar disso, flertou, quando deputado, com temas conservadores. Em 2013, foi coautor de um projeto cujo objetivo era revogar a lei que obrigava o atendimento de vítimas de estupro em hospitais do SUS. Ele diz que seu objetivo era evitar que a prática do aborto se tornasse corriqueira numa rede pública sem estrutura adequada para isso.

Mas na justificativa do projeto, os autores dizem que a lei deveria ser revogada porque tinha como principal objetivo “preparar o cenário político e jurídico para a completa legalização do aborto no Brasil”. Outros projetos tentavam coibir o bullying nas escolas e exigiam teste oftalmológico para concessão de porte de armas. Nenhum foi aprovado. Questionado se é um progressista, Dib responde que “provavelmente”. “Não sou simpatizante do sr. Bolsonaro. Não sou simpatizante da direita ou da extrema direita”, declara.

Folhapress

Bolsonaro terá que fazer nova cirurgia por causa de facada

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) terá que fazer uma nova cirurgia em consequência da facada que sofreu durante a campanha eleitoral, em setembro do ano passado. A necessidade da intervenção foi confirmada em avaliação médica no domingo (1°).
A data da operação não foi divulgada, mas Bolsonaro indicou em uma rede social que deve ficar cerca de dez dias afastado do Planalto para se submeter ao procedimento e se recuperar.

O médico Antonio Luiz Macedo, membro da equipe que tratou o presidente no hospital Albert Einstein após o atentado, fez a avaliação no paciente no aeroporto de Congonhas, logo após Bolsonaro desembarcar na capital paulista, por volta das 8h. O motivo da cirurgia não foi confirmado, mas na sexta-feira (30) Macedo afirmou à Folha que havia o risco de Bolsonaro ter hérnia na região atingida pela facada e depois submetida a três cirurgias.

O problema é considerado normal em um quadro clínico como o dele, que passou por um trauma de grande dimensão e sucessivas operações na área. O surgimento de hérnias era esperado porque a parede abdominal do presidente ficou fragilizada após tantos cortes e procedimentos cirúrgicos.

Como o tecido fica menos resistente, pode acontecer que parte de algum órgão abdominal rompa a parede muscular, criando um volume sob a pele. A operação de hérnia é considerada de médio porte, sem grandes riscos.

Em postagem nas redes sociais, Bolsonaro escreveu: “Pelo que tudo indica curtirei uns 10 dias de férias com eles brevemente”. Ele publicou uma foto ao lado de Macedo e do médico Leandro Santini Echenique, que também fez a avaliação. Macedo e Echenique integraram a equipe responsável por cuidar de Bolsonaro no Einstein, para onde ele foi transferido após receber o atendimento emergencial na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora (MG).

Em julho, após mais de 40 anos no Einstein, Macedo migrou para a Rede D’Or São Luiz. A nova operação no presidente deverá ser feita no Hospital Vila Nova Star, na Vila Nova Conceição (zona sul), que faz parte da rede.

A cirurgia mais recente de Bolsonaro ocorreu no Einstein, em janeiro, para reconstruir o trânsito intestinal, afetado pelo trauma, e retirar do abdômen a bolsa de colostomia (recipiente externo para armazenar fezes). Os médicos consideraram bem-sucedida a recuperação, apesar de complicações que surgiram ao longo do processo, mas foram rapidamente contornadas.

“A condição física ajudou muito, porque ele foi atleta e possui uma musculatura forte. Isso tudo ele usou agora, no trauma”, disse Macedo, relembrando o passado de militar do presidente. Como mostrou a Folha, o ataque que o então candidato sofreu em Juiz de Fora completa um ano no dia 6 de setembro e virou trunfo político para o presidente. Ele busca manter o assunto em evidência, mencionando, sempre que pode, o crime perpetrado por um “representante da esquerda”.

Adélio Bispo de Oliveira, o autor, que está preso na penitenciária federal de Campo Grande (MS), foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014. Declarado inimputável, por sofrer de problemas mentais, ele foi absolvido pela Justiça em junho. O presidente viajou à capital paulista neste domingo para participar de culto celebrado pelo bispo Edir Macedo, no Templo de Salomão, no Brás (região central).

O líder da Igreja Universal do Reino de Deus, que também é dono da TV Record, apoiou a campanha de Bolsonaro em 2018 e mantém boas relações com o governo.

Segundo a agenda oficial de Bolsonaro, o presidente passa o dia em São Paulo e retorna a Brasília às 18h45. Não foram informados compromissos dele na capital paulista no período da tarde.