ARTIGO — Os brasileiros e o esgotamento mental

Por Lu Magalhães

O trabalho tem causado esgotamento mental no profissional brasileiro. Na prática, a maioria dos funcionários sofreu algum problema de saúde mental por conta do trabalho. Essa é uma das conclusões do mapeamento feito pela Talenses com mais de 1.400 pessoas. De acordo com o levantamento, 49% dos entrevistados já sofreram crises de ansiedade; 44% afirmaram que tiveram Síndrome de Burnout – um esgotamento mental ocasionado por estresse profissional. Entre os profissionais que participaram da pesquisa, 70% declaram que o trabalho tem contribuído fortemente para essa situação. Entre os fatores que detonam essa precariedade na saúde mental, destaque para pressão por resultados (61%); excesso de horas trabalhadas (55%) e acumulação de funções (55%). Há, também, insatisfação com o ambiente corporativo (40%); para 31%, o fator estressante foi um assédio moral sofrido no trabalho.

O fato é que a saúde mental do brasileiro é um grande tabu. Os gestores mais tradicionais acreditam que o trabalho não é o ambiente adequado para expressar emoções. Como resposta, para a maioria dos profissionais no mundo, o local de trabalho não tem os elementos fundamentais que nos fazem prosperar como seres humanos. Não é o local para desenvolvermos práticas básicas como respeito, oportunidades de crescimento pessoal e de conquistas; não favorece a formação de uma comunidade acolhedora e um senso de significado. Em contrapartida, o funcionário contemporâneo espera um ambiente de negócios com valores além do salário e plano de carreira. Como resultado dessa expectativa, sobretudo das novas gerações, os líderes têm o desafio de criar uma cultura proeminente para todos.

Para os brasileiros que estão questionando essa lógica, recomendo o livro A Great Place For All, de Michael C. Bush e a equipe da consultoria global – responsável pela pesquisa Melhores Empresas para Trabalhar em mais de 50 países. A obra é um chamado para que as organizações desenvolvam cada grama de potencial humano e saibam extrair o melhor detodos e paratodos. A obra mostra que para a maioria das pessoas do mundo, o local de trabalho não tem os elementos fundamentais que nos fazem prosperar como seres humanos – coisas básicas como respeito, oportunidades de crescimento pessoal e de conquistas; a formação de uma comunidade acolhedora e um senso de significado. Em contrapartida, o funcionário contemporâneo espera um o ambiente de negócios com valores além do salário e plano de carreira. Como resultado dessa expectativa, sobretudo das novas gerações, os líderes têm o desafio de criar uma cultura proeminente para todos.

Por meio de histórias inspiradoras e pesquisas abrangentes, os autores revelam que um Great Place to Work For Allbeneficia os indivíduos que nele trabalham e contribuem para uma sociedade global melhor. A maximização do potencial humano é imprescindível para o sucesso e as organizações devem despertar o que há de melhor em todos por meio de valores, liderança eficaz e confiança – de forma a inovar e crescer.

Acredito que com mais informações e um questionamento franco, podemos combater o esgotamento mental e reescrever a nossa relação com o trabalho.

Lu Magalhães é presidenteda Primavera Editorial, sócia do PublishNews e do #coisadelivreiro. Graduada em Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), possui mestrado em Administração (MBA) pela Universidade de São Paulo (USP) e especialização em Desenvolvimento Organizacional pela Wharton School (Universidade da Pennsylvania, Estados Unidos). A executiva atua no mercado editorial nacional e internacional há mais de 20 anos.

Sesc Caruaru abre inscrições para a Copa Caruaru de Futsal

O Sesc Caruaru está com inscrições abertas para a Copa Caruaru de Futsal, que será realizada no ginásio da Unidade nos dias 30 e 31 deste mês e 1º de setembro. A competição será disputada nas categorias sub-8, 9, 10, 11, 12, 13 e 15. A inscrição, que é gratuita, deve ser feita no turno da noite, no Ponto de Atendimento localizado na Rua Rui Limeira Rosal, sem número, no Bairro Petrópolis. São oito vagas por categoria.

“A prática esportiva coletiva promove bem-estar e diversos outros benefícios à saúde da criança e do adolescente, como a sociabilidade através do esporte em suas diversas faixas etárias”, defende o orientador esportivo do Sesc Caruaru, Marcos Vasconcelos. Durante os três dias de competições, os jogos vão acontecer das 8h às 20h nos dois primeiros dias e das 8h às 17h no domingo, e terão entrada aberta ao público que quiser assistir. Os vencedores vão ganhar troféu e medalhas.

Gratuidade – durante o mês de agosto, todas as unidades do Sesc Pernambuco vão oferecer gratuidade na confecção ou atualização do cartão para trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo de comerciários e seus dependentes. Ele garante descontos nas ações de educação, saúde, cultura, recreação, esporte, turismo e assistência social, como hospedagens nos hotéis do Sesc, espetáculos, parque aquático e restaurantes das unidades. O titular pode incluir como dependentes cônjuge ou companheiro de união estável, pessoas sob guarda de menores de 21 anos, estudantes com idade até 24 anos, pai, mãe, madrasta, avó e avô. Para fazer a emissão, é necessário ir ao Ponto de Atendimento. Para outras informações e relação dos documentos necessários: www.sescpe.org.br.

Sesc – O Serviço Social do Comércio (Sesc) foi criado em 1946. Em Pernambuco, iniciou suas atividades em 1947. Oferece para os funcionários do comércio de bens, serviços e turismo, bem como para o público geral, a preços módicos ou gratuitamente, atividades nas áreas de educação, saúde, cultura, recreação, esporte, turismo e assistência social. Atualmente, existem 20 unidades do Sesc do Litoral ao Sertão do estado, incluindo dois hotéis, em Garanhuns e Triunfo. Essas unidades dispõem de escolas, equipamentos culturais (como teatros e galerias de arte), restaurantes, academias, quadras poliesportivas, campos de futebol, entre outros espaços e projetos. Para conhecer cada unidade, os projetos ou acessar a programação do mês do Sesc em Pernambuco, basta acessar www.sescpe.org.br.

Serviço: Inscrição Copa Caruaru de Futsal

Enquanto houver disponibilidade de vaga

Horário: a partir das 18h

Local: Ponto de Atendimento do Sesc Caruaru – Rua Rui Limeira Rosal, sem número – Bairro Petrópolis

Valor: Gratuito

Copa Caruaru de Futsal

Data: 30 e 31 de agosto e 1° de setembro

Horários: 8h às 20h e 8h às 17h

Local: Quadra Poliesportiva do Sesc Caruaru – Rua Rui Limeira Rosal, sem número – Bairro Petrópolis

Informações: (81) 3721-3967

Caixa prorroga campanha de renegociação de dívidas

A CAIXA prorrogou, até 31 de dezembro, campanha  de renegociação de dívidas de créditos comerciais para pessoas físicas e jurídicas. Com 297 mil contratos liquidados até o momento, correspondendo a cerca de R$ 2 bilhões em dívidas quitadas, a campanha proporciona facilidades para regularização de débitos com atraso superior a 360 dias. Os descontos podem chegar a 90% para liquidação à vista, conforme a situação dos contratos e o tipo de operação de crédito.

A Você no Azul abrange cerca de 3 milhões de clientes, sendo que 80% dos clientes pessoa física poderão quitar suas dívidas à vista por valores inferiores a R$ 1.000 e 70% dos clientes pessoa jurídica terão oportunidade de quitá-las com valores inferiores a R$ 5.000.

A CAIXA possui ainda outras alternativas de negociação. No crédito comercial é possível unificar os contratos em atraso e parcelar em até 96 meses, realizar uma pausa no pagamento de até uma prestação vencida ou a vencer ou ainda efetuar a repactuação de dívida, com possibilidade de aumento do prazo.

Para os contratos habitacionais, os clientes podem pagar uma entrada e incorporar as demais parcelas em atraso, realizar acordo com um pagamento inicial ou utilizar o saldo do FGTS para reduzir em até 80% o valor de 12 prestações, inclusive até três prestações atrasadas. As condições variam de acordo com as características do contrato e tipo de operação.

A ação está vigente em todo o território nacional, e os clientes poderão ser atendidos  por meio dos sites www.caixa.gov.br/vocenoazul e www.negociardividas.caixa.gov.br , pelo telefone 0800 726 8068 opção 8, nas redes sociais da CAIXA no Facebook (facebook.com/caixa), Twitter (twitter.com/caixa), além das agências.

Outros canais de atendimento:
Para ampliar os canais de atendimento e proporcionar mais conveniência, algumas cidades receberão os Caminhões Você no Azul, que são agências móveis instaladas em 5 caminhões, que realizarão atendimento em grandes cidades.

Os clientes também poderão ser contatados por empresas de recuperação de crédito, contratadas pela CAIXA, além de SMS e outras formas de comunicação, que têm como objetivo divulgar as alternativas negociais disponíveis.

Guedes defende tributos sobre movimentação financeira de 0,20%

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na segunda-feira (26) que um imposto sobre transações financeiras de 0,20% poderia ajudar na desoneração da folha de pagamento.

Disse ainda que a proposta que o governo irá apresentar prevê que transações feitas em espécie e sem o recolhimento do tributo não terão validade, citando como exemplo a compra de um apartamento feita por um traficante de drogas em dinheiro vivo.

Guedes avalia que pelo menos parte da reforma tributária poderá ser aprovada ainda neste ano e começaria a valer em 2020.

“Você troca 20% de encargo trabalhista por um negocinho que não dá nem 2%. É 10% de 2% [0,20%]. Traficante paga, traficante de droga paga, traficante de arma paga. Tem um monte de gente, tem coisa que eu não vou falar, que também paga”, afirmou durante evento de premiação da revista Exame.

O ministro disse que essa é a parte da reforma tributaria onde há um “barulhinho” desde a campanha eleitoral. Foi nessa época que o presidente Jair Bolsonaro negou pela primeira vez que iria apoiar a volta de uma CPMF.

“O que você prefere? Encargos trabalhistas ou desonerar a folha e pagar esse imposto horroroso? É um crime tributar a folha de pagamento”, afirmou.

Sobre a cumulatividade de tributo, o ministro afirmou que o imposto é “tão pequenininho que não dá nem para acumular”, tese questionada por vários tributaristas desde a época da CPMF de 0,38%.

Como a ideia do governo é tributar com a mesma alíquota o crédito e débito, o tributo final no exemplo do ministro seria de 0,40%, ligeiramente maior que o tributo criado no governo FHC e extinto pelo Congresso no governo Lula.

O ministro disse ainda que vai acabar com a diferença entre o Imposto de Renda sobre pessoas físicas e jurídicas. Afirmou também que hoje não é mais necessário usar as deduções no IRPF para “dedurar o dentista” que não paga imposto.

“Hoje tem muita dedução. Tira essa papelada toda, coloca alíquota mais baixa e acabou. Você precisava que a pessoa dedurasse o dentista. Se pagar em espécie não tem problema, a gente vai dar um jeito de monitorar isso. Não precisamos mais disso”, afirmou.

“Vamos acabar com essa diferença de PJ para pessoa física. Vamos passar a linha na metade. Está cheio de advogado e jornalista esperto que só recebe na PJ. Enquanto isso, o operário paga. Vamos acabar com isso.”

Folhapress

Brasil vai rejeitar ajuda para a Amazônia oferecida pelo G7 e anunciada por Macron

O governo brasileiro vai rejeitar a ajuda de US$ 20 milhões (cerca de R$ 83 milhões) oferecida pelo G7 para a Amazônia. A informação foi confirmada pelo Palácio do Planalto.

O anúncio do auxílio foi feito na segunda-feira (26) pelo presidente da França, Emmanuel Macron, que tem antagonizado com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) na crise diplomática aberta com a onda de incêndios na Amazônia. A maior parte do dinheiro oferecido pelas economias mais industrializadas do mundo seria utilizada para enviar aviões de combates à incêndio.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não participou da reunião em que os líderes do G7 trataram da oferta. Mas Macron disse que o norte-americano apoiava a iniciativa.

Segundo interlocutores do governo Bolsonaro que acompanham o tema, a oferta de auxílio foi entendida muito mais como uma tentativa de Macron de capitalizar o tema do que uma iniciativa dos líderes do G7.

Esse interlocutor diz que o Brasil aguarda a formalização a oferta pelo francês, mas reafirma que ela deve ser rejeitada.

Na noite desta segunda, o presidente Bolsonaro recebeu no Palácio do Alvorada o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos, William Popp. Também participou da reunião o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do mandatário e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

Auxiliares de Bolsonaro consideram que Trump foi fundamental na cúpula do G7 para evitar uma ação mais incisiva da França em relação à Amazônia.

A declaração final do G7 foi enxuta e não tocou no tema da Amazônia –o que foi visto pelo governo brasileiro como uma vitória.

Apesar de rejeitar o auxílio oferecido na cúpula do G7, o Brasil aceitou a ajuda oferecida por outros países.

Chile e Equador já disponibilizaram aviões e especialistas em combate a incêndios; Israel e Estados Unidos também ofereceram ajuda, mas o governo diz que ainda estão quantificando esse auxílio.

Bolsonaro e Macron têm protagonizado troca de críticas na questão da preservação da Amazônia.

Na quinta-feira (22), o mandatário francês classificou como “crise internacional” a situação amazônica e instou os líderes do G7 a discutir “a emergência” na cúpula dos países mais industrializados do mundo, que ocorreu durante o final de semana num balneário localizado no sul da França.

Bolsonaro acusou Macron de disparar “ataques descabidos e gratuitos à Amazônia” e zombou da mulher do francês, Brigitte Macron, em comentário na internet.

Já o presidente da França disse nesta segunda-feira (26) esperar que “os brasileiros tenham logo um presidente que se comporte à altura” do cargo.

Folhapress

Polícia apreende armas, drogas, pássaros e objetos roubados no Agreste

Armas de fogo, animais silvestres em cativeiro, drogas e objetos roubados foram localizados por policiais do 24º Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco (BPM) na noite da segunda-feira (27), em Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste de Pernambuco.

Segundo a polícia, uma moto roubada também foi recuperado na ocorrência. O flagrante ocorreu na rua Manoel Lucas de Araújo, no bairro de Santa Tereza. Denúncias de populares levaram os policiais ao local. Antes da chegada da equipe, o suspeito que seria responsável pelos itens conseguiu fugir pulando muros.

O suspeito deixou para trás uma moto, duas pistolas calibre .380 com carregadores e munições, um revólver calibre 38 com sete munições, 1,66 kg de maconha, nove relógios importados, quatro cordões de prata e dois banhados a ouro, quatro alto-falantes, duas cornetas, quatro módulos e uma caixa de som, uma TV, uma bateria de caminhão, 13 litros de bebida falsificada, um videokê, vários itens de cozinha e 20 pássaros silvestres em gaiolas.

Todo o material foi apreendido pela Polícia Militar e encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil de Santa Cruz do Capibaribe, para a tomada das medidas legais.

Folhape

Relatório da Polícia Federal acusa Rodrigo Maia de ”caixa três”

Brasília – O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, durante sessão solene no Plenário Ulysses Guimarães (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, tem 15 dias para decidir se apresentará denúncia ou pedirá novas investigações contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o pai dele, Cesar Maia, vereador pelo mesmo partido e ex-prefeito da capital carioca. Pai e filho são acusados pela Polícia Federal (PF) de corrupção passiva, falsidade ideológica eleitoral, crime também conhecido como Caixa 3, e lavagem de dinheiro. Segundo a PF, eles teriam recebido R$ 1,6 milhão de forma ilegal do grupo Odebrecht entre 2008 e 2014. Parte do repasse declarado como sendo do grupo Petrópolis, da cervejaria Itaipava, e de duas distribuidoras de bebidas. O presidente da Câmara negou as acusações, que afirma esterem baseadas apenas em palavras de delatores, e disse confiar no arquivamento do inquérito.

Enquanto o caixa 1 é a contabilidade formal e o caixa 2, a contabilidade informal, no crime de Caixa 3, empresas e candidatos usam estabelecimentos atravessadores para fazer os repasses de campanha. Com isso, políticos se desvinculam de doadores ou recebem verba superior à permitida, por exemplo. De acordo com a PF, “ocorreu a utilização fraudulenta do sistema eleitoral para recebimento de valores indevidos nos anos de 2010 e 2014 pelo ex-prefeito da cidade do Rio de Janeiro Cesar Maia e o deputado federal Rodrigo Maia, nos pagamentos realizados por parte do grupo Odebrecht”, mediante a utilização de empresas.

O relatório conta a partir de 2010, pois os supostos pedidos de dinheiro de dois anos anteriores teriam sido feitos por Maia e o pai não na condição de candidatos, mas, sim, de coordenadores de campanha do Democratas. A Polícia Federal encaminhou o documento ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, que, nesta segunda-feira (26), o repassou à procuradora-geral da República. O relatório tem 148 páginas.

A PF sustenta que Rodrigo Maia e Cesar Maia praticaram caixa 3 “ao apresentar apenas as informações de cunho estritamente formal das doações repassadas por empresas interpostas, quando o verdadeiro doador era o Grupo Odebrecht, bem como cometeram o delito de lavagem de dinheiro quando, em 2010 e 2014, ocultaram e dissimularam a origem, com o objetivo de dar lastro e legitimar o recebimento de valores indevidos com as doações eleitorais feitas pelo Grupo Petrópolis e as distribuidoras de bebidas” a pedido da empreiteira.

Corrupção passiva
“Sendo assim, havendo elementos concretos de autoria e materialidade, nas circunstâncias descritas nos tópicos acima, para se atestar que estão presentes indícios suficientes de que o deputado Federal Rodrigo Felinto Ibarra Maia e Cesar Epitácio Maia, vereador da cidade do Rio de Janeiro, cometeram o delito de corrupção passiva ao solicitarem e receberem contribuições indevidas nos anos de 2008, 2010, 2011 e 2014”, prossegue o texto.

O inquérito da PF indicia, ainda, João Marcos Cavalcanti de Albuquerque, ex-chefe de gabinete de César Maia, por corrupção passiva, Walter Faria, sócio-proprietário do grupo Petrópolis, por lavagem de dinheiro, e Roberto Fontes Lopes, distribuidor de bebidas e cliente do grupo de cervejarias, também pelo crime de lavagem de dinheiro.

Por meio da assessoria de imprensa, o presidente da Câmara divulgou nota negando as acusações, baseadas, segundo ele em planilhas de delatores. “Sobre o relatório apresentado pela Polícia Federal, volto a afirmar que todas as doações que recebi em minhas campanhas eleitorais foram solicitadas dentro da legislação, contabilizadas e declaradas à Justiça. Nunca houve pagamentos não autorizados por parte da Odebrecht ou de qualquer outra empresa”, afirmou Rodrigo Maia.

“A conclusão do relatório da Polícia Federal, portanto, não tem embasamento fático, comprobatório ou legal, já que foi baseado exclusivamente em palavras e planilhas produzidas pelos próprios delatores. Eu confio na Justiça e estou seguro que os fatos serão esclarecidos, e este inquérito, arquivado”, concluiu Maia. A reportagem não conseguiu entrar em contato com o Grupo Petrópolis nem com o advogado de Roberto Fontes Lopes.

Avaliação negativa do governo Bolsonaro sobe de 19% para 39,5%, diz pesquisa CNT

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou a 144ª pesquisa CNT de opinião, sobre os índices de popularidade do governo federal e do presidente da República, Jair Bolsonaro. A confederação realizou 2002 entrevistas em 137 municípios brasileiros de 25 estados, entre 22 e 25 de agosto, e concluiu que 39,5% da população avalia o governo como negativo, 29,4%, como positivo e 29,1% como regular. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Apesar da visão negativa, os entrevistados veem a atual gestão com otimismo no emprego. Para os próximos seis meses, 36,6% afirmam que a situação vai melhorar e 32,9%, que se manterá como está. Para 28% dos entrevistados, porém, a perspectiva é de piora até o fim do semestre. Na renda mensal, o brasileiro também demonstra um sensível otimismo: 58,8% disseram que a situação ficará estável, 28,3% acha que haverá melhora e 16,8%, que haverá uma piora.

Outro setor que segue a mesma tendência da renda mensal é o da saúde. A expectativa de 38,6% da população para os próximos seis meses é de que a situação permanecerá como está, 31,3% acreditam que vai melhorar e 27,9%, que vai piorar. A área de educação também demonstra sensível otimismo. Da população ouvida, 36,7% acreditam que ficará igual, 30,8%, que haverá melhora, e 29,3%, que haverá piora. Já segurança é a que tem melhor perspectiva de desempenho para os próximos seis meses: 37,8% acredita que haverá melhora, 32,9%, que não haverá melhora ou piora e 26,8%, que a situação deve se agravar.

No tópico de melhor e pior desempenho, cada entrevistado pode apontar duas opções. O combate à corrupção foi o mais bem avaliado, com 31,3%. Na sequência, segurança (20,8%), redução de cargos e ministérios (18,5%) e economia (2,8%). As piores avaliações, por sua vez, ficaram com saúde(30,6%), meio ambiente (26,5%), educação (24,5%) e economia (17,6%). Os maiores desafios apontados pelos brasileiros são saúde (54,7%), educação (49,8%), emprego (44,2%) e segurança (36,4%).

Correio Braziliense

Morte de Dom Helder Câmara completa 20 anos

Cearense de nascimento, foi em Pernambuco que Dom Helder Câmara escreveu seu nome na história como um expoente da promoção da paz, que lhe rendeu quatro indicações ao Prêmio Nobel. Arcebispo entre 1964 e 1985, conduziu os fiéis da Arquidiocese de Olinda e Recife durante o período da Ditadura Militar e teve um forte envolvimento com as causas sociais, principalmente com os mais pobres. Há exatos 20 anos, em 27 de agosto de 1999, morreu aos 90 anos, no Recife.

As duas décadas de morte de Dom Helder serão relembradas com uma missa presidida pelo atual arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido. A celebração será realizada a partir das 19h30 desta terça-feira (27), na Catedral da Sé, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. Após a missa, a igreja organiza uma sessão de autógrafos de dois livros resultantes da dissertação do mestrado em Ciências da Religião da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

Postulador da causa de canonização do Dom da Paz, como Dom Helder era chamado, o frei Jociel Gomes conta que na quinta-feira (5/9) viajará ao Vaticano, onde se encontrará com o frei italiano Carlo Calloni, nomeado por Dom Fernando Saburido para ficar à frente do processo na fase romana das investigações. Os documentos da fase diocesana enviados ao Vaticano em dezembro do ano passado serão vistoriados pela Congregação para a Causa dos Santos. “Vamos na congregação ver a documentação produzida na Arquidiocese e verificar se tudo está de acordo com as normas da Santa Sé. Estando de acordo será emitido o Decreto de Validade Jurídica”, explica frei Jociel.

Após a checagem do dossiê de cerca de 2 mil páginas, um relator será nomeado pelo Vaticano para emitir a positio, um documento que reunirá a biografia de Dom Helder e a defesa de suas virtudes cristãs, um tipo de resumo do material enviado anteriormente. “Com um período de dois ou três meses deve sair o decreto. Esse documento é muito importante”, acrescenta frei Jociel. O resultado da positio concederá o título de Venerável ao religioso.

Enquanto a causa avança, relatos de graças ou possíveis milagres alcançados pela intercessão de Dom Helder chegam na Arquidiocese, segundo o frei Jociel. “Um milagre para a Igreja tem que ser algo que a ciência e a medicina não expliquem”, detalha. Esses possíveis milagres passam a ser compilados pela Igreja e serão posteriormente analisados por uma junta de especialistas. Para ser beato, o “candidato” precisa ter um relato de milagre comprovado. Um segundo milagre garante a canonização.

“Pelo seu testemunho de vida e santidade, nos deixa o legado de alguém que viveu de forma profundamente evangélica, seguindo os ensinamentos de Jesus Cristo, principalmente na opção preferencial pelos pobres, pelos excluídos, pelos marginalizados”, disse frei Jociel, ao citar qual legado deixou Dom Helder.

Presidente da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Olinda e Recife e do Instituto Dom Helder Câmara (IDHeC), Antônio Carlos Maranhão destaca o legado do arcebispo, que permanece vivo na memória do povo mesmo passados 20 anos de seu falecimento. “Dom Helder continua sendo lembrado e admirado no Brasil e no mundo”, relembrou. “A sua defesa intransigente pelos direitos humanos, pela justiça e pela paz no mundo foram marcas em sua vida inteira. A mensagem continua firme”, continuou.

Folhape

Insegurança com Bolsonaro e Maia faz Bolsa cair e dólar subir

A Bolsa brasileira teve um dos piores desempenhos dentre os principais mercados globais nesta segunda-feira (26). O Ibovespa recuou 1,27%, a 96.429 pontos, menor patamar desde 5 de junho, antes da aprovação da reforma da Previdência na Câmara.

O índice operou destoado do mercado americano e europeu -que iniciaram uma recuperação após o tombo de sexta (23)- com o aumento da reprovação do governo de Jair Bolsonaro (PSL-RJ) e a fala do presidente sobre uma suposta acusação a alguém importante a seu lado.

O dólar acompanhou a aversão a risco e subiu 0,36%, a R$ 4,1390, maior valor desde 18 de setembro de 2018, antes das eleições presidenciais que levaram Bolsonaro ao poder. Na máxima do dia, a moeda chegou a R$ 4,1640.

O dia também foi de forte oscilação no mercado futuro. O contrato futuro de dólar subiu 0,8% e foi para R$ 4,15, enquanto o índice futuro da Bolsa teve queda de 2,5%

O índice fecha à 18h, cerca de uma hora após o pregão de negociação das ações, e serve como indicação do comportamento dos investidores nos pregões seguintes.

A avaliação dos analistas é que a piora no índice futuro refletiu a informação de que um inquérito da PF (Polícia Federal) atribui ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), os crimes de corrupção passiva, falsidade ideológica eleitoral (caixa dois) e lavagem de dinheiro em esquemas da Odebrecht.

Maia hoje é considerado o principal fiador das reformas no Congresso.

O mercado brasileiro chegou a abrir com o viés positivo, com queda do dólar e alta da Bolsa, acompanhando o exterior.

Nesta segunda, antes da abertura do mercado europeu, o presidente americano Donald Trump sinalizou que novas reuniões com a China para um acordo comercial devem começar em breve.

Nos bastidores do encontro da cúpula do G7 em Biarritz, na França, Trump elogiou o presidente chinês Xi Jinping como um grande líder e disse que a perspectiva de conversas é algo muito positivo para o mundo.

“A China ligou ontem à noite para o nosso principal representante e disse: ‘voltemos à mesa’, então voltaremos à mesa. Acho que eles querem fazer alguma coisa. Acho que vamos ter um acordo”, disse o presidente.

O vice-premiê chinês, Liu He, que tem liderado as negociações com Washington, também afirmou que a China está disposta a resolver a disputa comercial através de negociações calmas e se opõe à intensificação do conflito.

A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo cresceu na sexta, quando Trump anunciou imposto adicional sobre cerca de US$ 550 bilhões (R$ 2,24 trilhões) em produtos da China, horas depois que Pequim divulgou tarifas retaliatórias sobre US$ 75 bilhões (R$ 306 bilhões) em produtos americanos.

As novas taxas derrubaram os mercados acionários. O índice americano S&P 500 chegou a cair 3% e o Ibovespa, 2,3% na sexta.

O tom ameno e conciliatório desta segunda levou as Bolsas europeias e americanas a se recuperarem e fecharem em alta. Em Nova York, Dow Jones e S&P 500 subiram 1,05% e 1,10%, respectivamente. Nasdaq teve alta de 1,32%. Paris e Frankfurt subiram 0,45% e 0,40%, respectivamente. O mercado de Londres permaneceu fechado, devido a feriado.

No Brasil, por volta das 11h, o viés mudou com a divulgação da pesquisa do instituto MDA para a CNT (Confederação Nacional do Transporte). Segundo ela, a desaprovação do desempenho pessoal do presidente Bolsonaro saltou para 53,7% em agosto, ante 28,2% em fevereiro.

O governo Bolsonaro é avaliado como ruim ou péssimo por 39,5% dos brasileiros. Em fevereiro, esse índice era de 19% -ou seja, houve uma elevação de pouco mais de 20 pontos percentuais em seis meses.

O levantamento indica ainda que 29,4% consideram o governo ótimo ou bom e 29,1%, regular. Não souberam ou não responderam 2% dos entrevistados. Em fevereiro, esses índices eram de 39%, 29% e 13%, respectivamente.

Os dados do CNT/MDA também apontam que a aprovação pessoal do desempenho do presidente caiu para 41%, ante 57,5% em fevereiro.

“Era de se imaginar que aqui teríamos um dia mais calmo, mas tivemos uma grave perda de aprovação do presidente, que antes tinha apoio popular”, afirma Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos.

Além da queda de popularidade, o presidente afirmou a jornalistas na saída do Palácio da Alvorada que uma acusação contra alguém que está ao seu lado estaria para estourar, sem dar maiores esclarecimentos. Segundo analistas, a fala contribuiu para a apreensão de investidores.

Os dois acontecimentos se juntaram à crise diplomática que o país vive com países europeus, especialmente com a França, em torno dos incêndios da Amazônia e fizeram o real ter o pior desempenho entre os emergentes nesta segunda.

Também contribuiu para a desvalorização da moeda brasileira a força internacional do dólar. A valorização da moeda americana frente aos pares globais, medida pelo índice DXY, teve alta de 0,42%.

O Ibovespa teve o segundo pior desempenho dentre as principais globais, atrás apenas da Bolsa argentina, que recuou 2,6%.

O giro financeiro da B3 foi de R$ 14,576 bilhões, abaixo da média diária para o ano.

“Hoje foi um dia bem ruim para a Bolsa brasileira. Até semana passada estávamos acompanhando bem à risca o exterior e, hoje, descolamos. Isso mostra que o investidor já olha o Brasil com uma cautela a mais”, afirma Thiago Salomão, da Rico Investimentos.

Para Marcos Assumpção, estrategista e chefe do research Brasil do Itaú BBA, a queda de popularidade do presidente indicada pela pesquisa CNT/MDA não causa receio.

“A popularidade do Bolsonaro está em um patamar que está longe de ser preocupante. É pouco provável que este número vá cair de forma abrupta mais para frente. O presidente continua muito forte dentro da base bolsonarista”, diz.

Para Assumpção, a piora do mercado brasileiro é um acumulo de notícias negativas. Além das notícias do dia envolvendo o presidente, Assumpção cita a combinação de guerra comercial, desaceleração da economia e ameaça ao acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.

“As manchetes quanto ao Brasil no final de semana não foram muito boas. Com isso, estrangeiros continuam vendendo as posições em Brasil”, afirma o economista.

Segundo dados do Banco Central divulgados nesta segunda, o Brasil teve déficit de US$ 9 bilhões em transações correntes em julho, pior dado para o mês em cinco anos. Segundo o banco, o fluxo foi afetado pela balança comercial mais fraca e pelo aumento das remessas líquidas de lucros e dividendos para fora.

O dado frustrou expectativa de déficit de US$ 5,9 bilhões do mercado, conforme pesquisa Reuters com analistas. Este foi o maior rombo para julho desde 2014, quando chegou a US$ 10,317 bilhões.

Na Bolsa, o saldo de estrangeiros no ano é negativo em US$ 21,4 bilhões segundo dados até 22 de agosto, antes da escalada da guerra comercial.

Com a piora da guerra comercial e desaceleração da economia global, estrangeiros retiram investimentos de países emergentes, como forma de proteção a risco.

Em relatório enviado a investidores neste domingo, o banco suíço UBS destaca a diminuição de investimentos em países emergentes.

“Empresas de mercados emergentes são mais expostas a alta volatilidade do mercado, à desaceleração da economia global e a maiores tensões comerciais”, afirma o documento.

Para Pasianotto, da Reag, a crise diplomática do governo aumenta a saída de estrangeiros do país.

“Parecia que as coisas estavam andando depois da Reforma da Previdência, mas tudo mudou com o confronto de Bolsonaro com a mídia, com o congresso, com partidos políticos, com o meio ambiente e, agora, com Macron”.​

Folhapress