Mais de 45% das donas de negócios no Brasil se tornaram “chefes de domicílio”

Nos últimos dois anos, a proporção de mulheres empreendedoras que são “chefes de domicílio” passou de 38% para 45%. Com o avanço, a atividade empreendedora passou a conferir às donas de negócio a principal posição em casa, superando o percentual de mulheres na condição de cônjuje (situação verificada quando a principal renda familiar provém do marido). Esta posição caiu de 49% para 41% nos últimos anos, conforme constatou o relatório especial produzido pelo Sebrae. O estudo constatou ainda que as representantes do sexo feminino empreendem movidas principalmente pela necessidade de ter uma outra fonte de renda ou para adquirir a independência financeira. Hoje, as 9,3 milhões de mulheres que estão à frente de um negócio representam 34% de todos os donos de negócios formais ou informais no Brasil.

As análises feitas pelo Sebrae mostram que as mulheres empreendedoras são mais jovens e têm um nível de escolaridade 16% superior ao dos homens. Entretanto, elas continuam ganhando 22% menos que os empresários, uma situação que vem se repetindo desde 2015, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2018, os donos de negócio do sexo masculino tiveram um rendimento mensal médio de R$ 2.344, enquanto que o rendimento das mulheres ficou em R$ 1.831.

A desvantagem para as empresárias também é significativa quando se trata de acesso a crédito e linhas de financiamento. As mulheres empresárias acessam um valor médio de empréstimos de aproximadamente R$ 13 mil a menos que a média liberada aos homens. Apesar disso, elas pagam taxas de juros 3,5 pontos percentuais acima do sexo masculino. Nesse aspecto, nem os índices de inadimplência mais baixos, verificados entre as pagadoras do sexo feminino, foram suficientes para gerar uma redução dos juros. Enquanto 3,7% das mulheres são inadimplentes, os homens apresentam um indicador de 4,2%.

“O empreendedorismo representa uma importante alavanca para o empoderamento feminino, abrindo oportunidade para mulheres que viviam em situação de vulnerabilidade ou até de violência doméstica. Nosso trabalho agora é fortalecer ainda mais as habilidades comportamentais das empreendedoras para garantir confiança e reduzir as desigualdades”, analisa o presidente do Sebrae, João Henrique de Almeida Sousa.

O relatório elaborado pelo Sebrae aponta que as mulheres empreendedoras representam hoje 48% dos Microempreendedores Individuais (MEI), atuando principalmente em atividades de beleza, moda e alimentação. Quanto ao local de funcionamento do negócio, 55,4% das MEI estão sediadas em casa.

Acesse o DataSebrae e veja o Painel “Empreendedorismo Feminino” e o “Relatório Especial – Empreendedorismo Feminino no Brasil”

MPPE organiza audiência para discutir Case de Caruaru

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) convoca a população de Caruaru para a audiência pública que vai debater e coletar sugestões acerca do direito fundamental à educação formal e das propostas pedagógicas aos adolescentes que cumprem medida socioeducativa de internação no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) do município. Trata-se de objeto de acompanhamento e procedimento administrativo da 1ª Promotoria de Justiça de Cidadania de Caruaru, com atuação na Defesa da Infância e Juventude e Educação. A audiência ocorrerá na quarta-feira (13), às 15h, no Auditório da Sede das Promotorias de Justiça de Caruaru, localizada na Av. José Florêncio Filho, s/nº, no bairro de Maurício de Nassau.

Qualquer pessoa interessada pode comparecer, assim como os representantes das instituições já notificadas para o ato.

Mulheres de Belo Jardim terão serviços de saúde e beleza promovida pelo Sesc

O Sesc Ler Belo Jardim realiza nesta sexta-feira (08/03) uma ação de saúde e beleza para mulheres da cidade, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. Os serviços serão gratuitos e começam às 11h, na Unidade. O Sesc terá como parceiros a Secretaria da Mulher de Belo Jardim, Nilcéia Esteticista, Hinode e Mirian Sobrancelha´s.

Serão oferecidos limpeza de pele, manicure, design de sobrancelhas, massagem relaxante e serviços de consultoria sobre a saúde da mulher. Às 13h, também no Sesc, haverá uma palestra sobre violência doméstica, que será ministrada pela psicóloga Danila Aciole.

“Nossa intenção é levar às mulheres de nossa cidade ações que as façam ter sua autoestima elevada e que possam despertar nelas o seu empoderamento, principalmente através da palestra sobre violência doméstica, assunto que vem sendo, a cada dia, mais discutido na sociedade”, afirma a assistente social do Sesc Ler Belo Jardim, Cristiane dos Santos Melo.

Sesc – O Serviço Social do Comércio (Sesc) foi criado em 1946. Em Pernambuco, iniciou suas atividades em 1947. Oferece para os funcionários do comércio de bens, serviços e turismo, bem como para o público geral, a preços módicos ou gratuitamente, atividades nas áreas de educação, saúde, cultura, recreação, esporte, turismo e assistência social. Atualmente, existem 20 unidades do Sesc do Litoral ao Sertão do estado, incluindo dois hotéis, em Garanhuns e Triunfo. Essas unidades dispõem de escolas, equipamentos culturais (como teatros e galerias de arte), restaurantes, academias, quadras poliesportivas, campos de futebol, entre outros espaços e projetos. Para conhecer cada unidade, os projetos ou acessar a programação do mês do Sesc em Pernambuco, basta acessar www.sescpe.org.br.

Asces-Unita inicia quarta turma da Residência Multiprofissional

A Asces-Unita em parceria com o Ministério da Saúde, iniciou em 2016 no município de Caruaru, duas residências multiprofissionais na área de formação em Atenção Básica e Atenção ao Câncer e Cuidados Paliativos. Na manhã desta quinta-feira (7) foram recebidos 56 novos residentes que atuarão ao longo dos próximos 24 meses na cidade. Estima-se que a população atingida direta ou indiretamente pelo programa chegue a uma abrangência de 120 mil pessoas, com alcance em 90% do município de Caruaru.

Uma experiência inovadora e que agrega aos profissionais da saúde, como relata a residente Rejane Nunes “A expectativa é ótima, eu espero contribuir de maneira progressiva, colher muito aprendizado e repassar isso para a sociedade, de forma contínua. A enfermagem está presente em todas as áreas da saúde, principalmente na atenção básica que é onde geralmente coordenamos os postos de saúde, dessa forma estamos presentes em todas as áreas na saúde da família. Particularmente pretendo realizar planejamentos em saúde, promover educação em saúde visando a prevenção de doenças, além, claro, de tratar as doenças”, explicou.

Foram desenvolvidas ao longo desses três anos de execução do programa, mais de 10 mil atividades que beneficiaram a comunidade local. Como destacou a coordenadora da Residência em Atenção ao Câncer e Cuidados Paliativos, da instituição, Profª Adrya Peres: “Os indicadores de saúde mostraram que ocorreram várias melhorias nos serviços que os estudantes estão inseridos, onde podemos destacar a atenção ao paciente com câncer através de um olhar multiprofissional e integral, trazendo mais qualidade de vida e maior sobrevida durante o tratamento”.

A área de atuação para os residentes envolve mais de trinta unidades básicas de saúde, ocupando diferentes territórios. Os profissionais destacam-se também na esfera estadual, nos hospitais de referência, além dos privados conveniados ao SUS.

O Secretário Municipal de Saúde de Caruaru, Francisco Santos, avalia os atendimentos como um fator positivo para a população, para o estudante e também para a gestão, resultando na melhoria dos indicadores de saúde da cidade.

“A residência ajudou a aproximar a gestão da acadêmia,aumentando a inserção entre ensino e prática. O paciente precisa ser incluído num acompanhamento sistêmico, como se fosse uma linha do cuidado e isso está sendo possível em Caruaru a partir da atuação dos participantes do programa de Residência Multiprofissional da Asces-Unita”, afirmou o Secretário.

A Residência Multiprofissional é mais uma iniciativa pioneira no interior do estado de Pernambuco oferecida pela Asces-Unita, uma instituição privada e comunitária de ensino superior.

O impacto da Proteção de Dados no cenário de negócios atual

A ampla utilização da internet por pessoas, empresas, organismos e governos possibilitou uma integração sem precedentes, fazendo com que as fronteiras geográficas que existem fisicamente não mais sejam relevantes diante de um atributo intrínseco às informações digitais – elas transitam praticamente livres pela rede mundial de computadores.

Esta nova economia tem como seu principal ativo os dados pessoais de todas as pessoas que acessam a internet e consomem, de alguma forma, os mais variados produtos e serviços que lá estão disponibilizados.

No Brasil, em 14 de agosto de 2018, houve a promulgação da Lei 13.709, conhecida largamente como LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados que, ainda que não esteja em vigor, já impõe para as empresas brasileiras de todos os tamanhos, modelos de negócios e áreas de atuação, o dever de entrar em conformidade com seus 65 artigos. Afinal, no mínimo, deverão ser protegidos e tratados os dados pessoais dos sócios das empresas e seus funcionários.

A nova normativa traz aos holofotes a questão de proteção de dados e privacidade exigindo das empresas que revejam seus processos internos de tratamento de dados desde o momento inicial da coleta, seja pela forma que for, até a exclusão dos mesmos. Tudo isso deve ser feito sem deixar de tomar cuidado com todos os tratamentos feitos no meio do caminho.

Fundamental é perceber que a lei não trata apenas dos dados pessoais on-line, que transitam pelo meio eletrônico, mas também dos dados pessoais que se encontram em meio físico, no bom e velho papel.

A tarefa de aplicar a conformidade legal às empresas é árdua e complexa, envolvendo, necessariamente, o esforço coletivo de toda organização, partindo desde a presidência e diretoria, até a operação como um todo.

Frequentemente percebe-se, na prática, que as empresas não conseguem verificar com 100% de clareza todos os canais de entrada de dados e, muito menos, todos os tratamentos que ocorrem, bem como as pessoas que manipulam os dados dentro da companhia.

Também é difícil saber, sem uma auditoria, o real ciclo de vida desses dados dentro das empresas, que muitas vezes acabam armazenando essas informações em locais que não são tão seguros, como as caixas de e-mail de seus colaboradores, dispositivos de armazenamento portáteis – como HDs externos e pen drives – ou até mesmo celulares pessoais daqueles que colocam seus e-mails corporativos ou acessos a nuvem corporativa da empresa para acessá-los remotamente – invariavelmente realizam um download dessas informações.

Sendo assim, a solução não é coibir tais comportamentos que já são absolutamente rotineiros no ambiente corporativo, mas sim instaurar na empresa programas de Compliance Digital e Política de Segurança da Informação. Reformatar os processos internos sob a lógica do Privacy by Design e Privacy By Default, ambas metodologias determinadas pela própria legislação pátria, também é recomendado.

AETPC apoia Campanha “Silêncio não protege, denuncie”

A partir desta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, quem entrar nos ônibus urbanos da cidade vai encontrar cartazes da Campanha “Silêncio não protege, denuncie”. Pelo segundo ano consecutivo, as empresas de transporte público de Caruaru vem apoiando essa causa, que visa garantir a integridade da mulher. A campanha foi idealizada pela Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, do Tribunal de Justiça de Pernambuco.

Em Caruaru o juiz Hildemar de Morais, da Vara da Mulher, falou da importância dessa parceria. “Esse precioso apoio da iniciativa privada na divulgação da campanha visa divulgar uma mensagem educativa de combate à violência contra a mulher na esperança de um futuro mais igualitário para todas”, disse.

Desde junho de 2017, as mulheres caruaruenses contam com uma lei municipal (nº 5.914, de 28 de junho de 2017), de autoria do vereador Daniel Finizola, que assegura as mulheres o direito de embarque e desembarque fora das paradas obrigatórias no período noturno, e que vem sendo cumprida pelas empresas de ônibus.

Para o diretor institucional da AETPC, Ricardo Henrique, usar o transporte público para fomentar a campanha de enfrentamento contra a violência é de extrema importância por conseguir alcançar possíveis vítimas que utilizam o sistema e que poderão se sentir acolhidas pela campanha. “As empresas devem ser pontes para sociedade e não muros. Hoje transportamos, em média, 1 milhão e 800 mil passageiros por mês e enxergamos isso como um canal para a divulgação dessa campanha tão importante, que busca colaborar com o enfrentamento ao combate da violência contra a mulher. A AETPC está unida com a Vara da Mulher de Caruaru para combater a violência, incentivando a denúncia através do 180”.

A psicóloga da Vara da Mulher, Luciana Lira, explica como um cartaz no ônibus pode influenciar psicologicamente na decisão de denunciar.  “ O ônibus é um espaço de troca. Muita vezes é ali naquele espaço, em 15 ou 20 minutos de trajeto, que a mulher pode refletir sobre sua vida. É muito bom que nesses ambientes tenham essas parcerias porque muitas vezes a mulher não tem a coragem de denunciar e pode se sentir encorajada ao ver esse tipo de conteúdo”.

Avião da Latam retorna ao aeroporto JK após pássaro entrar na turbina

Um avião da Latam que saia de Brasília com destino a Congonhas (SP) precisou voltar ao aeroporto JK após um pássaro entrar na turbina da aeronave, na manhã desta quinta-feira (7/3). O voo 3711 abortou a viagem cerca de 30 minutos após a decolagem.

O piloto decolou às 7h23 e retornou ao aeroporto às 7h50. Após perceber o problema, ele precisou sobrevoar o espaço aéreo de Brasília até conseguir autorização para retornar ao local de decolagem. A aeronave foi rebocada para o pátio e os passageiros foram desembarcados.

Em nota, a Latam confirmou o que a aeronave voltou ao aeroporto por ter sido atingida por um pássaro, mas que não houve pouso forçado ou de emergência. “A companhia reitera que a segurança é um valor imprescindível e, sobretudo, todas as suas decisões visam garantir uma operação segura.” A Latam não informou a quantidade de pessoas que estavam no avião. O aeronave é um Airbus A320-214 com espaço para até 180 passageiros.

A Inframérica, concessionária que administra o aeroporto de Brasília, informou que a situação não causou impacto a outros voos.

Diario de Pernambuco

Ministro do Turismo me chamou para ser laranja, afirma filiada do PSL

Uma integrante do PSL em Minas Gerais disse que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, teria lhe chamado pessoalmente para ser uma candidata laranja na eleição de 2018 com o intuito de completar o mínimo de vagas da cota feminina. De acordo com Zuleide Oliveira, de 41 anos, o compromisso era de que ela devolvesse ao partido parte do dinheiro público do fundo eleitoral, segundo o jornal Folha de S. Paulo.

Zuleide Oliveira disputou vaga de deputada estadual no pleito do ano passado. Ela fez uma denúncia ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais em 19 de setembro, mas obteve apenas uma resposta protocolar da Justiça Eleitoral.

A ex-candidata diz ainda, em entrevista à Folha, ter se reunido com Álvaro Antônio em seu escritório parlamentar, em Belo Horizonte, em 11 de setembro, na companhia do marido e de um amigo. Zuleide, filiada ao partido do presidente Bolsonaro, afirma não saber se algum dinheiro foi depositado porque o controle das contas bancárias teria ficado, nas palavras dela, com os dirigentes do partido.

“Eu não entendia de nada, eles que fizeram tudo [para registrar a candidatura], eu não tirei uma certidão minha, eles tiraram por lá, eu só enviei meu documento e eles fizeram tudo”, disse Zuleide. Ela ainda disse acreditar que sua postulação fez parte de esquema de lavagem de dinheiro do PSL. “Acredito, sim, que fui mais uma candidata-laranja, porque assinei toda a documentação que era necessária e não tive conhecimento de nada que eu estava fazendo (…) Fui usada, a minha candidatura foi usada para fazer parte de uma lavagem de dinheiro do partido”, afirmou Zuleide.

O ministro do Turismo, procurado pelo jornal paulista, disse não se lembrar da reunião.

Segundo a ex-candidata, na reunião com Marcelo Álvaro Antônio, ela foi direcionada a assinar requerimento de solicitação da verba em direção ao então presidente nacional do PSL, o ex-ministro Gustavo Bebianno, que chegou a cair do cargo após revelações de que estaria envolvido em outro esquema de candidaturas fantasmas.

“Ele [ministro] disse pra mim assim: ‘Então a gente vai fazer o seguinte: você assina a documentação, que essa documentação é pra vir o fundo partidário pra você. (…) Para o repasse ser feito, você tem que assinar essa documentação. E eu repasso a você R$ 60 mil, e você tem que repassar pra gente R$ 45 mil. Você vai ficar com R$ 15 mil para sua campanha. E o material é tudo por nossa conta, é R$ 80 mil em materiais'”, afirma Zuleide.

REVELAÇÕES

A reportagem da Folha de S. Paulo teve acesso a emails e mensagens de áudio trocados por ela com cinco dirigentes do PSL mineiro, comandado à época por Álvaro Antônio, incluindo um recado escrito por Rodrigo Brito, então assessor parlamentar do ministro, com o endereço do escritório do político em Belo Horizonte.

Há também email do partido com requerimento para solicitação da verba da cota das mulheres a Bebianno. Zuleide acabou tendo o pedido de registro de candidatura indeferido pela Justiça Eleitoral devido a uma condenação em 2016, transitada em julgado, por uma briga com outra mulher. Ela enviou a sentença ao PSL de Minas por email no final de agosto.

“Eles já sabiam que não ia dar em nada [a candidatura, por ser ficha suja]. Hoje eu sei que eles sabiam que não iam aparecer meus votos, que eu não ia conseguir concorrer às eleições porque eu estava com os direitos políticos suspensos. Eles sabiam de tudo isso. Ele quis falar para mim que não ia dar em nada [a condenação não seria problema] pra mim poder preencher a chapa”.

Zuleide afirma que o intuito da irregularidade teria iniciado no fim de julho com um telefonema de uma assessora de Álvaro Antônio, Cláudia, questionando se ela não gostaria de sair candidata pelo PSL. Após o convite, foi para a convenção estadual do partido, na Câmara Municipal de Belo Horizonte, em 28 de julho, ocasião em que teve o primeiro contato com Álvaro Antônio.

Após isso, Rodrigo, o assessor do político, passou a enviar mensagens solicitando documentos. Álvaro Antônio era filiado ao PR e migrou junto com Bolsonaro para o PSL, tendo sido o deputado federal mais votado em Minas.

Até hoje, Zuleide não apresentou a prestação de contas à Justiça por se recusar a atender aos pedidos de dirigentes do PSL. A candidata afirma nunca ter ido ao banco ver os extratos.

Ela diz que recebeu 25 mil santinhos —em todos eles, Álvaro Antônio aparece dividindo o espaço— em 25 de setembro, em Belo Horizonte. Nem o PSL de Minas nem o PSL nacional declaram à Justiça gastos com a candidata. A Polícia Federal e o Ministério Público de Minas investigam o esquema.

RESPOSTAS

Em nota, Álvaro Antônio afirmou não se lembrar de encontros específicos com Zuleide e nega que tenha feito oferta de valores do fundo ou pedido de devolução de dinheiro a ela.
“Em setembro, Marcelo Álvaro Antônio recebeu diversos pré-candidatos e eleitores na sede do PSL. Ele não se lembra ter se reunido especificamente com a sra, Zuleide. O ministro jamais ofereceu ou pediu a devolução de qualquer valor, seja do fundo eleitoral ou de qualquer outra fonte, à sra. Zuleide.”

O ministro também afirma que jamais indicou profissionais para qualquer candidatura.
Disse ainda que o PSL forneceu material de campanha aos seus candidatos e que “as despesas do partido foram devidamente declaradas à Justiça Eleitoral na prestação de contas”, não especificando se de forma individual ou coletiva. “O partido respeitou a impugnação declarada pela Justiça Eleitoral da candidatura da sra. Zuleide.”

Procurado, Mateus Von Rondon, assessor do ministro e também citado no escândalo, não respondeu.

Diario de Pernambuco

Pacientes relatam como aconteceram ‘agulhadas’ no Carnaval do Grande Recife

Pelo menos 108 pessoas relataram ter sido vítimas de “agulhadas” durante os festejos do Carnaval de Olinda e do Recife. O dado é da Secretaria Estadual de Saúde (SES), que divulgou balanço com o número nessa quarta-feira (6).

Alguns procuraram o Hospital Correia Picanço, no bairro da Tamarineira, na Zona Norte do Recife, nesta quinta-feira (7). A unidade de saúde é referência no tratamento de doenças infectocontagiosas.

Segundo os pacientes, a preocupação sobre os ataques – que têm relatos desde o Sábado de Zé Pereira – veio após a repercussão nas redes sociais e na imprensa. Um dos foliões que diz ter sido vítima das “agulhadas”, o podador de árvores Ednaldo Manuel, contou à reportagem da Rádio Folha 96,7 FM que participava de uma festa de Carnaval no Bairro do Recife, na noite da terça-feira (5), quando foi vítima.

“Imaginei que tinha sido um brinco ou um anel e não dei muita atenção, mas quando cheguei casa e vi uma reportagem percebi que tinha que procurar o médico para saber se tinha acontecido alguma coisa comigo que nem eu mesmo sabia”, disse o paciente.

Outro paciente, um homem de 39 anos que não quis se identificar relatou que também procurou o hospital após o surgimento dos casos na imprensa. “Eu estava me divertindo no Marco Zero e de repente senti uma alfinetada nas costas. Quando olhei vi um rapaz baixinho de bermuda listrada e camisa azul ou verde. Cheguei a sentir os dedos dele tocando nas minhas costas”, afirmou.

Uma mulher de 44 anos, que também não quis dizer seu nome à reportagem afirmou que brincava com amigos quando passou por um local ermo e foi vítima do ataque. “Era tarde da noite e passei por um bequinho. Eu queria ir no sanitário e tinha umas duas ou três pessoas que não sei se eram homem ou mulher, era uma pessoa forte. De repente eu senti uma picada na minha perna e começou a arder. Na hora achei que era uma agulha”, contou.

Assustada, a mulher afirma que pretende evitar voltar ao Carnaval. “Estou com um pouco de medo e vou dar um tempo de brincar Carnaval nesse tumulto”, finalizou.

Inquérito policial
A Polícia Civil de Pernambuco instaurou inquérito policial para apurar as “agulhadas”. Em nota divulgada na quarta, a polícia informou que investiga o suposto crime de exposição de risco à vida de outrem por transmissão de moléstia grave. Técnicos que monitoram os registros da saúde por meio do software Ambiente de Monitoramento de Risco (Amber) perceberam um aumento de fluxo de pacientes no Hospital Correia Picanço, no Recife, com esse tipo de ocorrência.

O crime citado no inquérito tem pena de reclusão, em regime fechado, de até quatro anos, não descartando a hipótese do cometimento de crimes ainda mais graves. Em nota, a Polícia Civil disse que “oficiará à direção do Hospital Correia Picanço, no sentido de identificar e tomar por termo as declarações das vítimas que se dirigiram aquela unidade especializada de saúde, vez que as mesmas não procuraram a Polícia para registrarem os fatos”. As vítimas podem comparecer voluntariamente para fazer Boletim de Ocorrência.

Profilaxia
Todos os pacientes que procuraram o Correia Picanço passaram, segundo a SES, pela profilaxia pós-exposição (PeP), tratamento padrão usado na prevenção da infecção pelo HIV, e foram liberados após avaliação médica, com a orientação de retorno após 30 dias para conclusão do tratamento.

Folhape

Carlos Bolsonaro sugere que Mangueira tem envolvimento com o tráfico

O vereador Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), parece não ter gostado da vitória da Mangueira, escola de samba campeã do Grupo Especial do Carnaval no Rio de Janeiro. Neste Carnaval, a escola homenageou a vereadora Marielle Franco (PSOL), colega de Carlos assassinada há quase um ano em crime ainda não solucionado pelas autoridades.

No Twitter, Carlos sugeriu que a Mangueira tem envolvimento com o tráfico, bicheiros e milícias. “Dizem que a Mangueira, escola de samba campeã do carnaval e que homenageou Marielle, tem o presidente preso, envolvimento com tráfico, bicheiros e milícias. Esse país está de cabeça pra baixo mesmo”, escreveu.

Diversos usuários reagiram à publicação do vereador, entre eles a atleta Joanna Maranhão e o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL). “Se eu te contar quem tá acusado de mexer com milícia tu vai ficar chocado, carluxo!”, escreveu a nadadora, se referindo a notícias que circularam recentemente na mídia e nas redes sociais, ligando a família do presidente aos grupos paramilitares.

Uma delas mostrou que Flávio Bolsonaro, irmão de Carlos, manteve em seu gabinete na Alerj a mãe e a mulher de um ex-policial militar suspeito de comandar uma milícia na zona oeste do Rio. Ao longo dos anos, uma série de discursos do atual presidente e de seus filhos minimizou a gravidade das ações destes grupos. Eles defenderam e exaltaram policiais suspeitos de atuarem junto a milícias.

Já o deputado Marcelo Freixo respondeu ao tuíte de Carlos Bolsonaro dizendo que o presidente da Mangueira, Chiquinho, é investigado por participar dos esquemas do MDB. “Eu sempre denunciei, diferente da sua família, que sempre apoiou. Esqueceu do apoio de vocês ao Cabral, Pezão e Paes?”

Chiquinho da Mangueira, deputado estadual reeleito pelo PSC, mesmo partido de Carlos, foi preso em novembro do ano passado, com a deflagração da Operação Furna da Onça.

Na ocasião, dez parlamentares foram alvos de mandados de prisão sob suspeita de receber uma mesada do ex-governador Sérgio Cabral (MDB) para votar em favor dos interesses do Palácio Guanabara durante seu segundo mandato (2011-2014).

À época, o Ministério Público Federal afirmou que cerca de R$ 3 milhões em suborno foram dados a Chiquinho, “perto de um Carnaval”. De acordo com o órgão, ele utilizou parte da propina para financiar desfiles da Mangueira.

A fala faz parte das acusações feitas pelo ex-gerente de propina de Sérgio Cabral, o economista Carlos Miranda, que disse em delação que Chiquinho e parlamentares receberiam, além de suborno, cargos e vagas de trabalho para aprovar projetos do interesse de Cabral.

Em janeiro, o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro João Otávio de Noronha, deferiu uma liminar para conceder a prisão domiciliar a Chiquinho. O ministro entendeu que o estado de saúde do deputado inviabiliza sua internação no centro de atendimento médico penitenciário.

“Constata-se que, além da perda ponderal de 8 kg em 41 dias e risco de vida do paciente, há inviabilidade da manutenção da internação na Unidade de Pronto Atendimento, ante a superlotação e o risco de contágio de outras doenças”, decidiu.

A decisão foi confirmada em fevereiro pelo relator da Furna da Onça no STJ, o ministro Félix Fischer, com opinião favorável do MPF.

Folhapress