PIB de Pernambuco supera o nacional

Folhape

A economia de Pernambuco deve crescer mais que a do Brasil neste ano. É que, apesar de ter diminuído o ritmo de crescimento no terceiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado consolidou uma curva de recuperação melhor que a do País. De acordo com a Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas (Condepe/Fidem), o indicador acumula uma alta de 2,1% no ano. Já o resultado brasileiro é de 0,6%. Por isso, enquanto o mercado projeta um crescimento de no máximo 1% para a economia nacional em 2017, o Estado já mira os 2,3%.

“Mesmo tendo uma ligeira queda em relação ao trimestre anterior, a nossa economia melhorou em relação ao mesmo período do ano passado. E nós esperamos ter um resultado ainda melhor no quarto trimestre, devido ao desempenho dos setores de comércio, serviços e turismo. Por isso, podemos fechar o ano com um crescimento de 2% ou até 2,3%”, explicou o diretor executivo da Condepe/Fidem, Maurílio Lima, que comentou os dados do PIB de Pernambuco no terceiro trimestre de 2017 nessta quinta-feira (28), destacando que, apesar dos efeitos sazonais, os números registrados entre julho e setembro consolidam um processo de recuperação da economia estadual.

De acordo com a Condepe/Fidem, apesar de ter sofrido um baque de 4,2% em 2016, o PIB de Pernambuco começou a se recuperar já no primeiro trimestre de 2017. O indicador subiu 1,9% no período e mais 2,7% no segundo trimestre do ano. Por isso, acumulou uma alta de 2,3% no primeiro semestre deste ano. Entre julho e setembro, no entanto, quase leva um susto. O PIB caiu 0,4% em relação aos três meses imediatamente anteriores, mas subiu 1,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Por isso, o acumulado do ano continuou no campo positivo. Ainda segundo a Condepe/Fidem, o PIB de Pernambuco subiu 2,1% nos nove primeiros meses de 2017 e esse número reforça a esperança de voltar a fechar o ano com um desempenho positivo – no balanço de 2016, a economia estadual caiu mais que a brasileira: – 4,2%.

Setores
É o desempenho da agropecuária e dos serviços que tem permitido essa recuperação da economia estadual. Segundo os números divulgados ontem pela Condepe/Fidem, a agropecuária subiu 20,1% no terceiro trimestre deste ano, acumulando uma alta de 16,1% no ano, devido ao bom desempenho das lavouras. Só as lavouras temporárias, como a cana-de-açúcar, a mandioca e o feijão, subiram 62,6% no período. E as permanentes, como a uva, subiram mais 0,8%. Além disso, o setor de serviços teve um incremento de 2,2%, puxado, sobretudo, pelo comércio e pelas atividades imobiliárias, que cresceram 4,6% e 3%, respectivamente. A indústria, por sua vez, continua no campo negativo: caiu mais 4,8% no terceiro trimestre, devido aos baques de 7,8% da construção civil e de 4,3% da indústria de transformação, que foi influenciada negativamente principalmente pelas atividades de refino de petróleo.

Ayres Britto saúda instituições que “impedem desgoverno” em balanço de 2017; leia a entrevista

Ayres-

Congresso em Foco

Há cerca de duas semanas, o jurista Carlos Ayres Britto, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), passava os olhos por revistas em uma banca de Brasília, acompanhando por sua esposa, Rita de Cássia, certamente sem qualquer preocupação com o mundo das leis. Era um domingo chuvoso, e a capital federal se encaminhava para o fim de mais um ano de maneira típica. Após a abordagem cuidadosa da reportagem, o ex-ministro sorri, devolve o cumprimento e, dali a alguns instantes, recita uma frase que diz ter proferido recentemente a uma das autoridades da República.

“O jurista que mora em mim encontrou o poeta que também vive em mim e lhe disse: ‘Conheço você de algum lugar’. ‘Claro’, respondeu o poeta. ‘Eu vi você nascer’…”, disse o sergipano de Propriá, com a leveza de quem não mais é obrigado a usar a toga preta do Supremo.

Aos 75 anos, Ayres Britto mantém otimismo em meio à quase ruína institucional que acometeu o país depois das eleições de 2014. Diz que a democracia brasileira está “vencendo por pontos”, com fala pausada e zelo extremo pela gramática – a ponto de, em certo momento desta entrevista exclusiva ao Congresso em Foco (veja íntegra abaixo), corrigir o som desarmonioso de um cacófato que lhe escapou.

Em profusão de menções a pensadores, líderes internacionais e personalidades históricos, Ayres Britto fez uma breve e criteriosa retrospectiva sobre o ano do Judiciário, com foco no STF, e de importantes questões brasileiras. Com a experiência de quem já presidiu a Corte e, consequentemente, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão instituído por ocasião da mais recente reforma do Judiciário (Emenda Constitucional 45/2004), o ex-ministro diz que, dos blocos institucionais criados pela Constituição, aquele destinado a “impedir o desgoverno” teve melhor desempenho, em 2017, do que aquele concebido para governar.

“Há um segundo bloco, de instituições que não governam, mas que impedem o desgoverno. Aí eu coloco o Ministério Público, a polícia, o Judiciário e o sistema tribunais de contas. São instituições concebidas para, no limite, impedir o desgoverno. Então eu lhe responderia que as instituições concebidas para impedir o desgoverno, no ano de 2017, funcionaram melhor do que o outro bloco”, argumentou Ayres Britto, que hoje se dedica à condução do escritório de consultoria jurídica e advocacia que abriu em Brasília.

Inconciliabilidade

Cidadão baiano desde 2015 (“Meu coração sempre bateu pendularmente entre o Sergipe de meu pai e a Bahia de minha mãe”, disse na cerimônia da Assembleia Legislativa da Bahia, em 8 de maio), Ayres Britto falou sobre a “tormentosa” questão dos parlamentares presidiários e seus direitos políticos; referiu-se “com toda delicadeza” aos recentes embates entre os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso, que protagonizaram discussões ásperas no STF; divergiu da decisão do Supremo que, “em última análise”, beneficiou o senador Aécio Neves (PSDB-MG), um dos principais alvos da Operação Lava Jato.

“Entendi que, ali, na base da inspiração – e, por isso, a maioria votou a favor de Aécio, em última análise – está o juízo equivocado de que, no limite da inconciliabilidade entre o princípio da harmonia e o princípio da independência entre os Poderes, a meu juízo a maioria [do STF] pensa que prevalece o da harmonia. Então, qual dos princípios é mais importante para a Constituição, no limite da confrontação? É uma pergunta fundamental. E eu digo que é o princípio da independência”, opinou.

Mas foi ao responder sobre cassação de mandatos depois de condenação criminal que o ex-ministro demonstrou mais preocupação intelectual. Depois de uma primeira parte da entrevista, por telefone, Ayres Britto havia sugerido que a última pergunta, relativa à perda de direitos políticos, fosse respondida por escrito, pois fora obrigado a interromper a ligação. Horas depois, ao avançar da noite, o jurista preferiu retornar a ligação e, como que em um aviso, disparou: “Está disposto”?

A disposição era recíproca, e entrevista continuava. O resultado está logo abaixo, na oitava resposta do ex-ministro, quando o assunto é a “inconciliável” situação do senador Ivo Cassol (PP-RO) e dos deputados Paulo Maluf (PP-SP) e Celso Jacob (PMDB-MG). Os três estão condenados criminalmente, mas mantêm não só os mandatos parlamentares como os direitos políticos. Dos três, só Cassol não tem restrição de liberdade, uma vez que foi beneficiado com conversão de pena. “Esta é uma questão que chamamos de tormentosa”, advertiu, passando a enfrentá-la.

Confira a íntegra da entrevista:

Congresso em Foco: Com base no que senhor tem visto no país, com foco em 2017, institucionalmente o Estado brasileiro faliu? Como anda o Judiciário?

Ayres Britto: Não. Eu penso que há muitos modos de encarar o que vem acontecendo com o Brasil nos últimos dois anos. Vê-se por um prisma negativo, de desânimo, diante das malfeitorias, dos desvios de conduta no âmbito, sobretudo, da parceria do poder público com a área econômica. Porém, por outro lado, vê-se as coisas com ânimo, com otimismo, porque tudo está vindo a lume. Nada, hoje, se passa no espaço do mistério. E já é possível perceber que a democracia brasileira nos possibilita colher frutos importantíssimos. Como, por exemplo, liberdade de imprensa em plenitude; hiperaquecimento da cidadania, notadamente pelas redes sociais; soberania e independência do Poder Judiciário – como nunca antes se viu, a despeito de um ou outro revés, uma ou outra situação, digamos, de interpretação equivocada da própria Constituição. Mas, em linhas gerais, estamos em fim de ano, e fim de ano é para balanço do que se ganhou e do que se perdeu. Embora a gente reconheça, a gente deva concluir que nenhuma democracia vence por nocaute – principalmente democracia jovem como a nossa, que em rigor só tomou contornos mais nítidos com a Constituição de 1988; há menos de 30 anos, portanto –, o fato é que nós, por pontos, estamos vencendo, democraticamente falando. Porque a democracia brasileira tem batido mais, juridicamente, do que apanhado – estamos fazendo balanço. De novo: estamos fazendo a contabilidade de ganhos e perdas.

Nesse sentido, como o senhor avalia o desempenho do STF em 2017, com tantos desafios enfrentados e a enfrentar?

Não foi um bom ano, 2017, para o Supremo se o compararmos com anos anteriores. Mas em 2016 o Supremo produziu, exarou uma decisão que talvez corresponda à mais importante guinada política desses últimos 30 anos, para não dizer da história político-partidária do Brasil. Qual foi essa decisão, arejadora dos nossos costumes, significante de uma inflexão histórica altamente positiva? Foi o Supremo entender que o parágrafo nono, artigo 14, da Constituição, é proibitivo ao financiamento empresarial de campanha eleitoral. Essa foi uma decisão tecnicamente correta, cientificamente perfeita, e que demandou do Supremo aquela coragem moral de que falava [o filósofo grego] Aristóteles, e que tem merecido do ministro Luís Roberto Barroso toda a ênfase. Eu já vinha dizendo, desde meu tempo de Supremo, que em um país de subserviências multisseculares, sobretudo em torno do Poder Executivo, é preciso muita coragem para ser independente. O que eu vinha chamando de coragem para ser independente, Aristóteles – bem lembrado por Luís Roberto Barroso – chamava de coragem moral. A necessidade de coragem moral.

O que senhor diz, por exemplo, sobre o episódio em que o Senado se negou a receber um oficial de Justiça incumbido da missão de comunicar o afastamento do então presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), de suas funções institucionais? Foi um problema de falta de autoridade do STF ou o deslize está na desobediência do senador?

Ali faltou ao Supremo essa disposição para assumir, com toda coragem, a independência que é própria do Poder Judiciário. O Supremo deveria, sim, ter dobrado a resistência do senador Renan Calheiros. Foi uma conduta muito ruim do Supremo, historicamente acabrunhante. E faço questão de que seja registrado que eu digo isso com todo o respeito, debaixo de todas as venias, mas entendo que houve uma decisão equivocada, tecnicamente, e politicamente acabrunhante.

Como o senhor tem visto o recorrente confronto teórico entre o ministro Luís Roberto Barroso, que tem priorizado a questão ética na interpretação da lei, e o ministro Gilmar Mendes, cujas decisões têm privilegiado os direitos dos investigados?

São dois ministros reconhecidamente de formação constitucionalista. Dois brilhantes intelectuais que têm, sobre a Constituição brasileira, notadamente sobre o programa normativo principiológico da Constituição, visões divergentes. Visões, digamos, de reduzida coincidência. Só não digo “pouco coincidência” porque aí ficaria a pronúncia “co” e “con” – e eu, como sou meio purista na linguagem, evito as cacofonias. Então, eu diria de baixa coincidência. E que minha inclinação pessoal, sem desdouro algum para os posicionamentos do ministro Gilmar Mendes, minha posição pessoal se inclina na direção daquela perfilhada pelo ministro Barroso, a propósito desses últimos embates. Mas eu os considero, sem favor algum, constitucionalistas de envergadura, grandes teóricos do Direito, escritores consagrados. É fato que os dois, a propósito de interpretação de textos constitucionais importantíssimos, delicados, complexos, eles têm divergido mais do que convergido. É um fato. Com toda delicadeza, quero dizer que sou admirador dos dois nesse plano científico. Porém, nos meus escritos, nas minhas aulas, nas minhas entrevistas tenho manifestado entendimentos que se aproximam mais daqueles perfilhados pelo ministro Roberto do que os perfilhados pelo ministro Gilmar – sem qualquer desdouro, desapreço pelo elevado teor de cientificidade do ministro Gilmar Mendes.

Há uma tendência no STF disposta a reformular entendimentos como o que assegura a prisão após condenação em segunda instância e legislações como a que exige ficha limpa de candidatos. Trata-se de ameaça contra o combate à corrupção, ou retrocesso quanto ao que o próprio Supremo já decidiu?

Não vejo como, digamos, uma séria ameaça à prevalência do entendimento até então espojado pelo tribunal no que toca a esses dois temas – o tema do início do cumprimento de pena e o tema da Lei da Ficha Limpa. Há o entendimento de que o Supremo já internalizou, consistentemente, a frase oracular de Albert Einstein que é a seguinte: “Quando a mente humana se abre para uma nova ideia é impossível retornar ao tamanho inicial”. E o que [o “pai da psicanálise”, o alemão Albert] Einstein, em última análise, relançou a frase igualmente, sábia, oracular, definitiva, de Victor Hugo [intelectual francês] segundo a qual “nada é tão irresistível quanto a força de uma ideia cujo tempo chegou”. O fato é que, consciente ou inconscientemente, pouco importa, a sociedade civil brasileira vem internalizando, mais e mais, avançando na direção dos princípios constitucionais até mais do que a esfera política. E mais, até, do que certos segmentos do Poder Judiciário no sentido de que há mesmo, nesses princípios, um fortíssimo traço de processo civilizatório avançado, o que me anima a diagnosticar a realidade brasileira afirmativamente, positivamente, otimisticamente. Ou seja, nós estamos, sim – embora com um recuo pontual, aqui e acolá – estamos acertando o passo das instituições. Estamos colocando os pontos nos “is” do nosso vocabulário ético-penal. É só vermos quem já foi condenado, quem já está atrás das grades…

A despeito da morosidade em alguns casos…

Isso. Perfeito.

No caso do senador Aécio Neves (PSDB-MG), quando foi dada ao Senado a última palavra sobre medidas cautelares a mandatários, o Supremo causou certa estupefação, no mundo jurídico, e indignação na opinião pública. Objetivamente, qual dos princípios constitucionais deve prevalecer quando confrontados, o da harmonia ou o da independência entre os Poderes?

Em uma decisão tecnicamente equivocada [caso Aécio], ao meu juízo, ao contrário do que diz a Constituição, às vezes o erro está na base de inspiração. Eu entendi que, ali, na base da inspiração – e, por isso, a maioria votou a favor de Aécio, em última análise – está o juízo, igualmente equivocado, de que no limite da inconciliabilidade entre o princípio da harmonia e o princípio da independência entre os Poderes, a meu juízo a maioria pensa que prevalece o da harmonia. Então, qual dos princípios é mais importante para a Constituição, no limite da confrontação? É uma pergunta fundamental. E eu digo que é o princípio da independência. Basta comprovarmos o seguinte. No artigo 2º da Constituição, encontra-se a seguinte redação – estou falando de memória: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Veja: há duas ordens tão lógicas quanto cronológicas nesse enunciado normativo do artigo 2º. Primeira ordem lógica e cronológica: são três Poderes da União, e o que vem primeiro? “Independentes e harmônicos”, percebe? Então, primeiro a independência. Se for possível a harmonia, é o ideal, mas sem qualquer sacrifício da independência. Principalmente para o Judiciário, porque sem independência, no rigor dos termos, o Judiciário não é nada, se esfacela, se desmilingue, implode. Quer ver que isso é verdade? Quando vamos ao artigo 60, sobre cláusulas pétreas, no parágrafo quarto, inciso 3º, a cláusula pétrea é a separação dos Poderes, e não a harmonia.

Agora, a segunda ordem, tão lógica quanto cronológica: Legislativo, Executivo e Judiciário. Ou seja, tudo começa com o Legislativo. Por quê? Porque a Constituição diz, no artigo 5º: “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. E quem produz a lei é o Legislativo, que vem em primeiro lugar na ordem do artigo 2º. Imediatamente vem o Poder Executivo, que é assim chamado porque executa as leis, com imediaticidade. O Executivo baixa decretos e regulamentos, diz a Constituição, para fiel execução da lei. Então, o Legislativo é um gravitar em torno da lei com imediaticidade. Eis que vem o fecho maravilhoso, lógico: o Judiciário. Porque tudo afunila para o Judiciário, que é o Poder que vai dizer que o Legislativo legislou de acordo com a Constituição e que o Executivo baixou decretos e regulamentos para fiel execução da lei. Então, tudo afunila para o Judiciário, e a maioria não entendeu assim [no caso Aécio]. Mandou afunilar para o Legislativo, e não para o Judiciário. Ao meu juízo, partiu-se dessa base de inspiração, que eu tenho como equivocada, de que no limite da confrontação entre harmonia e independência prevalece o princípio da harmonia.

O STF converteu em pagamento de multa e prestação de serviços comunitários a condenação de prisão em regime semiaberto imposta ao senador Ivo Cassol (PP-RO). Ou seja, ele não foi absolvido. A propósito disso, a Constituição diz, em seu artigo 55, que “perderá o mandato o deputado ou senador […] que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado”, e que a Casa correspondente deve votar a perda do mandato em plenário (parágrafo 2º daquele dispositivo). Não só Cassol, como o deputado Celso Jacob (PMDB-MG) e, mais recentemente, Paulo Maluf (PP-SP) ainda detêm os mandatos.

Esta é uma questão que chamamos de tormentosa. O artigo 15 da Constituição tem tudo a ver com o artigo 55, parágrafo segundo. O artigo 15, redação originária, diz assim: “É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de…”. Aí vem um dos casos: condenação criminal transitada em julgado. O artigo optou por uma lógica de incidência, e não de eficácia automática – condenada criminalmente, a pessoa tem seus direitos políticos ou cassados ou suspensos, o juiz é que decide. E isso é incompatível com o exercício do mandato. Mas a Constituição também diz o seguinte, no parágrafo 3º do artigo 14: “São condições de elegibilidade, na forma da lei […] o pleno exercício dos direitos políticos”. Veja a lógica. Se você não estiver na plenitude dos direitos políticos, não pode ser eleito, certo? Aí vem o artigo 15, portanto subsequente ao 14, dizendo que a condenação criminal transitada em julgado acarreta ou a cassação dos direitos políticos ou a suspensão, o que é incompatível com o exercício do mandato. Mas acontece que, na Assembleia Nacional Constituinte, houve abstrações. Paradoxalmente, o artigo 55, fingindo ignorar tudo isso, traz o parágrafo 2º, que diz o seguinte: “Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal […]“. Olhe que impasse! Por isso digo que a questão é tormentosa. Então, a meu juízo, há que se conciliar as interpretações, porque a Constituição originária não pode conter contradição, tem que eliminar a contradição. O Direito não pode conter antinomia, porque se não perde sua característica de ordem lógica das questões humanas. Então, como conciliar essas questões? Vamos ao atigo 15, que fala de perda ou suspensão dos direitos políticos, e interpreta assim: se o juiz suspender ou cassar os direitos políticos, deixa de operar aquele parágrafo 2º do artigo 55. Se o juiz não suspender e nem cassar, aí sim… Olha como isso é tormentoso. Então, eu respondo que se trata de uma questão tipicamente, classicamente tormentosa, em face da redação de todos os dispositivos aqui mencionados. Todos eles.

Ou seja, um grande conflito de conteúdo sobre o mesmo assunto.

Há um conflito de conteúdo. Estamos à espera de que o Supremo Tribunal Federal resolva, de uma vez por todas, essa questão interpretativa tormentosa. Os direitos políticos fazem parte dos direitos e garantias fundamentais da Constituição, segundo o Título nº II, de que o artigo 15 faz parte. Ao passo em que aquele artigo 55, parágrafo 2º, não faz parte dos direitos e garantias fundamentais. O que quero dizer com isso? É que há uma preferência interpretativa mais favorável, mais elástica, para os direitos e garantias fundamentais. Então, quem for interpretar o parágrafo 2º do artigo 55 há de fazê-lo de modo deferente para com o artigo 15. Se eu estivesse lá no Supremo, eu faria isso, como fiz tantas vezes – por exemplo, nas questões da homoafetividade, das células-tronco embrionárias, da liberdade de imprensa, da proibição do nepotismo. Entre o certo e o certo, eu vou homenagear [o preceito dos] direitos e garantias fundamentais, porque fundamenta, cimenta a personalidade humana, a personalidade coletiva.

O senhor participou da concepção do Conselho Nacional de Justiça, por ocasião da mais recente “reforma do Judiciário”, e já presidiu o colegiado. Como vê as críticas de que o CNJ não tem exercido um controle consistente da magistratura e ainda não estabeleceu, efetivamente, uma orientação de punição a juízes flagrados em malfeitos?

O CNJ é uma instituição do Judiciário absolutamente necessária. Faz parte do Judiciário, segundo o artigo 92, mas não tem função propriamente jurisdicional. Das competências do CNJ, duas são fundamentais, sobrelevam. Uma, porque é anticorporativa; compete ao CNJ o controle das atividades administrativas e financeiras do Poder Judiciário. A outra, porque compete ao CNJ zelar tanto pela autonomia do Poder Judiciário quanto pelo cumprimento dos deveres dos magistrados. A Constituição fez dele [CNJ] um necessário antídoto institucional para livrar o Judiciário de si mesmo naquele sentido do cometimento de, digamos, eventuais desvios de poder. Porque vejamos: não se pode impedir a imprensa de falar primeiro sobre as coisas, nos termos da Constituição, nem o Judiciário de falar por último, não é isso? Ora, quem fala primeiro sobre as coisas é superempoderado. Quem fala por último também é muito empoderado. Cito [o filósofo francês] Montesquieu: como quem detém o poder tende a abusar dele, é preciso criar antídotos contra esse abusos. E o CNJ é um antídoto institucional necessário. O desafio do CNJ é ser rigorosamente independente, imparcial, e não cair na tentação do corporativismo. Eu fui um defensor, quando estava no Supremo, da proposta de emenda constitucional instituidora do CNJ. Fui presidente do CNJ e o conheço de perto. Acho que ele é fundamental para essa qualificação democrática, ética, qualificação de desempenho, também de planejamento da função jurisdicional.

Para finalizar, que nota o senhor daria ao cenário institucional do Estado brasileiro no ano que se encerra em dois dias?

A nota eu não gosto de dar porque é juízo de valor. E eu só gosto do juízo técnico. O juízo técnico, científico, é objetivo – você vai lá e diz: “Olha, aqui na Constituição é assim, assim e assim”. E quando se vai dar uma opinião, eu não gosto, pois é juízo de valor, e não juízo técnico, objetivo. Juízo de valor é juízo subjetivo. E não gosto pelo seguinte. Se eu vou dar uma nota às instituições… Por exemplo, a Polícia Federal, cinco; ao Ministério Público, cinco; ao Poder Judiciário, seis… Digamos assim que eu termino projetando a imagem ruim daquelas menos ranqueadas. E eu acho que estamos em uma fase da vida nacional em que é preciso entender – e o grande público já começa a entender, e a imprensa tem informado muito, consciente ou inconscientemente, volto a dizer – que [o dramaturgo alemão Bertold] Brecht tinha razão quando disse: “Triste de um povo que precisa de heróis”. Que precisa de líderes, de chefes. O povo precisa é de instituições, porque elas são o reino da impessoalidade, o reino da sustentabilidade, da permanência. E [o jurista e diplomata brasileiro] Ruy Barbosa, melhor do que Brecht, disse o seguinte, uma frase pouquíssimo conhecida – a de Brecht é conhecida: ”Salvação, sim; salvadores, não”. Que maravilha, não? Frase fantástica, maravilhosa. Então, eu, você e todos, que gostamos do Brasil, nosso grande amigo – não é fulano, beltrano e sicrano, mas o Brasil que é nosso grande amigo, institucionalmente falando –, nós queremos o fortalecimento das instituições. Queremos desfulanizar a vida brasileira, livrá-la deste compadrio, deste chiclete psicológico, deste grude entre fulano, beltrano e sicrano. Você veja: o Cunha, por exemplo [deputado cassado, preso e condenado Eduardo Cunha, do PMDB fluminense], elegeu 170 deputados, para termos uma ideia. Uma coisa horrorosa.

E hospedou muitos deles em um hotel de luxo em Brasília, em plena campanha para se eleger presidente da Câmara…

Então, o que eu poderia lhe responder, em uma tentativa de pensar grande – e pensar grande pensar institucionalmente –, é o seguinte: há dois blocos de instituições criadas pela Constituição. Há o bloco das instituições que governam, concentradas no Parlamento e no Executivo; e há um segundo bloco, de instituições que não governam, mas que impedem o desgoverno. Querendo e tendo a coragem de agir com independência, elas impedem o desgoverno. Aí eu coloco o Ministério Público, a polícia, o Judiciário e o sistema tribunais de contas. São instituições concebidas para, no limite, impedir o desgoverno. Então eu lhe responderia que as instituições concebidas para impedir o desgoverno, no ano de 2017, funcionaram melhor do que o outro bloco. [O terceiro presidente norte-americano] Thomas Jefferson cunhou duas frases que parecem responder pelo momento brasileiro nos últimos dois, três anos. Primeira frase: “O preço da liberdade é a eterna vigilância”. Por isso lhe disse que a cidadania nunca esteve tão ativada, a imprensa nunca foi tão livre e o Poder Judiciário, a despeito de tudo, nunca foi tão independente. Diga-se o mesmo do Ministério Público, da Polícia Federal. Há recuos, há tropeços, aqui e ali. Mas, no conjunto da obra, sob intensa vigília popular e da imprensa, sob intensa vigília da cidadania, as instituições brasileira avançaram, notadamente as impeditivas do desgoverno.

Segundo pensamento de Thomas Jefferson: “A arte de governar consiste, exclusivamente, na arte de ser honesto”. Por isso que, no Brasil de hoje, consciente ou inconscientemente, a sociedade civil já vitaliza essa ideia de que a corrupção… Os três conteúdos do patrimonialismo, que é aquela indistinção entre o público e o privado para prevalecer o privado; é confundir “tomar posse no cargo” com “tomar posse do cargo”. Eu disse isso em um voto lá no Supremo, quando votei contra o nepotismo e emplaquei meu voto. A sociedade brasileira já entendeu que os três conteúdos do patrimonialismo – corrupção sistêmica, corporativismo e irresponsabilidade com o bem público –, terríficos, deletérios, são uma declaração de guerra ao nosso Estado de civilização, à nossa ânsia de alcançar um patamar civilizatório de vida coletiva. Se combatermos esses três conteúdos, faremos um ajuste fiscal tão heterodoxo quanto eficaz. O ajuste fiscal começa por aí, e vai sobrar dinheiro. Claro que os economistas vão dizer que isso não tem nada a ver com ajuste fiscal, mas tem tudo a ver. Sabe por quê? Porque são esses três conteúdos que exaurem a capacidade estatal de financiar saúde, educação, segurança, serviços públicos, infraestrutura… Se fecharmos as três torneiras do patrimonialismo – desperdício de dinheiro público, corporativismo e corrupção sistêmica –, vai sobrar dinheiro.

Morre o ex-presidente da Acic, José Leite Galvão

José Leite Galvão

Morreu na noite da quinta-feira, 28/12, aos 81 anos, no Hospital da Unimed em Caruaru, o ex-presidente da Acic, José Leite Galvão. Ele era empresário do setor de confecções. José Leite Galvão nasceu em Agrestina, em março de 1936, e mudou-se para Caruaru em 1957. Em 1964, começou a comercializar confecções na Feira de Caruaru. Anos mais tarde, montou uma fábrica de Jeans. Foi presidente da Acic entre os anos de 1994 e 1997. Durante sua gestão, foi criado o Neje, Núcleo Especial de Jovens Executivos, hoje a Acic Jovem. Era um amante do associativismo e tinha imenso orgulho de sua participação na Acic. José Leite Galvão tinha quatro filhos e deixa viúva a senhora Rejane Maria de Oliveira Galvão. O velório está sendo realizado no cemitério Dom Bosco onde o corpo será enterrado às 16h desta sexta-feira, 29/12.

Dom Helder Câmara é declarado patrono brasileiro dos Direitos Humanos

helder

Folhape

O presidente da República, Michel Temer, sancionou lei que concede a Dom Helder Câmara o título de patrono brasileiro dos direitos humanos. Dom Helder ficou conhecido, especialmente no estado de Pernambuco, como um dos ícones da igreja católica contra a ditadura militar. O texto foi publicado no Diário Oficial da União da quarta-feira (27).

Ele foi nomeado Arcebispo de Olinda e Recife em 1964, justamente o ano em que o regime teve início. O religioso participou de organizações e movimentos nos quais foi um “líder contra o autoritarismo e os abusos aos direitos humanos, praticado pelos militares”, como informa a Fundação Joaquim Nabuco. Dom Helder Câmara foi também um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o único brasileiro indicado quatro vezes para o Prêmio Nobel da Paz.

O local onde Dom Helder Câmara passou os últimos anos de vida – ele faleceu em 1999 -, nos fundos da Igreja de Nossa Senhora da Assunção das Fronteiras, no Recife, foi transformado em museu. No Memorial Dom Helder Câmara, estão expostos objetos de Dom Helder, como livros, quadros, roupas e móveis de uso pessoal do arcebispo.

Michel Temer avalia novo decreto de indulto natalino

Folhapress

O presidente Michel Temer avalia publicar novo decreto de indulto natalino retirando os trechos que foram suspensos pela presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cármen Lúcia. A alternativa tem sido discutida por integrantes da equipe presidencial, que ponderam, contudo, que antes de qualquer decisão, o tema deve ser discutido previamente com a ministra da Suprema Corte.

O receio do entorno do presidente é que uma iniciativa sem o consentimento da magistrada pode dar a entender que o Executivo atropelou o Judiciário, criando uma crise institucional. A ideia é que o assunto seja tratado nos próximos dias com Cármen pelo ministro da Justiça, Torquato Jardim. Caso não cheguem a um acordo, a estratégia será recorrer da decisão por intermédio da AGU (Advocacia-Geral da União).

A presidente do STF suspendeu nesta quinta-feira (28) artigos do indulto natalino concedido por Temer na última sexta-feira (22). A decisão, tomada em caráter liminar, atendeu a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que apontou inconstitucionalidade e abuso de poder na medida do presidente.

Segundo Cármen, sua decisão vale até que o caso seja analisado pelo relator, Luis Roberto Barroso, ou pelo plenário da corte. Isso vai ocorrer somente a partir de fevereiro, quando o tribunal retorna do recesso.

Mais cedo, Torquato disse à Folha de S.Paulo que não há “nenhuma” chance de recuo na iniciativa, que é mais benéfico aos detentos do que o indulto concedido em anos anteriores e favorece também aqueles que cumprem penas por crimes de colarinho branco.

49% dos brasileiros vão passar o Réveillon com roupa nova

Após a semana do Natal, os setores de comércio e serviços esperam pelos consumidores para os gastos de Ano-Novo e uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revela que os gastos podem ser altos. Segundo o levantamento, em média, a pretensão de gastos com viagens, ingresso para clubes, ceia e roupas novas deve ser de R$ 282,20 – valor acima da intenção de gastos em 2016, que foi de R$ 263,06; e maior entre os homens (R$ 332,31).

A pesquisa ainda mostra que 49% dos que vão comemorar a data pretendem comprar roupas, calçados e acessórios para usar na passagem de ano – uma queda de oito pontos percentuais em relação ao ano passado (57%).

O educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, alerta para a importância de controlar o orçamento, ainda mais considerando a proximidade com outra festa importante. “O réveillon acontece logo na sequência do Natal e as pessoas já terão investido na celebração – seja na ceia, seja na compra dos presentes. Então, é importante planejar as despesas e fazer as contas para saber o limite dos gastos. Afinal, não tem sentido comemorar a chegada do ano endividado ou com as finanças desequilibradas”, alerta.

A pesquisa também mostra que praticamente 84% dos consumidores já decidiram onde pretendem comemorar. A maior parte garante que o réveillon será vivenciado em casa (27%), mas também há aqueles que pretendem viajar (12%) ou passar a virada na casa de outros parentes (11%).

Metodologia

As entrevistas se dividiram em duas partes. Inicialmente ouviu-se 1.632 consumidores nas 27 capitais para identificar o percentual de quem pretendia ir às compras no Natal e, depois, a partir de 600 entrevistas, investigou-se em detalhes o comportamento de consumo no Natal. A margem de erro é de no máximo 2,4 e 4,0 pontos percentuais, respectivamente. A uma margem de confiança de 95%.

Turismo de Triunfo ganha reforço com inauguração de terminal rodoviário

pauloescola3

Em visita ao Sertão do Pajeú, na quinta-feira (28.12), o governador Paulo Câmara entregou o novo Terminal Rodoviário de Triunfo, antigo anseio da população local. Com 2,1 mil metros quadrados de área construída, o equipamento contará com uma estrutura de acesso universal, com rampas de acessibilidade e banheiros adaptados; além de comportar boxes comerciais e cantina. Localizada na Avenida Olavo Gomes de Oliveira, às margens da PE 365, a rodoviária contou com um aporte de R$ 1.650.000,00 do tesouro estadual, beneficiando mais de 15 mil triunfenses e turistas. A expectativa é que circulem no local mais de cinco mil passageiros por ano.

“Estamos entregando um equipamento moderno, bem feito e que, com certeza, vai servir muito bem ao povo de Triunfo e aos turistas que vão vir visitar esta belíssima cidade. E isso é fundamental, porque a gente precisa priorizar as principais necessidades de cada município. E finalizar as obras dessa rodoviária era uma prioridade. Então, eu fico muito feliz em vir aqui, entregar obras, conversar com as pessoas e, principalmente, planejar o futuro que a gente quer para um Pernambuco cada vez mais igual e mais integrado”, destacou o governador.

A estrutura conta com 209,52 metros quadrados de área coberta; quatro boxes comerciais; uma cantina; quatro banheiros (dois adaptados para pessoas com deficiência); e duas plataformas para embarque e desembarque de passageiros. “Vamos poder impulsionar o ciclo virtuoso do turismo local, que atrai milhares de pessoas das diversas regiões que vêm em busca de conforto, de lazer e práticas culturais. Eu saio muito feliz daqui, hoje, com essa entrega e agradeço ao governador Paulo Câmara por ter me dado a oportunidade de estar no momento certo e na hora certa para poder ajudá-lo a concluir essa importante obra para a população de Triunfo”, frisou o secretário estadual de Transportes, Sebastião Oliveira.

Para o prefeito João Batista, o novo equipamento vai impulsionar a receptividade do município, principalmente nos períodos de férias e alta estação. “Nós recebemos muitos turista de todo o Estado e até de fora. Então, esse terminal rodoviário, além de possibilitar mais conforto para os triunfenses que se deslocam até a capital, ele vai possibilitar também que os turistas sejam bem recebidos no nosso município, funcionando como nosso ponto receptivo turístico”, registrou.

EDUCAÇÃO – Paulo Câmara aproveitou a passagem pelo município para visitar as obras da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Alfredo de Carvalho. A unidade de ensino passa por serviço de reforma e ampliação com construção da quadra coberta, contando com um investimento de aproximadamente R$ 4 milhões. Após a reforma, a escola passará a contemplar 15 salas de aula; laboratórios de informática, línguas, matemática/física, biologia e química; biblioteca (ampliação do espaço e acervo); refeitório; cozinha e quadra poliesportiva coberta. Por conta das obras, os estudantes foram transferidos provisoriamente para a Escola Estadual Monsenhor Luiz Sampaio e para o Convento São Boa Ventura (alugado pelo Estado). A previsão de conclusão das obras é março de 2018.

ÁGUA – Ainda em Triunfo, foram dados por inaugurados dois Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água nas comunidades da Associação dos Moradores de Santa Luzia e Associação Comunitária dos Moradores do Sítio Barbalho e adjacências. O SSAA vai levar água de qualidade para cerca de 160 famílias da Zona Rural que dependiam de carros-pipa, barragens ou açudes. O sistema prevê a perfuração e instalação de poço artesiano com bomba submersa, reservatório elevado, rede de adução e distribuição de água nas residências. Para esta ação, foram investidos R$ 132 mil.

Acompanharam o governador durante a visita os deputados estaduais Rogério Leão, Rodrigo Novaes e Alberto Feitosa; o secretário executivo da Casa Civil, Marcelo Canuto; os prefeitos José Patriota (Afogados da Ingazeira), Anchieta Patriota (Carnaíba), Marconi Santana (Flores), Lino Morais (Ingazeira) e Manuca (Custódia); o vice-prefeito de Triunfo, Aluísio Rodrigues; o superintendente comercial da Autoaviação Progresso, Aurino Caetano; o gerente regional da progresso, Ronildo Silva; e o gerente comercial da Progresso, Luiz Serão; além de diversas autoridades políticas da região.

Paulo Câmara cumpre agenda no Agreste com foco no abastecimento de água

O governador Paulo Câmara cumprirá uma intensa agenda no Agreste Central e Agreste Setentrional, nesta sexta-feira (29), com foco em obras que aumentarão a oferta de água na região. O primeiro compromisso inicia às 8h30, com a inauguração do trecho Lajes-Toritama da Adutora do Agreste. O equipamento, que possui 11,4 km de extensão e recebeu investimentos na ordem de R$ 30 milhões, beneficiará cerca de 45 mil habitantes da região.

Na sequência, o governador segue para Caruaru, onde realiza uma visita de inauguração da ampliação da Estação de Tratamento de Água do Salgado. A obra tem um investimento estimado em R$ 10 milhões e beneficiará cerca de 30 mil habitantes da região. Na ocasião, também será acionado o conjunto do motor bomba, que ativará a inversão do Sistema Adutor de Jucazinho. O equipamento passará a abastecer as cidades de Riacho das Almas, Cumaru e Passira, anteriormente abastecidas pela Barragem de Jucazinho. A obra recebeu o investimento de R$ 500 mil e beneficiará 35 mil habitantes.

Em Riacho das Almas, será iniciada a pré-operação da inversão da Adutora de Jucazinho, reestabelecendo o abastecimento de água no município. Durante a passagem pela cidade, o governador Paulo Câmara também inaugurará o restauro da PE-095, no trecho que liga Caruaru a Riacho das Almas. Dos 80,1 quilômetros que a obra terá quando finalizada, 21 quilômetros já estão concluídos. Foram mais de R$ 70 milhões investidos nesta obra viária que beneficiará cerca de 376 mil habitantes. O governador finaliza a agenda seguindo para as cidades de Cumaru e Passira, onde também serão acionados a inversão da Adutora de Jucazinho para o início da pré-operação que visa o restabelecimento do abastecimento de água nos dois municípios.

Agenda do governador Paulo Câmara desta sexta-feira

08h30 – Inaugura o Lote 4 do Sistema Adutor do Agreste (trecho: Lajes-Toritama)

Local: Rua do Comércio, Centro, Toritama-PE

10h10 – Visita de inauguração da ampliação da Estação de Tratamento de Água Salgado e acionamento do conjunto motor bomba para ativação da inversão do Sistema Adutor de Jucazinho que levará água para Riacho das Almas, Cumaru e Passira.

Local: ETA Salgado – Rua Bartolomeu Anacleto, 10 – Salgado, Caruaru-PE

*Após o evento, o governador concederá entrevista à Imprensa

11h40 – Início da Pré-Operação da inversão da Adutora de Jucazinho para restabelecimento do abastecimento de água de Riacho das Almas e inauguração do restauro da PE-095 (Trecho: Caruaru-Riacho das Almas)

Local: Rua Dr. Manoel Borba, 60, Centro – Riacho das Almas, PE

13h20 – Início da pré-operação da inversão da Adutora de Jucazinho para reestabelecimento de água de Cumaru

Local: Praça Virgínia Heráclio, Centro – Cumaru, PE

15h – Início da pré-operação da inversão da Adutora de Jucazinho para reestabelecimento de água de Passira

Local: Praça Severino Ferreira, Centro – Passira, PE

Primeira edição do ‘Mais Amor’ é realizada em Caruaru

CRÉDITO - ANDRÉ ALVES (2)

O Espaço Major Clementino, em Caruaru, se encheu de amor na quinta-feira (28) com a distribuição de corações de papel aos passantes. Voluntários, membros de movimentos sociais, de organizações, de conselhos municipais e da gestão pública de modo geral, aderiram à primeira edição do Mais Amor, na ‘Capital do Agreste’, e distribuíram os mimos e abraços aos motoristas e pedestres que passaram pelo local. A ação promovida pela Organização Não Governamental Novo Jeito teve o intuito de despertar o amor nas pessoas e o interesse pelo próximo.

Realizada há sete anos em várias cidades do Brasil, a ação aportou em Caruaru com o objetivo de chamar a atenção da população a se transformar em agentes multiplicadores da promoção do bem. “A gente sabe que o Brasil vive uma crise sem precedentes em diversas áreas, política, econômica, ética, mas eu acho que a população pode pedir mais amor, pois com ele, a solidariedade é brotada, a generosidade, e a promoção do bem comum”, mencionou o presidente da Novo Jeito, Fábio Silva.

Para a cuidadora de idosos, Maria Juliana da Silva, que passou pelo local, a realização da ação foi bastante pertinente para esta época do ano. “Um abraço, um sorriso, é sempre muito bom, e no final do ano pedir paz, amor, fraternidade, é super válido porque o mundo precisa de harmonia”, comentou. Já a comerciante Ana Elizabete Tabosa, que sempre participa de projetos solidários, ações como estas, são válidas para todos os momentos. “Estimular a paz é um ato que merece toda a nossa atenção, pois a gente vive num mundo tão atribulado, que parar um pouquinho para dar e receber amor, já está fazendo o bem ao próximo e a nós mesmos”, comentou.