“Estamos trabalhando de forma planejada e sem parar”, diz Câmara

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“É preciso honestidade, responsabilidade, zelo com a coisa pública e, acima de tudo, presença no dia a dia das pessoas, para ouvir e poder olhar, de cabeça erguida, para o povo. Eu posso assegurar que estamos trabalhando com afinco, de forma planejada e sem parar”. Esta foi a mensagem central que o governador Paulo Câmara passou, na terça-feira (01/08), na reabertura das atividades da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na área Central do Recife, realizada no novo plenário – batizado com o nome do ex-governador Eduardo Campos.

Durante o reinício dos trabalhos legislativos, o governador citou os avanços da gestão, e destacou o papel do Poder Legislativo na discussão de políticas públicas e na aprovação de projetos importantes para o povo pernambucano. Na ocasião, o governador pontuou que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018 será mais conservadora em virtude do cenário fiscal do Brasil. “Fizemos uma LDO para 2018 pé no chão porque assim exigem os tempos, mas que prevê os recursos para a Saúde, para a Educação, para questões de funcionalismo público e investimentos. Nosso Plano de Segurança também está totalmente garantido”, esclareceu. Paulo Câmara destacou que, diferentemente de outros estados, Pernambuco tem conseguido realizar investimentos, tendo aplicado, em dois anos e meio, mais de R$ 3,5 bilhões. “A gente espera ter condições de, em 2018, investir algo em torno de R$ 1,5 bilhão”, pontuou.

Durante o discurso, o gestor afirmou que os resultados das ações de governo já começaram a fazer parte da vida das pessoas. Um dos destaques é a educação. Pernambuco é o primeiro lugar tanto do IDEB como no ranking nacional com apenas 1% de taxa de abandono. O Governo também contratou mais de 2.600 professores e possui a menor diferença qualitativa entre o ensino público e privado.

O governador frisou, ainda, que o Plano de Segurança está em plena execução, no qual estão sendo investidos R$ 290 milhões na realização de várias ações estratégicas. O gestor destacou que o combate à seca também é um foco da administração, que já investiu mais de R$ 300 milhões em infraestrutura hídrica. “É preciso honestidade, responsabilidade, zelo com a coisa pública e, acima de tudo, presença no dia a dia das pessoas, para ouvir e poder olhar, de cabeça erguida, para o povo”, ressaltou.

Com relação à retomada das atividades da Alepe, Paulo Câmara frisou que as novas instalações serão revertidas em ações importantes na busca diária do interesse público. “Eu tenho plena confiança no trabalho dos deputados e deputadas, e sei que vou contar com eles para que, juntos, possamos ter condições de avançar por um Pernambuco que precisa oferecer serviços melhores para a população”.

O presidente da Casa, Guilherme Uchôa, destacou a importância das tecnologias instaladas no novo prédio-sede, frisando que será fundamental para que o povo pernambucano acompanhe as atividades legislativas. “A decisão de instalarmos uma série de inovações, como, por exemplo, o painel eletrônico e o registro dos parlamentares, vai ao encontro do que a população quer: obter mais transparência no acompanhamento das ações legislativas”, afirmou Uchôa, acrescentando que o Museu Palácio Joaquim Nabuco – antiga sede da Alepe – passará por um processo de restauração antes de ser aberto para visitação pública.

O deputado estadual e líder do Governo, Isaltino Nascimento, frisou a satisfação de estar integrado a um projeto político em que acredita ser o melhor para Pernambuco. “Somos felizes em retornar ao trabalho legislativo numa sede nova, com condições excelentes e que traz o nome de Miguel Arraes, líder político histórico, e ainda tem um plenário para nossas discussões democráticas cujo nome é Eduardo Campos. Esse é um reconhecimento justo por serem figuras que transcendem Pernambuco, com nomes de relevância nacional”, afirmou.

Acompanharam o governador os secretários Antônio Figueira (Casa Civil); André Campos (Articulação Parlamentar da Casa Civil); e Márcio Stefanni (Planejamento e Gestão); e o chefe de gabinete, João Campos.

Fardamento do Vitalino Comedoria homenageia Luiz Gonzaga

Estampa Luar do Sertão

Cada detalhe do Vitalino Comedoria foi minuciosamente pensado. A atmosfera regional que está na decoração aparece também no fardamento da equipe. Os empresários Cem e Ivone Wu foram buscar no talento do designer pernambucano Guilherme Luigi estampas diferenciadas e exclusivas para compor o look dos uniformes do Restaurante.

O olhar mais atento vai perceber que os lenços e as saias que compõem o fardamento exibem estampas geométricas criadas por Luigi no trabalho intitulado Estamparia Gonzaguiana. Inspirado nas músicas e na paisagem sertaneja do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, o designer criou 12 estampas com referências ao universo de Gonzaga, em homenagem pelo seu centenário. Para o Vitalino Comedoria, as estampas escolhidas foram Balão Multicor e Luar do Sertão. O Balão Multicor é uma estampa geométrica inspirada na música Olha pro céu meu amor. “A forma geométrica provoca um efeito óptico que faz os objetos se multiplicarem e ora se vêem, ora não se vêem, como sugere a canção com os balões”, explica Luigi.

Outra estampa que está no uniforme da equipe do Restaurante foi a Luar do Sertão, em referência à música de mesmo nome cantada por Luiz Gonzaga. O designer explica a concepção da estampa: “da aplicação clássica de estrelas inscritas em hexágonos nos gibões de Gonzaga, foi composta essa estampa geométrica. Roubando as estrelas lá do céu, como predizia a emblemática letra. Apresenta também losangos e triângulos em efeito caleidoscópico”.

Já o estilista responsável pela concepção do fardamento foi Mateus Barros. Ele incorporou as estampas criadas por Luigi e deixou o fardamento do Vitalino Comedoria repleto da identidade cultural do Nordeste.

Sobre Guilherme Luigi

Guilherme Luigi é designer gráfico formado pela UFPE e com mestrado em design de produto pela ELISAVA em Barcelona. Desenvolve projetos na área design de superfície, tipografia, arquitetura e patrimônio como o Dingbat Cobogó, Dingbat Ladrilho e as Estampas Gonzaguianas. Possui projetos premiados como a identidade visual do Centro de Artesanato de Pernambuco que recebeu destaque na bienal da ADG de 2013 e participações em mostras no Brasil (10º Bienal da ADG, Cidade Gráfica) e na Europa (FAD Expo, EL millor disseny de l’any). Atualmente, trabalha focado na pesquisa da paisagem gráfica das cidades brasileiras e com e prestação de serviço voltado à cadeia produtiva da cultura.

Caruaru sedia seminário sobre Programa Especial de Regularização Tributária

A Associação dos Contabilistas de Caruaru e Agreste de Pernambuco (Accape), em parceria com a OAB Subseccional Caruaru e a Acic, realiza o Seminário sobre o PERT – Programa Especial de Regularização Tributária – MP 783/2017. O evento será promovido na próxima segunda-feira, dia 7 de agosto, das 15h às 17h, no auditório da Acic.

A proposta do seminário é trazer orientações à classe contábil, aos advogados e empresários sobre o Programa Especial de Regularização Tributária, que foi instituído pelo governo federal, através da medida provisória 783/2017, no dia 31 de maio. De acordo com o governo, as novas regras possibilitam que os contribuintes possam liquidar dívidas perante a Receita Federal e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional vencidas até o dia 30 de abril de 2017, desde que efetivem a adesão ao programa até o dia 31 de agosto deste ano.

Para debater o tema, as entidades convidaram profissionais de referência na área que atuam no município, como o procurador-chefe da Procuradoria Seccional da Fazenda Nacional (PSFN) em Caruaru, Jovaldo Nunes, e o auditor fiscal da Receita Federal em Caruaru, José Francisco Filho. Ambos irão ampliar o entendimento referente às mudanças causadas com a MP 783/2017 e detalhar as modalidades que o programa oferece e qual melhor se enquadra para cada perfil de contribuinte.

Na sequência, haverá uma mesa redonda com os dois palestrantes e representantes das entidades apoiadoras do evento.

Copom sinaliza que pode manter ritmo de corte na taxa Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) sinalizou que vai manter o ritmo de corte na taxa básica de juros, a Selic. Na última reunião, o comitê cortou a Selic em 1 ponto percentual para 9,25% ao ano.

A informação consta da ata da última reunião do comitê, divulgada hoje (1º), em Brasília. Segundo o documento, a manutenção do ritmo de corte vai depender da continuidade do cenário econômico e de estimativas de extensão do ciclo de redução da Selic. “De forma geral, a magnitude da flexibilização continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação”, disse.

Na ata, a diretoria do BC informa que discutiu sobre a importância de sinalizar os seus próximos passos, mas reiterou a “preferência por explicitar as condicionalidades sobre a evolução da política monetária, o que melhor transmite a racionalidade econômica que guia suas decisões”. “Isso contribui para aumentar a transparência e melhorar a comunicação do Copom”, acrescentou.

Aumento de tributação

Na ata, os membros do Copom avaliaram os impactos sobre a inflação do aumento da alíquota do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre os combustíveis.

A estimativa é que a inflação vai aumentar em 0,45 ponto percentual em julho e agosto, com maior concentração do efeito neste mês. “Parte desse impacto já estava contemplada nas projeções condicionais do Copom”, acrescentou.

O Copom também avaliou o efeito da mudança da bandeira tarifária de energia elétrica de verde para amarela sobre a inflação do mês de julho, cuja estimativa de impacto é 0,15 ponto percentual.

“Todos [os membros do Copom] concluíram que essas oscilações pontuais – em particular dos reajustes de preços de combustíveis e de energia elétrica, que têm sido mais voláteis – não têm implicação relevante para a condução da política monetária [definição sobre a taxa Selic]”, diz a ata.

Balança comercial brasileira tem melhor julho da história

Mariana Branco – Repórter da Agência Brasil

A balança comercial brasileira teve superávit de US$ 6,3 bilhões em julho. Trata-se do melhor resultado para o mês desde o início da série histórica do governo, em 1989. O saldo positivo supera o recorde de julho de 2006, quando a balança ficou positiva em US$ 5,659 bilhões.

Os dados foram divulgados hoje (1°) pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. De janeiro a julho deste ano, a balança acumula superávit de US$ 42,5 bilhões. O valor também é o maior da história, superando o recorde de US$ 28,2 bilhões registrado de janeiro a julho de 2016.

O governo elevou de US$ 55 bilhões para mais de US$ 60 bilhões a estimativa de superávit da balança comercial para 2017. Caso se confirme, o resultado será o maior anual da série histórica, superando o saldo positivo recorde de US$ 47,5 bilhões verificado em 2016.

O principal motivo para o bom desempenho da balança neste ano é o crescimento dos preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional). Também aumentaram os volumes exportados de alguns produtos.

A balança comercial tem superávit quando as exportações (vendas do Brasil para parceiros de negócios no exterior) superam as importações (aquisições de produtos e serviços no exterior).

No mês de julho, as exportações brasileiras ficaram em US$ 18,769 bilhões, superando os US$ 12,471 bilhões em importações. As exportações cresceram 14,9% em relação a julho de 2016, segundo o critério da média diária, que leva em conta o valor negociado por dia útil. Ante junho deste ano, houve queda de 5,1% sob o mesmo critério.

As importações, por sua vez, aumentaram 6,1% na comparação com julho do ano passado e caíram 1% em relação a junho deste ano, também segundo o critério da média diária.

Destaques

Em julho cresceram as exportações de itens básicos (19%), manufaturados (12,6%) e semimanufaturados (8,7%). Entre os itens básicos, foram destaque as vendas de milho em grão (alta de 93,7% na comparação com julho de 2016), minério de cobre (88,2%), petróleo bruto (72%), carne bovina (38,5%), minério de ferro (18,2%) e carne suína (10%).

Nos manufaturados, produtos como óleos combustíveis (273,3 %), tratores (91,7%), máquinas para terraplanagem (83,4 %) e automóveis de passageiros (69,7 %) puxaram a alta das exportações. Entre os semimanufaturados, cresceu a exportação de itens como óleo de soja bruto (94,4 %) e semimanufaturados de ferro e aço (60,1%).

Nas importações, cresceu a compra de combustíveis e lubrificantes (57,3 %), de bens intermediários (6,8%) e de bens de consumo (3,4%). Por outro lado, caiu a aquisição de bens de capital (22,7%) .

MPF obtém condenação de ex-prefeita e ex-secretária de Pombos

Do Blog da Folha

O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco conseguiu na Justiça, a partir de ação da procuradora da República Silvia Regina Pontes Lopes, a condenação da ex-prefeita de Pombos, na Mata Sul, Cleide Jane Sudário Oliveira, conhecida como Jane Povão, e da ex-secretária de Assistência Social do município Cláudia Rejane Sudário Ribeiro Leite por improbidade administrativa. De acordo com o órgão, as duas foram responsáveis pelo desvio de recursos federais provenientes do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

O MPF já havia obtido decisão liminar na Justiça Federal, em 2015, bloqueando os bens de Cleide Jane e Cláudia Rejane. Apurações do órgãos apontaram que, entre 2009 e 2012, as duas desviaram, em benefício próprio e para terceiros, recursos que deveriam ser destinados ao Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). O esquema se dava mediante a apropriação de parcelas do salário de funcionários do programa.

No esquema, funcionários do Peti tinham de entregar a elas entre R$ 200 e R$ 300 todo mês. O montante representava cerca de metade dos salários que alguns recebiam. Além disso, eles eram impedidos de ter acesso aos próprios contracheques, bem como eram ameaçados de suspensão e afastamento das atividades caso fizessem questionamentos.

A parte dos salários retida era repassada a outros funcionários que não constavam na folha de pagamento ou destinada à própria ex-secretária de Assistência Social.

O Ministério Público Federal identificou que Cláudia Ribeiro Leite estava à frente da fraude e tinha apoio da irmã, a ex-prefeita do município. Além disso, fiscalização da Controladoria-Geral da União (CGU) ainda constatou o esquema irregular. Em valores atualizados até agosto de 2014, o montante desviado chegou a quase R$ 173 mil.

Os argumentos do MPF foram acatados pela Justiça, que condenou Cleide Jane e Cláudia Rejane à perda de função pública que eventualmente estejam ocupando e à suspensão dos direitos políticos por dez anos. As duas também foram proibidas de contratar com o Poder Público por igual período e ainda terão de ressarcir integralmente o prejuízo causado aos cofres públicos.

Recife tem suspeita de doença da “urina preta”

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Da Folhape

Pernambuco registrou dois casos suspeitos da doença de Haff. A enfermidade ganhou notoriedade no País ano passado por estar relacionada ao sintoma de urina preta aliada a fortes dores musculares (mialgia aguda) e altos níveis da enzima CPK. O mal está relacionado com a ingestão de peixes contaminados por toxinas de algas ou corais. Os dois pacientes deram entrada no Real Hospital Português (RHP) no dia 14 de julho.

O policial Maviael da Silva e a professora Arleide Guerra – casados e com 49 anos de idade – compraram um pescado no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife, o consumiram durante uma refeição em casa e horas depois apresentaram os sintomas. Ele passou sete dias internado e já teve alta. A esposa teve insuficiência renal e precisou de hemodiálise, mas tem quadro estável.

“Comprei um arabaiana para comer em casa. Depois de umas quatro horas ela começou a apresentar sintomas. Dor no pescoço, nas costas, nos braços. Eu só tive no outro dia. Quando cheguei no hospital já estava urinando preto, e olhe que a gente buscou ajuda rápido”, contou Maviael Silva.

O infectologista Filipe Prohaska comentou que o casal, quando deu entrada na unidade hospitalar, passou por uma triagem de leptospirose. Só depois, com a exclusão de sintomas semelhantes e o histórico de consumo de pescado, se chegou à hipótese de Haff .

“Houve uma desconfiança de leptospirose porque as duas doenças se assemelham em alguns pontos. Mas eles não tinham febre. Tinham dores no corpo, o índice de CPK muito alto (que mede lesão muscular) e a urina escura”, contou o médico, acrescentando que a professora deve se recuperar bem apesar do acometimento renal temporário, e a expectativa é que ela não fique com sequelas.

Prohaska comentou que a doença de Haff, geralmente, aparece em surtos. Foi assim em episódios na Amazônia e mais recentemente na Bahia. Em Pernambuco, não há registros oficiais sobre a enfermidade.

O núcleo de Epidemiologia do RHP já notificou verbalmente à Secretaria Estadual de Saúde (SES) os casos suspeitos. Até o fechamento desta edição, a SES informou que não tem registro ou notificação e que é preciso discutir com o Ministério da Saúde critérios para inserção das suspeitas.

O surto da misteriosa doença do “xixi preto” na Bahia começou em dezembro de 2016. Até março de 2017, foram notificados mais de 70 casos e duas mortes. O infectologista Antônio Carlos Bandeira fez parte da força tarefa de pesquisadores que descobriram a implicação da doença de Haff nos quadros de mialgia.

“Esta foi a primeira vez que a enfermidade foi reportada na costa brasileira. Depois de casos na Bahia, tivemos alguns no Ceará. Em Salvador, a grande maioria dos casos estava relacionada ao consumo de Olho de Boi. Tudo indica que essa toxina, de algo que o peixe se alimenta, fica na carne do peixe e resiste ao cozimento ou fritura. Não se degrada pelo calor”, contou.

Pernambuco registrou dois casos suspeitos da doença de Haff. A enfermidade ganhou notoriedade no País ano passado por estar relacionada ao sintoma de urina preta aliada a fortes dores musculares (mialgia aguda) e altos níveis da enzima CPK. O mal está relacionado com a ingestão de peixes contaminados por toxinas de algas ou corais. Os dois pacientes deram entrada no Real Hospital Português (RHP) no dia 14 de julho.

O policial Maviael da Silva e a professora Arleide Guerra – casados e com 49 anos de idade – compraram um pescado no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife, o consumiram durante uma refeição em casa e horas depois apresentaram os sintomas. Ele passou sete dias internado e já teve alta. A esposa teve insuficiência renal e precisou de hemodiálise, mas tem quadro estável.

“Comprei um arabaiana para comer em casa. Depois de umas quatro horas ela começou a apresentar sintomas. Dor no pescoço, nas costas, nos braços. Eu só tive no outro dia. Quando cheguei no hospital já estava urinando preto, e olhe que a gente buscou ajuda rápido”, contou Maviael Silva.

O infectologista Filipe Prohaska comentou que o casal, quando deu entrada na unidade hospitalar, passou por uma triagem de leptospirose. Só depois, com a exclusão de sintomas semelhantes e o histórico de consumo de pescado, se chegou à hipótese de Haff .

“Houve uma desconfiança de leptospirose porque as duas doenças se assemelham em alguns pontos. Mas eles não tinham febre. Tinham dores no corpo, o índice de CPK muito alto (que mede lesão muscular) e a urina escura”, contou o médico, acrescentando que a professora deve se recuperar bem apesar do acometimento renal temporário, e a expectativa é que ela não fique com sequelas.

Prohaska comentou que a doença de Haff, geralmente, aparece em surtos. Foi assim em episódios na Amazônia e mais recentemente na Bahia. Em Pernambuco, não há registros oficiais sobre a enfermidade.

O núcleo de Epidemiologia do RHP já notificou verbalmente à Secretaria Estadual de Saúde (SES) os casos suspeitos. Até o fechamento desta edição, a SES informou que não tem registro ou notificação e que é preciso discutir com o Ministério da Saúde critérios para inserção das suspeitas.

O surto da misteriosa doença do “xixi preto” na Bahia começou em dezembro de 2016. Até março de 2017, foram notificados mais de 70 casos e duas mortes. O infectologista Antônio Carlos Bandeira fez parte da força tarefa de pesquisadores que descobriram a implicação da doença de Haff nos quadros de mialgia.

“Esta foi a primeira vez que a enfermidade foi reportada na costa brasileira. Depois de casos na Bahia, tivemos alguns no Ceará. Em Salvador, a grande maioria dos casos estava relacionada ao consumo de Olho de Boi. Tudo indica que essa toxina, de algo que o peixe se alimenta, fica na carne do peixe e resiste ao cozimento ou fritura. Não se degrada pelo calor”, contou.

Chuva no Agreste não altera quadro de colapso da Barragem de Jucazinho

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A região de influência da Barragem de Jucazinho, localizada no município de Surubim, no Agreste, não recebeu chuvas suficientes para alterar o quadro do maior reservatório para abastecimento humano operado em Pernambuco, que continua seca. A barragem está situada na região que possui o pior balanço hídrico do Brasil e não resistiu à estiagem extrema por sete anos consecutivos, entrando em colapso em setembro do ano passado. Ao contrário de outras barragens do Agreste, Jucazinho ainda não conseguiu se recuperar e atravessa o pior cenário desde a sua inauguração, em 2000. Segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima – Apac, no estado de Pernambuco ocorre uma má distribuição espacial das chuvas, ou seja, há regiões que há grande concentração pluviométrica e, em outras não chove quase nada.

Ainda de acordo com a Apac, agora em agosto as chuvas começam a ficar mais fracas no Agreste e terão uma duração mais curta, de poucos minutos. “Na região da barragem é esperado que chova em torno de 80 milímetros, mas como este volume de precipitação geralmente não é concentrado, não deve contribuir significativamente para acumular água em Jucazinho. A partir de setembro, o volume de chuvas cai drasticamente, a média mensal histórica de precipitação é em torno de 25 a 30 milímetros de chuvas”, explica o meteorologista da Apac, Roberto Carlos Pereira. A última vez que a Barragem de Jucazinho sangrou foi em setembro de 2011. De acordo ainda com a Apac, para reverter essa situação, seria preciso ocorrer fortes chuvas nos municípios da bacia do Rio Capibaribe – como Jataúba, Toritama, Santa Cruz do Capibaribe, Taquaritinga do Norte, Vertentes, Frei Miguelinho e Riacho das Almas – chuvas tão intensas (e concentradas em um ou poucos dias) como as registradas em julho deste ano, na Zona da Mata Sul.

A solução encontrada pelo Governo do estado e Compesa para regularizar o abastecimento de água nas 68 cidades da região foi a Adutora do Agreste, a maior obra estruturadora em Pernambuco para receber as águas da Transposição do Rio São Francisco. Mas para antecipar o uso das tubulações já assentadas da adutora, outras obras foram pensadas para garantir a sustentabilidade hídrica da região: a Adutora do Moxotó, Poços de Tupanatinga, Adutora do Alto Capibaribe e a Adutora de Serro Azul, essas duas últimas ainda não foram iniciadas. “Infelizmente não choveu na região da Barragem de Jucazinho como a gente esperava, por isso, a companhia está desenvolvendo projetos estruturadores para atender a região Agreste. Um deles é o Sistema Siriji que já entrou em operação e está abastecendo João Alfredo, Orobó, Bom Jardim e Surubim e também as cidades do Agreste Setentrional: Casinhas, Santa Maria do Cambucá, Vertente do Lério, Frei Miguelinho e Vertentes”, informa o diretor Regional do Interior da Compesa, Marconi de Azevedo.

Com o colapso de Jucazinho, algumas cidades atendidas por este sistema passaram a ser abastecidas por outras fontes de água, como Caruaru, Gravatá e Bezerros. Para melhorar o fornecimento de água para Caruaru e outras cidades da região, como Santa Cruz do Capibaribe, a companhia está realizando uma obra para ampliar as estações de bombeamento do Sistema do Prata/ Pirangi, que vai aumentar a capacidade de transporte de água do sistema. No caso de Toritama, essa obra vai possibilitar a retirada da população da cidade do colapso – a previsão é que Toritama volte a ser abastecida pela rede ainda no mês de agosto. Já para as cidades de Riacho das Almas, Cumaru, Passira e Salgadinho, que estão sendo atendidas exclusivamente por carros-pipa, o retorno do abastecimento nessas cidades será viabilizado com a construção de uma unidade de bombeamento na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Salgado (ETA), em Caruaru, que vai possibilitar a inversão do sistema – que antes vinha de Jucazinho para Caruaru – para retornar o caminho da adutora levando água do Sistema Prata/ Pirangi para essas quatro cidades.

Oposição chega dividida na véspera da votação de denúncia contra Temer

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Do Congresso em Foco

Lideranças da oposição se reúnem no início desta tarde para discutir uma estratégia conjunta para a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), prevista para esta quarta-feira (2). Faltando um dia para a deliberação, os oposicionistas ainda estão divididos: um grupo defende que não se registre voto para forçar o adiamento da decisão por falta de quórum; outro quer votar logo a denúncia para expor publicamente os parlamentares governistas. A votação só poderá ser iniciada se 342 deputados estiverem presentes no plenário.

A primeira posição é defendida, sobretudo, por parlamentares do Psol e da Rede. Já a segunda é apoiada por parte das bancadas do PT, do PDT, do PSB e do PCdoB. As duas primeiras entendem que protelar a decisão é a melhor saída: empurrando-se o caso, acreditam, crescerá a pressão sobre os deputados governistas e o próprio presidente. Nesse intervalo, o procurador-geral da República poderá apresentar nova denúncia contra Temer, apostam.

Para integrantes de outros partidos governistas, é melhor votar logo o pedido para aumentar o desgaste da base aliada, com a divulgação dos votos de cada deputado, de modo a abrir terreno para a votação da próxima denúncia. A Procuradoria-Geral da República, que denunciou Temer por corrupção passiva, estuda apresentar novo pedido de ação penal contra o presidente por obstrução da Justiça e organização criminosa com base nas delações da JBS. Já os governistas defendem votação imediata da denúncia para tentar reduzir a carga contra Temer. Eles alegam que têm mais que os 172 necessários para salvar o peemedebista.

Um dos líderes da oposição, o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) divulgou vídeo em que faz um apelo aos colegas para que não registrem presença na sessão de amanhã, forçando o adiamento da votação. “Nós não devemos marcar presença, porque na hora que a gente não marca a presença, não vai dar quórum, e aí não vota, fica para a próxima semana, a gente não dá quórum de novo, e assim por diante”, defendeu. Segundo ele, nesse intervalo, novas revelações sobre o envolvimento do presidente com irregularidades podem vir à tona, ampliando o cerco contra o presidente.

Reportagem publicada no site da revista Época nesta terça-feira informa que o então vice-presidente Michel Temer autorizou o lobista da JBS, Ricardo Saud, a entregar R$ 3 milhões em dinheiro vivo ao agora ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na ocasião os dois peemedebistas eram aliados. Segundo a revista, o valor foi descontado dos R$ 15 milhões que Temer receberia da empresa naquela eleição, por solicitação do PT, como parte do pagamento de propina da JBS em troca de favorecimento no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Em nota, a assessoria de imprensa do presidente usou tom duro para rebater as declarações de Ricardo Saud citadas por Época: “A quadrilha comandada pelo bandido Joesley Batista fabrica em profusão versões e planilhas. O presidente nunca teve ‘crédito’ junto às empresas do meliante da Friboi. Nem autorizou transferências a outros parlamentares. A conversa com o capanga é absolutamente ficção barata. O vazamento dessa nova versão tem o claro interesse de tentar influenciar na votação da Câmara dos Deputados”.

De pai para filho: família que está há 196 anos no Congresso prepara dois sucessores

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Do Congresso em Foco

Os deputados com parentes na política são maioria em 21 bancadas estaduais. Todos os representantes do Tocantins e do Rio Grande do Norte na Câmara são de famílias de políticos. Entre os maiores partidos, o PSD (78%), o PTB (76%), o PDT (74%) e o PMDB (70%) são os que mais reproduzem a prática na atual legislatura. Mas é do PSDB de Minas Gerais que vem o caso de maior longevidade familiar de que se tem notícia no Parlamento de um país democrático. Aos 87 anos, o deputado Bonifácio de Andrada, que está em seu décimo mandato, representa a quinta geração de um clã que começou a trajetória parlamentar em 1821, ainda nas Cortes Portuguesas, em Lisboa. Lá se vão 196 anos.

Descendente de José Bonifácio de Andrada, o Patriarca da Independência, o deputado tucano prepara um filho e um neto para sucedê-lo na Câmara. Desde 1894 não houve uma legislatura sequer em que um Andrada tivesse ficado de fora do Congresso.

“É o DNA que empurraram pra cima da gente e a psicologia do cenário. Tal como o filho de carpinteiro tem mais habilidade para mexer com serrote e martelo, o filho de político também tem para a vida pública”, diz Bonifácio. Da família dele saíram 15 deputados e senadores, quatro presidentes da Câmara, oito ministros de Estado e dois ministros do Supremo, além de governadores, prefeitos e vereadores.

O levantamento revela que seis em cada dez congressistas têm parentes na política. Esse é um dos principais assuntos da nova edição da Revista Congresso em Foco. Para acessar o conteúdo completo da publicação, clique aqui.

Já no PT, o caso mais expressivo é o da família Tatto. O deputado Nilto Tatto (SP) tem quatro irmãos políticos: dois são vereadores em São Paulo, um é deputado estadual e outro foi deputado federal. Procedentes de uma família de pequenos agricultores do Paraná, eles se estabeleceram em uma das regiões mais pobres da capital paulista, a Capela do Socorro, onde começaram a militância na Igreja Católica. Dos dez irmãos Tatto, nove são filiados ao PT.

A regra e as exceções

Os três representantes de dez estados no Senado têm ou tiveram parentes políticos. No DEM, de Ronaldo Caiado (GO) e José Agripino Maia (RN), no PDT e no PR, ninguém foge desse perfil. A mesma situação se repete com 19 dos 22 peemedebistas. Já no PSDB, quem tem a árvore genealógica mais enraizada na política é o senador Cássio Cunha Lima (PB), filho do ex-senador Ronaldo Cunha Lima, pai do deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) e parente de quase uma dezena de outras lideranças.

Quatro senadores escolheram em casa os eventuais substitutos: Acir Gurgacz (PDT-RO) e Ivo Cassol (PP-RO) escalaram o pai como suplente; Eduardo Braga (PMDB-AM), a mulher e Edison Lobão (PMDB-MA), o filho. Todos já provaram o gostinho de ser senador.

Dez das 13 senadoras também têm parentesco político. Somente Fátima Bezerra (PT-RN), Regina Sousa (PT-PI) e Lídice da Mata (PSB-BA) escapam à regra. Professora, Fátima é a exceção que confirma a regra em seu estado. “Sou a primeira representante de origem popular do Rio Grande do Norte nos últimos 50 anos. Isso evidencia o quanto o tradicionalismo e o patrimonialismo estão presentes na política. A maioria dessas famílias têm o controle dos meios de comunicação e dinheiro. Não é razoável que o parentesco seja traço marcante na nossa política”, critica.