Morre, aos 77 anos, o ex-ministro Eliseu Padilha

Morreu nesta segunda-feira (13), em Porto Alegre, o ex-ministro Eliseu Padilha, aos 77 anos. Ele havia começado a tratar um câncer de estômago descoberto há cerca de um mês. Padilha precisou ser internado no dia 11, no Hospital Moinhos de Vento, na capital gaúcha, por conta do agravamento de seu estado de saúde.

De acordo com a assessoria do ex-ministro, o velório vai acontecer na quarta-feira, dia 15, no Palácio Piratini, sede do governo do Rio Grande do Sul, entre 10h e 17h. O corpo será, então, levado para o Angelus Memorial e Crematório, em cerimônia restrita aos familiares. Padilha deixa esposa e seis filhos.

Eliseu Padilha foi o ministro-chefe da Casa Civil durante o governo de Michel Temer. Ele era o principal articulador político do governo à época. Além disso, também liderou ministérios nos governos Dilma Rousseff, quando comandou a Secretaria de Aviação Civil; e Fernando Henrique Cardoso, quando foi ministro dos Transportes.

Natural de Canela, no Rio Grande do Sul, e formado em Direito pela Unisinos, Padilha iniciou sua carreira política em Tramandaí, município do litoral gaúcho, onde foi prefeito de 1989 a 1992. Entre 1995 e 2015, elegeu-se deputado federal diversas vezes.

Em uma postagem no Twitter, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, lamentou a morte de Padilha: “Líder habilidoso e dedicado ao RS e ao Brasil, que serviu como ministro de três presidentes da República”, lembrou o governador.

Governador do Pará, Helder Barbalho também postou homenagem ao ex-ministro, a quem chamou de “grande amigo e conselheiro”.

O Globo

Condomínios vão mudando cara dos bairros em Caruaru

Uma tendência que tem transformado os bairros caruaruenses é a presença cada vez mais frequente de condomínios. Oferecendo mais segurança, conforto e opções de lazer, esse tipo de empreendimento vai ganhando a preferência das famílias, que encontram a oportunidade de realizar esse sonho.

E algumas regiões da Capital do Agreste evidenciam isso, como o bairro Indianópolis, que tem crescido consideravelmente a partir dos investimentos em construção civil. Um exemplo desse movimento é o Ipojuca Indianópolis II, que foi entregue recentemente. A novidade possibilitou que 256 novas famílias ocupassem o bairro, ajudando a fortalecer a economia da região.

Atrativos como a segurança, por ser fechado, e o conforto proporcionado são diferenciais. As opções de lazer, como piscina, parque infantil, área pet, salão de jogos, ajudam a ter uma moradia completa. Somando isso ao crescimento econômico de Caruaru, o resultado é mais investimentos da construção civil nesta modalidade.

De acordo com o arquiteto Bernardino Neto, diretor da 2MS Engenharia, há características que diferenciam Caruaru de outras cidades economicamente. “A cidade é bem diferente, nós atuamos em vários municípios com uma população parecida e vemos pontos bastante específicos, como uma renda mais distribuída, uma renda informal forte que tem a atenção inclusive da Caixa Econômica Federal, que dá condições especiais de financiamento que não se vêem em outras cidades. Então, não só nós, mas outras incorporadoras sentem essa confiança na região”, explica.

Recentemente, a cidade foi eleita a mais competitiva no ranking de competitividade dos municípios, o que reforça o favorecimento deste setor. Itens como infraestrutura, segurança pública e economia foram os destaques da pesquisa, o que favorece os empreendimentos a fazerem os seus investimentos por aqui, sendo um diferencial a mais.

Prefeito de Caruaru Rodrigo Pinheiro é empossado vice-presidente do ‘G100’ grupo especial da Frente Nacional de Prefeitos (FNP)

O Prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro (PSDB), encontra-se em Brasília em busca de recursos e participando do 84º Encontro da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), que acontece desde a última segunda-feira (13). Entre as atividades do grupo de gestores municipais, está as discursões do G100, grupo de municípios com mais de 80 mil habitantes, identificado pela FNP, por apresentar uma situação complexa de baixa receita per capita e elevada demanda por serviços públicos. Na ocasião, o Prefeito Rodrigo Pinheiro foi empossado como vice-presidente da FNP para o G100. Atualmente são 112 cidades brasileiras que se encaixam no grupo G100, onde são levados em conta quatro critérios: receita corrente per capita, proporção de crianças de até 5 anos de idade não matriculadas no ensino infantil, taxa de dependência do SUS e população abaixo da linha da pobreza.

“A Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) possui várias temáticas específicas, mas o G100 se encaixa nessa transversalidade dos principais problemas enfrentados por esses municípios populosos e relevantes, como Caruaru. O grande desafio é se debruçar nesse trabalho em conjunto com esses municípios, pois são grandes as demandas pra gente trabalhar em prol de todos. Temos pela frente muito que dialogar e seguir buscando sempre o melhor para nossos municípios, principalmente junto ao Governo Federal, até por que o próprio governo já sinalizou, e vem sinalizando, várias ações voltadas a esses municípios de porte médio, com receitas não tão altas, mas populosos e com elevada demanda de serviços públicos, como é o caso da nossa cidade”, ressaltou Rodrigo Pinheiro.

FNP – Prefeitas e prefeitos de todas as regiões do país estão em Brasília/DF para a 84ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP). O evento ocorre nos dias 13 e 14 de março, com mais de 520 inscritos, entre eles mais de 100 prefeitos, sendo 15 de capitais. As autoridades municipais debatem os desafios das médias e grandes cidades, com a presença do presidente e vice-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, além dos Ministros Fernando Haddad e Alexandre Padilha.

Governo Lula quer passagem aérea a R$ 200 para servidores, estudantes e aposentados

O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, anunciou ontem que o governo vai lançar um programa para garantir passagens de avião com preços reduzidos para servidores públicos, aposentados do INSS e estudantes. A ideia é que o custo das passagens não passe de R$ 200 o trecho, com a ocupação de vagas ociosas nos voos, ou seja, as poltronas vazias.

Para aderir ao programa “Voa, Brasil” – que deve entrar em operação apenas no segundo semestre – as pessoas não poderão ganhar mais do que R$ 6.800. Segundo informações do Ministério de Portos e Aeroportos, o Brasil está perto de alcançar a marca de 90 milhões de passagens emitidas ao ano, mas apenas 10 milhões de CPFs emitem esses bilhetes, o que teria motivado a criação do programa. A informação foi incialmente publicada no Correio Braziliense.

“A ideia é buscar alguém que já tenha vínculo conosco: servidor público, aposentados, pensionistas, estudantes que tenham FIES [Fundo de Financiamento Estudantil]. Todos poderão se encaixar nesse programa, que vai emitir quase 12 milhões de passagens por ano a R$ 200” afirmou o ministro.

Como vai funcionar
As passagens devem ser vendidas entre os meses de fevereiro a junho, bem como de agosto a novembro, quando ocorre uma ociosidade média de 21% nos voos domésticos, segundo estimativa do Ministério de Portos e Aeroportos.

A proposta é realizar as vendas de passagens com preços baixos nos sites das companhias aéreas, que deverão ter a opção relacionada ao ‘Voa, Brasil’. Os interessados que se enquadrarem nos critérios para participar do programa poderão realizar a compra, que será intermediada pela Caixa Econômica ou pelo Banco do Brasil.

Os participantes poderão comprar até duas passagens por ano, que deverão ser pagas em até 12 vezes. Informações sobre juros no parcelamento não foram informadas pelo Ministério. O objetivo, contudo, é que o ‘Voa, Brasil’ consiga abranger até 5% da ociosidade dos voos.

“Com isso, a gente vai acabar barateando todas as passagens, porque na medida em que não tem mais ociosidade, as outras passagens também podem ficar mais baratas” declarou o ministro Márcio França.

Questionado, o ministério não respondeu sobre o diálogo com as companhias aéreas para definição do programa, bem como eventuais taxas de juros reduzidas com o parcelamento das compras.

Agência Brasil

Inscrições para o edital de artistas que querem se apresentar no São João 2023 termina nesta quarta-feira

Lançado no final de fevereiro pela Prefeitura de Caruaru, por meio da Fundação de Cultura, as inscrições para o edital de chamamento público para artistas se apresentarem no São João 2023 segue até às 18h desta quarta-feira, 15.

Este ano, as inscrições estão sendo realizadas, exclusivamente, pelo Mapa Cultural de Pernambuco, através do link: http://www.mapacultural.pe.gov.br/oportunidade/976

O edital tem como finalidade a habilitação e seleção de propostas de atividades artísticas e culturais para compor a grade de programação do São João 2023, nos seguintes polos: Luiz Gonzaga; Alto do Moura; Camarão; Instrumental Rildo Hora; Repente; Quadrilhas; Azulão; Juarez Santiago; Casa Rosa; Infantil; Brincantes; Coreto do Alto do Moura e o São João da Roça, que acontecerá em 13 localidades diversas.

Podem participar do processo, pessoas jurídicas de direito privado, de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos, que deverá estar em pleno funcionamento, por, no mínimo, seis meses e/ou comprovar exclusividade do artista ou grupo, por um prazo mínimo de seis meses, exceto para integrantes do próprio grupo ou banda. Pessoa Física maior de 18 anos, que deverá comprovar atuação na atividade de sua inscrição, há pelo menos seis meses, além do MEI, sendo que este, não pode representar terceiros ou grupos.

A habilitação das propostas será por meio da análise documental, realizada por equipes técnicas da Fundação de Cultura, que assim, passarão para segunda fase, a de análise artística. Serão consideradas inabilitadas as propostas que não apresentarem os documentos exigidos e/ou que desobedecer quaisquer regras do edital ou enviar o formulário on-line incompleto ou inadequado.

O resultado final será divulgado no dia 30 deste mês.

Quadros de arte sustentável estará em exposição no Caruaru Shopping

Uma exposição de arte sustentável estará acontecendo no Caruaru Shopping, a partir do dia 15 de março. Trata-se do Reciclart, que apresentará uma coleção de quadros onde a matéria-prima principal são as sacolas plásticas. A mostra acontecerá nas proximidades da entrada da academia e estará aberta de segunda a sábado, das 10h às 22h, e, aos domingos, das 12h às 21h.

Na exposição, os visitantes vão observar desde os plásticos poluindo os habitats naturais dos animais, como compondo a dieta dos mesmos forçadamente. Há estudos de mais de quatro anos que indicam que todas as espécies marinhas (incluindo as aves) têm resíduos plásticos em seus estômagos.

“É uma oportunidade imperdível para apreciar a arte sustentável e refletir sobre a importância da conservação das aves em extinção e do meio ambiente”, concluiu Cleide Santos.

O Caruaru Shopping fica localizado na Avenida Adjar da Silva Casé, 800, Bairro Indianópolis.

Desaparecido há 8 dias, idoso é encontrado dentro de bueiro

Um idoso de 72 anos que estava desaparecido há oito dias foi encontrado, nesta terça-feira (14), dentro de um bueiro localizado às margens da BR 101, em Itapissuma, na Região Metropolitana do Recife. O homem foi encontrado por trabalhadores de manutenção de rodovia do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e retirado com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Equipes da PRF seguiam para a Operação Temática de Fiscalização de Carga Indivisível (OTECI), quando foram chamadas para retirar uma pessoa que havia caído em um bueiro. Com a ajuda de uma escada, o idoso foi retirado do local e se reencontrou com a família, que estava muito preocupada à procura dele.

O idoso apresentava sinais de desorientação e de desidratação. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado para prestar os primeiros socorros e encaminhá-lo a uma unidade de saúde.

Planalto e aliados apertam o cerco ao ministro de Minas e Energia

A relação do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, com o Palácio do Planalto, vem enfrentando revezes. O imbróglio começou a partir das indicações feitas ao Conselho de Administração da Petrobras, escolhas pelas quais foi muito criticado. Além disso, Silveira tem se aproximado do governador do seu estado, Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), o que gerou desconfiança até mesmo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Diante da instabilidade, o ex-governador do Paraná Roberto Requião (PT) cobrou a demissão do ministro, sob o argumento de que teria traído o presidente Lula na indicação dos conselheiros da Petrobras. “Silveira pede demissão imediatamente, ou espera ser demitido pelo nosso governo? O que vai acontecer?”, questionou Requião. No entanto, fontes do governo não acreditam que Silveira será demitido.

As entidades do setor também pressionam pela queda do ministro. Recentemente em nota, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirmou que os indicados seriam nomes ligados ao mercado financeiro e a favor de privatizações. Outro fator que pesa contra o ministro é o fato de não possuir experiência e expertise suficiente sobre os temas que pautam seu ministério. A conquista do cargo se deu por meio de indicação do Senado Federal, inclusive pelo próprio presidente da Casa, seu conterrâneo Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Não é apenas o Planalto que está insatisfeito com a atuação de Silveira. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem cobrado maior incentivo do governo a biocombustíveis e energias renováveis — pauta defendida em campanha, mas que até o momento não teve andamento. Vale lembrar, ainda, que, na reestruturação dos ministérios, o MME foi o menos alterado de todos. Algumas secretarias e departamentos mudaram de nome, mas as competências não foram alteradas.

Sob controle
Em meio a tudo isso, houve atraso na execução de pautas. Em nota, o ministério afirma, contudo, que “todas as atividades da pasta ocorrem normalmente, sem qualquer tipo de interrupção, inclusive com avanços relacionados ao planejamento e implementação de novos projetos para as áreas de energia, mineração, petróleo, gás e biocombustíveis”, defendeu.

Sobre os atrasos na nomeação dos cargos, especialmente do segundo escalados, o MME afirma estarem “ocorrendo gradualmente, considerando a responsabilidade e o relevante papel do ministério diante dos setores energético e mineral do país. O processo de substituição é semelhante ao observado em toda a Esplanada, de maneira coordenada com o Planalto, possibilitando o avanço das ações da atual gestão, garantindo a troca de quadros anteriores por nomes alinhados com o presidente Lula.”

Silveira foi coordenador da equipe de transição na área de infraestrutura, e relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Ele era o suplente do senador Antônio Anastasia, que deixou o Senado para assumir cadeira no Tribunal de Contas da União (TCU).

Congresso Nacional vai analisar regulamentação do Comitê de Política Monetária

O deputado federal Eduardo da Fonte (PP) propõe uma reformulação na estrutura do Comitê de Política Monetária (Copom). Autor do Projeto de Lei Complementar (PLP-45/2023), o parlamentar declarou que o objetivo é proporcionar mais transparência e segurança jurídica ao órgão.

Dentre as alterações, o projeto propõe que o ministro da Fazenda seja o novo presidente da instituição e que o comitê passe a ser integrado pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; pelo presidente do Banco Central do Brasil; e pelo secretário do Tesouro Nacional. Atualmente, o Copom é integrado por nove integrantes do Banco Central – a reformulação, portanto, segundo o deputado, proporcionaria maior participação social nas decisões do comitê.

“Hoje, as regras do Copom são feitas mediante circular do Banco Central e nós queremos que tais regras estejam previstas em lei. Vale ressaltar que o objetivo da nossa proposta não é interferir na autonomia do Banco Central, mas garantir maior segurança jurídica de algo tão importante para a economia do país. A Constituição Federal exige que o órgão seja criado e regulado por lei complementar e assim estamos fazendo”, explicou Eduardo.

PSB, PDT e Solidariedade caminham para formar federação

Criada com a reforma eleitoral pelo Congresso Nacional, a federação de partidos abriu suas alas em 2022 e começou 2023 na mira de partidos políticos, que, por razões diversas, buscam se unir em uma só plataforma. Atualmente são três as federações no Brasil: PSDB-Cidadania; PT, PCdoB e PV; e PSol-Rede. Enquanto a primeira guarda o caráter de independência junto ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as duas últimas apoiaram o petista nas eleições que o levaram ao terceiro mandato, iniciado em 1º de janeiro deste ano, e participam da gestão.

Homologado pelo Tribunal Superior Federal (TSE) e com decisões favoráveis ratificadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o mecanismo vem ganhando espaço, e outras legendas dialogam sobre a possibilidade de aderi-lo. É o caso do PSB e do PDT, que devem se aglutinar, mantendo suas individualidades enquanto siglas. Ao movimento de ambos, cola timidamente o Solidariedade. Numa outra ponta, dois partidos do Centrão — União Brasil e PP — miram as prerrogativas parlamentares e tentam se juntar, mas encontram impasses em seus diretórios regionais. Na semana passada, PSB, PDT e Solidariedade oficializaram a intenção.

No caso de uma ratificação, PSB, PDT e Solidariedade passariam a 35 deputados e 7 senadores. União e PP iriam a 106 e 15, respectivamente. O volume garante regimentalmente espaço de atuação dentro do Congresso. As somas consideram números oficiais do site da Câmara e do Senado. A ampliação é um dos interesses envolvidos, já que, em tese, os grupos não ficariam tão vulneráveis às presidências das Casas legislativas, com mais projeção de negociações. Eleito pelo PSB de São Paulo, Jonas Donizette afirma que a federação com o PDT está “bem encaminhada, mas não consolidada”, com as tratativas com o Solidariedade “bem adiantadas”.

Para justificar a possível união entre as três legendas, o deputado federal em quarto mandato cita o pleito municipal de 2024 e a força congressual que as siglas pequenas adquirem juntas, como tempo de fala na tribuna e legitimidade para entrar de cabeça na briga pelas presidências das comissões permanentes. Na Câmara dos Deputados são 30 ao todo. No local, o consenso, porém, ainda não ocorreu, o que deve acontecer entre esta e a próxima semana. No Senado, os colegiados foram divididos, mas há uma briga por oito vice-presidências, além do pedido da oposição formada por PP, PL e Republicanos para que Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente da Casa, crie mais comissões para abrigar os três, que sobraram na curva.

“Com a federação, passaremos a ter mais força nas eleições municipais. A federação nos permite ter nossos direcionamentos e politicamente formar uma aglutinação de forças. Se fecharmos, vamos na sequência acertar como se darão as atividades nas unidades regionais da federação. Que estados ficam com PSB, PDT e Solidariedade. Está bem encaminhado”, diz Eduardo Bismarck (PDT-CE). Ele pondera que, em um primeiro momento, as siglas vão se unir em bloco nas Casas onde tiverem mandatos. À exceção do Solidariedade, as demais têm bancadas na Câmara e no Senado.

“Nesta semana, vamos formalizado o bloco e, num segundo momento, a federação. Isso vai ser concretizado. Está sendo visto com bons olhos. Os blocos são tidos como uma primeira aliança para uma coisa mais séria na frente”, garante o deputado.

Parlamentar em segundo mandato, Bismarck, que compõe a cúpula do PDT em seu estado, define a federação também como uma tentativa de sobrevivência dos pequenos partidos. Para ele, a chegada do União Brasil, resultado da fusão entre PSD e DEM, despertou em outras legendas a necessidade de se fortalecerem, também para demarcar território político no atual cenário. “Compreendo que cada vez mais os partidos vão se posicionar para um lado ou para o outro com relação ao governo e se aglutinarem. Quem ficar avulso nesse processo será uma presa fácil e terá que ir para qualquer federação já pensando nas eleições municipais e principalmente nas estaduais. A tendência que vemos hoje são legendas querendo ir para onde terão força política, para superar dificuldades como a cláusula de barreira.”

No caso do PDT, explica Bismarck, houve uma redução da bancada ano passado, após a janela partidária — período em que parlamentares eleitos no sistema proporcional podem mudar de sigla sem perder o mandato.

O mesmo se deu com PSB, por exemplo. PP e União, entretanto, cresceram, a ponto de o União ter terminado a 56º legislatura como o maior da Câmara. Atualmente, a posição é do PL. “O PSB é alinhado aos nossos pensamentos. O Solidariedade, com a presidência do Paulinho da Força, dialoga também conosco”, acrescenta o pedetista, que vê ainda como positiva a possibilidade de as discussões se darem de maneira mais coletiva. “Hoje, vejo os debates das atividades legislativas sendo feitos prioritariamente pelo diretório nacional do PDT. Isso tira dos parlamentares a chance de contribuir com os encaminhamentos próprios de um Congresso.”

Distanciamento
A barganha junto ao governo Lula, explicam ambos os parlamentares, existe na intenção de se unirem e formarem federações, mas não é o elemento principal. “O mais relevante mesmo é passarmos a ter mais força dentro das Casas. Temos, como partidos, ideias semelhantes, parcerias em todas as capitais. Houve uma análise de que quem estava com o 13 e o 22 (números de Lula e Jair Bolsonaro, do PL, nas urnas nas eleições do ano passado) foi privilegiado. Os partidos de centro-esquerda que não colaram em Lula tiveram desempenho menos satisfatório. Temos três ministérios. Saímos fortalecidos como partido”, argumenta Donizette.

Bismarck concorda com o colega. “Nós temos programas de governo alinhados ao do presidente Lula. Fomos o primeiro partido no segundo turno a apoiar a eleição de Lula oficialmente. Não temos esse interesse de distância”, aponta. O parlamentar do Ceará, entretanto, faz a ressalva de que há uma disputa de protagonismos no Maranhão, estado que, afirma, é “o único que é visto com preocupação”. “No Maranhão, tem o senador Weverton (PDT). Há entre ele e o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), falta de convergência política. São antagônicos”, pontua, esclarecendo que, neste momento, o cenário não tem sido entrave, mas que pode se tornar depois.

Hegemonia de Lira
Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) negociou um bloco de 20 partidos para ser reconduzido ao posto, o que alcançou, mas agora vê o grupão, com siglas insatisfeitas em razão da divisão das comissões permanentes, se desintegrar e buscar aglutinações próprias. Por meio dos blocos, as legendas podem se articular para tentar se projetar dentro da Casa, forçando dessa maneira que haja disposição de Lira para negociar com os aglomerados. Bismarck sinaliza que as uniões que devem se consolidar ainda esta semana podem ser também ensaios para futuras federações entre partidos com menos de 20 deputados com mandato, os quais incluem ainda Podemos, Avante, PSC, Patriota, Novo, Pros e PTB.

Correio Braziliense