Quando as janelas se abrem para mudanças no processo eleitoral

As janelas têm ritmo, e como diz Mário Quintana sobre os poemas: “existem para que possas profundamente respirar”. Começa hoje e vai até 5 de abril – seis meses antes das eleições – o período para que vereadoras e vereadores soltem as amarras das legendas pelas quais se elegeram e com as quais não se identificam mais. Ou nunca se identificaram.

Sem riscos de perder o mandato ou ter a decisão questionada judicialmente, as janelas partidárias surgiram em 2015 como oportunidade de escapar da fidelidade à sigla. “O entendimento jurisprudencial é de que o mandato pertence ao partido e não à pessoa”, explica a advogada Suely Van Dal, especialista em direito eleitoral. Para ela, é importante analisar estatuto e ideologia da outra sigla.

Foi o que aconteceu com o vereador do Recife Marco Aurélio Filho, um dos que vão migrar. Sai do PRTB em direção ao Partido Verde. “A chegada ao PV é um caminho natural. Construímos ao longo do nosso mandato, a partir das pautas que defendemos sobre desenvolvimento sustentável, cultura e inclusão social”, afirma o parlamentar, que deve filiar-se hoje mesmo.

O PV agendou para dia 18, no Recife, um ato que abre portas a novos nomes.

A janela partidária, considera Suely Van Dal, é um momento importante no processo eleitoral, tanto para as legendas quanto para possíveis candidatos. “Os partidos podem conseguir outros nomes ou podem perder. E a gente sabe que a quantidade de pessoas eleitas significa muito. Define o montante a ser recebido do fundo partidário e até o tempo no programa eleitoral.”

E como reforça Quintana: “Respira, tu que estás numa cela abafada”.

CAMPANHA DA FRATERNIDADE
O deputado João Paulo (PT) está solidário ao arcebispo de Olinda e Recife, dom Paulo Jackson. Grupos da ultradireita, como a Confraria Dom Vital, atacaram discurso do religioso. “Estarei sempre ao lado da Igreja que prega a fraternidade”, registrou na tribuna. A vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) requereu voto de repúdio. Cendhec e Instituto Dom Helder Camara saíram em defesa do padre.

INVESTIMENTOS
Antes de o deputado Antônio Moraes falar da situação das estradas no Sertão do Estado, o deputado Luciano Duque já cobra do Governo melhorias nas PE-430 e 435, em São José do Belmonte. E lembra que em maio tem a tradicional Cavalgada à Pedra do Reino.

AVALIAÇÃO
A líder da oposição e presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputada Dani Portela (PSOL), faz hoje balanço do seu 1º ano de mandato na Alepe. Às 18h, no Auditório Sérgio Guerra.

BIG BROTHER
Em pesquisa à Prefeitura de Igarassu, Mário Ricardo alcançou 54 pontos a mais que a prefeita Elcione Ramos. Miguel Ricardo, seu filho, 37 a mais. O deputado diz que não tem pressa e “só lá pra junho definem quem vai pro paredão”.

Folhape

Pesquisadores apontam desgaste na imagem de militares após ações da PF

Quase 60 anos depois do golpe militar de 1964, militares das Forças Armadas do Brasil se veem na condição de investigados por uma tentativa de golpe de Estado. A corporação está diante de um desgaste de imagem provocado por investigações inéditas e prisões de militares de altas patentes, na avaliação de três pesquisadores ouvidos pela Agência Brasil.

Para esses especialistas, que estudam temas relacionados ao papel das Forças Armadas, a investigação conduzida pela Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado e também as prisões autorizadas pelo Judiciário ficarão marcadas na história e passam “recados” para a sociedade no que se refere ao respeito à democracia.

Nesta semana, veículos de imprensa destacaram os depoimentos à Polícia Federal de ex-comandantes das três Forças que prestaram esclarecimentos como testemunhas da investigação sobre a tentativa de golpe. A PF não comenta investigações em andamento. Outros militares são investigados por eventuais participações nesse episódio e em outros supostos crimes.

Para a professora Juliana Bigatão, coordenadora do Observatório Brasileiro de Defesa e Forças Armadas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), as investigações devem gerar impactos na visão dos brasileiros sobre a corporação.

“É necessário considerar que se trata de um fato inédito esse tipo de investigação, inclusive as prisões preventivas de membros das Forças Armadas. O Brasil não tem uma tradição de investigar e punir os militares por crimes contra a democracia”, afirma.

Na avaliação do professor João Roberto Martins Filho, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), o ineditismo do julgamento de militares pela Justiça civil se diferencia de outro momento histórico, logo depois do golpe militar de 1964, quando houve prisões e demissões de mais de 6 mil militares.

“Naquele episódio, esses militares, que tiveram posição contrária ao golpe, foram investigados e julgados pelos próprios militares, via IPM (Inquérito Policial Militar)”.

Ele destaca que a investigação de generais do Exército (a mais alta patente da Força) coloca o atual episódio em outro patamar.

Justiça
Integrante do Grupo de Estudos em Defesa e Segurança Internacional (Gedes), a professora Ana Amélia Penido destaca que são muito raros os casos em que oficiais com a patentes de general são condenados, mesmo na justiça militar. “Em geral, a justiça ‘funciona’ para as baixas patentes”, considera a professora da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp).

Câmara aprova salas de acolhimento no SUS para mulheres vítimas de violência

O plenário da Câmara Federal aprovou o Projeto de Lei nº 2.221/2023, uma iniciativa que visa estabelecer salas de acolhimento exclusivas para mulheres vítimas de violência nos serviços de saúde ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS) nesta terça-feira, 5/3. De autoria da Deputada Federal Iza Arruda (MDB/PE) e relatado pela Deputada Greyce Elias (AVANTE/MG), o projeto surge como uma medida para garantir a privacidade e a segurança das mulheres em situações de vulnerabilidade.

Iza Arruda explica que muitas mulheres em situações de violência enfrentam riscos “ao buscar ajuda em corredores lotados de postos de saúde, o que pode aumentar o perigo de entrar novamente em contato com seus agressores”. A proposta busca oferecer um ambiente protegido e acolhedor para mulheres que enfrentam violência, proporcionando atendimento preferencial por profissionais capacitados, além de espaços resguardados contra a presença de possíveis agressores.

A Deputada Iza Arruda destaca a importância dessa medida, afirmando que as leis atuais não oferecem a proteção necessária à privacidade das vítimas nos serviços de saúde, colocando-as em risco adicional. “É fundamental garantir um ambiente seguro e acolhedor para essas mulheres em um momento tão delicado”, ressalta a parlamentar.

A relatora do projeto, Deputada Greyce Elias, destaca a importância da iniciativa para oferecer um atendimento mais humanizado e eficaz às mulheres em situação de vulnerabilidade. Ela ressalta que o projeto atende aos pressupostos de constitucionalidade e juridicidade, além de demonstrar boa técnica legislativa.

O projeto segue para apreciação do Senado Federal.

Série Recantar Caruaru inicia gravações com Almério como primeiro convidado

Com muitas músicas e histórias para cantar e contar, tiveram início no final de fevereiro as gravações da segunda temporada da série para TV “Recantar Caruaru”, que traz artistas da nova geração local homenageando a memória de músicos caruaruenses já consagrados. A produção é uma parceria entre a produtora Vertigo Filmes, o produtor cultural e professor da UFPE, Amilcar Bezerra, e o cantautor caruaruense Gael Vila Nova.

O programa contará com a apresentação de Gael, que entrevistará artistas de destaque da cena musical contemporânea da cidade. Ao longo de quatro episódios, cada entrevistado falará sobre sua trajetória, cantará músicas de seu repertório e homenageará um artista da “velha guarda” de Caruaru, cantando sucessos antigos e falando da influência do homenageado em sua própria formação.

Para a gravação do primeiro episódio, a produção entrevistou o cantor Almério, que abordou desde o início da sua carreira até realizações mais recentes, como a gravação da música “Quero Você”, junto com Maria Bethânia. Em destaque, Almério homenageou o compositor e produtor cultural caruaruense Carlos Fernando, produtor de um dos projetos mais inovadores na história do frevo: as coletâneas “Asas da América”.

A primeira temporada do programa foi lançada em 2018, com veiculação na TV PE e YouTube. Idealizador do projeto, o professor do Curso de Comunicação Social do Campus Agreste da UFPE, Amilcar Bezerra, explicou como o Recantar saiu do papel. “Caruaru é um celeiro de artistas que despontaram nacionalmente como compositores de canções célebres. Como forma de reconstruir uma memória musical para a cidade, realizamos a primeira edição desse projeto conversando com diferentes personagens sobre suas memórias afetivas relacionadas a canções que falavam da cidade. Para essa segunda temporada, pensamos em uma nova abordagem: promover uma conexão desta nova geração com artistas locais já consagrados ao longo do século XX”, detalhou.

INCENTIVO E FORMAÇÃO
Produzida no estúdio da Vertigo Filmes, a série possui fomento da Lei Paulo Gustavo através do edital da prefeitura de Caruaru e inclui uma ação formativa envolvendo alunos do curso de Comunicação Social do Campus Agreste da UFPE. Serão ao todo quatro episódios: “Almério homenageia Carlos Fernando (in memoriam)”, “Valdir Santos homenageia Jacinto Silva (in memoriam)”, “Isabela Moraes homenageia Petrucio Amorim” e “Gabi da Pele Preta homenageia Azulão”.
Além de disponibilizar os episódios de forma gratuita no YouTube, a produção prevê parceria com TVs abertas e públicas do estado de Pernambuco, para veiculação dos episódios em sua grade de programação, com previsão de lançamento a partir do segundo semestre de 2024.

A primeira temporada da série está disponível no YouTube (https://www.youtube.com/@recantarcaruaru190). No instagram, é possível acompanhar informações sobre a produção no perfil https://www.instagram.com/recantarcaruaru.

Elenco de artistas pernambucanos é destaque na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém

Pernambuco, terra de rica história e cultura vibrante, também se destaca no Brasil como o berço de grandes talentos no mundo das artes cênicas.

Graças a essa rica tradição teatral, o espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, que estreia a temporada 2024 no dia 23 deste mês, pode contar em seu elenco com atores e atrizes que não só enriquecem a qualidade artística da encenação, mas também valoriza a cultura e a identidade regional.

“Desde quando era realizado nas ruas da vila de Fazenda Nova na década de 50, o espetáculo contou com a participação decisiva dos artistas pernambucanos. Nosso Estado sempre foi um celeiro de talentos. Temos muito orgulho disso!” afirma Robinson Pacheco, coordenador geral do espetáculo.

Este ano, um dos destaques do elenco pernambucano será o ator de teatro e de cinema, Eduardo Japiassu que, depois de já ter atuado nos papeis de Judas e Anás, estreará nesta temporada no papel do Rei Herodes. Ao seu lado, estará a atriz, cantora e bailarina Fernanda Spíndola vivendo Herodíades.

Outros artistas que estarão em evidência na encenação graças a carga dramática que imprimem a seus personagens são Ricardo Mourão, que faz Caifás, e Zé Barbosa, que interpreta Judas e já teve a oportunidade de fazer o papel de Jesus em três temporadas.

Em termos de dramaticidade, também não ficam atrás Marina Pacheco, que faz Madalena, e Washington Machado, apóstolo João. Juntos, os dois vivem cenas de grande emoção como a Via Crucis, o Calvário e a Ascensão de Jesus.

Uma importante novidade no elenco de artistas pernambucanos este ano será a participação de José Mario Austregésilo que, depois de mais de quase 30 anos, retorna ao espetáculo para interpretar o sumo sacerdote Anás.

Em 2024, a Paixão de Cristo contará com a participação, como artistas convidados,
do também pernambucano Allan Souza Lima, no papel de Jesus; Mayana Neiva, fazendo Maria e Dalton Vigh, interpretando o governador romano Pôncio Pilatos.

A temporada será realizada de 23 à 30 de março. Os ingressos já podem ser adquiridos no site oficial www.novajerusalem.com.br.

Mercado reduz para 3,76% previsão de inflação em 2024

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – teve redução de 3,8% para 3,76% este ano. A estimativa está no Boletim Focus desta terça-feira (15), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2025, a projeção da inflação permaneceu em 3,51%. Para 2026 e 2027, as previsões são de 3,5% para os dois anos.

A estimativa para 2024 está dentro do intervalo da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%. Para 2025 e 2026, as metas de inflação estão fixadas em 3%, com a mesma tolerância.

Em janeiro, pressionada pela alta dos alimentos, a inflação do país foi 0,42%, abaixo do apurado em dezembro, de 0,56%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, o IPCA soma 4,51%.

Juros básicos
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros – a Selic – definida em 11,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O comportamento dos preços já fez o BC cortar os juros pela quinta vez consecutiva, em um ciclo que deve seguir com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. A segunda reunião do ano do Copom está marcada para 19 e 20 de março.

Em comunicado, o Copom indicou que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista “necessária para o processo desinflacionário”. O órgão informou que a interrupção dos cortes dependerá do cenário econômico “de maior prazo”.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete vezes seguidas.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 9% ao ano. Para o fim de 2025, a estimativa é que a taxa básica caia para 8,5% ao ano e se mantenha nesse patamar em 2026 e 2027.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio
Já a projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano subiu de 1,75% para 1,77%. Para 2025, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 2%. Para 2026 e 2027, o mercado financeiro projeta expansão do PIB também em 2%, para os dois anos.

No ano passado, a economia brasileira cresceu 2,9%, de acordo com o IBGE. Em 2022, o PIB havia sido 3%. A alta em 2023 foi puxada pelo crescimento recorde de 15,1% do setor agropecuário, o maior avanço desde o início da série histórica da pesquisa, em 1995. Também apresentaram aumentos os setores da indústria (1,6%) e de serviços (2,4%).

No caso do dólar, a previsão de cotação está em R$ 4,93 para o fim deste ano. No fim de 2025, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5.

Fortalecer acordos comerciais é uma das prioridades do governo federal

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou hoje (5) que, entre as prioridades atuais do governo, no âmbito da economia, estão o fortalecimento de acordos comerciais com países vizinhos e o fomento da indústria através da digitalização e desburocratização. A declaração foi dada durante a abertura do 1º Encontro Nacional da Indústria e Serviços, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Participam do evento, que será encerrado ao fim da tarde, 30 entidades setoriais, que representam aproximadamente 6 mil companhias.

“O presidente Lula recomeçou a inserção do Brasil no mercado global começando pelos vizinhos, aqui pela América do Sul. O mundo, embora seja globalizado, o comércio é muito intrarregional. Se a gente pegar Canadá, Estados Unidos e México, 50% é entre eles. Se pegar a União Europeia, 60% é entre eles”, disse.

“Precisamos recuperar os vizinhos, retomar as exportações e o comércio na nossa região. Na América Latina, é 26% somente o comércio intrarregional. Então, a primeira boa notícia foi a ampliação do Mercosul. Eram quatro países e ingressou a Bolívia. Depois de 12 anos, o Mercosul fez um acordo com a Singapura e está trabalhando a União Europeia. Vai ser muito importante esse avanço. Ele é permanente, é um esforço que o Mercosul tem feito”, emendou.

Alckmin disse que o Brasil “não tem nenhum litígio”, o que deve ser aproveitado como uma vantagem no fechamento de negócios. Ele acrescentou que o momento é marcado por “muita liquidez” no mundo e que isso pode ensejar o aumento de investimentos no país.

O vice-presidente, que também cumpre agenda em Sorocaba, onde visitará uma fábrica da Toyota, comemorou algumas realizações do primeiro ano de governo e pontuou outras metas que devem nortear as políticas públicas na área econômica, como a sustentabilidade e a diminuição do custo de capital. Como destaques, citou a queda da inflação, do Risco Brasil, do dólar, que provoca a valorização do real. “E tivemos aumento das exportações, do PIB [Produto Interno Bruto], da Bolsa. Tivemos ganhos importantes”, acrescentou. “Devemos ter um ano melhor”, avaliou.

Também presente no evento, o presidente da Fiesp, Josué Gomes, seguiu a linha de Alckmin e discursou a favor da transição energética, que considera ferramenta fundamental para se refrear as mudanças climáticas e as desigualdades sociais. Para Gomes, outro ponto importante é a promoção da Indústria de Transformação. “Se a Indústria de Transformação estivesse puxando o crescimento, estaríamos crescendo muito mais”, afirmou.

Selic 2024 segue em 9,00% e é mantida em 8,50% para 2025, 2026 e 2027

O mercado manteve em 9,00% ao ano a mediana do Relatório de Mercado Focus para Selic no encerramento de 2024. Há um mês, a estimativa já era de 9,00%. Considerando apenas as 41 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2024 também seguiu em 9,00% ao ano.

No fim de janeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a Selic pela quinta vez consecutiva em 0,50 ponto porcentual, para 11,25% ao ano. O colegiado manteve a sinalização de que o ritmo de corte de 0,50 ponto porcentual continua sendo o mais apropriado para as próximas reuniões – no plural. Na coletiva do último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, esclareceu que essa mensagem – repetida desde agosto – vale sempre para os dois encontros seguintes a cada reunião. No caso de agora, para março e maio.

No encontro do mês passado, o Copom repetiu que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.

No Relatório de Mercado Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 8,50%, como já está há 13 semanas. Considerando apenas as 39 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2025 também seguiu em 8,50% ao ano.

Para 2026, a projeção seguiu em 8,50% pela 31ª semana consecutiva. Para 2027, a estimativa também seguiu em 8,50%, onde se mantém por 30 semanas.

Estadão Conteúdo

Bolsonaro reuniu apoiadores porque “sabe que pode ser preso” e está tentando “escapar”, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar que o ex-presidente Jair Bolsonaro tentou um golpe para se manter como presidente após as eleições de 2022, e disse que a manifestação com apoiadores na Avenida Paulista, no último dia 25, foi um ato de quem “fez burrice” e “sabe que pode ser preso”.

— Teve um ato no domingo passado, aquele ato é do cidadão que sabe que fez caca, que fez burrice, que tentou dar um golpe e que sabe que vai julgado e se for julgado ele pode ser preso e está tentando escapar — declarou Lula.

O presidente discursou na abertura da Conferência Nacional de Cultura na noite desta segunda-feira. Durante a fala, teceu críticas a Bolsonaro e reforçou apoio à Palestina no conflito com Israel.

— A verdade nua e crua é que ese cidadão preparou um golpe para o país, para não deixar o presidente eleito tomar posse. E eu acho que ele se borrou de medo e resolveu ir embora pros Estados Unidos para não ver a posse — afirmou Lula.

O presidente ainda disse que o ex-presidente “pagou, organizou e ajudou a financiar para (os apoiadores) ficar na porta dos quartéis”.

— E ele imaginava que essa gente ia dar o golpe e possivelmente ele ia ser ungido pelo povo fascista desse país a voltar nos braços do povo pra assumir a presidência da República — completou. — A posse foi uma demonstração que tinha muita gente do outro lado, que as urnas não mentiram para ele e que ele tinha que aprender a respeitar o resultado das eleições.

O Globo

Lula se reúne com Pacheco e líderes do Senado nesta terça em meio a queixas da base por desprestígio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai promover, nesta terça-feira (5), uma confraternização com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e líderes partidários da Casa.

O encontro vai acontecer no Palácio da Alvorada e será similar a um evento que já aconteceu com deputados no mês passado.

A reunião com os senadores acontece em um momento em que uma parcela da base do governo no Senado tem se sentido desprestigiada. Um dos principais motivos de reclamação dessa ala do Senado é a indicação que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), fez para o comando da Caixa Econômica Federal.

Lira também distribuiu algumas vice-presidências do banco para líderes de legendas aliadas na Câmara.

Aliados do próprio presidente do Senado avaliam que hoje Lira tem mais influência em cargos relevantes no governo federal do que Pacheco. Ao mesmo tempo, colegas de partido de Pacheco reclamam que o chefe da Casa Legislativa não participa do dia a dia da bancada do PSD e não usa a proximidade com Lula para atender demandas do grupo, como liberação de emendas.

Na semana passada, O Globo mostrou que Pacheco tem feito acenos ao governo ao mesmo tempo que faz acenos à oposição.

De olho no futuro político em Minas Gerais e em emplacar o sucessor no comando do Senado, Pacheco mantém uma relação próxima com o presidente, mas sem fechar as portas a adversários do PT. Manter seu grupo político coeso e ter cacife para voos eleitorais maiores em um estado na prática dividido têm exigido de Pacheco um cálculo milimétrico: ser próximo ao governo sem estar associado ao lulismo; e ter a simpatia da oposição, guardando distância do discurso bolsonarista.

Assim, ao mesmo tempo que segura a sessão de análise dos vetos, na qual o governo pode sair derrotado, prepara o terreno para a votação de um pacote de propostas de interesse do bolsonarismo, como a que estabelece mandatos para ministros do Supremo Tribunal Federal e outra que criminaliza a posse de qualquer quantidade de maconha, além de trabalhar para o fim da reeleição, o que desagrada petistas.

— A linha deve ser concretizar o que interessa ao Brasil. Boa parte disso converge com a linha do governo. A parte que não convergir, o importante é haver compreensão da divergência e respeito recíproco — disse Pacheco ao Globo.

Encontro com a Câmara
Há duas semanas, Lula fez o mesmo movimento com Lira e líderes da Casa. Ao discursar, Lira, segundo presentes, disse que o Parlamento estava aberto a ajudar o governo e celebrou os entendimentos com o Executivo. Lula, por sua vez, brincou com o discurso duro feito pelo presidente da Câmara na abertura do ano legislativo, no dia 5 de fevereiro.

O Globo