ANP vai regulamentar envio de dados sobre estoques de combustíveis

Agência Nacional do Petróleo (ANP)

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) fará audiência pública online hoje (28), a partir das 15h, para analisar a proposta de resolução sobre o envio ao órgão, pelos agentes econômicos regulados, de dados diários sobre os estoques de combustíveis. A regulamentação dos procedimentos permitirá um monitoramento mais dinâmico e efetivo do abastecimento pela agência. A audiência será transmitida pelo canal da ANP no YouTube.

Atualmente, a agência recebe os dados relativos ao abastecimento de combustíveis mensalmente, mas com defasagem de 15 dias em relação ao mês de referência. Segundo a agência, a defasagem dificulta a identificação prévia de situações de riscos ao abastecimento, bem como o mapeamento da real situação do abastecimento em momentos de falta de produto.

Uma vez que o principal fornecedor de combustíveis do país, que é a Petrobras, apresenta uma política de desinvestimentos, a ANP acredita que se torna ainda mais relevante aperfeiçoar o monitoramento do suprimento de combustíveis no Brasil.

A medida atende à Resolução nº 12/2020 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) que atribui à agência a função de estruturar ferramentas que contemplem dados e informações, em tempo real ou outra periodicidade aplicável, das atividades econômicas reguladas relacionadas ao abastecimento nacional de combustíveis.

Agência Brasil

Chuvas causam prejuízos de R$ 45 milhões aos produtores de frutas de Petrolina

As chuvas que caíram em Petrolina, desde o último sábado (25), além de superar a média de todo o mês de dezembro com precipitações de até 300 mm em algumas localidades do interior do município, a exemplo do Núcleo 5 do projeto de irrigação Senador Nilo Coelho, já causaram prejuízos da ordem de R$ 45 milhões aos produtores de uva e manga, com a perda de mais de 15 mil toneladas das frutas.

O excesso de água, que em muitas fazendas faz apodrecer as uvas nos parreirais, em função do aumento de míldio e outras bactérias, vem tirando o sono dos produtores que estão realizando tratos culturais nas fases de poda, colheita e com a fruta florando. Com as primeiras chuvas de dezembro e a continuidade das precipitações na última segunda-feira (27), a categoria já contabilizou uma perda de 5 mil toneladas da fruta e teme um comprometimento da safra 2022, principalmente se o aviso da Agência Pernambucana de Águas de Climas (Apac), com possibilidade de mais precipitações nos próximos dias se confirmar. “Caso chova mais, além das perdas pelo excesso de abortamento, teremos muitas áreas com a polinização comprometida e uma redução da produção de até 100 %”, alerta o produtor e consultor de uva, Jackson Souza Lopes.

Além do segmento de produção de uva, que ocupa hoje uma área de 12 mil hectares no Vale do São Francisco, os produtores de manga também reclamam dos prejuízos atuais e futuros. De acordo com o gerente executivo do Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina (SPR), Flávio Diniz, a categoria ainda não fez um balanço total, mas já contabiliza um prejuízo estimado em R$ 20 milhões, com a perda de 10 mil toneladas de mangas em função da enxurrada.

Ainda segundo Flávio Diniz, o SPR criou um grupo técnico para acompanhamento das chuvas e vem monitorando os tratos culturais, visando minimizar as perdas. “Além desses prejuízos, os produtores têm também a lamentar o aumento dos custos de produção, de implementos agrícolas e de embalagens da fruta, que são puxados para cima pelo alto valor da cotação da moeda americana”, pontuou.

Diario de Pernambuco

TSE comprará mais de 170 mil urnas eletrônicas por R$ 1,179 bilhão

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou ontem (27) que a empresa Positivo Tecnologia venceu mais uma licitação para o fornecimento de urnas eletrônicas. Trata-se de um contrato de R$ 1,179 bilhão para a compra de até 176 mil equipamentos.

O valor supera os cerca de R$ 800 milhões por 180 mil urnas de uma licitação anterior, vencida pela Positivo em julho de 2020 – esses primeiros equipamentos encontram-se em produção e deverão ser utilizados já nas eleições gerais de 2022.

A diferença de preços se deve ao “atual cenário de crise mundial decorrente do desabastecimento de insumos eletrônicos e seus desdobramentos na cadeia produtiva e nos preços praticados”, segundo a presidente da Comissão Permanente de Licitação do TSE, Nathalia dos Santos Costa.

O novo contrato prevê a compra do modelo de urna UE2022, que deverá ser utilizado somente nas eleições de 2024. Outros produtos e serviços também deverão ser fornecidos, como a entrega de peças de reposição, novo desenvolvimento de equipamentos e software básico, bem como a instalação de mídias de Aplicação e de Resultado.

A Positivo também deve elaborar o projeto para a embalagem das máquinas e documentos técnicos de especificação, bem como o treinamento, por meio de kits de desenvolvimento de firmwares.

A compra periódica de novas urnas eletrônicas é necessária para substituir as que se tornam obsoletas. A vida útil estipulada para os equipamentos é de 10 anos ou sua utilização por seis eleições ordinárias seguidas. A previsão é de que em 2022 a Justiça Eleitoral conte com 557 mil urnas.

Desemprego cai para 12,1%, aponta última pesquisa do IBGE

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta terça-feira (28/12) pelo Instituto Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a taxa de desocupação caiu para 12,1% no trimestre encerrado em outubro. Na comparação com o trimestre anterior, a queda é de 1,6 ponto percentual.

“O Rendimento Médio Real Habitual está no pior nível da série iniciada em março de 2012, em R$ 2.449. Mais emblemático que isso é quando observamos a massa salarial, ou seja, a quantidade de “dinheiro na mesa” por assim dizer. Estamos no mesmo patamar do pior momento da crise da pandemia e neste sentido de pouco adiantou o esforço feito pelo governo uma vez que o que foi dado com uma mão foi retirado com a outra via inflação”, observa André Perfeito.

A coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, afirma que a queda na taxa de desocupação está relacionada ao crescimento da ocupação, como já vinha acontecendo nos meses anteriores. “O aumento no número de ocupados ocorreu em seis dos 10 grupamentos de atividades, a exemplo do comércio, da indústria e dos serviços de alojamento e alimentação.”

Segundo Beringuy, com esse crescimento, o nível de ocupação, que é o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, subiu para 54,6%, o maior desde o trimestre encerrado em abril do ano passado.

Os dados mostram também um aumento na ocupação foi impactado pelo número de empregados com carteira de trabalho no setor privado, que chegou a 33,9 milhões, crescimento de 4,1% frente ao trimestre anterior. A coordenadora explica que isso significa 1,3 milhão de pessoas a mais.

“Do aumento de 3,3 milhões de pessoas na ocupação, 40% são trabalhadores com carteira assinada no setor privado. Essa recuperação do trabalho formal já vem ocorrendo nos meses anteriores, desde o trimestre encerrado em julho. Então, embora o emprego com carteira no setor privado ainda esteja em um nível abaixo do que era antes da pandemia, vem traçando uma trajetória de crescimento”, explica a coordenadora.

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), na ultima semana, mostrou que o Brasil gerou 324.112 empregos com carteira assinada em novembro. Ao todo, segundo a pasta, o país registrou em novembro 1.772.766 de contratações e 1.448.654 de demissões. O resultado mostra piora na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando foram abertas 376.265 vagas formais. Contudo, foi o melhor resultado mensal desde agosto deste ano, quando foram criados 275.284 empregos com carteira assinada.

Setor privado

O levantamento apresenta que no setor privado, o contingente de empregados sem carteira subiu 9,5% (ou 1,0 milhão de pessoas). Essa categoria, no trimestre encerrado em outubro, somava 12 milhões de trabalhadores. No mesmo período, o número de trabalhadores domésticos sem carteira cresceu 8,0%, e o de empregadores sem CNPJ, 7,4%. Com isso, a taxa de informalidade chegou a 40,7%, o que corresponde a 38,2 milhões de trabalhadores informais no país.

Com o crescimento da ocupação sendo influenciado pelo trabalho informal, o rendimento real habitual caiu 4,6% e chegou a R$ 2.449. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, a queda foi de 11,1%. Já a massa de rendimento foi de R$ 225 bilhões e permaneceu estável frente aos dois trimestres anteriores.

“Apesar de haver um crescimento significativo da ocupação, a massa de rendimento permanece estável. Isso acontece porque o rendimento do trabalhador tem sido cada vez menor — seja porque a expansão do trabalho ocorre em ocupações de menor rendimento, seja pelo avanço da inflação nos últimos meses”, diz a coordenadora.

Os trabalhadores por conta própria aumentaram em 2,6%, chegando ao contingente de 25,6 milhões. São 638 mil pessoas a mais nesta categoria. Já o aumento dos trabalhadores domésticos foi de 7,8% também no confronto com o trimestre encerrado em julho, o que representa uma adição de 400 mil pessoas. A maior parte desse aumento também veio do trabalho informal: 308 mil foram contratados sem carteira de trabalho assinada.

Aumento na ocupação é influenciado pelo comércio

O número de ocupados no comércio cresceu 6,4%, o que representa 1,1 milhão de pessoas a mais trabalhando no setor. Já o aumento da indústria foi de 4,6%, ou mais 535 mil pessoas. No mesmo período, mais 500 mil pessoas passaram a trabalhar no segmento de alojamento e alimentação (11,0%). Na construção, houve crescimento de 6,5% na ocupação (ou 456 mil pessoas).

“Na comparação com o trimestre anterior, dos dez grupamentos de atividades, seis tiveram crescimento na ocupação e os demais ficaram estáveis. Quando comparamos com o mesmo trimestre do ano anterior, nove apontaram crescimento significativo. Isso indica que a conjuntura econômica do trimestre encerrado em outubro é muito diferente do mesmo período do ano passado. A recuperação já mostra um cenário muito mais favorável para a ocupação”, afirma Beringuy.

Correio Braziliense

Centro de Inclusão é inaugurado em Agrestina

Foi inaugurado na manhã de ontem (27), em Agrestina, o Centro de Inclusão da Secretaria de Educação e Esportes, um núcleo criado para atender as escolas e os estudantes da Rede Pública de Ensino com dificuldades no processo de aprendizagem.

Agrestina já possui um importante trabalho voltado para a inclusão social e referência na região, através da Associação dos Pais e Alunos dos Excepcionais (APAE), e agora ganha mais um aliado na construção de uma sociedade mais inclusiva.

O equipamento funcionará como uma casa de apoio e atendimento ao aluno com dificuldades de aprendizagem, seus pais e professores. Contará com uma equipe multidisciplinar composta de profissionais nas seguintes especialidades: psicopedagogia, neuropsicopedagogia, psicanálise, psicologia, e em breve contará também com acompanhamento em Assistência Social. “O Centro de Inclusão é para fortalecer os alunos, pais e educadores, identificar os que estão com déficit de aprendizagem, e trazer para cá (o centro) os que precisam de um atendimento específico”, disse a secretária de Educação de Agrestina, Fátima Lira.

O Centro de Inclusão de Agrestina fica localizado na Avenida Severino Pimentel Magalhães, centro, ao lado do Colégio Constantino.

Prefeitura de Caruaru recebe doação de mil cestas básicas

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SDSDH), recebeu, na última segunda-feira (27), mil cestas básicas da rede Assaí Atacadista.

As cestas reforçarão os benefícios eventuais já destinados às famílias em situação de vulnerabilidade social, que são acompanhadas pelos serviços socioassistenciais do município.

“Diante do crítico momento social que estamos enfrentando, essa é uma importante parceria. Somadas aos esforços já adotados pela Prefeitura, essas cestas básicas contribuem para a solidificação das intervenções junto às famílias. Nossas equipes não medirão esforços para que os beneficiários recebam as cestas o mais rápido possível”, disse o Secretário da SDSDH, Carlos Braga.

Wolney Queiroz entrega ambulâncias para Caruaru

Em solenidade no Palácio das Princesas, sede do Governo de Pernambuco, o deputado federal Wolney Queiroz entregou, na manhã desta terça-feira (28), duas ambulâncias para Caruaru.

Os veículos foram adquiridos através de emendas parlamentares e devem reforçar a assistência emergencial do município. As chaves foram entregues à secretária executiva da Atenção Especializada de Caruaru, Domany Cavalcanti.

O ato também contou com as presenças do Governador Paulo Câmara e de André Longo, Secretário Estadual de Saúde. “Estamos felizes porque essas ambulâncias são equipamentos importantes e servirão à população de Caruaru. Com essa doação apoiamos a gestão municipal para fortalecer a rede de saúde”, destacou o parlamentar.

Prefeitura de Caruaru abre 22 vagas de emprego

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Administração (SAD), está divulgando mais um processo seletivo aberto para preenchimento de postos de trabalho temporários na Secretaria de Saúde. Ao todo, 22 vagas se encontram disponíveis, sendo 18 delas de ampla concorrência, além de quatro para pessoas com deficiência.

Os selecionados atuarão no quadro de manutenção da Saúde. Há vagas para eletricista, encanador, marceneiro, pedreiro, pintor, serralheiro, servente de obras, ajudante de eletricista e auxiliar de encanador. A experiência mínima exigida é de seis meses na função, com remuneração fixa de R$ 1.100, bem como gratificação SUS.

As inscrições podem ser feitas desta terça-feira (28) até o próximo dia 5, por meio do portal: https://www.selecoes.caruaru.pe.gov.br. De acordo com o edital, a seleção será feita através de análise curricular, bem como cada candidato só pode concorrer a uma vaga. Já o resultado preliminar do processo será divulgado no mesmo site e no Diário Oficial do município.

Em caso de dúvidas, os candidatos podem enviar e-mail para o endereço selecoespmc@gmail.com ou entrar em contato pelo telefone (81) 3721-8507 (Ramal 212), horário de atendimento das 8h às 13h.

Corrida para as eleições 2022 mais agressiva: veja o perfil dos 12 pré-candidatos

Decisivo para o futuro do país, 2022 será um ano em que as atenções de grande parte dos brasileiros estarão voltadas para as eleições gerais de outubro, em especial para a disputa que vai decidir quem será o próximo presidente da República. Até o momento, ao menos 12 pré-candidatos estão no páreo, entre os quais o atual titular do Planalto, Jair Bolsonaro (PL), que concorrerá a um segundo mandato.

Esse número de postulantes é alto. Ele supera os de 1994, 2002, 2006, 2010 e 2014 e empata com 1998. A última disputa presidencial, em 2018, reuniu 13 concorrentes. Já a de 1989, vencida por Fernando Collor, foi a que registrou mais candidatos desde a redemocratização: 22.

A quantidade de pré-candidatos poderia ser ainda maior, se não fossem algumas desistências. Até agora, saíram da disputa o ex-deputado Cabo Daciolo (Brasil 35), o apresentador José Luiz Datena (PSD) e o empresário João Amoêdo, ex-presidente do Novo e um dos fundadores da sigla. Há ainda incerteza sobre o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM).

Até a abertura das urnas, os eleitores serão alvo de uma avalanche de promessas, feitas por políticos que se apresentam como capazes de resolver os principais problemas do país, como a crise econômica, a escalada inflacionária, os altos índices de desemprego e o aumento da pobreza e da fome.

As próximas eleições serão uma prova de fogo para o atual governo, que, até o momento, ainda não conseguiu, sequer, cumprir as promessas feitas em 2018, principalmente o combate à corrupção, a moralização da política e o crescimento econômico.

As últimas pesquisas de intenção de voto apontam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recuperou os direitos políticos após a anulação de vários processos judiciais, como favorito, com uma vantagem considerável sobre Bolsonaro, que está em segundo lugar. O ex-juiz da Lava-Jato Sergio Moro (Podemos) aparece com o terceiro maior índice de preferência, mas está tecnicamente empatado com o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Uma das principais discussões neste momento trata da construção de uma terceira via como alternativa à polarização entre Bolsonaro e Lula. Nesse sentido, há uma maratona de negociações entre as forças de centro, mas ainda não foi definido um nome que representará esse espectro político na disputa. O próprio petista, na intenção de se afastar do rótulo de radical, tem buscado aproximação com esse segmento, em articulações que incluem a possível entrada do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que está de saída do PSDB, com o vice da chapa.

Campanha agressiva

A próxima disputa presidencial promete ser palco de embates calorosos, com um teor de agressividade maior que nos pleitos passados. Ela vai reunir personagens que, ao longo de suas carreiras, se cruzaram em situações que os transformaram em desafetos pessoais, muito além da disputa política. Deverão ser de alta tensão, por exemplo, os confrontos eleitorais entre Bolsonaro, Lula, Moro, Doria e Ciro Gomes (PDT).

Para Marcelo Senise, especialista em marketing político e digital, uma possível onda de ataques pessoais, durante a campanha, poderá deixar pouco espaço para discussões de propostas para o país. “Todos eles são muito desafetos um do outro, é uma eleição extremamente polarizada. E nós temos um elemento que todos eles usam de maneira muito forte, que são as plataformas de inteligência artificial, e esses neuro bots (robôs), que são utilizados desde a campanha passada, tendem a acirrar essa situação. Eu acho que o que vai ter menos na campanha é a discussão de propostas, infelizmente, e isso é uma ameaça à democracia”, lamenta Senise.

O professor José Oreiro, do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), chama atenção para as transformações vividas pelo país desde a campanha de 2018 e que, segundo ele, vão se refletir na próxima corrida presidencial.

O docente lembra que, após o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, as denúncias de corrupção continuaram no governo de Michel Temer (MDB), ao mesmo tempo em que a crise econômica não foi debelada.

“Aí a grande bandeira que se levantou na última campanha foi a do combate à corrupção, com o argumento de que os problemas do Brasil eram derivados da corrupção. Como não foi possível ao MDB e ao PSDB surfar nessa onda, quem surfou foi o Bolsonaro, que acabou vencendo as eleições”, descreve Oreiro.

Segundo ele, o que se instalou no país após a posse do atual governo foi a “barbárie”, com o agravamento da crise econômica, o aumento da pobreza, a devastação ambiental, uma cultura de ódio e os números trágicos da pandemia da covid-19. Para o professor da UnB, um discurso de cunho humanista, diante do atual quadro de degradação social do país, tem muito mais chances de vencer as próximas eleições.

“O que se estará discutindo nas eleições de 2022 não é esquerda e direita. É civilização e barbárie. No momento, sucessivas pesquisas comprovam que o candidato mais bem posicionado para derrotar a barbárie é o ex-presidente Lula. Não existe terceira via”, conclui Oreiro.

Os pré-candidatos — perfil e principais bandeiras:

Jair Bolsonaro (PL)

Pré-candidato à reeleição, o presidente da República nasceu em Glicério (SP) e tem 66 anos. Filiou-se recentemente ao PL, partido comandado pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto, um dos caciques do Centrão. Em termos de popularidade, o presidente tem enfrentado os piores índices desde que tomou posse no cargo. Contribuem para isso os maus resultados na economia e a postura adotada pelo governo durante a pandemia da covid-19. Porém, como o presidente tem o controle da máquina pública, analistas
acreditam que ele ainda pode chegar com fôlego nas eleições de 2022. O recém-lançado Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, é uma das principais apostas do Planalto.

Principais bandeiras

Armamentismo; escolas cívicomilitares; agenda conservadora; defesa da família tradicional.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Atual favorito nas pesquisas de intenção de voto e antagonista de Jair Bolsonaro, o ex-presidente da República nasceu em Garanhuns (PE) e está com 76 anos. Uma das estratégias do petista para voltar ao Palácio do Planalto é formar uma ampla aliança eleitoral. Nas últimas semanas, ganhou visibilidade a aproximação com Geraldo Alckmin, que se desfiliou do PSDB após de 30 anos de tucanato. No momento, Lula lidera a preferência do eleitorado, mas ainda desperta uma forte sentimento antipetista. Persistem na memória do eleitor os escândalos de corrupção e a crise econômica deixada pelo governo de Dilma Rousseff. O ex-presidente defende melhorar a renda dos trabalhadores para reaquecer a economia.

Principais bandeiras

Erradicação da fome e da pobreza; distribuição de renda e crescimento econômico; resgate da imagem do Brasil no exterior.

Sergio Moro (Podemos)

Natural de Maringá (PR), tem 49 anos. É jurista, ex-juiz federal e professor de direito. Graduado em Direito pela Universidade Estadual de Maringá, concluiu mestrado e doutorado pela Universidade Federal do Paraná. Especializou-se em crimes financeiros e tornou-se juiz federal em 1996. Após 22 anos de magistratura, aceitou o cargo de ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro. Entre 2019 e 2020, acumulou atritos com o chefe do Executivo. Após deixar o governo, Moro atuou na iniciativa privada. Como juiz federal, Moro ganhou notoriedade por julgar os processos da Operação Lava-Jato. As investigações levaram à prisão o ex-presidente Lula na campanha de 2018. Mas as condenações foram anuladas por tribunais superiores em Brasília.

Principais bandeiras

Combate à corrupção; erradicação da pobreza; retomada do crescimento econômico com geração de emprego e renda.

João Doria (PSDB-SP)

Nascido na capital paulista, é empresário, jornalista e o atual governador de São Paulo. Tem 67 anos. Doria ingressou na política em 2007, ao fundar o Movimento Cansei, em oposição ao governo de Lula. Aos 44 anos, filiou-se ao PSDB. Em 2016, ganhou a disputa para a prefeitura de São Paulo, em primeiro turno. No entanto, em 2018, Doria decidiu interromper o mandato municipal e concorrer a governador, cargo que ocupa atualmente. Em novembro último, foi escolhido pré-candidato do PSDB à Presidência da República. Doria se notabilizou no combate à pandemia. Foi responsável, juntamente com o Instituto Butantan, pelo desenvolvimento da CoronaVac, a primeira vacina contra a covid aplicada no Brasil. Apesar dessas ações, enfrenta alto índice de rejeição do eleitorado.

Principais bandeiras

Erradicação da fome; geração de empregos; privatização de estatais; educação de qualidade.

Ciro Gomes (PDT)

Tem 60 anos e nasceu em Pindamonhangaba (SP). Advogado e professor, iniciou a carreira política aos 18 anos, no movimento estudantil da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará. Foi governador do Ceará de 1991 a 1994, ministro da Fazenda em 1994 e da Integração Nacional entre 2003 e 2006 e ocupou o cargo de secretário de Saúde do estado entre 2013 e 2015. Em 2007, foi eleito deputado federal. Concorreu à Presidência por três vezes: 1998, 2002 e 2018. É conhecido por posicionamentos contundentes. Costuma apresentar propostas polêmicas. Em 2018, defendeu a ideia “seu nome fora do SPC” para permitir a retomada da economia. Em 2021, enfrentou desgastes com petistas, que o vaiaram na Avenida Paulista.

Principais bandeiras

Redução de desigualdades; geração de empregos; reindustrialização; reforma educacional.

Rodrigo Pacheco (PSD-MG)

Aos 45 anos, o advogado é presidente do Congresso Nacional. Nascido em Porto Velho, é formado em Direito pela PUC Minas, especialista em Direito Penal. Foi o mais jovem Conselheiro Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil, entre 2013 e 2015. Na Ordem, foi presidente da Comissão Nacional de Apoio aos Advogados em Início de Carreira, além de ex-conselheiro estadual e ex-presidente da Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas da OAB-MG. Eleito deputado federal em 2014, foi presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, cargo exercido pela primeira vez por um deputado em primeiro mandato. Em 2018, foi eleito senador por Minas Gerais com 3.616.864 votos. Em 2021, foi eleito presidente do Congresso Nacional para o biênio 2021/22. Em novembro, filiou-se ao PSD.

Principais bandeiras

Pacificação do país, previsibilidade, estabilidade e desenvolvimento econômico e social.

André Janones (Avante-MG)

Natural de Ituiutaba (MG), é deputado federal e advogado especialista em Direito do Consumidor. Foi militante na região do triângulo mineiro e atuou como advogado em ações de saúde para famílias carentes. Ao longo de 10 anos, foi líder do movimento Por amor a Ituiutaba, que ganhou relevância nas redes sociais da região. Despontou no cenário nacional em 2018, ao atuar como liderança da greve dos caminhoneiros. No mesmo ano, foi eleito deputado federal. Nos três primeiros anos de mandato, destacou-se como um dos congressistas mais populares do país. Bateu recordes de visualizações em suas lives no Facebook e hoje conta com 12 milhões de seguidores. Aos 37 anos, é o pré-candidato mais jovem à Presidência da República.

Principais bandeiras

Renda básica, acesso à saúde universal, desenvolvimento científico e tecnológico.

Simone Tebet (MDB-MS)

Tem 51 anos, nasceu em Três Lagoas (MS), é advogada, professora e senadora da República. É a filha mais velha do ex-senador e ex-presidente do Congresso Nacional Ramez Tebet, falecido em 2006. Iniciou a
trajetória política em 2002 como deputada estadual. Foi duas vezes prefeita e uma vez vice-prefeita da cidade natal. Em 2015, elegeu-se senadora pelo Mato Grosso do Sul. Tebet é líder da Bancada Feminina no Senado e a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça na Casa. Também é a primeira mulher a liderar a bancada do MDB no Senado (2018) e a única pré-candidata à presidência da República. Tebet ganhou notoriedade, ainda, por sua atuação na CPI da Covid.

Principais bandeiras

Combate à fome e à miséria; maior ação do Estado na Saúde e na Educação; reformas estruturantes.

Luiz Felipe d’Ávila (Novo)

Nascido em São Paulo (SP), tem 58 anos. É cientista político, com mestrado em administração pública pela Harvard Kennedy School. Fundou o Centro de Liderança Pública (CLP), organização suprapartidária que busca engajar a sociedade e desenvolver líderes para enfrentar os problemas mais urgentes do Brasil. Desde sua fundação, em 2008, o CLP defende um Estado Democrático de Direito eficiente. É autor de livros de história e política. Dentre eles, destaca-se Os 10 Mandamentos, Do País que somos para o Brasil
que queremos. D’Ávila também tem uma carreira no mercado editorial. Foi responsável pela publicação de República e Bravo, revistas voltadas para política e cultura. É a primeira vez que D’Ávila disputa a Presidência.

Principais bandeiras

Estado eficiente; retomada do emprego e da renda; fim do patrimonialismo, do corporativismo e do clientelismo.

Aldo Rebelo (sem partido)

Nascido em Viçosa (AL), Aldo Rebelo tem 65 anos. Deputado federal por seis mandatos, foi presidente da Câmara e líder do governo Lula (PT). Rebelo também acumula experiência no Executivo. Comandou quatro ministérios: Articulação Política e Esporte no governo Lula; Ciência e Tecnologia e Defesa durante a presidência de Dilma Rousseff (PT). O político acaba de lançar um livro intitulado ‘O Quinto Movimento’ (Editora Já), que defende a retomada da ‘construção inacabada do país’, por meio das seguintes ações: valorização da democracia; redução das desigualdades econômicas, sociais e culturais, retomada do crescimento econômico no país; valorização da educação; desenvolvimento sustentável; e a valorização
das Forças Armadas.

Principais bandeiras

Retomada econômica; combate às desigualdades; valorização da democracia.

Alessandro Vieira (Cidadania)

Tem 46 anos e nasceu em Passo Fundo (RS). Advogado, atuou como delegado da polícia civil de Sergipe por duas décadas, com a prisão de vários acusados de corrupção. Vieira faz parte do movimento“Acredito”, que se descreve como “um movimento de renovação política suprapartidário e progressista, comprometido com justiça social e responsabilidade fiscal”. Votou com o governo em boa parte das pautas econômicas, mas com o tempo tornou-se um dos críticos mais rigorosos do presidente Bolsonaro. Em 2021, o senador ganhou notoriedade pela atuação na CPI da Covid. Vieira é a aposta do Cidadania para a Presidência da República, após o apresentador Luciano Huck desistir da corrida eleitoral e optar pela carreira na televisão.

Principais bandeiras

Combate à corrupção, transferência de renda de forma responsável; fortalecimento da educação.

Leo Péricles (UP)

Tem 60 anos e nasceu em Pindamonhangaba (SP). Advogado e professor, iniciou a carreira política aos 18 anos, no movimento estudantil da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará. Foi governador do Ceará de 1991 a 1994, ministro da Fazenda em 1994 e da Integração Nacional entre 2003 e 2006 e ocupou o cargo de secretário de Saúde do estado entre 2013 e 2015. Em 2007, foi eleito deputado federal. Concorreu à Presidência por três vezes: 1998, 2002 e 2018. É conhecido por posicionamentos contundentes. Costuma apresentar propostas polêmicas. Em 2018, defendeu a ideia “seu nome fora do SPC” para permitir a retomada da economia. Em 2021, enfrentou desgastes com petistas, que o vaiaram na Avenida Paulista.

Principais bandeiras

Redução de desigualdades; geração de empregos; reindustrialização; reforma educacional.