Mercado financeiro projeta inflação em 10,18% para este ano

Economia, Moeda Real,Dinheiro, Calculadora

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 10,15% para 10,18% neste ano. Essa foi a 35ª elevação consecutiva da projeção. A estimativa está no Boletim Focus de hoje (6), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), em Brasília, com a expectativa das instituições para os principais indicadores econômicos.

Para 2022, a estimativa de inflação subiu de 5% para 5,02%. Para 2023, a previsão passou de 3,42% para 3,50% e para 2024 foi mantida em 3,10%.

A previsão para 2021 está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior de 5,25%. Para 2022 e 2023, as metas são 3,5% e 3,25%, respectivamente, também com intervalo de tolerância 1,5 ponto percentual.

Taxa de juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 7,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Na última reunião do Copom deste ano, marcada para amanhã e quarta-feira (8), a previsão do mercado financeiro é que a Selic suba para 9,25% ao ano.

Para o fim de 2022, a estimativa é de que a taxa básica chegue a 11,25% ao ano. E para 2023 e 2024, a previsão é de Selic em 8% ao ano (a previsão da semana passada era 7,75% ao ano) e 7% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio
As instituições financeiras consultadas pelo BC reduziram a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano de 4,78% para 4,71%. Para 2022, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 0,51%. Na semana passada, a estimativa de expansão era de 0,58%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB de 1,95% e 2,10%, respectivamente.

A expectativa para a cotação do dólar subiu de R$ 5,50 de R$ 5,56 para o final deste ano. Para o fim de 2022, a previsão passou de R$ 5,50 para R$ 5,55.

Agência Brasil

Confira calendário de pagamentos do INSS de 2022

Brasília: Prédio da Caixa Econômica Federal. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Os mais de 36 milhões de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já podem checar a data dos depósitos dos benefícios ao longo de 2022.

Para aqueles que recebem um salário mínimo, os depósitos referentes a janeiro serão feitos entre os dias 25 de janeiro e 7 de fevereiro. Segurados com renda mensal acima do piso nacional terão seus pagamentos creditados a partir de 1º de fevereiro.

Como consultar
Os depósitos seguirão a sequência de anos anteriores, com um calendário para quem recebe um salário mínimo e outro para quem ganha mais. Para cada categoria, as datas de pagamento serão determinadas pelo número final do cartão, para aqueles que foram concedidos recentemente. Segundo o INSS, para aqueles que possuem o benefício há algum tempo, vale a data que recebem habitualmente.

Cada benefício pago pelo INSS é composto por uma numeração única e segue um padrão de 10 dígitos: Número do Benefício (NB): 999.999.999-9

O número a ser observado é o penúltimo algarismo, sem considerar o último dígito verificador que aparece depois do traço.

Agência Brasil

Lula no Podpah pode marcar novo momento da esquerda nas redes, diz pesquisador da FGV

Para o chefe da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas, o sociólogo Marco Aurélio Ruediger, a entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao podcast Podpah na quinta-feira (2) e sua grande repercussão podem marcar um novo momento de participação da esquerda nas redes sociais, ambiente que tem sido de domínio hegemônico da direita nos últimos anos.

Em contrapartida, o modelo das lives de Jair Bolsonaro (PL) tem mostrado desgaste, ainda que tenha sido importante, diz Ruediger.

Mapeamento feito pela Dapp/FGV mostrou que a entrevista gerou mais de 310 mil menções no Twitter até a manhã da sexta-feira (3) – o vídeo tinha 5,4 milhões de visualizações no YouTube neste sábado (4).

“As redes, em primeiro lugar, são emocionais, e depois são racionais”, afirma Ruediger.

“O Bolsonaro é um político carismático também, mas não consegue transmitir empatia, principalmente com as camadas que estão sofrendo mais com a crise econômica. O Lula consegue ser muito mais empático ao segmento hipossuficiente, que cresceu muito no Brasil. E isso faz uma diferença grande”, completa.

Nesse sentido, Lula e o PT têm o desafio de trabalhar com a fluidez das redes, entendendo a linguagem do público mais jovem e endereçando pautas que atinjam esses grupos e extrapolem a bolha tradicional da militância, avalia o sociólogo.

Caso consiga, o que Lula mostrou ser capaz de fazer, ele poderá ter “uma alavancagem que não estava no mapa até agora”, diz Ruediger.

“Isso traz um desafio para o Lula e o PT. Usar as redes significa conseguir entender bem como funciona esse ferramental cultural que é distinto dos meios tradicionais. Quando você consegue fazer isso, ganha potencial enorme de vocalização. Mas não pode servir para as mesmas propostas. Vai exigir que haja propostas para o futuro que sejam interessantes para o público que se move mais pelas redes, que é o jovem”, afirma.

Ruediger avalia a participação de Lula no Podpah como “muito forte” e afirma que o petista deu mostras de compreensão da particularidade do meio de interação.

“Ele estava relaxado, brincando, falando em uma linguagem bastante acessível, e ao mesmo tempo tocava em questões bastante sensíveis que o brasileiro vive. É uma outra forma de diálogo. Os entrevistadores [Igão e Mítico] são muito mais jovens, e obviamente têm uma linguagem totalmente diferente, a forma de condução é distinta. O Lula não ficou na formalidade do espaço tradicional de um espaço na televisão. É uma forma de construção, estava muito relaxado e à vontade”, analisa o pesquisador.

Com a compreensão das peculiaridades das redes sociais e a possibilidade de abrir espaço inédito para a esquerda nesse universo, Lula teria a capacidade de transcender a sua bolha e “conversar com os jovens e invadir o centro”.

Bolsonaro, no entanto, vê-se em momento contrário da dinâmica, crê Ruediger.

Ele diz que as lives semanais têm apresentado saturação do formato por uma série de motivos: 1) as notícias do presidente já não são tão auspiciosas, 2) cansaço do público, 3) Bolsonaro não consegue transmitir empatia, especialmente em relação às camadas que mais têm sofrido com a crise.

No monitoramento da Dapp/FGV, Lula no Podpah alcançou mais de 50 mil menções no Twitter por hora, com pico de 10.759 menções às 20h. Na mesma fatia de horário, Bolsonaro teve um pico de 4.050 menções em sua live.

Com esse esgotamento, diz Ruediger, o presidente tem se fechado em seu núcleo de apoio mais fiel.

“A estratégia do Bolsonaro e do campo da direita é falar com a própria bolha, manter esse mínimo sólido e evitar a invasão de candidaturas oportunistas, como a de Sergio Moro (Podemos), que possam invadir a direita e tirar pedaço desse apoio. Eles precisam manter 20%, 25% de apoio para chegar ao 2º turno em 2022”, conclui o sociólogo.

No Podpah, em mais de duas horas de conversa, em clima de descontração, Lula criticou o presidente Bolsonaro, chamado por ele de “anomalia política”, questionou o fim do Bolsa Família e disse que atualmente é “moda se dizer ignorante”.

Ao ser questionado sobre o momento do PT, disse que não se pode “sair da periferia” e que é necessário ir onde está a população.

Sobre a eleição de 2022, reafirmou que ainda vai decidir se será candidato, mas se disse disposto a voltar. Criticou outros possíveis adversários, como João Doria (PSDB) —afirmou que, por ser rico, o tucano não tem conhecimento sobre a situação da população.

Também falou sobre a possibilidade de alianças em eventual governo e comparou com as circunstâncias da Alemanha, onde o social-democrata Olaf Scholz só conseguiu um acordo para assumir o poder após conversar com partidos que tinham sido adversários.

Lula, porém, não citou diretamente o nome do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que vem sendo cotado para uma aliança em que seria vice na chapa do petista em 2022.

Folhape

A partir desta segunda-feira (6), vacina é exigida em órgãos administrados pelo Estado de Pernambuco

A partir de hoje, a entrada e a permanência em órgãos estaduais só será permitida com a comprovação do esquema vacinal contra a Covid-19 completo. O decreto com todas as regras para cumprimento da norma foi publicado no último dia primeiro, no Diário Oficial do Estado.

A apresentação obrigatória do comprovante de vacinação para entrada em estabelecimentos públicos vinculados à administração estadual foi anunciada durante coletiva de imprensa, no final de novembro. A medida reforça o incentivo à vacinação de todos os pernambucanos contra a doença, com o objetivo de proteger a população.

Segundo o secretário estadual de Saúde, André Longo, a imunização é necessária para evitar novas ondas da doença. “Dados divulgados pelo Centro Europeu de Controle de Doenças apontam que os locais com maiores índices de vacinados estão registrando menos mortes, comprovando que as vacinas, além de seguras, salvam vidas. O cenário que temos hoje é de uma pandemia em pessoas não totalmente vacinadas”, pontuou Longo, ao anunciar a medida.

De acordo com o decreto estadual, a comprovação de vacinação poderá ocorrer por meio do Comprovante de Vacinação Oficial, expedido pela plataforma do Sistema Único de Saúde (SUS), ou por outro meio comprobatório, como caderneta ou cartão de vacinação emitido pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), pelas secretarias municipais de saúde ou por outro órgão governamental, nacional ou estrangeiro, com registro de aplicação de vacinas.

Os órgãos e entidades de administração direta ou indireta do Estado, como secretarias e espaços associados aos órgãos, incluindo os que ficam dentro de shoppings ou outros estabelecimentos, deverão controlar a entrada de cada pessoa nas dependências, exigindo, além do comprovante de esquema vacinal, a apresentação de um documento oficial com foto.

As pessoas que não completaram o ciclo vacinal, incluindo aquelas que ainda aguardam o intervalo entre as doses, ficarão impedidas de frequentar os órgãos e entidades.

Folhape

Sesc Ler Belo Jardim promove a edição 2021 da Mostra Pedagógica de Artes

Chegou o momento mais aguardado pelos alunos dos cursos de cultura do Sesc Ler Belo Jardim. Nos dias 06, 07 e 16 de dezembro, eles participam da edição 2021 da Mostra Pedagógica de Artes, um momento em que o público pode conferir o resultado das aulas de Música, Teatro e Literatura realizadas durante todo o ano na unidade. A entrada é gratuita e, para as apresentações do dia 16/12, o Sesc Ler vai contar com a parceria da Prefeitura de Belo Jardim, através da Secretaria de Juventude e Trabalho. Para acompanhar as apresentações, é obrigatório o uso da máscara, assim como orientam as autoridades sanitárias.

A programação da segunda (06) acontece às 15h, na Sala de Teatro do Sesc Ler, com os alunos do curso de Teatro Infantil e a leitura dramatizada “Folia dos Três Bois”, de Sílvia Ortof. Na terça (07), às 16h, também na Sala de Teatro, o Núcleo de Artes Cênicas traz as “Formas Animadas – Animais Fantásticos”. O espaço recebe às 19h30 alunos das turmas de Iniciação ao teatro com “Comendo Teatro”, exercício de encerramento do curso. Todas as apresentações de Teatro têm supervisão da professora Marília Azevedo.

Ainda no dia 07, o Núcleo de Pesquisa e Experimentação em Literatura, orientado pelo professor de Artes Juvêncio Amâncio, realiza, às 20h, na Sala de Música do Sesc Ler, o lançamento do livreto “Oitivas Afetivas”, projeto literário desenvolvido na Comunidade Quilombola Barro Branco que surgiu a partir das pesquisas provindas das temáticas Literatura e Resistência e Literatura Afro-Brasileira e que discute a memória social dos povos tradicionais do país por meio da oralidade.

Na quinta-feira (16), em parceria com a Secretaria de Juventude e Trabalho de Belo Jardim, o Sesc Ler apresenta mais uma vez o exercício de encerramento do curso de Iniciação em Teatro “Comendo Teatro”, às 19h30, e a apresentação musical com alunos do curso de Violão, supervisionados pelo professor Guilherme Quirino, às 20h, ambas na Sala de Teatro do Sesc. “É muito gratificante para nós levar ao conhecimento do público apresentações do que os nossos alunos aprenderam nas aulas de Teatro, Música e Literatura durante este ano”, afirma Juvêncio Amâncio, professor de Artes do Sesc Ler Belo Jardim.

Sesc – Fundado em 1947 em Pernambuco, o Serviço Social do Comércio é uma instituição privada mantida pelos empresários do comércio de bens, serviços e turismo. Atuante na Região Metropolitana do Recife, Zona da Mata Norte, Zona da Mata Sul, Agreste e Sertão, oferece atividades gratuitas ou a preços populares nas áreas de Educação, Cultura, Lazer, Assistência e Saúde para comerciários e dependentes. As 23 unidades, incluindo os hotéis em Garanhuns e Triunfo, operam respeitando os protocolos de saúde e alinhadas aos órgãos públicos, e têm ações presenciais, virtuais ou híbridas. No campo digital, a instituição oferece o aplicativo Sesc-PE, facilitando acesso às atividades, renovação e habilitação do cartão, entre outras funcionalidades, e disponibiliza a plataforma

Sesc Digital
(https://cursos.sescpe.com.br/todos). Por ela, é possível conhecer o cronograma de cursos e realizar a inscrição de forma online e segura. Para acompanhar todas as informações sobre o Sesc, acesse www.sescpe.org.br. Além disso, os empresários do comércio de bens, serviços e turismo que possuem o Cartão do Empresário, da Fecomércio, podem adquirir produtos e serviços do Sesc em condições diferenciadas.
Mais informações: www.cartaodoempresario.com.br.

Serviço: Mostra Pedagógica de Artes do Sesc Ler Belo Jardim
Data: dias 6, 7 e 16 de dezembro
Local: Salas de Teatro e Música do Sesc Ler (Av. Pedro Leite Cavalcanti, s/n, Cohab II)
Entrada gratuita
Informações: (81) 3726-1576

Prefeitura de Caruaru segue intensificando manutenção e recuperação de estradas da zona rural

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural, continua, de forma intensificada, com os trabalhos nas estradas da zona rural do município. As operações garantem uma melhor trafegabilidade e o acesso de transportes, bem como possibilitando o bom escoamento da produção agrícola e estimulando o fortalecimento da Agricultura Familiar.

Só no mês de novembro, foram recuperados mais de 50 quilômetros nas vias que dão acesso às localidades do Sítio Azevém, Encanto, Brejão, Brejo Velho, Guaribas, Alto do Moura, Saguim, Carapotós, Lajedo Preto, além dos acessos às estradas dos sítios Pitombeira, Sutero e Terra Vermelha. Os serviços contam com máquinas retroescavadeiras, tratores agrícolas, grade de aração de terra e pás carregadeiras.

O secretário de Desenvolvimento Rural de Caruaru, Bruno França, reforça que a manutenção é de grande importância para que as estradas estejam com boa manutenção, com bom estado para transitar, não somente para o produtor conseguir escoar a sua produção, mas também para que a população tenha condições de trafegar. “Estamos atuando, de forma intensificada, em várias localidades, para recuperar e melhorar diversos pontos das estradas e assegurar o tráfego de veículos e a segurança dos moradores e produtores rurais do município”, disse.

As ações de melhorias nas estradas seguirão se estendendo por toda a zona rural do município, atendendo ao cronograma estabelecido pela Secretaria de Desenvolvimento Rural.

Ainda para a primeira quinzena de dezembro, estão previstas ações de melhorias e recuperação de outras localidades, como o Sítio Brejo da Mulata, Agreste de Pau Santo, Pau Santo, Riachão e Baixio de Terra Vermelha.

Atingido por reboque, homem cai de altura de 15 metros

Um homem ainda sem identificação ficou gravemente ferido após ser atingido por um reboque, na manhã desta segunda-feira (06), no quilômetro 64 da BR 104, em Caruaru. De acordo com informações repassadas pela Polícia Rodoviária Federal, a vítima estava fazendo caminhada no viaduto da rodovia, quando foi alvejado pelo objeto, que se soltou de uma caminhonete.

Com o impacto, o homem caiu de uma altura de aproximadamente 15m e foi socorrido inconsciente para Hospital Regional de Caruaru. Ele aparenta ter 50 anos.

Carro capota e deixa três feridos em Palmares

Um acidente deixou três pessoas feridas, na noite deste sábado (04), na BR 101, em Palmares, na Zona da Mata do Estado. De acordo com informações repassadas pela Polícia Rodoviária Federal, um automóvel capotou no quilômetro 189 após o motorista perder o controle da direção.

As vítimas foram identificadas como um casal e uma criança, que acabaram sendo socorridas para o Hospital Municipal de Palmares. Até o fechamento desta matéria, o estado da esposa e mãe, respectivamente do condutor e da criança, era considerado grave. Já os demais tiveram ferimentos leves.

Também de acordo com a PRF, o condutor foi autuado por apresentar CNH vencida, bem como o automóvel estava em mau estado de uso e conservação. Ele fez teste do bafômetro e o resultado deu negativo.

Pesquisa do IBGE mostra enfraquecimento do mercado de trabalho em 2020

A pandemia de Covid-19, que começou em 2020, causou impacto negativo à economia brasileira e, especialmente, ao mercado de trabalho, piorando os resultados que já eram insuficientes para melhorar as condições de vida da população. É o que mostra a Síntese de Indicadores Sociais (SIS): uma análise das condições de vida da população brasileira, divulgada hoje (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no capítulo sobre estrutura econômica e mercado de trabalho.

A avaliação da evolução do Produto Interno Bruto (PIB) e da dinâmica do consumo das famílias, ambos per capita, isto é, por indivíduo, revela que os resultados positivos observados até metade da década passada, com taxas de crescimento acumulado entre 2010 e 2014 de 12,9% e 16,6%, deram lugar, nos seis anos finais da série, a quedas de 10,8% e 10,6%, respectivamente. Em 2020, as retrações foram de 4,8% do PIB e de 6,2% do consumo das famílias per capita.

A pandemia provocou forte retração no mercado de trabalho. As taxas de desocupação e de subutilização, que já vinham elevadas após a crise de 2015-2016, aumentaram mais em 2020, alcançando, respectivamente, 13,8% e 28,3%. O nível de ocupação ficou, pela primeira vez, em 51%, o menor da série. Segundo o IBGE, entre os jovens com 14 e 29 anos, esse indicador caiu de 49,4% em 2019 para 42,8% em 2020. Em 2012, era 53,7%. Entre 2019 e 2020, a taxa de informalidade da população ocupada do país caiu de 41,1% para 38,8%. Entre os pretos e pardos, essa taxa em 2020 foi 44,7%, ante 31,8% da população ocupada branca. Além disso, pretos e pardos representavam 53,5% da população ocupada e 64,5% dos subocupados por insuficiência de horas.

Os trabalhadores ocupados com vínculo, que englobam empregados com carteira, militares e funcionários públicos estatutários, tiveram aumento relativo em 2020 de 49,6%, enquanto os empregados sem carteira caíram de 20,2%, em 2019, para 18,1%, no ano passado. Os trabalhadores por conta própria mantiveram-se estáveis, com taxa de 25,4%.

A crise da Covid-19 afetou, particularmente, os empregos na atividade de serviços, com destaque para alojamento e alimentação, com queda de 21,9%; serviços domésticos (-19,6%); e outros (-13,7%).

Desigualdades
A pesquisa do IBGE confirma a manutenção das desigualdades históricas no mercado de trabalho nacional. Enquanto a população ocupada total (PO) tem predomínio da cor preta ou parda (46,3 milhões), superando em 17% a PO branca (39,5 milhões), há diferença evidente na distribuição, uma vez que nas atividades de menor remuneração e maior informalidade predominam trabalhadores da cor ou raça preta ou parda. Exemplos, em 2020, foram serviços domésticos (+91%), construção ( 83%) e agropecuária ( 58%). Em média, o rendimento médio real da população ocupada branca (R$ 3.056) era 73,3% maior que o da população preta ou parda (R$ 1.764) em 2020.

O rendimento dos homens (R$ 2.608) era 28,1% maior que o das mulheres (R$ 2.037). Com a pandemia, 18,6% dos trabalhadores foram afastados do trabalho, com predomínio de mulheres (23,5%) em relação aos homens (15%).

Em termos do rendimento médio por hora de trabalho, a desigualdade entre brancos e pretos ou pardos alcançou 69,5% no ano passado e se manteve entre as raças, independentemente do nível de instrução. Com ensino superior completo, a diferença entre os rendimentos por hora atingiu 44,2% a mais para brancos.

No ano passado, os homens predominavam na população ocupada, com 58,3%, contra 41,7% de mulheres. Entre a população subocupada por insuficiência de horas, as mulheres foram maioria em 2020 (52,4%), o mesmo ocorrendo entre as pessoas de cor ou raça preta ou parda (64,5%). Os trabalhadores com ensino médio completo ou superior incompleto foram maioria (36,9%), seguidos das pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto (31,5%).

A análise sobre o trabalho remoto em função da pandemia mostra que o afastamento foi maior entre maio e agosto do ano passado, com ligeira queda até novembro. As mulheres foram maioria entre os trabalhadores em home office, o mesmo ocorrendo entre pessoas da cor ou raça branca e entre aquelas com ensino superior completo ou pós-graduação, que chegou a ser seis vezes maior do que os trabalhadores com ensino médio completo ou superior incompleto. O IBGE identificou também que não houve grandes diferenças por grupos etários.

Benefícios sociais
De acordo com a pesquisa, o peso dos benefícios sociais nos rendimentos das famílias, por causa dos auxílios emergenciais concedidos pelo governo, evoluiu de 1,7%, em 2019, para 5,9%, em 2020, com impactos mais fortes nas regiões Norte (aumento de 4,1% para 11,6%) e Nordeste (de 4,4% para 12,8%), onde existem maiores níveis de desigualdade e pobreza. Incluindo os benefícios de programas sociais, o rendimento domiciliar per capita caiu 4,3% no país entre 2019 e 2020. Na simulação sem os benefícios sociais, o IBGE apurou queda de 8,4% no rendimento domiciliar por indivíduo.

Considerando a insuficiência de rendimentos das famílias para provisão de seu bem-estar, excluindo outros fatores que caracterizam a pobreza, como acesso à moradia adequada, ensino básico de qualidade, proteção social, entre outros fatores importantes, a sondagem apurou que, em 2020, a incidência de extrema pobreza podia variar de 3,5% a 10,5% da população e a de pobreza entre 6,5% e 29,1% da população, dependendo da linha adotada.

O número de brasileiros na extrema pobreza caiu de 6,8%, em 2019, para 5,7%, em 2020, mas aumentou em relação a 2014 (4,7%), mantendo-se estável em comparação ao início da série, em 2012 (6%). Já a pobreza caiu para 24,1%, no ano passado, depois de atingir 25,9%, em 2019, mas subiu em relação a 2012 (27,3%) e permaneceu estável na comparação com 2014 (23,8%). O IBGE destacou, contudo, que sem os benefícios dos programas sociais, a proporção de pessoas em extrema pobreza teria aumentado de 9,7% para 12,9%, e a taxa de pessoas na pobreza subiria de 28,2% para 32,1%.

A proporção de pessoas com rendimento domiciliar per capita abaixo de US$ 1,90, linha recomendada pelo Banco Mundial para medir a pobreza nos países mais pobres, superou 11,3% em quatro unidades da Federação: Amazonas, Maranhão, Pernambuco e Sergipe. Em sete unidades, esse percentual ficou acima de 8,2% (Acre, Roraima, Amapá, Piauí, Ceará, Paraíba e Bahia). Para o Brasil, país considerado de renda média alta, a linha recomendada é de US$ 5,50/dia, lembrou o IBGE.

O rendimento médio domiciliar per capita em 2020 foi de R$ 1.349, queda de 4,3% ante 2019 (R.410). Se não houvesse programas sociais no ano passado, esse rendimento teria sido 6% menor (R$ 1.269). O décimo da população com a menor remuneração teria perdido 75% de seus rendimentos sem esses programas sociais, indicaram os pesquisadores do IBGE.

A pobreza foi maior entre as crianças, sendo de 38,6% para a faixa de 0 a 14 anos de idade, entre as pessoas com rendimento familiar per capita abaixo de US$ 5,50/dia, em 2020. Na análise combinada de sexo e cor ou raça, as mulheres pretas e pardas apresentaram as maiores incidências de pobreza (31,9%) e de extrema pobreza (7,5%), mostrou a Síntese de Indicadores Sociais.

Produção industrial apresenta quinta queda mensal consecutiva

Indústria Wirth Calçados
Dois Irmãos (RS) 14.04.2006 – Foto: Miguel Ângelo

A produção industrial apresentou queda de 0,6% na passagem de setembro para outubro, quinto resultado negativo mensal consecutivo, acumulando, nesse período, perda de 3,7%. O recuo de outubro alcançou 19 dos 26 ramos pesquisados. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, a indústria acumula alta de 5,7%; mesmo número do acumulado de 12 meses.

Para o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo, a sequência de resultados negativos chama a atenção. “A cada mês que a produção industrial recua, se afasta mais do período pré-pandemia. Neste momento, está 4,1% abaixo do patamar de fevereiro de 2020”, analisou.

“Para além da perda na margem, há um espalhamento dos resultados negativos: são três das quatro categorias econômicas e 19 das 26 atividades no campo negativo. O ano de 2021 está marcado por esse comportamento de menor intensidade”, observou Macedo. Na quinta-feira, ao divulgar os dados do PIB no terceiro trimestre, o IBGE mostrou que o setor permaneceu estagnado no período.

O gerente destacou que os efeitos da pandemia sobre o processo produtivo ficam muito evidentes em função da desarticulação da cadeia produtiva, o que levou ao aumento dos custos de produção e ao desabastecimento de matérias primas e insumos.

“As quedas foram disseminadas, mas as maiores influências vieram dos setores extrativos, impactados pelas quedas do minério de ferro e do petróleo; e das indústrias de alimentos, influenciadas pelo comportamento negativo do açúcar, em função de uma antecipação da safra da cana-de-açúcar na região Centro-Sul do país, devido a condições climáticas adversas”, esclareceu Macedo.

Correio Braziliense