Diante do impasse na filiação do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) ao PSB, o presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força, viu uma oportunidade de reforçar as hostes do seu partido. Por meio de suas redes sociais, o dirigente fez um convite público para o tucano se filiar a legenda e concorrer ao cargo de vice-presidente na chapa de Lula (PT).

Conforme foi publicado na coluna da jornalista Mônica Bergamo da Folha de S. Paulo, Geraldo Alckmin quer distância das disputas regionais por PT e PSB. Para isso, estaria disposto a deixar o PSDB e ficar sem partido, mas com o nome certo para ser indicado para a vice do petista.

A informação fez com que outros partidos ficassem de olho na filiação do tucano. Internamente, o PSB estaria condicionando a filiação de Alckmin ao apoio do PT em Pernambuco, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Espirito Santo e Acre. Em contrapartida, os petista não estariam dispostos a, por exemplo, abrir mão da candidatura de Fernando Haddad em São Paulo. Alheio aos conflitos, o ex-governador de São Paulo não estaria disposto a envolver seu nome nessas articulações.

Folhape

Presidente do PDT em Pernambuco, o deputado federal Wolney Queiroz foi à mesa com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, em Brasília, anteontem. Em pauta, a disposição dos pedetistas de ocuparem espaço numa chapa majoritária do PSB na corrida pelo Palácio do Campo das Princesas.

Não houve muito arrodeio. O tema vinha sendo tratado nas coxias, mas, na última segunda-feira, como a coluna registrara com exclusividade, já havia sido mote de conversa entre o prefeito do Recife, João Campos, com o próprio Wolney, recebido na PCR.

Como a coluna antecipara, a ideia na sigla seria indicar o próprio Wolney para concorrer ao Senado, tese que foi defendida pelo presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, à coluna, também esta semana. O dirigente nacional dos pedetistas, além do nome de Wolney, cogita ainda indicar o do deputado estadual e ex-prefeito de Caruaru, José Queiroz.

Os outros caminhos que Lupi considera no Estado são ir para um palanque capitaneado por Miguel Coelho ou ter uma candidatura própria, mas manter aliança com o PSB seria prioridade. A Carlos Siqueira, foi dito que a única coisa que justificaria a manutenção do PDT na Frente Popular, considerando a candidatura de Ciro Gomes no páreo da corrida presidencial e as costuras do PSB para apoiar o ex-presidente Lula, seria uma composição na majoritária.

Nas palavras de Lupi, Ciro, assim, teria “um palanque do senador do PDT para fazer campanha dele em Pernambuco”. A conversa, da qual só participaram Siqueira e Wolney, girou em torno de outros temas, como federação e assuntos nacionais, mas o foco mesmo foi dar ciência ao dirigente nacional do PSB do movimento que já vem se desdobrando em Pernambuco.

Movimento em PE X Ciro
As articulações que o PDT encampa em Pernambuco no sentido de não romper com o PSB se dão no momento em que o pré-candidato do partido na corrida presidencial, Ciro Gomes, estaria sofrendo pressão de correligionários para deixar o páreo presidencial. Parlamentares estariam preocupados com eventual isolamento nos Estados e com o risco que isso gera à manutenção de seus mandatos.

Convidados > Os governadores Renan Filho (AL) e João Azevedo (PB) estarão em Pernambuco, hoje, ao lado do governador Paulo Câmara, para prestigiar a abertura da Feira Nacional de Negócios do Artesanato – Fenearte, que tem início hoje, no Centro de Convenções de Pernambuco.

Direção > Carlos Siqueira também acompanha a abertura da Fenearte. Estará em Pernambuco para isso, hoje, mas, no próximo domingo, haverá o 15º Congresso Estadual do PSB, no Estado, na Alepe, com tendência de recondução de Sileno Guedes ao comando da sigla no Estado.

Day after > Sobre a federação partidária, um dia após reunir dirigentes estaduais, Carlos Siqueira informou, ontem, sem sua rede social, que o partido “segue ouvindo suas instâncias” e afirmou que o mecanismo “une o campo progressista”. Ele ainda realçou o seguinte: “A bancada federal é a favor da federação com o PT, PV, PCdoB, PSOL”.

Etapas > Como próximas fases da ausculta, Carlos Siqueira avisou que, em breve, ouvirá o Diretório Nacional e a Executiva do partido.

Folhape

Desta quinta (09) até o próximo domingo (12), em São Paulo, a vereadora caruaruense Aline Nascimento participa do segundo módulo do curso Gestão de Mandatos Municipais, oferecido pelo Insper em parceria com o RenovaBR. O curso tem como objetivo debater temas como comunicação, gestão de cidades, planejamento fiscal, planejamento estratégico, relacionamento e engajamento.

Voltado para vereadores, prefeitos e vice-prefeitos, o segundo módulo do curso tem como temática a inovação urbana. Nele, os participantes estarão imersos, de forma integral, até o sábado. No domingo (12), o RenovaBR vai oferecer uma oficina de planejamento de marketing para mandato. Todas as despesas são custeadas pelo RenovaBR.

“Depois de mais de um ano de curso apenas de forma virtual, em virtude da pandemia, temos a oportunidade de nos encontrar presencialmente e é uma experiência muito rica, com muito aprendizado e muita informação. Certamente, vou voltar com muitas ideias para o crescimento do nosso município”, ressalta Aline.

A parlamentar iniciou a formação no RenovaBR ainda antes da eleição de 2020 e é a única representante de Caruaru convidada a participar desse curso. “É um grande privilégio poder representar a minha cidade, de que sempre falo nas reuniões do Renova. E a experiência de formação na escola com certeza me abriu o olhar para o exercício de um mandato para todos sem distinção”, conta.

SOBRE O RENOVABR – É uma escola de educação política que prepara pessoas comuns de diferentes origens e ideologias para renovar a democracia brasileira. É mantida por cidadãos comuns que acreditam em uma democracia mais saudável, participativa e representativa.

A União Beneficente dos Artistas e Profissionais de Caruaru (UBAPC) realizou eleição, na noite dessa quarta-feira (08), na sua sede que fica localizada no centro da cidade. Na ocasião houve as escolhas dos membros dos Conselho Administrativo e Fiscal, bem como das Comissões de Contas e Sindicância e do Departamento de Eventos da entidades.

Confira, abaixo os nomes dos eleitos para o próximo quadriênio (2022/2025):

CONSELHO ADMINISTRATIVO

JOSÉ MARCOLINO DA SILVA – PRESIDENTE
PEDRO SALVADOR DA ROCHA – SECRETÁRIO
MAURO MAURÍCIO JOSÉ DE CARVALHO – TESOUREIRO
JOSÉ VALDO CONSTANTINO DA SILVA – SUPLENTE

CONSELHO FISCAL

MANOEL VÍTOR VIEIRA FILHO – TITULAR
SÉRGIO HENRIQUE FLORENCIO DE FRANÇA – SUPLENTE

JURÍDICO

ANDERSON CARVALHO DA SILVA

COMISSÃO DE SINDICÂNCIA

ELISÂNGELA MARIA DE SOUSA SILVA DONATO – RELATOR
JOÃO GOMES DA SILVA FILHO – ADJUNTO
THYAGO MARCOLINO DA SILVA – ADJUNTO

COMISSÃO DE CONTAS

PAULO RODRIGUES DE QUEIRÓS – RELATOR
NILTO PEREIRA DA SILVA – ADJUNTO
CLADISSON FERREIRA PINTO – ADJUNTO

COMISSÃO DE EVENTOS

MARIA ANUNCIADA DA SILIVA FRANÇA
OTONIEL VIEIRA
SEBASTIÃO ADRIANO FREIRE TORRES

Para ouvir a realidade do setor cultural, o prefeito de Petrolina Miguel Coelho se reuniu, no Recife, com produtores culturais e artistas, nesta terça (7). O encontro foi articulado pelo deputado estadual Wanderson Florêncio, que tem intenso diálogo com a categoria. “A gente precisa voltar a ser referência cultura”, defendeu Miguel Coelho.

O deputado estadual Wanderson Florêncio enumerou os desafios que precisam ser enfrentados para reestruturar o segmento. “O setor cultural pernambucano, com seus artistas, músicos, agremiações, artesãos e toda cadeia produtiva, precisa de novos ares em nosso estado,” afirmou Wanderson Florêncio no encontro do segmento com Miguel Coelho.

Blog da Folha

Uma semana após fazer uma ausculta com a bancada federal do partido, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, reuniu, ontem, em Brasília, os dirigentes estaduais com o mesmo objetivo: tirar a temperatura sobre a federação. No encontro do dos deputados federais, dos 25 presentes, só um posicionou-se contra o mecanismo, que vem levando PT e PSB a executar movimentos no sentido de avançar nesse debate.

A conversa com os ocupantes de cadeira na Câmara Federal se deu no último dia primeiro. Naquela data, os dois partidos agendaram reuniões de suas bancadas de forma sincronizada, o que não deixa de ser simbólico. Houve diferença de horário e formato, mas os encontros se deram no mesmo dia e sobre o mesmo tema. No PT, os dirigentes estaduais já tinham sido ouvidos, etapa que o PSB consolidou ontem.

Presidente do partido em Pernambuco, Sileno Guedes se dirigiu a Brasília para marcar presença na conversa com Siqueira e demais dirigentes. Dois dias antes, durante reunião da executiva no Estado, ele já havia procurado saber qual a tendência dos correligionários.

O 15º Congresso Estadual do PSB será realizado, no próximo domingo, na Assembleia Legislativa de Pernambuco e a reunião preparatória, na última segunda-feira, se deu para aprovação do regimento interno. Ali, Sileno aproveitou para para tomar impressões sobre a federação. Entre os presentes nessa reunião da executiva, estavam o deputado federal Tadeu Alencar, o presidente da Amupe, José Patriota, os deputados estaduais Laura Gomes, Aluísio Lessa, Simone Santana e Isaltino Nascimento.

Em meio a esse debate, em Pernambuco, a tendência é de recondução de Sileno. Quanto à federação, os socialistas estudam recorrer ao mecanismo se juntando, pelo menos, ao PCdoB e ao PT, e fechar essa equação nos estados é tarefa das mais complexas.

Sem federação
“Nós, do Republicanos, já deliberamos sobre não fazer federação com ninguém. Falo como membro da Executiva Nacional e pelo presidente Marcos Pereira. Essa decisão já foi tomada por todos nós da executiva”. A fala, feita à coluna, é do presidente estadual do Republicanos, Silvio Costa Filho, e se dá no momento que conversas sobre federação vinham ocorrendo, nos bastidores, entre PP e Republicanos, como a coluna registrara.

Alinhamento > Sobre a expectativa em relação à eventual filiação de Geraldo Alckmin ao PSD, o presidente do partido em Pernambuco, André de Paula, à coluna, pondera: “O presidente Gilberto kassab foi até onde deveria ir. Ele sentou, construiu projeto…Agora, tem decisão pessoal apenas de Alckmin”. E acrescenta: “O que nos cabe é esperar. Se ele topar liderar projeto em São Paulo, vai ter nosso apoio entusiasmo e da nossa legenda”.

Travessia > Filiado, esta semana, ao PP, o enfermeiro Rodrigo Patriota teve 11.232 votos na disputa pela Câmara Federal em 2018 e, quase 4 mil votos, quando concorreu a vereador do Recife em 2020. No ano passado, ele, que era do PDT, chegou a ter nome indicado pelo deputado Túlio Gadêlha para vice do PSB, em meio ao imbróglio de Túlio com o partido.

Enfermagem > Rodrigo vai concorrer, em 2022, a deputado federal. E dobra no Recife, com Jeferson Timóteo, que vai disputar para estadual, apoiado pelo prefeito do Cabo, Keko do Armazém.

Diario de Pernambuco

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dará continuidade a série de viagens internacionais que está fazendo em 2021. Na próxima sexta-feira (10/12), o petista desembarca na Argentina, onde será recebido pelo governo do país vizinho com honras de chefe de Estado.

Na sexta, Lula receberá o Prêmio Azucena Villaflor, entregue pelo governo da Argentina a defensores dos direitos humanos. A cerimônia será dirigida pelo presidente argentino, Alberto Fernández, com quem o petista também se reunirá mais cedo para uma agenda na Casa Rosada, em Buenos Aires.

De acordo com o PT, Lula também será homenageado “pela luta contra o lawfare, o abuso da Justiça para alcançar fins políticos e ilegítimos”.

Ainda na sexta, Lula se encontrará com a vice-presidenta da Argentina, Cristina Kichner, para um ato cultural na Plaza de Mayo, em comemoração aos 38 anos de democracia na Argentina e ao Dia dos Direitos Humanos. No sábado (11/12), o ex-presidente terá encontro com dirigentes da Confederação Geral do Trabalho (CGT ), da Central de Trabalhadores Argentinos (CTA) e participará de ato em homenagem a ele e ao movimento sindical.

Lula mantém uma boa relação com os líderes do Executivo da Argentina. Fernández é um simpatizante do petista, apoiou o movimento Lula Livre e comemorou publicamente quando o ex-presidente brasileiro saiu da prisão, em novembro de 2019. Além disso, Fernández e Jair Bolsonaro (PL) já trocaram críticas diversas vezes.

Correio Braziliense

Partidos de esquerda e do Centrão conseguiram postergar o avanço da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que regulamenta a prisão a partir da condenação em segunda instância. Para ontem, estava prevista a votação, na Comissão Especial, do parecer do deputado federal Fábio Trad (PSD-MS), construído ao longo dos últimos dois anos. O relatório, no entanto, foi tirado de pauta após a troca de mais de uma dezena de integrantes do colegiado.

As mudanças foram feitas essencialmente por siglas do Centrão. Ao todo, 17 dos 34 membros da comissão — alguns deles defensores da prisão em segunda instância — foram substituídos por parlamentares contrários à PEC. Diante do risco de a proposta ser enterrada, Trad decidiu não colocar o parecer em votação. Ele argumentou que os avanços do relatório foram elaborados com a ajuda de vários dos parlamentares que foram removidos do colegiado.

“Eu quero dizer que, vendo um cenário que não mais existe, porque com quem eu trabalhei não estou vendo mais nenhum deles presentes em virtude dessa mudança súbita e repentina de membros da comissão, eu retiro meu relatório e solicito a Vossa Excelência que adie para outra oportunidade, quando então reavaliaremos as condições políticas para que o meu relatório não vá, de forma abnegada e mansa, para o matadouro”, disse Trad na sessão.

O parlamentar citou nominalmente deputados que estiveram com ele nas negociações e conversas para melhorar o parecer e que foram substituídos “subitamente”. “O colegiado que amadureceu o texto sumiu”, pontuou. Disse, ainda, que aceitará a discussão da PEC com membros que efetivamente conheçam a proposta, e não parlamentares designados apenas para votar contra o relatório.

Ao Correio, Trad contou que só soube das modificações porque foi notificado por um consultor de que “estava em curso uma operação de sucessivas substituições” e que parlamentares foram substituídos “por outros que sequer estavam cientes do conteúdo da PEC”. “Parece que o Centrão se aliou à esquerda”, afirmou. Ele disse temer que a proposta seja votada apenas em fevereiro, após a volta do recesso parlamentar, mas justificou a necessidade da sua atitude.

“Fiz o que fiz porque havia a possibilidade de sepultar a PEC hoje (ontem). Tomei a decisão para que a gente ainda tenha um resto de esperança votando-a em fevereiro, com deputados e deputadas mais afeitos ao tema”, frisou.

Trad relatou ter esperanças de que os parlamentares, mesmo tendo posicionamento contrário, possam ser convencidos de que a proposta não é para prender, mas para aperfeiçoar o trabalho do Judiciário.

As alterações na comissão foram feitas de forma atabalhoada, segundo deputados. Hildo Rocha (MDB-MA) foi um dos substituídos. A equipe do parlamentar disse à reportagem que ele estava em viagem de volta para seu estado ontem e sequer sabia da modificação. O deputado não se pronunciou até o fechamento desta edição. Entre os partidos que fizeram substituições estão PT, PL, Republicanos, PP e PSC.

Pedido
O deputado Fausto Pinato (PP-SP) foi um dos que entraram na comissão, ontem, de última hora. Na sessão, justificou que fez o pedido à liderança do partido. “Participei do debate contra as 10 medidas anticorrupção”, comentou. “Quando eu soube que seria votada a PEC da prisão em segunda instância, disse: ‘Me coloca na comissão.”

A PEC 199/21 estabelece que réus podem ser presos logo após serem condenados em segunda instância. O principal caso envolvendo esse tipo de detenção foi o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso em abril de 2018 após ser condenado em segunda instância no caso do triplex em Guarujá (SP).

Em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) firmou entendimento contra a prisão em segunda instância, o que resultou na soltura de Lula.

Correio Braziliense

O ex-jogador de futebol Pelé voltou a ser internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, para dar continuidade ao tratamento do tumor de cólon, diagnosticado em setembro deste ano. Segundo boletim médico, ele está estável e deve ter alta nos próximos dias.

Pelé deu entrada no hospital na segunda-feira (6). “Edson Arantes do Nascimento encontra-se internado no Hospital Israelita Albert Einstein para dar sequência ao tratamento do tumor de cólon, identificado em setembro deste ano. O paciente está estável, e a previsão é que receba alta nos próximos dias”, diz o boletim.

Entre agosto e setembro, Pelé passou um mês internado na mesma unidade para tratar um tumor no cólon direito. Ele teve alta no final de setembro e foi encaminhado para tratamento de quimioterapia após cirurgia de remoção do tumor.

Correio Braziliense

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou ontem, por unanimidade, projeto de lei que propõe a taxação de exportações de petróleo cru e a criação de um fundo de estabilização dos preços dos combustíveis. A proposta visa criar uma folga para os consumidores e evitar mudanças bruscas nos preços da gasolina e demais derivados. Agora, o texto segue para votação no Plenário da Casa.

De acordo com o senador Jean Paul Prates (PT-RN), relator do projeto, a proposta é baseada em um “tripé” que, além da criação do fundo, estipula uma nova política de preços de venda a distribuidores e empresas que comercializam derivados do petróleo produzidos no país. Mas ainda há divergência entre os parlamentares sobre o subsídio. “Estamos tentando criar um sistema de amortecimento para que um país grande produtor de petróleo assegure ao investidor a receita, mas que atenue os impactos para o comprador de gás de cozinha, diesel e gasolina. É a solução possível”, afirmou o Prates.

A política de preços da Petrobras, adotada em 2016, no governo Temer, que se baseia nas cotações internacionais do petróleo e na taxa de câmbio, tem sido criticada por parlamentares e pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem intensificado os ataques à empresa. O presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, defende a paridade internacional de preços, medida que possibilitou a redução do endividamento da empresa, turbinado nos governos petistas. No mês passado, em audiência pública no Senado, Luna, afirmou ser contrário à taxa de exportação sobre óleo bruto, medida que, segundo ele, traria insegurança jurídica e “desestimularia investimentos no Brasil”.

Inércia

A Federação única dos Petroleiros (FUP) apoia o projeto. De acordo com o coordenador geral da entidade, Deyvid Bacelar, a proposta é “um avanço”. Ele critica a constante alta dos combustíveis e a disparada da inflação, provocada pela “inércia do governo federal”. “Não é mais possível conviver com essa situação. É possível reduzir o que o brasileiro paga hoje nas bombas de gasolina e diesel e no gás de cozinha”, disse.

Na avaliação de William Baghdassarian, professor de finanças do Ibmec, ainda que os parlamentares tenham boa intenção, a iniciativa perdeu o timing. Ele disse que os preços dos insumos que compõem a gasolina caíram em todo o mundo. Além disso, não valeria a pena adotar uma medida estrutural sendo que os preços são variáveis. “Essas propostas têm eficácia limitada, pois o que faz a gasolina subir são os insumos e o preço do dólar. Já passamos pelo pior momento e, nos próximos meses, a tendência é de os combustíveis terem uma queda significativa”, disse.

De acordo com o especialista, tornar o preço da gasolina mais rígido pode dificultar futuras quedas dos preços. “O preço não é dado pelo custo e, sim, pelo valor que as pessoas estão dispostas a pagar. Se as pessoas que estão consumindo pagam o valor que for, quem vende não tem incentivo para diminuir”, afirmou. (Colaborou Maria Eduarda Angeli)

Correio Braziliense