Inflação acelera em setembro no Brasil e alcança 10,25% em 12 meses

A inflação oficial do país, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), acelerou para 1,16% em setembro. É a maior taxa para o mês desde 1994, quando o índice foi de 1,53%, informou nesta sexta-feira (8) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O resultado veio um pouco abaixo das expectativas do mercado. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam variação de 1,25%. Em agosto, o IPCA havia subido 0,87%.

Com o resultado de setembro, a inflação alcançou dois dígitos no acumulado de 12 meses. A alta dos preços nesse período chegou a 10,25%.

Assim, o IPCA ampliou a distância frente ao teto da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central). O teto é de 5,25% em 2021. O centro é de 3,75%.

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados subiram em setembro, com destaque para habitação (2,56%), que foi puxado pelo aumento de 6,47% na conta de energia elétrica.

Folhapress

Ouvidoria do MPPE terá canal especializado para atender as demandas decorrentes de casos de violência contra a mulher

Somente no período de 1º de janeiro a 30 de junho deste ano, cerca de 20 mil mulheres registraram violências doméstica ou familiar. Também no mesmo período, 1.020 estupros e 52 feminicídios foram registrados em Pernambuco*. Ciente da necessidade de se criar canais e sistemas alternativos especializados para atender as demandas decorrentes de casos de violência contra a mulher, ampliando, assim, a rede de apoio às mulheres vítimas de violência, no próximo dia 14 de outubro, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) realizará a solenidade de inauguração da Ouvidoria das Mulheres.

Com isso, Pernambuco torna-se o décimo estado do País, no âmbito do Ministério Público brasileiro, a implantar o canal de atendimento especializado, que funcionará dentro da própria Ouvidoria do MPPE, para recebimento e encaminhamento às autoridades competentes das demandas relacionadas à violência contra a mulher. O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) já implantou o canal específico na Ouvidoria do CNMP e vem fomentando a criação de Ouvidorias das Mulheres nas Unidades Ministeriais do Brasil.

Inauguração – A solenidade de inauguração será híbrida, na próxima quinta-feira, dia 14 de outubro, a partir das 15h, no Centro Cultural Rossini Alves Couto (avenida Suassuna, 99) e com transmissão pelo Canal MPPE ao Vivo, no Youtube.

Além da ouvidora do MPPE, promotora de Justiça Selma Magda Barreto, o procurador-geral de Justiça, Paulo Augusto Freitas, vai conduzir a solenidade. Para compor a mesa, foram convidadas ainda a coordenadora do Núcleo de Apoio às Mulheres (NAM/MPPE), promotora de Justiça Bianca Stella Barroso; coordenadora do CAOP Criminal e promotora Criminal de Justiça com atuação na violência contra a mulher Ângela Márcia Cruz; coordenadora do CAOP Cidadania, promotora de Justiça Dalva Cabral e a presidente da Associação do Ministério Público de Pernambuco, a promotora de Justiça Deluse Amaral Rolim.

De fora do MPPE, participarão o ouvidor Nacional do CNMP, Oswaldo Albuquerque, e a promotora de Justiça de São Paulo, Gabriela Mansur, membra colaboradora do CNMP. Além de ouvidores de outros Ministérios Públicos, do Tribunal de Justiça de Pernambuco, da Ordem dos Advogados Seccional de Pernambuco, da Controladoria Geral do Estado, entre outros.

Durante a cerimônia, personalidades presentes serão agraciadas com o Selo 130 do Ministério Público de Pernambuco, entregue pelo procurador-geral de Justiça.

DADOS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER EM PERNAMBUCO

Números de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) de Mulheres e Feminicídios, referentes ao período de 1° de janeiro a 30 de junho (2020 e 2021):

CVLI de Mulheres – Acumulado do Ano

1° JAN a 30 JUN 2020: 112

1° JAN a 30 JUN 2021: 127

Variação de 13%

Feminicídios – Acumulado do Ano

1° JAN a 30 JUN 2020: 34

1° JAN a 30 JUN 2021: 52

Variação de 53%

Tentativas de CVLI – Acumulado do Ano

1° JAN a 30 JUN 2020: 253

1° JAN a 30 JUN 2021: 226

Variação de -11%

Mulheres Vítimas de Violência Doméstica e Familiar – Acumulado do Ano

1° JAN a 30 JUN 2020: 19.764

1° JAN a 30 JUN 2021: 19.955

Variação de 1%

Mulheres Vítimas de Estupro – Acumulado do Ano

1° JAN a 30 JUN 2020: 1.092

1° JAN a 30 JUN 2021: 1.020

Variação de -7%

Sobre CVLI de Mulheres e Feminicídios, referentes ao período de 1° de janeiro a 31 de dezembro (2019 e 2020):

CVLI de Mulheres – Acumulado do Ano

1° JAN a 31 DEZ 2019: 199

1° JAN a 31 DEZ 2020: 237

Variação de 19%

Feminicídios – Acumulado do Ano

1° JAN a 31 DEZ 2019: 59

1° JAN a 31 DEZ 2020: 75

Variação de 27%

Tentativas de CVLI – Acumulado do Ano

1° JAN a 31 DEZ 2019: 564

1° JAN a 31 DEZ 2020: 518

Variação de -8%

Mulheres Vítimas de Violência Doméstica e Familiar – Acumulado do Ano

1° JAN a 31 DEZ 2019: 42.686

1° JAN a 31 DEZ 2020: 41.554

Variação de -3%

Mulheres Vítimas de Estupro – Acumulado do Ano

1° JAN a 31 DEZ 2019: 2.287

1° JAN a 31 DEZ 2020: 2.187

Variação de -4%

Confiança dos pequenos negócios recua em setembro

Mesmo com o aumento da vacinação e com a redução dos casos de Covid-19, a confiança dos donos de pequenos negócios apresentou queda no mês de setembro. A Sondagem das Micro e Pequenas Empresas, realizada mensalmente pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), detectou uma redução no nível de confiança dos pequenos negócios de 1,3 pontos em setembro, fazendo com que ela caísse de 100 pontos, em agosto, para 98,7 pontos, o que interrompeu um crescimento que vinha sendo verificado mês a mês, desde março.

De acordo com o presidente do Sebrae, Carlos Melles, a incerteza que tem pairado no país em relação aos preços, à possibilidade de racionamento de energia e de falta de insumos, por exemplo, tem levado as empresas a serem mais prudentes em suas estratégias. “A alta recente dos combustíveis e a inflação, que pressionam custos dos pequenos negócios, podem ter contribuído para interromper a tendência positiva da confiança das MPE nos últimos meses. Vale ressaltar que, apesar dessa queda em setembro, o terceiro trimestre ainda fechou com resultado positivo, mas acende o sinal amarelo em relação à continuidade da recuperação”, comenta Melles.

Dos três setores analisados, apenas o de Serviços apresentou um leve aumento (de 0,2 pontos) no nível de confiança no mês de setembro. Tanto Comércio quanto Indústria, pelo segundo mês consecutivo, apresentaram uma queda de, respectivamente, 3,7 e 1,5 pontos. “A queda do comércio foi influenciada por uma piora da situação das empresas e pela redução do nível de otimismo, com a perspectiva de queda nos negócios nos próximos meses e de redução de novas vagas de trabalho previstas”, explica o presidente do Sebrae. Já a redução do nível de confiança na Indústria pode ser explicada, principalmente, pela queda no indicador de estoques, que apontam para um aumento dos estoques excessivos e piora da situação atual dos negócios.

Comércio

O Índice de Confiança das MPE do Comércio, em setembro, caiu 3,7 pontos e desceu para 92,9 pontos, o menor nível desde junho de 2021 (91,8 pontos). A queda da confiança das MPE do comércio pode ser resultado de uma redução da satisfação das empresas com momento atual e pela queda das expectativas de curto prazo. Em setembro, a queda foi disseminada em todos os segmentos analisados: o varejo restrito, que há cinco meses vinha apresentando resultados positivos, caiu 4,9 pontos; o segmento de comércio de material de construção caiu pelo segundo mês consecutivo e recuou 3,0 pontos; lojas de autopeças e pequenas revendedoras cederam 0,2 ponto. Os estabelecimentos comerciais da região Sul foram os que mais contribuíram negativamente para o resultado do setor: a confiança caiu pelo segundo mês consecutivo, acumulando queda de 14,5 pontos retornando para 95,9 pontos, menor nível desde maio de 2021 (95,1 pontos). Mas a queda também ocorreu nas regiões Sudeste, Norte e Centro-Oeste (redução de 4,7 pontos e 3,0 pontos, respectivamente). Apenas a região Nordeste apresentou um aumento na confiança (+3 pontos).

Serviços

Apesar de positivo, o resultado das empresas do setor de serviços mostra que há uma desaceleração em curso. O Índice de Confiança das MPE de Serviços (MPE-Serviços) acomodou-se ao variar 0,2 ponto (indo para 96,8 pontos). “O resultado é uma combinação da percepção de uma desaceleração da atividade no momento, mas com perspectivas positivas ainda para os próximos meses”, ressalta Melles. A alta da confiança não foi homogênea entre os segmentos do setor. Houve melhora da confiança, pelo segundo mês consecutivo, das empresas dos segmentos de serviços prestados às famílias e de serviços profissionais. Os serviços de transportes e demais se mantiveram relativamente estáveis e os de informação recuaram 2,0 pontos. Pela ótica regional, as MPE do setor de serviços da região Nordeste surpreenderam com alta de 10,5 pontos na confiança, atingindo 99,2 pontos, o maior nível desde fevereiro de 2014.

Indústria de Transformação

A confiança das MPE da Indústria de Transformação manteve sua tendência de queda ao recuar 1,5 ponto, em setembro, para 102,0 pontos. Apesar do resultado, ainda se mantém acima do nível neutro de 100 pontos e com resultado superior aos demais setores pesquisados. Em relação aos segmentos da indústria, o resultado foi heterogêneo: as micro e pequenas empresas produtoras de vestuário e metalurgia e produtos de metal, este vivendo uma escassez de insumos, mantiveram a tendência de queda da confiança pelo segundo mês consecutivo, com redução de 6,9 pontos e 6,8 pontos no índice, respectivamente. Os segmentos de refino e produtos químicos e alimentos recuperaram as perdas sofridas em agosto; enquanto os demais segmentos continuam melhorando. No âmbito regional, a redução ou paralisação da produção devido à falta de insumos pode ter sido o que mais influenciou a queda na região Sul. Já as regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste avançaram 4,5 pontos, enquanto Sudeste se manteve estável.

No entanto, as expectativas da indústria avançaram. O índice de expectativa das MPE da Indústria subiu para 105,4 pontos, o maior patamar desde novembro de 2020 (106 pontos), puxado pelas perspectivas de produção para os próximos três meses.

Bolsonaro veta trechos de projeto que oferta absorventes higiênicos no Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou cinco trechos do projeto de lei 4968/2019, de autoria da deputada federal Marília Arraes (PT-PE), que previa a criação do Programa de Fornecimento de Absorventes Higiênicos. A decisão foi publicada na edição desta quinta-feira (7/10) do Diário Oficial da União (DOU).

Os artigos suprimidos previam a distribuição gratuita de absorventes higiênicos, além da oferta de cuidados básicos de saúde menstrual em escolas públicas de ensino médio e de anos finais do ensino fundamental.

O texto também contemplava mulheres em situação de rua, em vulnerabilidade social extrema, presidiárias e menores em cumprimento de medida socioeducativa. No total, 5,6 milhões de pessoas seriam beneficiadas.

A justificativa apresentada pelo mandatário para restringir o PL, aprovado no Congresso Nacional em 14 de setembro, foi de que o ‘a proposição legislativa contraria o interesse público, uma vez que não há compatibilidade com a autonomia das redes e estabelecimentos de ensino’.

Bolsonaro apontou ainda que o PL “não indica a fonte de custeio ou medida compensatória”, e que “o dispositivo não abarca os usuários do SUS de forma ampla ou relaciona a sua distribuição às ações ou serviços de saúde”, o que, para o governo restringe as beneficiárias.

Pobreza Menstrual
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) publicados em maio mostram que mais de 4 milhões de mulheres vivem sem acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas. Mais de 700 mil meninas não têm banheiro ou chuveiro em casa.

A pobreza menstrual, como é chamada a dificuldade de aquisição de recursos de higiene, infraestrutura e conhecimentos sobre a menstruação, afeta o desempenho escolar das estudantes brasileiras. Segundo a ONU, uma em cada quatro jovens deixam de ir ao colégio durante o período menstrual por falta de absorventes, média 2,5 vezes superior à mundial. Com isso, as jovens perdem cerca de 45 dias de aula por ano letivo.

Estado de Minas

Declarações do Imposto de Renda na malha fina chegam a 869,3 mil

Após o fim do pagamento das restituições do Imposto de Renda 2021, um total de 869.302 declarações do Imposto de Renda caíram na malha fina, divulgou hoje (6) a Receita Federal. O número equivale a 2,4% das 36.868.780 declarações enviadas de março a setembro.

Das declarações retidas, 666.647 têm imposto a restituir, representando 76,7% do total incluído na malha fina. Outras 181.992 (20,9%) têm imposto a pagar e 20.663 (2,4%) estão com saldo zero (nem a pagar nem a restituir).

Segundo a Receita, a omissão de rendimentos foi o principal motivo para as declarações serem retidas, o equivalente a 41,4% dos casos. Entre os rendimentos não informados, estão salários, ações judiciais e rendimento de aluguel. Em segundo lugar, com 30,9%, estão problemas de dedução, como gastos médicos, contribuições para a previdência oficial ou previdência privada e pagamento de pensão alimentícia.

Divergências entre os valores de Imposto de Renda retidos na fonte e declarado pela pessoa física, além de outros itens relacionados a declaração, representam 20% das retenções. Outros 7,7% são motivados por deduções do imposto devido, recebimento de rendimentos acumulados e divergência de informação sobre pagamento de carnê-leão ou imposto complementar.

Retificação
A Receita aconselha os contribuintes incluídos na malha fina a conferir o extrato, para verificar a pendência, e retificar a declaração. O extrato pode ser conferido no Centro de Atendimento Virtual (e-CAC) da Receita Federal. Para ter acesso ao site, o contribuinte deve informar o número do CPF/CNPJ, ou certificado digital (se tiver um), ou login no Portal Gov.br além do código de acesso e da senha.

Ao entrar no e-CAC, o contribuinte deve clicar no link “Meu Imposto de Renda”, no lado esquerdo da tela. Em seguida, aparece uma linha do tempo com as últimas declarações entregues. Basta verificar a declaração de 2021 para conferir se o documento caiu na malha fina e o motivo da pendência.

O contribuinte tem então três opções para resolver o problema. Uma delas é fazer a correção por meio de uma declaração retificadora, sem multa ou penalidade. A declaração será processada e voltará para a fila de restituições, sendo paga no lote residual seguinte.

Caso o contribuinte seja intimado ou notificado pela Receita Federal, não será mais possível retificar a declaração. Nesse caso, é possível apresentar, de forma virtual, todos os comprovantes e documentos que atestam os valores declarados e apontados como pendência.

O Processo Digital para a Malha Fiscal deve ser aberto no site do e-CAC. Basta o contribuinte entrar no espaço “Onde encontro” e consultar o campo “Malha Fiscal – Atendimento”. Caso não queira enviar os documentos com antecedência, o contribuinte pode aguardar comunicado da Receita com o detalhamento dos documentos que precisam ser apresentados e um prazo de entrega.

Cesta básica tem alta em 11 capitais, segundo o Dieese

O custo da cesta básica registrou aumento em setembro na comparação com agosto em 11 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo o levantamento divulgado hoje (6), as maiores altas foram em Brasília (3,88%) Campo Grande (3,53%), São Paulo (3,53%) e Belo Horizonte (3,49%).

Em relação a setembro de 2020, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as cidades pesquisadas. A elevação dos valores chega a 38,56%, em Brasília, 28%, em Campo Grande, 21,62%, em Porto Alegre, e 19,54%, em São Paulo.

A capital paulista tem a cesta básica mais cara do país, custando R$ 673,45. Em Porto Alegre, o conjunto de alimentos ficou em R$ 672,39, e, em Florianópolis, R$ 662,85. As cestas mais baratas estão na Região Nordeste: Aracaju (R$ 454,03), João Pessoa (R$ 476,63) e Salvador (R$ 478,86).

Em João Pessoa, o custo do conjunto de alimentos teve queda de 2,91% e, em Natal, de 2,9%, ficando em R$ 493,29.

Entre os itens que puxaram as altas, está o açúcar, que teve aumento de preço, em setembro, em todas as capitais, sendo que as maiores altas foram em Belo Horizonte (11,96%), Vitória (11%), Brasília (9,58%) e Goiânia (9,15%). Segundo o Dieese, a falta de chuvas afetou a produção de cana-de-açúcar, reduzindo a oferta do produto.

O café subiu em 16 das 17 cidades pesquisadas, com as maiores elevações de preço em Goiânia (15,69%), Campo Grande (14,79%), Brasília (10,03%) e Natal (9%). O preço do produto tem aumentado devido a alta do dólar, favorecendo as exportações, e o clima desfavorável, com a geada ocorrida em julho.

O óleo de soja teve alta em 15 capitais em setembro na comparação com agosto. A maior elevação foi registrada em Campo Grande (3,4%). De acordo com o Dieese, o aumento está relacionado com crescimento das exportações, especialmente para a China, devido aos problemas de escoamento da produção dos Estados Unidos.

Agência Brasil

Inflação pesa e vendas do varejo despencam no mês de agosto

O brasileiro tem feito um verdadeiro malabarismo com as contas para tentar driblar a carestia em praticamente todos os itens de consumo, duráveis e não duráveis, devido à alta inflação. A mais recente Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é uma prova disso. Os dados referentes a agosto mostram que, da mesma forma que a produção industrial recuou 0,7% no mês, ante julho, o volume de vendas do comércio varejista no país despencou 3,1%.

De acordo com o IBGE, seis dos oito setores pesquisados tiveram taxas negativas, com destaque para a retração de 16% verificada em “outros artigos de uso pessoal e doméstico”, setor que engloba as grandes lojas de departamentos. O recuo significativo nesse segmento veio após alta de 19% em julho.

O economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fábio Bentes, explica que a queda nas vendas em lojas de departamento não chama muito a atenção, uma vez que, no mês anterior, a alta foi expressiva. Já quedas em outros segmentos, especialmente aqueles que vendem itens essenciais, mostram que a inflação tornou-se uma ameaça ao setor. “A inflação, de fato, está se constituindo em um obstáculo para o comércio. Está se tornando um estrago para o crescimento das vendas”, ressaltou Bentes.

Um desses itens essenciais são os alimentos que, com energia elétrica e combustíveis, formam a tríade de vilões da inflação. Para Bentes, a queda das vendas em supermercados, por exemplo, embora não tenha sido tão expressiva em agosto, já vem de três recuos, o que causa preocupação. “Se você olhar os dados, verá que a inflação de alimentos têm subido mais que a inflação em geral. Para o comércio, isso é ruim, porque esse é o principal segmento do varejo brasileiro”, explicou o economista da CNC.

Leonardo Carvalho, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), avalia que a queda expressiva nas vendas de varejo em agosto reflete, também, a taxa ainda baixa de ocupação da população, se comparada ao período pré-pandemia. O nível de renda das famílias também está abaixo do que se verificava antes da crise sanitária. Para completar, os preços não colaboram. “A inflação tem atuado em itens que são muito importantes para definir orçamentos das famílias, principalmente as de mais baixa renda, como alimentos, energia elétrica, combustível, que têm apresentado aceleração maior que os demais itens”, pontuou Carvalho.

Consumo
O gerente da PMC, Cristiano Santos, afirma que a receita nominal de hiper e supermercados, que registrou variação quase zero (0,3%), e a queda de 0,7% em combustíveis demonstram diminuição nos gastos das famílias na passagem de julho para agosto. “Hiper e supermercados, assim como combustíveis e lubrificantes, vêm sendo impactados pela escalada da inflação nos últimos meses, o que diminui o ímpeto de consumo das famílias e empresas”, avaliou Cristiano Santos.

Apesar do recuo em agosto, o varejo está 2,2% acima do período pré-pandemia, mas esse nível, porém, não é homogêneo entre os setores, explicou Santos. “Há atividades que ainda não recuperaram as perdas, como materiais para escritório, informática e comunicação; combustíveis e lubrificantes e tecidos; e vestuário e calçados”, observou.

Mesmo com dois recuos consecutivos, em julho e agosto, o setor varejista acumula alta de 5,1% no ano e crescimento de 5% nos últimos 12 meses, segundo a pesquisa. “Foi um setor que sofreu bastante no início da pandemia, mas se reinventou com a reformulação das suas estratégias de vendas pela internet”, diz nota técnica do IBGE.

Para Bentes, o volta da circulação de pessoas ao nível pré-pandemia conseguirá manter o comércio vivo, ainda que a passos lentos, uma vez que a alta inflação não tem solução a curto prazo. “O cenário de inflação não vai se resolver este ano, pois é influenciado por fatos complexos, como a alta de energia elétrica e dos combustíveis e a forte demanda por petróleo, problemas que não são solucionáveis a curto prazo. Ainda assim, as vendas devem crescer, mas em ritmo mais lento. Isso porque a circulação deve se igualar ao nível pré- pandemia. Agora, a alta dos juros e a inflação elevada manterão o freio de mão puxado”, explicou.

Montadoras: pior setembro em 16 anos
A escassez de componentes parece não ter prazo para terminar e vem causando impactos significativos na produção de veículos automotores. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) revisou as projeções para baixo, pela segunda vez no ano, após o setor registrar, em setembro, o pior mês para a indústria automotiva em 16 anos.

Segundo a entidade, foram fabricadas 173,3 mil unidades no mês passado, o que representa uma alta de 5,6% em relação a agosto. Na comparação com o mesmo período de 2020, a produção de carros de passeio, veículos comerciais leves, ônibus e caminhões caiu 21,3%.

Cenários
A Anfavea projeta dois cenários possíveis para o futuro. No primeiro, o fornecimento de semicondutores se regulariza, o que resultaria na fabricação de mais de meio milhão de veículos até dezembro, fechando o ano com 2,2 milhões de unidades produzidas, uma alta de 10% em relação a 2020. No segundo, e mais provável, a crise de componentes se estende pelo quarto trimestre, e a produção seria de 100 mil veículos a menos. Ainda assim, haveria crescimento de 6% na comparação com o ano passado, quando o setor, um dos mais afetados pela pandemia, registrou as piores quedas.

Em ambos os casos, o volume seria bem inferior aos 2,46 milhões de veículos leves e pesados estimados pela entidade nas projeções de julho deste ano, o que representaria uma alta de 22% sobre 2020.

“Há muitos veículos incompletos, que ainda não foram incluídos no estoque. Por isso trabalhamos com dois cenários, com média entre 160 mil e 190 mil unidades produzidas por mês”, explicou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.

Na avaliação de Moraes, somente no próximo ano será possível ter ideia de qual será a situação do mercado, mas apenas a resolução da escassez de componentes não resolverá a situação do setor, que enfrentará outros desafios que devem manter os custos de produção em alta. “Quando resolvermos o problema da oferta, poderemos enfrentar demanda limitada por conta do desemprego ainda alto e, mesmo com a retomada econômica após a pandemia, teremos alta de juros que pode significar menos vendas”, explicou.

Correio Braziliense

IEL seleciona candidatos para vaga de estágio em Engenharia de Produção

O Instituto Euvaldo Lodi (IEL) está selecionando candidatos para oportunidade de estágio na área de Engenharia de Produção. Para participar da seleção, é necessário estar cursando a partir do 8º período da graduação e residir na cidade de Gravatá ou nas proximidades. A vaga também exige que o candidato tenha disponibilidade para exercer a função das 7h30 às 13h30, de segunda a sexta-feira. A remuneração oferecida é de R$600+ r$100 de auxílio transporte. Os interessados podem encaminhar seus currículos por e-mail para: caruaru@ielpe.org.br, colocando no assunto “Engenharia de Produção/ Gravatá”.

Fotografias de Taquaritinga do Norte estão em exposição na cidade de São Paulo

Imagens da Terra do Café estão em exposição na linha 5-Lilás no metrô da maior cidade do País, São Paulo. A exposição intitulada: “A Rota da Aventura e Ecologia” é do fotografo Evaldo Parreira, que mostra através de suas lentes as formas singulares, as belezas e diversidade de algumas cidades da região agreste.

A exposição faz parte da proposta da ViaMobilidade, que busca oferecer cultura e entretenimento às pessoas que transitam diariamente pelos vagões do metrô nas Estações Borba Gato, Largo Treze e Adolfo Pinheiro, todas na linha Lilás, que compreende o trecho entre as Estações Capão Redondo e Chácara Klabin, cujo trajeto possui vinte quilômetros de extensão.

Além de imagens de Taquaritinga do Norte, a exposição também conta com fotografias de mais quatro municípios: Brejo da Madre de Deus, Jataúba e Santa Cruz do Capibaribe, todos do agreste central e setentrional de Pernambuco.

“Gosto muito de clicar destinos turísticos do nosso País voltados para a preservação das tradições culturais e principalmente do Nordeste. Nesta exposição pude unir registros como pinturas rupestres, artesanato local e vista da serras”, destacou Evaldo
Até novembro, a exposição passará pelas estações Largo Treze e Adolfo Pinheiro.

“Prestamos todo apoio na produção dessas fotos da nossa cidade. Evaldo é um grande profissional e temos lindas paisagens, ecossistemas e uma cultura fortíssima que precisa ser mostrada para o mundo. A exposição em São Paulo já é sucesso e nossa cidade faz parte disso”, destacou o Secretário de Turismo, Léo Lima.

União Brasil: fusão entre DEM e PSL reúne maior bancada da direta em 20 anos

Reunidos em convenção simultânea ontem, o Democratas e o PSL aprovaram a fusão das legendas que dará origem ao maior partido do país, o União Brasil. A legenda será presidida pelo atual presidente do PSL, o deputado Luciano Bivar (PE). Já ACM Neto, que comanda o DEM, passará a ser o secretário-geral, segundo nome mais importante da legenda. A nova agremiação nasce capilarizada: somadas, detêm 545 prefeituras, cinco governos estaduais, oito senadores, 82 deputados federais, três pré-candidatos à Presidência da República e fundos eleitoral e partidário milionários.

Pela disposição do encontro conjunto de ontem, a ideia do União Brasil é ter um postulante ao Palácio do Planalto, em 2022, consolidando-se como terceira via. Isso, aliás, foi deixado claro por ACM Neto, que não acredita na ida de Pacheco para o PSD, conforme se especula pelas movimentações do presidente pessedista Gilberto Kassab.

“Nunca ouvi nenhuma palavra sugerindo uma saída dele do Democratas. Acho que, com a criação do União Brasil, isso amplia o vínculo e o laço não só dele como de tantas outras lideranças”, afirmou.
Será a primeira vez, em 20 anos, que a direita reúne tantos parlamentares em uma única agremiação. A última vez foi no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, quando o PFL (atual DEM) elegeu 105 representantes. Segundo políticos a par da fusão, o líder da bancada na Câmara deverá ser o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), que conduziu as articulações para definir a união das siglas nos estados e é aliado próximo de ACM Neto.

Tanto Bivar quanto ACM Neto se esquivaram de projetar o futuro — disseram que até que ser obtido o aval para a fusão Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tudo continua como está e que a permissão da nova legenda saia até fevereiro, antes da abertura da janela partidária para as eleições de 2022. “Vamos agora decidir a política nacional não só no Congresso Nacional, mas em todos os estados do país”, disse o governador Ronaldo Caiado (DEM-GO), ao discursar na reunião do partido.

Estrago menor
Em relação aos bolsonaristas que integram os dois partidos, o estrago pelas saídas que já são esperadas tem tudo para ser menor do que o projetado inicialmente. Indicação disso foi o isolamento do ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, derrotado na convenção por ter votado contra a fusão e por não conseguiu manter o União Brasil atrelado ao governo federal. O líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), disse que a saída de parlamentares do PSL mais alinhados ao governo é esperada e que não vê uma debandada.

“Vi poucas defecções. O Onyx votou contra, mas fica e quer o controle do partido no Rio Grande do Sul. Eu desconheço as saídas. São realmente muito poucos do Democratas. Os do PSL já estavam precificados, era algo que já estava anunciado”, afirmou.

Segundo ACM Neto, existe, hoje, a necessidade de reduzir o número dos partidos do país. “A miríade que temos hoje confunde o eleitor, favorece o fisiologismo, dificulta enormemente a construção de consensos direcionados pelo interesse nacional. E finalmente mina a confiança dos brasileiros na política brasileira e na própria democracia”, destacou.

O poder de fogo do União Brasil
» Prefeituras – 458 do DEM e 87 do PSL
» Governos estaduais – Dois do DEM e três do PSL
» Bancada no Senado – seis senadores do DEM e dois do PSL
» Bancada na Câmara – 28 deputados federais do DEM e 54 do PSL
» Pré-candidatos à Presidência da República – senador Rodrigo Pacheco (MG) e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta pelo DEM, e o apresentador de tevê José Luiz Datena pelo PSL

Correio Braziliense