PSB reduz obstáculos para aliança com PT, mas ainda há pontos de resistência

A reunião do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e líderes do partido com o ex-presidente Lula (PT), ontem, foi mais um gesto da aproximação entre os partidos visando 2022. As tratativas sinalizam um ambiente bastante diferente em relação ao pleito de 2018, quando a legenda socialista adotou uma postura independente no pleito presidencial. O cenário para a próxima disputa é distinto. As resistências internas do PSB para uma aliança com o PT arrefeceram, mas ainda não foram eliminadas. Carlos Siqueira admite que a aliança “exige uma engenharia política”. “Temos tempo pela frente para tentar construir essa possível união”, revela. Aos poucos, as barreiras para a aliança vão caindo. No Rio Grande do Sul, o pré-candidato ao governo gaúcho, Beto Albuquerque, antes opositor ferrenho dos petistas, já admite uma aliança e trabalha pelo apoio do PT para seu projeto majoritário. “O apoio do PT a minha candidatura seria muito bem-vindo e reforçará muito em nível nacional a possibilidade de apoio do PSB a candidatura de Lula para presidente”, afirma. As dificuldades no Rio Grande do Sul e Espírito Santo diminuíram, mas ainda há percalços em Minas Gerais e São Paulo, por exemplo. Um movimento na sigla persiste na defesa da construção de uma terceira via na eleição presidencial, para dar uma liberdade maior aos estados. “A resistência é menor, mas ainda existe. O único que fica tranquilo com esse movimento é o PT e o Lula. A aliança fecha as portas para Márcio França em São Paulo e para nós em Minas Gerais, que queremos uma terceira via com Rodrigo Pacheco (presidente do Senado)”, afirma o deputado Júlio Delgado (PSB-MG). Ciente das dificuldades no maior colégio eleitoral do País, Lula teria, inclusive, se comprometido a ir à mesa com Márcio França. Lá o PT tem como aliados os também pré-candidatos ao Palácio dos Bandeirantes Fernando Haddad (PT) e de Guilherme Boulos (PSOL). As dificuldades nos estados reforçam ainda mais a importância do PSB pernambucano para a aliança. Com o maior número de membros no diretório e a aproximação do governador Paulo Câmara com Lula, o Estado pode ser o fiel da balança do partido.

Novo partido
A convenção conjunta que irá oficializar, hoje, em Brasília, o novo partido formado por PSL e DEM mobiliza as lideranças das duas legendas. O encontro definirá o estatuto, membros da Executiva Nacional, a forma de nomeação dos dirgente estaduais, prazo de validade da nova Executiva, entre outros detalhes.

força > Todos os presidentes estaduais serão escolhidos pela Comissão Executiva Nacional, portanto, a decisão do diretório de Pernambuco e demais estados serão decididos por esse colegiado. Detalhe: o deputado federal e presidente do PSL, Luciano Bivar, terá a maioria na comissão.

paternidade > O prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (DEM), pode não comparecer ao congresso do DEM/PSL, mas por um bom motivo: o segundo filho do gestor sertanejo, Gabriel, nasceu ontem.

Política > O candidato da oposição à presidência da OAB-PE, Almir Reis, tem recebido diversas críticas sobre a suposta possibilidade de politizar o ambiente da instituição, caso seja eleito. Um dos nomes escolhidos por ele para compor a sua chapa é o de Maria Perpétua, atual vereadora de Caruaru. Almir, por sinal, já foi candidato a vereador de Itamaracá.

Folhape

Ex-cantor de banda de forró morre após ser arremessado para fora de Hilux na BR-232

O cantor Cláudio Francisco de Espíndola, ex-integrante da banda de forró Noda de Caju, morreu, na noite dessa terça-feira (5), em um grave acidente de carro na BR-232, em Pesqueira, no Agreste de Pernambuco.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), por volta das 19h30 no quilômetro 201 da rodovia federal, o cantor de 50 anos perdeu o controle da caminhonete Hilux que dirigia, saiu da pista e capotou diversas vezes. 

Claudinho, como era conhecido, estava sozinho no carro. No acidente, o cantor foi arremessado para fora do veículo e faleceu no local, segundo a polícia.

O corpo de Claudinho foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Caruaru, no Agreste. 

A PRF informou que não pode afirmar que o cantor estava sem o cinto de segurança no momento do acidente, mas, que é “fisicamente muito provável que estivesse sem”. A perícia poderá certificar e emitir o resultado em laudo.

Por meio de nota, a Polícia Civil de Pernambuco informou que registrou o caso na Delegacia de Belo Jardim, no Agreste, como acidente de trânsito com vítima fatal.

“As investigações foram iniciadas e seguem até esclarecimento do fato”, de acordo com a polícia.

Ainda não há informações sobre hora e local de velório e enterro do cantor.

Sesc Caruaru realiza documentário em homenagem ao professor Jorge Souza

A obra e o legado do professor Jorge Souza são contados por ex-alunos do curso de Pintura em Tela do Sesc Caruaru no documentário “Coisa de Mestre”, idealizado pela equipe de Cultura da unidade, que está disponível no canal oficial do Sesc PE no Youtube (www.youtube.com/sescpernambuco). O documentário é uma homenagem ao artista visual que atuou no Sesc por 25 anos, até sua morte em junho de 2020, aos 66 anos.

Os depoimentos dos artistas são cheios de emoção e de agradecimento pelo que aprenderam com o mestre nas aulas de Pintura em Tela do Sesc. Quem abre o vídeo é Josimar Souza, irmão de Jorge. “A lembrança que tenho dele é de tudo o que ele me ensinou e o que me fez acreditar no trabalho de artes, que a gente deve preservar, viver na cultura, coisa que ele aprendeu, levou a frente, ensinou a muitos e deixou isso comigo”, afirma.

Outros seis artistas visuais participam do projeto: Shivo Araújo, Emanuel Flávio, Marcus Firmo, Regina Lúcia, Hector Luiz e Humberto Botão. “Ele transitava pelo Modernismo, e por outros estilos e sempre se deleitava, com muita ênfase, através de sua linguagem e a gente sempre tinha o desejo de beber na fonte de Jorge”, resume Humberto Botão, sobre o sentimento de todos em relação aos aspectos artísticos do professor.

A gravação e a edição do documentário “Coisa de Mestre” são de Naldo Venâncio e a trilha sonora é de Edson Pedro. “Jorge Souza foi um dos pioneiros no ensino de Artes Visuais em Caruaru. Oportunizou a diversos públicos a experimentação coletiva e individual da arte com o projeto “Atelier Aberto” e também colaborou muito na realização das exposições da Galeria de Artes Mestre Galdino do Sesc. Praticamente todos os artistas visuais da cidade na atualidade estudaram com Jorge Souza e esse é o seu principal legado”, complementa Edson Pedro, instrutor de atividades artísticas (música) do Sesc Caruaru.

Sesc – Fundado em 1947 em Pernambuco, o Serviço Social do Comércio é uma instituição privada mantida pelos empresários do comércio de bens, serviços e turismo. Atuante na Região Metropolitana do Recife, Zona da Mata Norte, Zona da Mata Sul, Agreste e Sertão, oferece atividades gratuitas ou a preços populares nas áreas de Educação, Cultura, Lazer, Assistência e Saúde para comerciários e dependentes. As 23 unidades, incluindo os hotéis em Garanhuns e Triunfo, operam respeitando os protocolos de saúde e alinhadas aos órgãos públicos, e têm ações presenciais, virtuais ou híbridas. No campo digital, a instituição oferece o aplicativo Sesc-PE, facilitando acesso às atividades, renovação e habilitação do cartão, entre outras funcionalidades, e disponibiliza a plataforma Sesc Digital(https://cursos.sescpe.com.br/todos). Por ela, é possível conhecer o cronograma de cursos e realizar a inscrição de forma online e segura. Para acompanhar todas as informações sobre o Sesc, acesse www.sescpe.org.br. Além disso, os empresários do comércio de bens, serviços e turismo que possuem o Cartão do Empresário, da Fecomércio, podem adquirir produtos e serviços do Sesc em condições diferenciadas.Mais informações: www.cartaodoempresario.com.br.

Caminhonete de luxo adulterada é recuperada em Serra Talhada

Uma caminhonete de luxo com sinais de adulteração foi apreendida pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), na terça-feira (5), na BR 232, Km 405, em Serra Talhada, no Sertão pernambucano. O motorista do veículo, de 29 anos, foi detido durante a fiscalização.

Policiais deram ordem de parada ao condutor do veículo e, ao realizarem a vistoria nos elementos de identificação do veículo foram constatadas várias adulterações. O motorista, que reside no mesmo município da abordagem, falou que a caminhonete pertence à empresa do seu patrão.

O condutor e o carro foram encaminhados à Delegacia de Polícia Civil de Serra Talhada, que irá investigar o caso.

Priscila Krause comenta sobre fusão do DEM e PSL: ‘Não é o que eu sonhei para o meu partido’

Ao contrário do que foi especulado, a deputada estadual, Priscila Krause (DEM), não se mostrou incomodada com a entrada do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (DEM) na sua sigla, apesar de isso “estragar” o suposto plano de haver uma chapa feminina ao governo, com Krause e a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB). O que incomodou a democrata, na verdade, foi a fusão do DEM com o PSL, que acontecerá nesta quarta-feira (6), gerando a sigla Nova União. “Não é o que eu sonhei para o meu partido. É uma realidade que começou a ser imposta, inclusive pela legislação partidária”, compartilhou, em entrevista com a Rádio Clube.

Além de apostar em uma candidatura ao governo pernambucano, até agora encabeçada por Miguel, a Nova União também pode ter candidato à presidência. No momento, são três nomes cotados: o apresentador José Luiz Datena, apontado pelo PSL, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM) e o ex-ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta. “Efetivamente, os pré-candidatos postos pelo partido são esses e vão ter que entrar em um entendimento. Quem criou essa situação vai ter que encontrar a saída para ela, as executivas do partido que se uniram vão ter que dialogar”, comentou Priscila. Krause também afirmou que, apesar de não ter influência nesse debate, seu pré-candidato favorito seria o ex-ministro Mandetta. “Nada contra o Luiz Datena, mas acho que a gente já inventou demais em política, não cabe mais invenção, cabe muita reflexão”, comentou. Para ela, a fusão dos partidos representa um desafio maior do que uma candidatura presidencial. “Costuraram algo muito mais difícil que uma candidatura, uma fusão partidária, com uma complexidade imensa”, concluiu.

Sob o cenário pernambucano, a parlamentar reforçou não ter problemas com a chegada de Coelho na sigla. “Não há desconforto com a entrada de Miguel no partido, há uma rearrumação de forças internas, que deve se refletir na eleição de 2022”, afirmou a deputada. De acordo com Krause, a entrada dele no partido foi “um passo importante” na articulação política para as eleições governamentais do ano que vem. “Miguel já se colocava na posição de pré-candidato antes da entrada no DEM. A condição dele não foi uma surpresa para ninguém, pelo contrário, passa pela arrumação da oposição”, comentou. A deputada disparou que, desta vez, a oposição está se organizando de uma maneira diferente, ao começar as costuras mais cedo. “Este ano, ao contrário de anos anteriores, está antecipando o debate e a construção”, explicou.

A oposição em Pernambuco, dependendo das articulações, pode acabar com cinco chapas: Uma do PT (caso a sigla não fique na Frente Popular); uma do PTB; uma do PSC, com a deputada Clarissa Tércio como nome cotado; uma do DEM, encabeçada por Miguel Coelho e a última de Raquel Lyra com o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira. A oposição se divide entre defender um palanque único de Miguel, Anderson e Raquel e a múltipla candidatura. Priscila é uma das lideranças que defende a chapa única, por acreditar que os três prefeitos têm condições para essa disputa. “Nenhum cenário que se coloque hoje é determinante, mas eu defendo ainda uma união, uma chapa única entre esses três atores, Raquel, Miguel e Anderson. Acho que a gente tem espaço e caminhos para isso”, defendeu.

Quando questionada sobre a sua amizade com Raquel Lyra, Krause afirmou que a relação das duas vai além de voltas políticas. “Não é essa relação de amizade que pauta as movimentação política, é o reconhecimento de Raquel como uma líder política expressiva no agreste do estado”, comentou. Priscila também adiantou para a Rádio que não pretendia concorrer ao cargo de deputada federal. “Sigo focada no meu mandato e na perspectiva eleitoral para arrumar minha reeleição na assembleia legislativa”, comentou.

Diario de Pernambuco

33 anos da Constituição Cidadã: entenda como a Carta mudou o país

“Hoje, 5 de outubro de 1988, no que tange à Constituição, a Nação mudou. Mudou restaurando a federação, mudou quando quer mudar o homem cidadão. E é só cidadão quem ganha justo e suficiente salário; lê e escreve; mora; tem hospital e remédio; e lazer quando descansa.”

A declaração de Ulysses Guimarães feita no início do discurso proferido por ele, então presidente da Assembleia Nacional Constituinte, na cerimônia de promulgação da atual Constituição Federal sintetiza a essência da nova Carta que marcava um novo começo de um Brasil mais democrático e justo.

Há 33 anos, o texto constitucional entrava em vigor no país e instituia novas relações econômicas, políticas e sociais, como a implementação do Sistema único de Saúde (SUS) e a determinação de uma educação igualitária para todos; além da regulação da jornada de trabalho para oito horas diárias e a instituição das licenças maternidade, de 120 dias, e paternidade.

Das sete Constituições existentes no país desde a do Brasil Império, em 1824, a Carta de 1988 é a que mais traz direitos fundamentais. “Não só isso, ela também os coloca em um espaço de cláusula pétrea, ou seja, não pode ser alterada por emendas de forma a serem diminuídos, apenas podem ser aumentados”, conta Rodrigo Sartoti, mestre em direito.

Para ele, que é professor de direito constitucional da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Constituição é o símbolo que representa o fim literal de qualquer resquício da ditadura militar, e, por isso, é tão relevante para o país. “Antes de 1988 o Brasil viveu mais de 20 anos de ditadura militar: o golpe civil militar de 1º de abril de 1964 se estende até 1985. Mas eu prefiro falar que o fim deste período foi em 5 de outubro de 1988 porque é o dia em que teve fim todo aparato legislativo da ditadura”, declara Rodrigo.

É por este motivo que ela carrega o ineditismo de novos direitos que criou uma nova forma de viver no país. Era consenso geral que o Brasil precisa sair do cenário de privação de liberdades individuais e limitação de direitos sociais e trabalhistas em que a ditadura o deixou.

Antes da Carta, o cidadão ainda era, mesmo após o fim do regime militar, considerado algo a ser controlado e não como um ser de direitos e deveres. “Tínhamos pouquíssima garantia de direitos sociais. Não tínhamos o SUS, apenas um sistema limitado a quem era inscrito na Previdência Social, por exemplo, ou a trabalhadores assalariados. O acesso à educação era muito limitado e não universal”, conta o professor.

Além disso, as jornadas de trabalho eram maiores e os funcionários não tinham como direito assegurado o 13º salário, a garantia de não ser demitido arbitrariamente e nem a de que o salário não seria reduzido sem motivo. “Todos os direitos existentes na Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, criada na França, eram muito violados, uma série de crimes contra a humanidade foi cometida pelo Estado brasileiro”, afirma.

O professor também lembra que além dessa limitações individuais, grupos também eram afetados. “Sindicatos eram reprimidos e a liberdade de imprensa foi drasticamente proibida, o que limitava a atuação de jornalistas”, diz. A repressão vivida por 20 anos culminou na pressão social para uma nova Constituinte.

O movimento para a nova Constituição: um país unido para garantir direitos
Assim como muitas das mudanças históricas, a realização da Assembleia Constituinte não foi fruto de um único fator ou movimento. Para Rodrigo Sartoti, movimentos pela Anistia até os estudantis levaram até a nova Constituição.

“Ali pelo fim dos anos 70 começa um intenso movimento. Primeiro pela Anistia dos presos políticos, marcado principalmente pela força feminina que atuou neste propósito. Com a volta dos exilados, começa-se o retorno das manifestações, que permaneceram ativas até 1988”, diz. “A participação dos movimentos sociais, sindicais, estudantis e de mulheres foram fundamentais para a nova constituinte”, conta.

Em seguida, houve um momento pré-constituinte, em que, entre 1985 e 1987, os participantes do debate discutiam sobre a escolha da natureza da constituinte. Eram duas opções: a primeira, um texto que causasse uma ruptura com a ditadura, mas que também, e inclusive, punisse os crimes cometidos pelo Estado.

“A segunda opção era a de romper com a ditadura, mas colocar uma pedra no passado e seguir em frente, sem punir os culpados. Acabou vencendo a segunda opção. Até mesmo porque no Congresso ainda haviam senadores eleitores em época de ditadura e eles tiveram voz no processo”, revela Rodrigo.

Apesar disso, o processo de criação do texto foi o mais democrático e popular já feito no país. Centenas de emendas populares foram aceitas, vários desses criados pelos movimentos sindicais, de negros e de mulheres.

O resultado do esforço conjunto em busca da valorização humana resultou na Constituição Cidadã. “É a primeira vez em um texto constitucional que os direitos fundamentais são colocados, em questão de ordem, antes da estrutura de Estado. Isso é simbólico e mostra o porque ela é chamada de Constituição Cidadã”, afirma.

O texto brasileiro, de acordo com Rodrigo, é considerado um dos melhores do mundo e é elogiado por especialistas do tema. “Pessoalmente, eu vejo com muito maus olhos quem fala que precisamos de uma constituição. Ela é a melhor que já tivemos no país e ainda permite reformas no que precisa ser atualizado de acordo com as novas realidades”, pontua.

O especialista convoca os brasileiros a entender a importância da Constituição e defendê-la de autoritarismos governamentais. “Sempre que surge um governo não afeito às democracias precisamos ficar em alerta. Precisamos defender a Constituição. É preciso defendê-la, principalmente, dos ataques às cláusulas pétreas e garantir a aplicação dos direitos constitucionais. Ainda temos muitas coisas que ainda não foram aplicadas”, declara.

“Muitas pessoas falam que o texto é recheado de privilégios e eu pergunto sobre quais, pois são direitos fundamentais. Geralmente, quem critica nesse sentido vem de um lugar de privilégios e isso incomoda, quando vem algo que quer equiparar”, diz.

Confira os 3 principais pontos de mudança que definem a essência da Constituição:

1. A seguridade da dignidade humana:

O artigo primeiro da Constituição traz os Princípios Fundamentais da República e o primeiro deles é o da Dignidade da Pessoa Humana. Em um país que viveu a limitação de liberdades individuais e direitos, esta é a virada de chave para uma nação democrática. Neste sentido, o artigo 5º traz uma extensa lista de garantias fundamentais: o direito à propriedade, à liberdade de ir e vir, de se expressar, de exercer a fé que desejar e de não ter a casa ou moradia violada.

A Carta também traz a proibição da tortura, garante a herança de maneira igualitária para filhos legítimos ou ilegítimos e o direito à certidão de nascimento e de óbito sem custo. A presunção da inocência e o direito de Justiça gratuita a quem não pode custear também são frutos da Constituição. O fim da censura em rádios, TVs, teatros, jornais e outros meios de comunicação também foi implementado.

2. A ampliação dos direitos sociais que trazem igualdade:

É considerado universal o direito à educação, à saúde, ao trabalho e à segurança. O texto responsabiliza o Estado pela promoção da educação. É por meio desta determinação que a oferta obrigatória de educação infantil, como creches e pré-escolas, o crescimento da oferta do ensino médio e a regulação do ensino por meio de conselho, comuns nos dias de hoje, foram estabelecidas.

Foi em 1988, também, que a Constituição trouxe, pela primeira vez, igualdade jurídica entre homens e mulheres. Também é reconhecida a família monoparental, em que o homem não é considerado o único chefe e que outras configurações familiares — sem a presença do homem — são consideradas família.

Além disso, outros grupos minoritários são reconhecidos e assegurados a terem direitos que os ajudem a se apresentar de maneira igual aos outros. Um exemplo disso é a citação para pessoas com deficiência e a proteção delas; assim como a proteção para crianças e adolescentes e idosos.

Também no texto é citado pela primeira vez em uma Constituição a valorização da cultura afro-brasileira. O reconhecimento de direitos das comunidades negras que viviam em Quilombos e os direitos para as comunidades indígenas, como a garantia da demarcação de terras são outras inovações nos direitos sociais.

“São uma série de dispositivos para evitar a discriminação ou propiciar uma discriminação positiva, como chamamos, a qual permite que os desiguais sejam tratados de forma desigual na medida de suas desigualdades”, pontua Rodrigo.

O especialista também afirma que foi o texto constitucional que permitiu a criação de outras leis para os desiguais, como os estatutos do Idoso, da Criança e do Adolescente e o da Igualdade Racial; a Lei de Inclusão das Pessoas com Deficiência e o Código de Defesa do Consumidor.

3. Direitos trabalhistas:

Redução de jornada semanal de 48 para 44 horas; seguro-desemprego; direito à greve; licença-maternidade de três para quatro meses e licença-paternidade de cinco dias foram as grandes mudanças na área. A liberdade sindical, inclusive para servidores públicos, foi outro avanço.

Diario de Pernambuco

CPI dá 48h para Queiroga informar sobre descontinuidade da Coronavac em 2022

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, terá 48 horas para prestar informações sobre a descontinuidade do uso da vacina Coronavac em 2022. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 aprovou requerimento, nesta terça-feira (5), durante depoimento de Raimundo Nonato Brasil, sócio da VTCLog – transportadora contratada pelo Ministério da Saúde para logística e entrega de vacinas e outros insumos.

O documento vai requerer ao ministro esclarecimentos sobre o Plano Nacional de Imunização e solicitar também informações sobre o programa de acompanhamento epidemiológico, sobre os dados da câmara técnica em vacinação, sobre a equipe técnica responsável pelo acompanhamento da pandemia e pela formação de políticas públicas.

O ministro, que se recuperou de Covid-19 após passar quarentena em Nova York, Estados Unidos, após Assembleia-Geral da ONU, falou com jornalistas, na entrada do Ministério da Saúde, que a Coronavac será re-inserida no Plano Nacional de Imunizações (PNI) com a condição de ter seu registro definitivo aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em um novo contrato entre o governo federal e o Instituto Butantan.

A CPI ainda pretende aprovar o envio de outros dois questionários: um ao próprio Queiroga e outro ao ministro Paulo Guedes.

Correio Braziliense

76,2% da população nordestina está endividada, aponta pesquisa da CNC

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) publicou os resultados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) deste mês. Segundo a pesquisa, O Nordeste tem um total de 76,2% de endividados, sendo a segunda região com o maior índice no país e ficando atrás apenas do Sul, que tem 82,3%.

A pesquisa da CNC é realizada mensalmente desde janeiro de 2010, com o objetivo de apurar e acompanhar o aspecto financeiro das famílias brasileiras quanto a dívidas e inadimplências. Nos resultados deste mês, algumas coisas puderam ser observadas, levando em consideração o contexto atual. Esses números apenas mostram o que realmente está acontecendo no país. É necessário acompanhar os próximos resultados para planejar o orçamento familiar e debater a educação financeira.

Resultados no Nordeste
Além de ter mais da metade da população endividada, o Nordeste também tem outros destaques. Também é a região que tem maior incidência de famílias com contas atrasadas, com um total de 32%. Além disso, 10,7% já declaram que não têm condições de realizar o pagamento e quitar as dívidas. Isso significa que as famílias nordestinas não representam apenas a segunda maior proporção de endividados, como também a maior taxa de famílias com contas ou dívidas em atraso.

Na Região Metropolitana do Recife, 78% da população está endividada, são 403.854 famílias em dívidas

39,6% das famílias têm contas em atraso, sendo que 15,1% já declaram que não poderão realizar os pagamentos e quitar as respectivas dívidas. Existem diferentes fatores que podem influenciar nesses indicadores vistos na pesquisa da CNC, mas destaca-se o alto nível recente de inflação, que faz com que o espaço para organização da renda seja reduzido. Isso é corroborado pela taxa de 56,5% das famílias têm parcela de 11% a 50% de renda comprometida com as dívidas.

“A inflação mais alta vem diminuindo o poder de compra das famílias, em especial as de menor renda. Parece haver uma maior compreensão sobre o uso do crédito, ferramenta importante de composição de renda em períodos de crise financeira”, comenta o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

No total, são 403.854 famílias endividadas, 159.976 com contas em atraso e 78.410 que não poderão pagar.

Folhape

Prefeitura do Recife abre 500 vagas para professores na Rede Municipal de Ensino

Começa nesta terça-feira (5) e segue até o dia 7 de novembro as inscrições para o preenchimento das 500 vagas oferecidas pela Prefeitura do Recife para a contratação de novos professores que atuarão na rede municipal de ensino. Salários chegam a R$ 4.603,50 para cumprimento de carga horária de 270 horas/aulas.

O processo seletivo foi autorizado na tarde desta segunda-feira (4) pelo prefeito João Campos. A taxa de inscrição custa R$ 24 e os interessados devem se inscrever, exclusivamente, pelo site www.idib.org.br.

Das 500 vagas disponíveis, 400 são para professores I, que contempla a Educação Infantil e o Ensino Fundamental Anos Iniciais, já as demais 100 vagas são para professores II, contemplando o Ensino Fundamental Anos Finais.

“Nós temos em curso um plano de expansão de vagas em creche, de reestruturação de grandes escolas na nossa rede, e com isso a gente tem certeza que é um passo de priorização na educação e compromisso com a melhoria a cada dia da educação do Recife”, declarou João Campos.

O processo seletivo será realizado em etapa única, eliminatória e classificatória, contemplando a avaliação de experiência profissional e avaliação de títulos.

Os candidatos às vagas para professor I devem ter graduação em Licenciatura Plena em Pedagogia. Já os interessados nas vagas para professor II devem ter graduação em Licenciatura Plena no Componente Curricular ao qual se inscrever.