Parque Natural de Serra dos Cavalos completa 38 anos

Caruaru comemora, nesta quarta-feira (8), 38 anos do Parque Natural Municipal Professor João Vasconcelos Sobrinho, em Serra dos Cavalos. A unidade, pertencente à Prefeitura de Caruaru e administrada pela Secretaria de Serviços Públicos e Sustentabilidade, é reconhecida nacionalmente como uma das mais importantes áreas de preservação ambiental do Nordeste.

São mais de 350 hectares de mata atlântica, onde diversas espécies de animais, sobretudo mamíferos, insetos, aves e répteis habitam, sob a proteção e monitoramento de equipes especializadas da fiscalização ambiental. Conta com três açudes e, desde 2012, passou a ser categorizado como Unidade de Conservação, integrando assim o Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC). Em 2021, foi contemplado pelo Programa de Aceleração de Unidades de Conservação do ICLEI, sobre gestão sustentável para desenvolvimento de unidades de referência ecológica.

Para o secretário executivo de Sustentabilidade de Caruaru, Ramon Abelenda, o parque é um dos maiores orgulhos da cidade. “Atualmente, contamos com cinco trilhas gratuitas disponíveis à população, para que as pessoas possam contemplar o nosso maior tesouro ecológico”, explica. Para informações e agendamento de trilhas, o contato é o 99474-8265.

De acordo com o secretário de Serviços Públicos e Sustentabilidade, Ytalo Farias, a unidade de conservação possui conquistas únicas em sua história. “Hoje temos o prazer de exibir o parque de Serra dos Cavalos como uma das principais áreas de preservação no Estado”, afirma.

Parabéns, Parque Natural Municipal Professor João Vasconcelos Sobrinho!

Programa Facilita contribuiu para abertura de quase 2.500 empresas em Caruaru

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Economia Criativa (Sedetec), mantém em execução o programa Facilita, que tem como principal objetivo o de justamente facilitar a abertura de micros e pequenas empresas na Capital do Agreste. De 2017 até esta terça-feira (06) – período em que a iniciativa se encontra em operação -, ela já contribuiu para com o início das atividades formais de 2.463 empresas dos gêneros.

Além disso, avaliou 3.480 pedidos de abertura, sendo ainda responsável por uma redução de mais de 90% no tempo médio de análise dos processos em comparação a métodos adotados anteriormente. “Antes da criação do programa Facilita, o empresário levava, em média, nove meses para abrir uma empresa, agora, até 15 dias úteis. Isso porque ele desburocratiza o processo, oferecendo mais agilidade durante a abertura de empresas”, destacou o secretário da Sedetec, André Teixeira Filho.

Somada à Sedetec, o Facilita também conta com as atuações das secretarias municipais da Fazenda (Sefaz); Saúde, com a Vigilância Sanitária; Autarquia de Mobilidade, Trânsito e Transportes de Caruaru (AMTTC), além da Autarquia de Urbanização e Meio Ambiente (URB). “De forma conjunta, ainda com a Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe), utilizamos um sistema digital que interliga as análises das secretarias envolvidas nesse processo, de forma integrada e mais rápida”, acrescentou André Teixeira.

Informações de como adotar o programa Facilita podem ser adquiridas através do site facilita.caruaru.pe.gov.br. O interessado ainda pode retirar dúvidas na sede da Sefaz, que fica localizada na Avenida Rio Branco, nº 315, no centro de Caruaru. O horário de atendimento é sempre das 7h até as 13h, e o telefone é o 3701-1512.

Câmara pode votar hoje projeto que combate supersalários

A Câmara dos Deputados pode votar nesta terça-feira (6), a partir das 15 horas, o projeto que regulamenta quais tipos de pagamentos podem ficar de fora do teto do funcionalismo público (PL 6726/16), aplicando-se para servidores civis e militares, magistrados e detentores de mandato.

As regras se aplicam aos agentes públicos de todas as esferas de governo (federal, estadual, distrital e municipal) e a todas as esferas de Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário), incluindo-se Ministério Público, Defensoria Pública, contratados temporários, empregados e dirigentes de empresas públicas que recebem recursos dos governos (dependentes) para pagar salários e custeio, militares e policiais militares, aposentados e pensionistas.

Outro projeto que consta da pauta é o PL 12/21, que permite ao governo federal quebrar a patente para produzir medicamentos e vacinas nos casos de emergência nacional ou internacional.

Os deputados podem analisar também o Projeto de Lei 827/20, que proíbe o despejo ou desocupação de imóveis até o fim de 2021, suspendendo os atos praticados desde 20 de março de 2020, exceto aqueles já concluídos.

Outra proposta é o PL 591/21, do Poder Executivo, que autoriza a exploração pela iniciativa privada de todos os serviços postais, permite a transformação dos Correios em economia mista e remete a regulação do setor à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

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PF prende 15 pessoas e desarticula tráfico internacional de drogas

A Polícia Federal (PF) prendeu hoje (6) 15 pessoas envolvidas com um esquema de facilitação do envio de cargas de cocaína para o exterior por meio do Aeroporto de Viracopos em Campinas, interior de São Paulo. Outros dois acusados de tráfico internacional de drogas estão foragidos e um não foi encontrado, mas há previsão de que ele se apresente entre hoje e amanhã. As prisões fazem parte da Operação Airlane, um desdobramento da Operação Overload, deflagrada em outubro do ano passado.

Com as prisões de hoje a PF considera que tenha desarticulado definitivamente a organização criminosa. Além dos investigados nas fases anteriores, um novo integrante foi acrescentado, com dois mandados de busca e apreensão em sua casa e no escritório. Trata-se de um despachante aduaneiro que, segundo as investigações, facilitava as operações de transporte de cocaína para o exterior, misturando o entorpecente em cargas de alimentos que seriam exportados.

Pelo menos 270 kg da droga foram enviados para a Europa por meio do Aeroporto de Viracopos. As investigações também apontaram que outros 500 kg saíram do Brasil pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, com auxílio dessa organização, que contava com o auxílio de dois policiais, um militar (já preso) e outro civil (não encontrado). De acordo com a PF, os dois atuavam com o tráfico, extorsão, extorsão mediante sequestro e obtenção de diplomas falsos.

A atual fase de investigação foi concluída após mais de 60 exames periciais, 45 relatórios de análises de informações contidas em dispositivos e documentos apreendidos, compreendendo quase 10 mil páginas de instrução. O primeiro desdobramento foi em dezembro de 2020 durante Operação AKE.

O segundo, a Operação Lavaggio em fevereiro de 2021. Na Operação Overload, a PF descobriu o esquema operando a partir de Viracopos, envolvendo empregados de empresas terceirizadas, de companhia aérea, integrantes das Forças de Segurança Pública e estrangeiros em solo europeu.

Nesse momento foram presas temporariamente 32 pessoas, além da apreensão de veículos e dinheiro no valor aproximado de R$ 3 milhões. Depois de 30 dias de prisão a Justiça soltou os presos.

A partir de então a PF passou a analisar os documentos e dispositivos apreendidos e representar sistematicamente pela prisão preventiva de todos os envolvidos. Parte destes foram presos novamente em dezembro e fevereiro durante as operações seguintes.

“Finalmente consideramos essa quadrilha definitivamente desarticulada. Haverá desdobramentos e novas investigações porque a riqueza de material e documentos apontam para outros crimes e envolvimento de outras pessoas. Até o exaurimento de todos os crimes ainda há possibilidade de desdobramentos. O fim dessa quadrilha era uma questão profissional para os policiais envolvidos na investigação, que não estavam satisfeitos, em razão dos crimes cometidos e do poder de articulação”, disse o delegado chefe da Delegacia da Polícia Federal em Campinas, Edson Geraldo de Souza.

BNDES disponibiliza R$ 5,1 bilhões para o pequeno produtor rural

São Paulo – 1º Festival Cultural de Economia Solidária de São Paulo e 4ª Feira da Agricultura Familiar integram a primeira edição do Ecosol Fest, no Vale do Anhangabaú, região central.(Rovena Rosa/Agência Brasil)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai disponibilizar para os pequenos produtores rurais R$ 5,1 bilhões do Plano Safra 2021/2022. Os recursos estão disponíveis até o dia 30 de junho de 2022. De acordo com o presidente do banco, Gustavo Montezano, é a primeira vez que a instituição destina ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) R$ 1 a cada R$ 4 disponibilizados no Plano Safra.

Os recursos para o Pronaf tiveram expansão de 58%. Na safra anterior, os pequenos agricultores receberam R$ 3,3 bilhões. No total, serão oferecidos no Plano Safra vigente R$ 20 bilhões ao setor agropecuário nacional, sendo R$ 17,1 bilhões em recursos subvencionados pela União e cerca de R$ 3 bilhões em linha própria do BNDES, para acesso por produtores rurais, empresas e cooperativas do setor.

O BNDES esclareceu que os recursos sujeitos à subvenção econômica serão aplicados por meio de dez programas, dos quais nove são destinados à agricultura empresarial, com total de R$ 11,9 bilhões, e taxas de juros entre 5,5% e 8,5% ao ano. Já o Pronaf terá taxas anuais entre 0,5% e 4,5%. Por meio do Programa BNDES Crédito Rural, que não conta com subvenção econômica e mantém recursos disponíveis durante todo o ano, os produtores deverão contar com cerca de R$ 3 bilhões em financiamento.

Sem limite
Gustavo Montezano disse que “o desejo é atender mais produtores rurais, reduzindo cada vez mais o tíquete médio”.

Na safra 2020/2021, o banco disponibilizou com recursos próprios R$ 3,6 bilhões. “Para este ano, não enxergamos qualquer tipo de limitação orçamentária para recursos próprios do banco”, disse.

O crédito do BNDES é obtido por meio de uma rede de mais de 60 agentes financeiros credenciados, o que permite uma distribuição de recursos para todo o país, visando o atendimento de várias necessidades dos produtores, como aquisição de máquinas e equipamentos, projetos de investimento, custeio, investimentos em sustentabilidade, armazenagem, inovação e modernização de cooperativas.

No Plano Safra 2020/2021, o BNDES aprovou financiamentos no valor de R$ 19,8 bilhões para mais de 60 mil beneficiários, sendo R$ 17 bilhões para a agricultura empresarial e R$ 2,8 bilhões para a agricultura familiar.

Dieese: cesta básica fica mais barata em 9 capitais em junho

Em junho, o custo da cesta básica caiu em nove das 17 capitais brasileiras analisadas pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, feita mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Nas demais capitais analisadas na pesquisa, o custo da cesta básica subiu.

As maiores altas foram registradas em Fortaleza (1,77%), Curitiba (1,59%) e Florianópolis (1,42%). Já as maiores quedas ocorreram em Goiânia (-2,23%), São Paulo (-1,51%), Belo Horizonte (-1,49%) e Campo Grande (-1,43%).

No mês de junho, a cesta básica mais cara do país era a de Florianópolis, onde o custo médio dos produtos que compõem a cesta chegavam a R$ 645,38. A cesta mais barata era a de Salvador, onde o custo médio era de R$ 467,30 em junho.

Considerando o primeiro semestre de 2021, dez capitais brasileiras acumularam aumentos no custo da cesta. Curitiba foi a capital onde houve o maior acúmulo, 14,47%, seguida por Natal, com 9,03%. Também ocorreram aumentos em Florianópolis, Porto Alegre, Vitória, Fortaleza, Belém, João Pessoa, Recife e Aracaju.

Nas demais capitais, o custo da cesta básica teve redução no primeiro semestre, com Belo Horizonte acumulando a maior baixa, -6,42%. Também ocorreram baixas em Salvador, Goiânia, Campo Grande, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

Com base na cesta mais cara em junho, que foi a de Florianópolis, o Dieese estimou que o salário mínimo deveria ser equivalente a R$ 5.421,84, valor que corresponde a 4,93 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00.

Prefeitura de Belo Jardim assina termo de adesão ao Selo UNICEF 2021-2024

A cidade de Belo Jardim participa, pela primeira vez, da iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para concorrer ao Selo UNICEF, que tem o objetivo de estimular e reconhecer avanços reais e positivos na promoção, realização e garantia dos direitos de crianças e adolescentes.

A assinatura do termo aconteceu, nesta terça-feira (06), na sede da Secretaria de Assistência Social, seguindo todos os protocolos sanitários por conta da pandemia da Covid-19, e contou com a presença do prefeito Gilvandro Estrela; do vice-prefeito, Dr. Maneco; da secretária de Governo e Articulação Política, Joedna Souza; da secretária de Saúde, Aline Cordeiro; da secretária de Educação, Carmen Peixoto; da secretária Especial da Mulher e presidente do COMDICA, Luciene Gomes e do articulador municipal do Selo, Ricardo Nunes.

“Ao assinar este Termo de Adesão, possibilitamos que Belo Jardim integre, pela primeira vez, um ciclo de ações para a efetivação de políticas públicas direcionadas às crianças e aos adolescentes, com foco na redução de desigualdades sociais. Municípios menores já conseguiram este selo e nossa cidade nunca foi agraciada”, destacou o prefeito Gilvandro Estrela, para depois complementar: “Vamos atrás de cumprir as metas determinadas pela UNICEF e vamos conseguir, pois nossas secretarias são integradas, temos obrigação, compromisso, seriedade e amor por Belo Jardim. Vamos atingir os objetivos e mostrar que Belo Jardim vive uma nova história”, finalizou.

Ao aderir ao Selo UNICEF Edição 2021 – 2024, o município se compromete em melhorar a vida de crianças e adolescentes da cidade. Ao longo de quatro anos, a gestão municipal buscará melhorar seus indicadores na Saúde, Educação e Assistência Social, contando com apoio do COMDICA e do Conselho Tutelar.

O termo foi assinado pelo prefeito de Belo Jardim, Gilvandro Estrela e pela secretária Especial da Mulher e presidente do COMDICA, Luciene Gomes.

Bolsonaro chama Mourão para reunião ministerial pela primeira vez no ano

O presidente Jair Bolsonaro chamou, pela primeira vez este ano, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) para participar da reunião ministerial. Nesta terça-feira (06/07), o encontro foi precedido do hasteamento da bandeira nacional. O compromisso, no Palácio da Alvorada, não estava na agenda oficial do mandatário.

No último dia 15, Mourão admitiu sentir falta de ser chamado para participar das reuniões ministeriais do presidente e relatou que acabava ficando “sem saber o que está acontecendo”. O general disse ainda ter ciência de que Bolsonaro deverá escolher outro vice para a chapa quando se candidatar à reeleição em 2022.

A Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) não informou maiores detalhes sobre a reunião. a lista dos participantes inclui ainda os ministros Fabio Faria, das Comunicações; Milton Ribeiro, da Educação; Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia e Inovação; Onyx Lorenzoni, da Secretaria Geral da Presidência; Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura; Paulo Guedes, da Economia; Braga Netto, da Defesa; Gilson Machado, do Turismo; Anderson Torres, da Justiça e Segurança Pública; Luiz Eduardo Ramos, da Casa Civil; do secretário especial da Pesca, Jorge Seif; do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães; e do deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ).

Reajuste de combustíveis pega caminhoneiros de surpresa e greve marcada continua de pé

Brasília – Postos de combustíveis ajustam os preços e repassam para o consumidor o aumento da alíquota do PIS e Cofins pelo litro da gasolina(Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Petrobras anunciou, nesta segunda-feira (5), novo reajuste nos combustíveis e do gás de cozinha nas refinarias, levando analistas a revisar novamente para cima as projeções de inflação para julho e no fim do ano. De acordo com especialistas, devido à recente alta de 52% no valor das bandeiras tarifárias da conta de luz, a energia será o grande vilão da inflação de julho e do ano, especialmente se as chuvas aguardadas a partir de outubro não ajudarem a melhorar o nível dos reservatórios e a conter a alta no custo de vida, que não está dando sinais de trégua.

Os novos valores entram em vigor nesta terça-feira (6). Em comunicado, a estatal informou que o aumento dos preços acompanhou a elevação dos patamares internacionais. Assim, os valores médios de venda do litro da gasolina e do diesel serão reajustados em 6,3% e 3,7%, ou R$ 0,16 e R$ 0,10 o litro, respectivamente, para R$ 2,69 e R$ 2,81. Enquanto isso, o preço médio de venda do gás de cozinha para as distribuidoras sofrerá reajuste de 5,9%, ou R$ 0,20 o quilo, para R$ 3,60 o quilo. Ou seja, um botijão de 13 quilos passará a custar R$ 46,68 para as revendas e acumula alta de 38% no ano.

Esse é o primeiro aumento nos preços da gasolina e do diesel na gestão do general Joaquim Silva e Luna, que substituiu Roberto Castello Branco em abril. “Os preços praticados pela Petrobras seguem buscando o equilíbrio com o mercado internacional e acompanham as variações do valor dos produtos e da taxa de câmbio, para cima e para baixo”, informou a nota da estatal.

Em 18 de fevereiro, insatisfeito com a política de reajuste adotada por Castello Branco, o presidente Jair Bolsonaro reclamou em uma rede social. “Teve um aumento, no meu entender, e vou criticar, um aumento fora da curva da Petrobras. Dez por cento hoje na gasolina e 15% no diesel, é o quarto reajuste no ano. A bronca sempre vem para cima de mim, só que a Petrobras tem autonomia”, disse. No dia seguinte, em 19 de fevereiro, Castello Branco foi demitido.

O reajuste anunciado ontem pela Petrobras teve repercussão imediata. Analistas que previam, no boletim Focus do Banco Central desta semana, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a 6%, admitem que estão revendo os números. Espera-se uma nova estimativa para cima. Alguns não descartam o IPCA acima de 7% no fim do ano e de 9% no acumulado em 12 meses de julho após acharem que o pico seria em junho, de 8%, nessa base de comparação.

“A gasolina e o gás de cozinha têm um peso importante no orçamento doméstico. Esses reajustes, junto com o aumento da energia, terão um impacto de mais 0,5 ponto percentual no IPCA de julho. Eu diria que este mês os vilões serão os itens energéticos, que vão ditar a inflação deste mês e podem encerrar em alta até o fim do ano”, avaliou o economista André Braz, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas. O FGV Ibre elevou de 0,5% para 1% a estimativa de alta do IPCA deste mês e pretende elevar de 7% para 7,4% a estimativa de alta do IPCA no fim do ano. “O recuo no preço da energia, que está no patamar mais alto, a bandeira vermelha 2, vai depender do volume de chuvas a partir de outubro”, emendou.

Preço defasado
Para Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o reajuste da Petrobras deu uma má sinalização para o consumidor, que vai pagar mais caro pelos combustíveis, mas foi positivo para o mercado, porque afastou o risco de intervenção no momento em que há muita tensão no governo, com a popularidade em queda. “Havia uma grande dúvida se o presidente Jair Bolsonaro iria interferir na nova política de preços da Petrobras após trocar o comando da estatal e impedir que os reajustes ocorressem no mesmo mês em que houve forte alta nos preços da energia elétrica”, afirmou. “Foi um reajuste corajoso e que vai na direção de manter a autonomia da Petrobras na política de preços”, acrescentou Pires.

De acordo com o especialista em infraestrutura, o reajuste na gasolina anunciado ontem reduziu parcialmente a defasagem do preço da gasolina no mercado interno em relação ao internacional, de 14% para 7%. E, no caso do diesel, ainda há uma defasagem em torno de 3%. A recente valorização do real frente ao dólar, que chegou a ficar abaixo de R$ 5, nos últimos dias, evitou que esse reajuste fosse maior. “Mas é provável que, como a tendência lá fora é de que o preço do barril do petróleo continue subindo, a Petrobras poderá fazer um novo reajuste em agosto para corrigir a defasagem”, explicou Pires. Ele reconheceu que a gasolina e a energia elétrica deverão ser os grandes vilões do IPCA deste ano.

O mercado pode respirar aliviado, mas o consumidor reclama. “Acho um absurdo aumentar os combustíveis em plena pandemia, quando a maioria brasileiros hoje precisam do seu veículo por estar na pandemia, evitar aglomeração de transporte público”, criticou o policial militar Danilo Ferreira, 37 anos. “É totalmente desproporcional à realidade atual que vivemos. O aumento no óleo diesel vai impactar de forma mais drástica os preços de produtos nos supermercados, como os alimentos”, acrescentou Ferreira, morador de Valparaíso. O mecânico Pedro Henrique Marques, 24 anos, engrossa o coro de protestos. “Acho muito errado o fato de ter tanto aumento na gasolina. Para muitas pessoas, o carro é um meio de trabalho, e, com isso, o aumento do combustível afeta diretamente a população”, destacou o morador de Santa Maria.

Categorias criticam reajuste
O primeiro reajuste de combustíveis da gestão do general Joaquim Silva e Luna na Petrobras pegou os caminhoneiros de surpresa. Há menos de uma semana, membros do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) se reuniram com o presidente da estatal e pediram para que o preço do diesel não subisse. “Deixamos claro, na reunião, que se o diesel subisse, ia afetar seriamente não só os caminhoneiros, mas a sociedade em geral, que já está muito pressionada”, disse Plínio Nestor Dias, presidente do CNTRC.

A alta do diesel afeta toda a cadeia produtiva, que depende do frete rodoviário para distribuição no país. Dias afirmou que a greve dos caminhoneiros, marcada para o próximo dia 25 de julho, continua de pé e ganha força com a alta. Segundo ele, o CNTRC enviará uma carta à Petrobras, reafirmando a posição da categoria. “Vamos traçar nossa estratégia para ninguém sair prejudicado, mas vai ter greve”, disse o representante dos caminhoneiros.

Os petroleiros também criticaram. Segundo o coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, o aumento veio da pressão de importadores de combustíveis e de investidores do mercado financeiro. “É mais uma clara demonstração da equivocada política de preço de paridade de importação (PPI), adotada pelo governo Bolsonaro contra a população brasileira e que penaliza, sobretudo, os mais pobres”, criticou o sindicalista.

Bacelar chama a atenção sobre o impacto que os aumentos terão na inflação em efeito cascata, que, junto com a elevação das tarifas de energia elétrica, achatam a renda do trabalhador. “É inadmissível que, com este novo aumento no gás de cozinha nas refinarias da Petrobras, a partir desta terça-feira, o sexto aumento somente neste ano, o gás de cozinha já acumule uma alta de 37,9%”, ressaltou Bacelar.

Ele destacou que nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 8,06%. “Ou seja, em sete meses, o aumento do gás de cozinha já é quase cinco vezes a inflação de um período de um ano”, disse.

Correio Braziliense

Privatização: governo decide vender Correios em um só leilão

Se tornou público os planos do Ministério da Economia para os Correios. Em entrevista para o jornal O Globo, o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, confirmou o interesse do governo federal de privatizar 100% a estatal. A proposta da pasta deverá passar pela Câmara dos Deputados já na próxima semana, antes que os parlamentares entrem em recesso.

Segundo Mac Cord, o esperado é a venda integral da companhia através de um leilão tradicional, onde o comprador terá direito aos ativos e passivos da estatal. O modelo chama atenção por se diferenciar dos planos feitos recentemente para a Eletrobras e BR Distribuidora, ex-subsidiária da Petrobras, baseados em operações no mercado de capitais.

Outro ponto fundamental da venda está na regulação do serviço dos Correios, que deve passar por mudanças. Para assegurar o atendimento nacional, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) passará a regular as atividades do Sistema Nacional de Serviços Postais já se valendo de outro nome, a Agência Nacional de Comunicações (Anacom).

“A empresa vai pegar o Brasil inteiro. A gente chegou a avaliar fatiar por região, mas entendemos que para garantir a universalização é preciso ter o subsídio cruzado dentro da própria empresa”, prometeu Mac Cord.

Com a aprovação da Câmara, o governo pretende leiloar os Correios em março de 2022, no mesmo trimestre da privatização da Eletrobras. A estimativa do valor dependerá do edital, que deve ser publicado ainda neste ano, e de uma avaliação das contas da estatal.

Diario de Pernambuco