Vereadora Aline Nascimento propõe construção de centro de apoio pós-covid-19

Na sessão plenária da Câmara dos Vereadores de Caruaru desta terça-feira (06), a vereadora Aline Nascimento apresentou requerimento que solicita a construção de centro de apoio pós-covid-19 no município

O objetivo do centro é oferecer um acompanhamento feito por uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, psiquiatras, fisioterapeutas, ortopedistas e dentistas que ajude no tratamento das sequelas deixadas pela infecção do coronavírus.

“Sabemos das inúmeras complicações causadas pela covid-19, tanto físicas quanto psicológicas, por isso entendemos a importância da criação de um centro como esse, visando o bem-estar e uma melhor qualidade de vida daqueles que foram acometidos pela doença”, explicou Aline.

O documento foi destinado à prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, bem como ao secretário de Saúde, Breno Feitoza, e ao secretário de Urbanismo e Obras, Rodrigo Miranda.

TRABALHO – Além dessa solicitação, a vereadora apresentou mais três requerimentos e uma indicação. Essa última propõe a inserção de profissionais com formação em psicologia no atendimento ao público na Agência do Trabalho, órgão regido pelo Governo do Estado.

Torneio de Roland Garros é adiado por uma semana devido à pandemia

O torneio de Roland Garros, que aconteceria de 23 de maio a 6 de junho, foi adiado em uma semana devido à pandemia do coronavírus, com a esperança de poder receber o público nas arquibancadas, anunciou a Federação Francesa de Tênis (FFT).

As partidas serão disputadas de 30 de maio a 13 de junho, enquanto o qualifying acontecerá de 24 a 28 de maio. A margem de uma semana permitirá que as restrições em vigor na França por um aumento de contágios por covid-19 sejam flexibilizadas.

O objetivo é “maximizar as possibilidades de que o torneio possa ser disputado diante do maior número de espectadores possível, pensando tanto nos jogadores e jogadoras, como na comunidade de fãs, e garantindo a segurança sanitária de todos”, afirmou a FFT em um comunicado.

“Levando em consideração o objetivo duplo, esta semana pode ser preciosa”, insistiu a Federação.

A edição de 2020 do torneio foi adiada de maio para setembro.

Desta vez, o adiamento de uma semana terá um impacto muito limitado no calendário de competições, mas deixará apenas duas semanas entre o fim de Roland Garros e o início de Wimbledon (28 de junho-11 de julho).

A decisão de adiar a competição teve a aprovação do Grand Slam Board, entidade que reúne os quatro torneios do Grand Slam.

AFP

Como próximo passo, Paulo Câmara e Lula vão à mesa

A reunião entre dirigentes e lideranças petistas e socialistas, realizada na última terça-feira, foi proposta pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. Nas hostes petistas, o encontro é visto como o primeiro movimento sólido na busca de uma pacificação que mira 2022. O próximo passo já está no cronograma dessa recomposição e será uma reunião entre o ex-presidente Lula e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, vice-presidente nacional do PSB. Desta vez, os dois terão uma conversa sem mais espectadores. O martelo ainda será batido sobre a data, segundo a coluna apurou. Nacionalmente, o PSB tem grande relevância para o projeto presidencial do PT, cuja meta, para 2022, é ter os socialistas na aliança e não mais na condição de neutralidade como ocorreu em 2018. Na missão de sedimentar esse caminho, Lula, no encontro virtual anteontem, passou a dançar conforme a música que vem sendo cantada pelo presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, que é a unidade do campo progressista em detrimento do perfil hegemonista do PT. Ainda em 2019, Siqueira chegou a afirmar o seguinte: “Entre o PT e o Brasil, o PT sempre escolhe a si mesmo”. Fez a crítica em relação à orientação dada por Lula, assim que deixou a prisão, no sentido de que o PT tivesse candidatura em todas as capitais.

Ali, Siqueira avisou: “Não vamos aderir a quem não quer apoiar ninguém com todo respeito ao PT”. No ano passado, Pernambuco, que está para o PSB como o projeto presidencial de Lula está para o PT, foi palco de novo imbróglio entre as duas siglas, mais especificamente, a Capital, onde o PT bateu o pé e levou adiante a candidatura de Marília Arraes, contrariando as tentativas de aliança dos socialistas. Na última terça, após a reunião virtual, Siqueira, à coluna Painel da Folha de São Paulo, descreveu um Lula bem diferente daquele de 2019: “Mostrou muita disposição, mas também desprendimento. Disse que não será candidato de qualquer forma, que não está reivindicando essa condição”. A flexibilização de Lula parece ter soado como música aos ouvidos de Siqueira, que acenou: “Penso que temos uma grande responsabilidade de juntar o maior número de forças políticas democráticas para superar essa fase trágica”. A mudança de tom dos dois dirigentes precede a próxima fase, que é Lula ir à mesa com Paulo Câmara.

Folhape

Chile aprova o uso da vacina chinesa anticovid CanSino

A health worker prepares a jab of the Oxford/AstraZeneca vaccine against COVID-19 amid the novel coronavirus pandemic, in Bogota on April 5, 2021. – Colombian President Ivan Duque on Sunday reinforced the curfews he recently imposed in the cities with the highest hospital occupancy to contain a new wave of covid-19 infections and deaths. (Photo by Raul ARBOLEDA / AFP)

O Chile aprovou nesta quarta-feira (7) o uso emergencial da vacina chinesa CanSino Biologics contra o coronavírus, a quarta autorizada pelo governo deste país sul-americano afetado pela segunda onda da pandemia, informou o Instituto de Saúde Pública.

A CanSino se somará às vacinas já aprovadas da Pfizer/BioNTech e Sinovac, que atualmente estão sendo fornecidas no sul do país. Também foi aprovado uso da vacina da AstraZeneca, porém ainda não há nenhuma dose produzida no Chile.

“A aprovação é entre 18 e 60 anos e a razão tem a ver com a maioria dos estudos que foram realizados nessa idade, não há detalhes específicos com relação a idades maiores (…) considerando que ainda temos vacinada a população maior de 55 anos no Chile”, disse o diretor do ISP, Heriberto García.

O funcionário garantiu que a efetividade da vacina CanSino é de 74% segundo um estudo realizado no Paquistão. Diferente do resto das aprovadas no Chile, essa é de dose única.

“Os dados disponíveis apontam que com o tempo esta vacina vai perdendo a resposta imune segura. Entretanto, não sabemos até quanto tempo dura sua efetividade. Portanto, estudos posteriores podem dizer se será necessária uma segunda dose de reforço, por isso demos a aprovação”, destacou García.

O Chile havia comprado no final de março 1,8 milhões de doses desta vacina, que se juntam às 35 milhões que o governo já comprou com outros laboratórios para avançar em seu amplo processo de imunização.

A aprovação é registrada no momento que o Chile chegou a 7,1 milhões de pessoas vacinadas com pelo menos uma dose e 4,1 milhões que já receberam ambas. Com esses números, cerca de 27,6% da população já recebeu a vacina e cumpre as expectativas da campanha (15,2 milhões sobre um total de 19 milhões de habitantes do país).

Os dados posicionaram o Chile como o país com o melhor ritmo de vacinação de sua população na América Latina. Esse processo ocorre paralelamente a uma alta sustentada dos novos contágios do coronavírus, com números diários recordes de casos que têm superado os números da primeira onda, com mais de 8 mil novos infectados por dia.

Desde a detecção do primeiro caso de coronavírus no Chile em 3 de março de 2020, o país acumula 1.042.022 casos e 23.796 mortes.

AFP

Homem é assassinado durante pescaria em São Caetano

Foto: Blog do Adielson Galvão

Evandro Barbosa dos Santos, o “Vandinho”, de 34 anos, foi assassinado a tiros, na noite de ontem (06), na Barragem do Marrocos, em São Caetano, Agreste do Estado. De acordo com as primeiras informações levantadas sobre o caso, a vítima encontrava-se pescando na companhia da esposa e de um amigo, quando acabou sendo surpreendida com a chegada de dois criminosos.

Vandinho foi baleado com cinco disparos de arma de fogo e morreu no local já os demais presentes nada sofreram. Após cometer o crime, os suspeitos fugiram a pé e até o fechamento desta matéria estavam foragidos. O corpo da vítima foi encaminhado ao IML de Caruaru, na mesma região.

G20 promete ajudar países pobres atingidos pela pandemia

This photo taken and handout by the Italian Finance Ministry on April 7, 2021 shows Italy’s Economy Minister, Daniele Franco (Rear C-R) taking part in the 2nd G20 Finance Ministers and Central Bank Governors videoconference meeting in Rome. (Photo by Handout / ITALIAN FINANCE MINISTRY / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE – MANDATORY CREDIT “AFP PHOTO / ITALIAN FINANCE MINISTRY / HANDOUT” – NO MARKETING – NO ADVERTISING CAMPAIGNS – DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS

Os ministros das Finanças do G20 e líderes dos bancos centrais dos 20 países mais ricos se comprometeram nesta quarta-feira (7) a ajudar as nações pobres atingidas pela pandemia do coronavírus.

Os dirigentes pediram ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que aumente a ajuda às nações mais afetadas pelo vírus e decidiram estender a moratória da dívida a esses países.

Reunido virtualmente sob a coordenação da Itália, o G20 das Finanças decidiu “prorrogar a suspensão do pagamento da dívida dos países mais pobres até ao final de 2021”, conforme anunciado pela ministra italiana da Economia, Daniele Franco, após ter especificado que trata-se da “última” extensão.

A economia mundial deve se recuperar da pandemia mais rápido do que o esperado, com crescimento de 6% este ano, informou na terça-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).

No entanto, os países emergentes estão ficando para trás devido aos recursos orçamentários limitados e às lentas campanhas de vacinação.

O grupo dos 20 países mais ricos do mundo decidiu, portanto, a moratória do pagamento da dívida até o final do ano.

A moratória, que em outubro foi estendida até 30 de junho de 2021, teve um impacto bastante limitado. Apenas 46 países, dos 73 indicados, solicitaram e obtiveram o diferimento do pagamento de juros, no valor de 5,7 bilhões de dólares.

O G20 também apoiou o uso de uma nova emissão de direitos especiais de saque (SDRs), uma proposta apresentada no final de março pela diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva.

A proposta consiste em uma alocação de SDR no valor equivalente a 650 bilhões de dólares que daria munição suplementar à instituição para ajudar os países a se recuperarem da crise provocada pela pandemia, “proporcionando liquidez adicional ao sistema econômico”, segundo a líder do FMI. “Pedimos ao FMI que apresente uma proposta concreta”, declararam os ministros no comunicado divulgado ao final da reunião.

O presidente do Banco Mundial, David Malpass, saudou a proposta e pediu “maior transparência”. “Convido todos os países do G20 a publicarem os termos de seus contratos de financiamento e exorto-os a apoiar nossos esforços como Banco Mundial para que os dados de credores e devedores correspondam”, disse ele.

Na véspera, Malpass reconheceu que os países pobres precisarão de um alívio real da dívida a longo prazo, uma vez que, mesmo com a moratória temporária, o peso da dívida em muitos casos é insustentável.

Propostas do FMI e EUA
O FMI anunciou na segunda-feira uma terceira rodada de alívio do serviço da dívida para 28 dos países mais pobres do mundo, no valor de US$ 238 milhões.

A grande maioria dos países beneficiários é da África, embora Haiti, Afeganistão, Ilhas Salomão, Nepal, Tajiquistão e Iêmen também estejam incluídos.

Sobre a proposta da secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, de introduzir um imposto mínimo global sobre a renda das empresas, o G20 limitou-se a declarar que está empenhado em encontrar “uma solução global e de consenso” antes de meados de 2021.

A iniciativa busca acabar com a competição pela redução da carga tributária entre os países e pelo uso de paraísos fiscais pelas empresas, principalmente as de tecnologia.

“É urgente chegar a um acordo” sobre esta questão, reconheceu o ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz.

A ideia foi promovida pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e recebeu um novo impulso esta semana, quando Yellen anunciou que buscaria um acordo no G20. Nenhuma taxa foi decidida, mas as estimativas variam de 12,5% a 21%.

AFP

Perpétua Dantas apresenta projeto que proíbe contratação de condenados por Leis Federais no âmbito Municipal

A vereadora Perpétua Dantas vem recebendo muitas demandas da população, que chegam, principalmente, através dos seus canais de comunicação que estão disponíveis desde sua campanha, como a Plataforma “Cidadão Participa”, Gabinete Itinerante, redes sociais e Gabinete Popular. Foram apresentados Requerimentos, Indicações e Projeto de Lei.

Dentre as proposituras, solicitou o serviço de instalação de manilhas de concreto na estrada de acesso à malhada das caveiras, na Zona Rural, realização as instalações de postes no bairro Novo Mundo e requereu a inclusão dos/as funcionários/as do SUAS/SDSDH, Conselheiros e Conselheiras Tutelares e trabalhadores (as) que atuam na política de proteção Socioassitencial em Caruaru, ofertando programas, projetos e serviços, no grupo de prioridades para a vacinação contra a Covid-19. Além disso, a Vereadora apresentou indicações que solicitam o aumento do efetivo da Patrulha Rural para ter ronda nas Comunidades do Sítio Xique Xique e do Residencial Alto do Moura.

Já o Projeto de Lei apresentado, dispõe sobre a proibição de contratação de condenados pelas Leis Federais Maria da Penha, Estatuto da Criança e do Adolescente, Estatuto da Pessoa com Deficiência e Estatuto do Idoso, por parte do Poder Público Municipal, bem como impede de prestarem serviços ou recebam incentivos públicos municipais, vedando a nomeação no âmbito da administração Pública de Caruaru, para todos os cargos em comissão de livre nomeação e exoneração, ou aqueles de provimento efetivo mediante seleção simplificada, ou ainda de prestação de serviço em qualquer modalidade, de pessoas que tiverem sido condenadas, nos termos previstos por essas Leis.

Será considerado para efeito de impedimento de nomeação do agressor ou agressora, o acórdão condenatório em segunda instância, por crimes de violência contra a mulher, criança e adolescente, pessoa com deficiência e contra a pessoa idosa.
O combate e a prevenção à violência contra a mulher, a criança e adolescente, a pessoa com deficiência e idosa, são um dever do Estado. Esse enfrentamento deve ser proposto em caráter de urgência, pois os índices de violência só aumentam e essa é mais uma maneira de tentar diminuir esse número alarmante.

Audiência Pública debate sobre Direito Animal e ações do Abril Laranja, em Caruaru

Uma audiência pública foi realizada na manhã desta quarta-feira (7), na Câmara Municipal de Caruaru, com o tema: “Direito dos animais não-humanos e o combate aos maus-tratos no município de Caruaru”. O evento solicitado pelo vereador Anderson Correia (PP), reuniu grandes nomes do Direito Animal no Brasil, que debateram sobre o tema, ressaltando e sugerindo ações alusivas à campanha “Abril Laranja” (mês de prevenção contra a crueldade animal), entre outros assuntos em prol da dignidade e bem-estar dos animais não-humanos.

A audiência pública foi online, transmitida ao vivo pela TV Câmara e também pelo Facebook do Poder Legislativo, com a participação do público em geral, com perguntas feitas aos debatedores, levantando pautas relevantes sobre a causa animal. Participaram do debate o Dr. Vicente de Paula Ataíde Júnior – Juiz Federal e Pós Doutor em Direito Animal; o Delegado Matheus Laiola – Delegado da Polícia Civil do Paraná; o Dr. Francisco Garcia – Advogado e Mentor intelectual do Código de Direito e Bem-Estar Animal da Paraíba, além do vereador Anderson Correia, que também é advogado animalista. Também estiveram presentes outros vereadores caruaruenses.

“Estou muito feliz por este momento tão importante para a causa animal em Caruaru. Foi uma manhã de muito aprendizado, com gente que entende do assunto e são referências do Direito Animal em todo Brasil. Quero agradecer a cada um que participou e a todos que se empenharam para que essa audiência acontecesse. Quem ganha com tudo isso são os animais não-humanos do nosso município, e também Caruaru, que entra de vez no rol das cidades que se preocupam e trabalham em prol da causa animal, com muito trabalho por meio de políticas públicas”, disse Anderson Correia.

Deputados analisam compra de vacinas por empresas sem repasse ao SUS

Em reunião de líderes na manhã desta terça-feira (6), deputados definiram que a semana será dedicada à análise de projetos voltados ao combate à pandemia. Além de pautas remanescentes da semana passada, serão discutidos alguns requerimentos de urgência. Um deles para a apreciação do PL 948, que prevê aquisição e distribuição de vacinas por pessoas jurídicas. O projeto é visto com receio por deputados da oposição por derrubar a obrigatoriedade da doação de doses de imunizantes por empresas ao SUS e ainda não há acordo sobre o texto.

Ainda na agenda da semana, consta a análise dos destaques para o PL 1011, que garante o acesso às vacinas para caminhoneiros e profissionais do transportes de cargas. Os parlamentares também vão discutir o PL 823/2021, que institui medidas emergenciais de amparo a agricultores familiares para mitigar os impactos socioeconômicos da emergência da saúde pública.

Consta na pauta também, o PL 1561, que institui a “Loteria da Saúde” como nova modalidade de jogo com destinação dos recursos do produto de sua arrecadação para o Sistema Único de Saúde e, excepcionalmente, para ações de prevenção, contenção, combate e mitigação dos efeitos da pandemia. Pelas redes sociais, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que também devem ser analisadas algumas medidas provisórias.

Também na pauta o PL 1943, que altera artigo das Leis do Trabalho para dispor sobre campanha de divulgação de igualdade de direitos trabalhistas entre homens e mulheres. Além do PL 321/2021, que garante à mulher igualdade nos valores das premiações relativas às competições desportivas realizadas em todo o Brasil.

Congresso em Foco

Relator do orçamento acusa Ministério da Economia de deslealdade

Responsabilizado pelo governo por promover cortes de cerca de R$ 30 bilhões em despesas obrigatórias da Previdência, do auxílio-doença e do seguro-desemprego, o relator do orçamento de 2021, senador Márcio Bittar (MDB-AC), rechaça ter feito qualquer movimento sem o aval da equipe econômica. “Nada foi feito sem conhecimento ou consentimento do Ministério da Economia”, disse o emedebista ao Congresso em Foco Premium. “O que o Ministério da Economia está fazendo agora comigo posso classificar, no mínimo, como deslealdade”, completou.

Os cortes foram feitos para acomodar gastos de R$ 30 bilhões com emendas parlamentares. O senador também retirou R$ 1,9 bilhão que seria reservado para a realização do Censo pelo IBGE. Bittar diz que, com exceção da retirada do dinheiro para o recenseamento, que foi de sua iniciativa, o restante foi excluído a pedido do próprio governo. “Alguém está mentindo”, declarou.

“A fórmula de onde cortar nunca foi coisa da minha cabeça. Eu não ia inventar de cortar da Previdência, do abono. Isso é gasto de energia insuportável e desnecessário”, criticou o senador, que também relatou a PEC Emergencial, que abriu caminho para a retomada do auxílio emergencial. A avaliação de economistas, parlamentares e integrantes da equipe econômica é de que o orçamento aprovado pelo Congresso forçará o governo a estourar o teto de gastos e inviabilizará o funcionamento da máquina administrativa, deixando o presidente Jair Bolsonaro exposto à ameaça de um processo por crime de responsabilidade.

Após integrantes do governo e parlamentares contestarem o corte em despesas obrigatórias, Bittar abriu mão de R$ 10 bilhões de emendas a que tinha direito como relator. A renúncia desse montante, segundo ele, vai retirar recursos da Defesa Civil, de atendimento a dependentes químicos, a estudos de vacina e da fiscalização do Ibama.

O episódio reacendeu a disputa política entre os ministros Paulo Guedes (Economia) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), já que os recursos das emendas foram, em sua maioria, para investimentos em obras indicadas por parlamentares. Obras essas sob o guarda-chuva de Marinho. “Qualquer ajuste eu faria sem necessidade de desgaste, que traz essa briga intestina horrorosa entre ministérios, uma briga de egos que virou patológica”, afirmou Bittar.

O senador ressalta que, como relator da PEC Emergencial, propôs a Guedes a retirada dos R$ 35 bilhões do Bolsa Família do rol de despesas obrigatórias e, por consequência, do teto de gastos. Mas o ministro não aceitou a proposta. Ele temia que a exclusão fosse vista por investidores como um drible ao teto. “Se fizéssemos isso, o problema estaria resolvido”, disse.

Um dos senadores mais próximos de Bolsonaro, Bittar admite estremecimento na relação com o governo. “Não procurei [Guedes] nem vou procurar. Cheguei aqui por conta própria. Não foi Paulo Guedes quem me fez, não foi Bolsonaro quem me fez”.

O Congresso em Foco procurou o Ministério da Economia para comentar as declarações de Márcio Bittar, mas a pasta informou que não vai se manifestar.

Leia a íntegra da entrevista do senador:

Senador, como estão as negociações para destravar o orçamento?

Márcio Bittar – Não estou à frente de negociação alguma. Estão me dando um poder que não tenho. Meu papel, a bem da verdade, encerrou-se na semana passada. Minha surpresa é personagens do governo e do próprio Congresso se mostrarem surpresos com uma conta que era sabida de todo mundo. Era objetivo desde ano passado chegar ao valor de R$ 30 bilhões. Com o orçamento e a PEC Emergencial, que também relatei, a demanda era uma só: dar base legal para o presidente retomar o pagamento do auxílio emergencial. Era que o orçamento tivesse recursos para a saúde e conseguíssemos tirar algum dinheiro para obras e programas importantes, de infraestrutura, não pararem. Sem esse orçamento eles não fecham o ano. Se não resolver isso, significa aumentar o desemprego. Não é só ausência de obras, é mandar para a fila do desemprego pais e mães de família. Me espanta, porque isso não era novidade para ninguém. Agora agem como se tudo isso fosse. Teríamos de cortar em algum lugar para construir isso. Eu defendi publicamente que preferia tirar o programa de transferência de renda do teto de gastos. Se fizéssemos isso, o problema estaria resolvido. A PEC Emergencial possibilitou ao governo voltar com o auxílio emergencial. No orçamento íamos fazer uma engenharia, esse era o desafio para não parar obras e serviços e conseguir algum nível de investimento. Não tem contradição com quem defende uma economia liberal.

O senhor se surpreendeu com a reação do Ministério da Economia?

Nesta época tirar do Estado o mínimo de capacidade de investir é um equívoco. A surpresa minha é essa. O número sempre foi o mesmo, a fórmula ou foi oriunda da Economia ou feita com a concordância da Economia. Foi um corte de R$ 16,5 bilhões da Previdência autorizado pela Economia em reunião com os presidentes da Câmara e do Senado e representantes do ministro Paulo Guedes, da Casa Civil e da Secretaria de Governo. Foram tirados mais R$ 4 bilhões do auxílio doença e R$ 7 bilhões do seguro-desemprego e mais não sei quanto. O que dá R$ 30 bilhões. Alguém está mentindo. Assumo que fui eu que tomei a iniciativa de cortar o orçamento do IBGE, que não ia fazer Censo mesmo. O valor todo mundo sabia que era esse. A fórmula de onde cortar nunca foi coisa da minha cabeça. Eu não ia inventar de cortar da Previdência, do abono. Isso é gasto de energia insuportável e desnecessário. Mas, quando aconteceu, a economia dizia que era muito, de uma conta que ela fazia. Então eu disse: toma de volta R$ 10 bilhões. Meu problema acabou aí.

O senhor sente como se o governo estivesse jogando a bomba no seu colo?

Não é a primeira vez. A ideia do precatório saiu da minha cabeça? Quando divulgaram que o precatório foi autorizado pela Fazenda, no princípio, negaram. É só juntar uma coisa com outra. Economia fala uma coisa, quando recebe crítica diz que não foi ela. Depois, Paulo Guedes admitiu que tinha o DNA da Economia na proposta.

Por que houve aumento de R$ 621 milhões para R$ 7,3 bilhões nas transferências especiais?

Isso é capacidade de fazer confusão. O valor de R$ 30 bilhões era conhecido de todo mundo.

Mas esses R$ 7,3 bilhões não serão aplicados a critério de políticos, sem necessidade de fiscalização?

Isso não existe em lugar algum do mundo, a não ser em regime comunista. Esse valor é de RP 9. É outra discussão. O relator do orçamento pode, deve ter esse poder ou não? Como sou relator deste ano não vou emitir juízo de valor. Esse momento é para Executivo e Legislativo indicarem, o desafio era arrumar um pouco de recursos. Eu sugeri ao governo fazer corte desses R$ 10 bilhões. Como vai manter programa na Defesa Civil? Vai ver que nó isso vai dar. Nesse pacote está dinheiro para estudar vacina brasileira, está dinheiro para assistência social do Ministério da Cidadania para 50 mil famílias dependentes de drogas, dinheiro para fiscalização do Ibama.

Esse episódio muda a relação do senhor com o governo?

Eu me senti estranho. Nunca participei de reunião para discutir cargo nem no meu estado. Minha atuação com o governo sempre foi com a agenda. Confesso que o que o Ministério da Economia está fazendo agora comigo posso classificar, no mínimo, como deslealdade.

O senhor foi procurado pelo ministro Paulo Guedes ou pretende procurá-lo para tratar desse assunto?

Não procurei nem vou procurar. Cheguei aqui por conta própria. Não foi Paulo Guedes quem me fez, não foi Bolsonaro quem me fez. Defendo o governo porque sou aliado dessa agenda. Tudo que pude fazer eu fiz. Nenhum senador da República tem mais afinidade com as reformas do governo o que eu, nenhum. Por mim, tinha desvinculação das receitas, desindexação, queria colocar o fim dos supersalários no pacote, acabar com um monte de munícipios. Queria mais até do que o ministro. Agora há essa confusão a troco de nada. Relator do orçamento é aliado do governo. Qualquer ajuste eu faria sem necessidade de desgaste que traz essa briga intestina horrorosa entre ministérios, uma briga de egos que virou patológica. O valor da conta de onde tirar esses recursos não foi novidade para ninguém. Muito menos para a Economia.

Estamos perto de uma solução?

Sinceramente, isso não é mais objeto da minha preocupação. É minha preocupação como a de qualquer senador. Mas não mais em um papel importante nisso. Eu nunca fiz questão de estar em certas reuniões. Eu dizia que poderia fazer outro relatório. Na reunião em que se decidiu que poderia tirar R$ 16,5 bilhões da Previdência eu nem estava. Só ouvi que era isso mesmo e disse que estava tudo bem. Nenhum corte foi feito sem ter sido ideia da Economia ou tendo concordância da Economia. Depois eu disse ao ministro Paulo Guedes, perguntei de onde ia tirar. Ele não apresentou cardápio e isso foi saindo com o tempo. Nada foi feito sem conhecimento ou consentimento do Ministério da Economia. Temos áudios, pessoas da Economia, do meu gabinete, da Câmara e do Senado que acompanharam tudo isso. Tem documento manuscrito de gente da Fazenda no meu gabinete. Acho ridículo ter de usar esse tipo de expediente.

Congresso em Foco