Governador Paulo Câmara testa positivo para Covid-19

 (Foto: Reprodução/Instagram)
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O governador Paulo Câmara (PSB) anunciou na noite desta segunda-feira (18), por meio de suas redes sociais, que o resultado do seu teste para Covid-19 deu positivo. De acordo com o socialista, os sintomas da doença foram apresentados no início do dia e ele recebeu a orientação para realizar o exame.

O governador afirmou, ainda, que vai iniciar o autoisolamento rígido em casa, seguindo as orientações médicas. Ainda de acordo com Câmara, o Gabinete de Acompanhamento da Pandemia do novo coronavírus funcionará normalmente, de forma remota.

Paulo encerrou o comunicado pedindo para que as pessoas fiquem em casa. O isolamento social é uma das orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para combater a disseminação do novo coronavírus.

Covid-19: Brasil passa de 250 mil casos confirmados

Os cientistas trabalham em um laboratório de nível 2 de bio-segurança no Instituto Rega de Pesquisa Médica da KU Leuven que atualmente está realizando pesquisas para encontrar tratamento contra o coronavírus em Leuven, Bélgica

O balanço diário do Ministério da Saúde, divulgado nesta segunda(18), registrou 13.140 novos casos confirmados de covid-19, totalizando 254.220. Foi o maior número registrados em 24 horas, desde o início da pandemia no país. O resultado marcou um acréscimo de 5,4% em relação a ontem(17), quando o número de pessoas infectadas estava em 241.080.

O Brasil teve 674 novas mortes registradas nas últimas 24 horas e chegou a 16.792. O resultado representou um aumento de 4,2% em relação a ontem, quando foram contabilizados 16.118 mil falecimentos por covid-19. A letalidade (número de mortes por quantidade de casos confirmados) ficou em 6,6% e a mortalidade (número de óbitos por quantidade da população) foi de 7,9%.

Do total de casos confirmados, 136.969 (54%) estão em acompanhamento e 100.459 (39,5%) foram recuperados. Há ainda 2.277 óbitos sendo analisados.

São Paulo se mantém como epicentro da pandemia no país, concentrando o maior número de falecimentos (4.823). O estado é seguido pelo Rio de Janeiro (2.852), Ceará (1.748), Pernambuco (1.640) e Amazonas (1.433).

Além disso, foram registradas mortes no Pará (1.329), Maranhão (576), Bahia (312), Espírito Santo (302), Alagoas (221), Paraíba (207), Minas Gerais (161), Rio Grande do Norte (146), Rio Grande do Sul (144), Paraná (127), Amapá (127), Santa Catarina (85), Piauí (80), Rondônia (77), Goiás (73), Acre (67), Distrito Federal (66), Roraima (60), Sergipe (59), Tocantins (32), Mato Grosso (29)  e Mato Grosso do Sul (16).

Já em número de casos confirmados, o ranking tem São Paulo (63.066), Rio de Janeiro (26.665), Ceará (26.363), Amazonas (20.913) e Pernambuco (20.094). Entre as unidades da federação com mais pessoas infectadas estão ainda Pará (14.734), Maranhão (13.238), Bahia (8.581), Espírito Santo (7.157) e Santa Catarina (5.175).

Ministério da Saúde entrega 823 respiradores a 16 estados do país

Até o momento, foram entregues 823 respiradores a 16 estados do país. As Unidades da Federação que mais receberam foram o Rio de Janeiro (150), Pará (130), Amazonas (120), Ceará (75), Pernambuco (50) e Amapá (45). Os números foram apresentados hoje pelo secretário executivo adjunto do Ministério da Saúde, Élcio franco, e o secretário substituto de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário, durante entrevista no Palácio do Planalto .

Iniciada vacinação de professores e adultos de 55 a 59 anos

Começou nesta segunda-feira (18) a vacinação de professores das redes pública e privada, e adultos de 55 a 59 anos de idade. Nesta etapa, a expectativa é vacinar 10,7 milhões de pessoas. Com esses dois grupos, o Ministério da Saúde encerra a terceira e última fase da Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe. Nas duas primeiras fases da ação, que teve início em 23 de março, 43 milhões de pessoas receberam a vacina. Com isso, todos os estados conseguiram atingir a meta na primeira fase, que foi destinada aos trabalhadores da saúde e idosos. Já na segunda fase, apenas seis estados alcançaram a meta prevista de vacinar 90% dos públicos prioritários.

A terceira e última fase da Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe foi dividida em duas etapas: a primeira ocorreu no período de 11 a 17 de maio, com foco nas pessoas com deficiência; crianças de seis meses a menores de seis anos; gestantes; e mães no pós-parto (até 45 dias). Nesta segunda etapa, estão os professores das escolas públicas e privadas, que devem apresentar o crachá funcional para comprovar o vínculo com alguma instituição; e os adultos de 55 a 59 anos de idade.

“Todas as pessoas que fazem parte dos grupos da primeira fase, segunda e primeira etapa da terceira fase, e que ainda não se vacinaram, podem procurar um dos 41 mil postos de saúde. As pessoas que integram os públicos prioritários precisam ficar protegidas. A vacina não protege contra o COVID-19, mas sim contra três tipos de vírus influenza, responsáveis por síndromes gripais e síndromes respiratórias agudas graves”, informa o secretário-substituto de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Eduardo Macário.

Mesmo sem a realização do dia D, o Ministério da Saúde tem recomendado que estados e municípios intensifiquem a divulgação da campanha e a importância da vacinação. Ao todo, nas três fases da campanha, 77,7 milhões de pessoas estão nos grupos prioritários para receberem a vacina.

Neste ano, o Ministério da Saúde mudou o início da campanha, de abril para março, para proteger de forma antecipada os públicos prioritários contra os vírus mais comuns da gripe. A vacina contra influenza não tem eficácia contra o coronavírus, porém, neste momento, irá auxiliar os profissionais de saúde na exclusão do diagnóstico para coronavírus, já que os sintomas são parecidos. E, ainda, ajuda a reduzir a procura por serviços de saúde. A vacina está disponível nos mais de 41 mil postos de saúde.

Até o momento, 63,2 milhões de doses da vacina já foram distribuídas aos estados para garantir a imunização do público-alvo da campanha. No total, o Ministério da Saúde investiu R$ 1,1 bilhão na aquisição de 79 milhões de doses da vacina para as três fases. A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe segue até o dia 5 de junho e a meta é vacinar, pelo menos, 90% de cada um desses grupos.

A escolha dos grupos prioritários para a vacinação contra a gripe segue recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Essa definição também é respaldada por estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias.”

Covid-19: bancário da Caixa morre na Paraíba

Mais 16 bancários da Caixa Econômica Federal, em apenas dois estados, precisaram ser afastados por confirmação ou suspeita de Covid-19. Dez deles são do Ceará e seis de Alagoas, segundo informações atualizadas nesta segunda-feira (18) pelas associações do pessoal da Caixa (Apcef-CE e Apcef-AL). No total — entre bancários (16) e funcionários terceirizados (4) — são 20 trabalhadores do banco infectados pelo coronavírus ou com sintomas da doença, nestes estados.

Cinco empregados de uma mesma agência da Caixa em Fortaleza (unidade Dom Luís) testaram positivo para a Covid-19. Outros cinco bancários do município de Itaitinga apresentaram sintomas da doença e um deles está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Em Alagoas, além de seis empregados da Caixa em Maceió com suspeitas de contágio pelo coronavírus, quatro trabalhadores terceirizados (três da capital e um do município de Capela) também apresentam sintomas da Covid-19. Uma prestadora de serviço, que trabalhava em agência da capital alagoana, faleceu em decorrência da doença. Neste estado, oito agências da Caixa foram fechadas em Maceió (Tabuleiro, Gruta, Pátio, Barão de Jaraguá, Catedral, Pajuçara, Rosa da Fonseca e Maceió Shopping) e uma em Capela (unidade Conceição do Paraíba).

“Cenário que alertamos e pedimos providências para que fosse evitado pelo governo desde o início da pandemia e da centralização do pagamento do auxílio emergencial no banco”, ressalta o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sérgio Takemoto. “Além de não descentralizar o pagamento do benefício, a direção da Caixa, até hoje, não fez uma ampla e efetiva campanha de informação à sociedade. A desinformação leva milhares de pessoas às agências para serviços que poderiam ser resolvidos pelo telefone ou a internet, por exemplo, ocasionando as aglomerações que colocam em risco tanto a saúde da população como a dos bancários”, acrescenta.

ÓBITO NA PARAÍBA — De acordo com a Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal da Paraíba (Apcef-PB), o bancário Josemar José de Lima faleceu nesta segunda-feira vítima do coronavírus.

Segundo notícias divulgadas na imprensa, mais oito agências da Caixa no estado da Paraíba foram fechadas nesta última sexta-feira (15). Pelo menos dez trabalhadores (empregados do quadro e também prestadores de serviço) foram confirmados com Covid-19.

TENDÊNCIA — Conforme destaca Sérgio Takemoto, além dos mais de 50 milhões de beneficiários do auxílio emergencial de R$ 600, a Caixa também é responsável pelo pagamento do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda. Ele é destinado aos trabalhadores que tiveram redução de jornada e de salário ou suspensão temporária do contrato de trabalho em função da crise causada pela pandemia do coronavírus, o que pode gerar um novo fluxo de quase 24 milhões de pessoas às agências da Caixa Econômica.

Na avaliação do presidente da Fenae, faltou planejamento por parte do governo e ações coordenadas em nível nacional. “Fizemos diversas reivindicações à direção da Caixa e a outros órgãos do Executivo — inclusive, ao ex-ministro da Saúde, Nelson Teich — solicitando que medidas efetivas fossem tomadas em proteção à saúde das pessoas e dos bancários; principalmente, a descentralização do pagamento do auxílio emergencial e a realização de uma efetiva campanha de informação à sociedade. Não nos ouviram e quem está sofrendo são os milhões de brasileiros e os cerca de 50 mil trabalhadores do banco à frente deste atendimento essencial à população”, afirma Takemoto.

MPPE recomenda que Olinda apresente Plano de Contingência para período chuvoso

Tendo em vista a prevenção de acidentes que possam ser ocasionados por chuvas, alagamentos e inundações, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou que a Defesa Civil de Olinda providencie, imediatamente, a elaboração, aprovação e/ou revisão do Plano de Contingência do município para o ano de 2020, visto que Olinda ainda não dispõe de um plano devidamente atualizado para este ano.

A elaboração do documento é de fundamental importância para o planejamento de procedimentos a serem adotados em situações emergenciais. A realização regular de exercícios simulados, por exemplo, é estabelecida no Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil.

Na recomendação, publicada no Diário Oficial desta segunda-feira (18), a 3ª promotora de Justiça de Defesa da Cidadania de Olinda, Belize Câmara Correia, ressaltou que a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil – PNPDEC determina que, além da elaboração do Plano, é de competência municipal a adoção de diversas providências para mitigação e/ou monitoramento de desastres naturais no seu território.

Entre as medidas citadas que podem auxiliar o manejo de recursos naturais em períodos de alta precipitações pluviométricas está a fiscalização, identificação e mapeamento de áreas de risco, adoção de intervenções preventivas e evacuação da população das áreas de alto risco ou edificações vulneráveis. Também é essencial manter sempre a população desses locais informada acerca da ocorrência de eventos extremos bem como sobre protocolos de prevenção e alerta sobre as ações emergenciais em circunstâncias de desastres.

O MPPE deu um prazo de cinco dias para que o município informe se acata ou não as medidas recomendadas

Coronavírus: Reino Unido anuncia investimento bilionário em vacinas

Um pesquisador do Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) trabalha para desenvolver um novo teste para detectar infecções por coronavírus

O governo britânico vai investir mais R$1,5 bilhão em pesquisa e produção de vacinas para o combate ao novo coronavírus. O investimento em pesquisas será direcionado aos dois centros que são os candidatos mais avançados à descoberta da vacina no Reino Unido.

Os recursos estão divididos em R$ 588 milhões em apoio à pesquisa para a Universidade de Oxford e o Imperial College of London, que já têm vacinas candidatas em estágio de testes em seres humanos.

Outros R$ 651 milhões serão destinados para a implementação do Centro de Inovação e Produção de Vacinas (VMIC, na sigla em inglês), que pode começar a produzir vacinas em massa no segundo semestre de 2021. Além disso, outros R$ 266 milhões serão destinados para uma fábrica de implementação rápida, capaz de produção massiva de vacinas já no segundo semestre de 2020, até a inauguração do Centro.

A Universidade de Oxford, que deverá receber 65,5 milhões de libras, concluiu recentemente um acordo de licenciamento global com a farmacêutica britânica AstraZeneca, para comercialização e produção de uma possível vacina. Isso significa que, caso a vacina de Oxford seja bem-sucedida, a AstraZeneca deve disponibilizar até 30 milhões de doses para os britânicos até setembro de 2020. Além disso, o Imperial College of London receberá 18,5 milhões de libras para pesquisas, aumentando as chances de sucesso na busca por uma vacina para covid-19.

De acordo com governo britânico, o Reino Unido está se preparando para produção em massa da vacina, assim que ela estiver disponível. Para isso, será inaugurado no segundo semestre de 2021 o Centro de Inovação e Produção de Vacinas.

O investimento anunciado vai antecipar em 12 meses a inauguração da instalação, antes prevista para 2022. Até o momento, os setores público e privado do Reino Unido acumulam 201 milhões de libras para construir este centro, que ficará baseado no Harwell Science and Innovation Campus, na cidade de Oxfordshire.

A fábrica, que já está em construção, é um componente fundamental no programa britânico para a vacina do novo coronavírus e para garantir que, assim que estiver disponível, ela possa ser produzida rapidamente e em quantidades massivas. O VMIC também vai ser usado para produzir vacinas para outras doenças, como o vírus da gripe.

Justiça determina bloqueio de R$ 396 milhões do Grupo Petrópolis

A Justiça do Rio de Janeiro determinou hoje (18) tornar indisponíveis R$ 396 milhões do Grupo Petrópolis, dono da cerveja Itaipava, além de suspender o contrato de apoio financeiro, devido a atos de improbidade administrativa cometidos pelo ex-governador Luiz Fernando Pezão, o empresário Walter Faria, dono do Grupo Petrópolis e agentes políticos e públicos que ocuparam cargos na Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin) e na Agência Estadual de Fomento (AgeRio).

O pedido foi feito na ação civil pública (ACP), através do Grupo de Atuação Especializada em Combate à Sonegação Fiscal e aos Ilícitos contra a Ordem Tributária do Ministério Público do Rio de Janeiro.

Na decisão, o juiz Bruno Bodart, da 15ª Vara de Fazenda Pública da Capital, suspende o contrato de apoio financeiro celebrado entre o Estado do Rio e a cervejaria Petrópolis, além da cessação imediata de qualquer benefício tributário ou repasse de recursos decorrente do decreto estadual 45.446/2015, que autorizava o repasse de valores para a empresa, estão indisponíveis bens móveis, imóveis e ativos financeiros, no Brasil e no exterior, do patrimônio dos demandados, no valor total de R$ 396 milhões.

A ação foi movida em virtude da comprovação de danos ao tesouro fluminense decorrentes de renúncias de receitas provenientes da política de fomento estadual, denominada Rioinvest. De acordo com a ação civil pública, foi permitido o desvio de finalidade pública do programa de fomento para reembolsar investimentos privados do Grupo Petrópolis realizados em suas fábricas de Teresópolis e Petrópolis desde 2009, concedendo-lhe indevidamente benefícios que, na prática, resultaram em 50% de isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) devido.

Na ACP, é demonstrado que, após a eleição de 2014, na qual o Grupo Petrópolis efetuou a segunda maior doação eleitoral para o então PMDB, partido do ex-governador, no valor de R$ 10,8 milhões, a cervejaria requereu a concessão de incentivos financeiros para suas fábricas e, após identificar que a empresa não preenchia os requisitos do Rioinvest, Pezão alterou as normas do programa de fomento para atender às necessidades do dono da empresa, Walter Faria, que repassou ao grupo político do ex-governador propinas de outros agentes econômicos, através do denominado caixa 3.

Desta forma, com a aprovação da Comissão Permanente para Política de Desenvolvimento do Estado (CPPDE), Pezão editou o decreto que concedeu um financiamento de R$ 687 milhões à cervejaria, R$ 587 milhões referentes ao reembolso de investimentos realizados, em grande parte, com recursos do BNDES e do próprio FUNDES, havendo, inclusive, financiamento duplo ou triplo para os mesmos gastos, tendo sido liberados R$ 379 milhões.

Na decisão, juiz Bruno Bodart destaca a importância de preservação do patrimônio público em um momento de notória debilidade fiscal do Estado.

“Na escolha entre preservar os recursos públicos, tão necessários ao combate à pandemia da covid-19, e o caixa de uma empresa privada que por tantos anos foi beneficiada por programas de incentivo estaduais, sugere a imputada seja privilegiado o interesse particular, o que não se pode admitir”, diz em um dos trechos da decisão.

O magistrado determinou que a Secretaria de Estado de Fazenda encaminhe informações sobre a arrecadação e o faturamento da cervejaria desde 2008, realize, no prazo de 30 dias, ação fiscal nas unidades da empresa em Petrópolis e Teresópolis, região serrana do Rio, para contabilizar os valores recebidos em função dos incentivos fiscais e financeiros decorrentes do decreto, apurando a redução ou supressão de créditos tributários e elaborando as respectivas notas de lançamento, quando cabível, e informe todos os autos de infração já lavrados contra a empresa.

Covid-19: Moraes diz que STF dificulta descumprimento do federalismo

Alexandre de Moraes - Marcelo Camargo/Agência BrasilO ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse hoje (18) que a Corte vem se colocando como obstáculo ao descumprimento do federalismo durante o período da pandemia da covid-19. Moraes participou, nesta tarde, de um debate sobre o papel da União, dos estados e municípios no enfrentamento ao novo coronavírus.

Moraes destacou que o Supremo somente atua quando não há solução entre os governos estaduais, municipais e federal.

“O Supremo Tribunal Federal se coloca como obstáculo a mais contra eventual desrespeito ao federalismo brasileiro. Seja desrespeito por parte da União, seja desrespeito por parte dos estados e municípios. Nem a União pode querer o monopólio do combate à pandemia, nem os estados e municípios podem querer se transformar em repúblicas autônomas”, afirmou.

Moraes também disse que a União não pode proibir os estados de estabelecerem medidas para restringir o transporte intermunicipal, e os estados não podem impedir a livre circulação de alimentos e a manutenção dos serviços de energia elétrica e de telecomunicações.

“Os três entes federativos e os três Poderes de Estado devem interpretar o federalismo com objetivo muito claro, diminuir as desigualdades sociais e regionais. Não se diminui desigualdade social nem regional se não houver o federalismo cooperativo”, argumentou.

Nos últimos dois meses, o Supremo definiu que estados e municípios podem tomar as medidas que acharem necessárias para combater o novo coronavírus, como isolamento social, fechamento do comércio e outras restrições.

Com a decisão, os governadores e prefeitos também podem definir os serviços essenciaisautorizados a funcionar durante o período da pandemia. Antes, somente um decreto do presidente Jair Bolsonaro poderia fazer a definição.

A Corte também confirmou que estados e municípios não precisam do aval do governo federal para estabelecer medidas restritivas de locomoção intermunicipal e interestadual.

Alcolumbre suspende recesso parlamentar

Presidente do Senado, Davi Alcolumbre, preside sessão extraordinária do Senado Federal

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, decidiu suspender o recesso parlamentar, que ocorreria de 17 a 31 de julho. O recesso é previsto na Constituição e ocorre todos os anos. A decisão foi anunciada pela Presidência da Casa após reunião de líderes, realizada na manhã de hoje (18). Segundo nota oficial, o motivo é a pandemia do novo coronavírus (covid-19).

Alcolumbre decidiu também não pautar a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) antes desse período. De acordo com a Constituição, o Congresso Nacional, deputados e senadores em sessão conjunta, precisam aprovar a LDO antes de entrarem em recesso. Dessa forma, o recesso está condicionado à aprovação da LDO.

Sessões remotas
Desde o dia 20 de março que o Senado vem realizando sessões remotas LINK 1 , com apenas dois senadores no Congresso, em uma sala do Prodasen, a Secretaria de Tecnologia da Informação do Senado. Os demais senadores ficam em suas residências ou gabinetes, participando das discussões por videoconferência e usando um aplicativo desenvolvido por técnicos do Prodasen para as votações.

Na Câmara, as sessões remotas tiveram início no dia 25 de março LINK 2 . O sistema adotado pelos deputados é diferente do usado pelos senadores. O presidente da Casa, Rodrigo Maia, fica no plenário, assim como um representante de cada partido. Os demais participam das discussões por videoconferência. O sistema de tecnologia da Câmara permitiu que os deputados tivessem acesso, por meio da internet, às ferramentas legislativas com as opções de voto.

Tanto na Câmara quanto no Senado estão sendo priorizadas votações de propostas de combate a epidemia e suas consequências, tanto na área da saúde quanto na área econômica, e que encontrem consenso entre a maioria. Medidas provisórias com vencimento próximo que, preferencialmente, sejam consensuais, também estão sendo votadas durante o período de isolamento.

Economia Caixa deve receber 2,5 milhões de pessoas por dia até 13 de junho

Os novos calendários de saques do auxílio emergencial de R$ 600 (R$ 1,2 mil para mães solteiras) foram elaborados de modo a manter o fluxo nas agências da Caixa Econômica Federal em torno de 2,5 milhões de pessoas por dia, disse hoje, em Brasília, o presidente do banco, Pedro Guimarães.

Explicou que, em todo o país, esse movimento se repetirá diariamente de amanhã (19) até 13 de junho, quando acabará o saque em dinheiro da segunda parcela.

Segundo Guimarães, o cronograma foi pensado para impedir picos de movimentação nas agências, como os ocorridos em 4 e 5 de maio, quando o saque da primeira parcela em espécie coincidiu com a retirada do dinheiro por quem tinha transferido o benefício para a conta de amigos ou de parentes. “Esse equilíbrio é para ter 2,5 milhões de pessoas [sacando nas agências] na mesma data”, explicou o presidente da Caixa.

De hoje até o dia 29, as agências receberão diariamente 1,9 milhão de beneficiários do Bolsa Família, que retirarão a segunda parcela do auxílio emergencial com base no último dígito do Número de Inscrição Social (NIS). A partir de amanhã, o movimento diário será reforçado por pessoas que tiveram a primeira parcela liberada na última sexta-feira (15) <https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2020-05/dataprev-aprova-auxilio-emergencial-para-83-milhoes-de-brasileiros>. Esse contingente, de 8,3 milhões de pessoas, irá ao banco dividido em grupos de 600 mil pessoas por dia, com base no mês de nascimento.

De 30 de maio a 13 de junho, será a vez de os inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e dos trabalhadores informais irem às agências sacarem a segunda parcela em dinheiro. A retirada também se dará conforme o mês de nascimento, num total estimado entre 2,4 milhões e 2,7 milhões de pessoas por dia.

O pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial para os informais e os inscritos no CadÚnico começa amanhã e vai até o dia 26, mas o dinheiro só será depositado na conta poupança digital da Caixa.

Até o dia 30, esses beneficiários só poderão movimentar o dinheiro por meio do aplicativo Caixa Tem, que permite o pagamento de contas domésticas, de boletos bancários e de compras em lojas e estabelecimentos parceiros do banco.

O presidente da Caixa explicou que o dinheiro da segunda parcela depositado na conta digital só poderá ser sacado em espécie a partir do dia 30 para evitar aglomerações nas agências.

Diferentemente do pagamento da primeira parcela, a transferência da conta digital para contas de terceiros também só será liberada quando começar o saque em dinheiro.

“O movimento nas agências subiu no início de maio por causa disso. Muita gente transferiu para a conta de amigos ou de parentes que foram sacar nas agências da Caixa, aumentando as filas”, justificou.

Guimarães explicou ainda que quem teve o auxílio emergencial liberado mais tarde terá um calendário próprio, recebendo as três parcelas com 30 dias de diferença cada. Como o benefício pode ser pedido até 3 de julho, quem tiver o auxílio liberado após essa data receberá até setembro, caso a primeira parcela saia em julho, ou outubro, caso a primeira parcela só saia em agosto.