Haddad fala em unir democratas e debater “olho no olho” no 2º turno

No primeiro pronunciamento após a confirmação da disputa de segundo turno na corrida presidencial, o candidato Fernando Haddad (PT) afirmou haver “muita coisa em jogo” no pleito deste ano e sinalizou a busca de apoio nas próximas três semanas de campanha. Até a última atualização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o petista tinha 28,95% dos votos válidos contra 46,26% de Jair Bolsonaro (PSL), com 98,86% das urnas apuradas. O segundo turno será realizado no próximo dia 28 de outubro.

“Esta eleição coloca muita coisa em jogo. O próprio pacto da Constituinte de 1988 está em jogo em função das ameaças que sofre quase diariamente”, afirmou. A declaração foi dada em um hotel no bairro do Paraíso, em São Paulo, na presença de dezenas de apoiadores, correligionários e aliados, incluindo a candidata a vice-presidente na chapa, Manuela d’Ávila (PCdoB) e integrantes do PROS, o outro partido que compõe a coligação.

O petista afirmou já ter conversado por telefone com Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL) e Marina Silva (Rede). “Tenho muita consideração por todos e a ideia é manter o diálogo aberto”, disse. Segundo a assessoria do candidato, Haddad trocou telefonemas de cumprimentos com os três adversários, mas ainda não foi definida uma agenda de conversas para viabilizar o apoio deles no segundo turno.

A assessoria de Haddad informou ainda que o governador reeleito da Bahia, Rui Costa (PT), está articulando uma reunião com governadores do PT e aliados para a próxima terça-feira (9), em São Paulo, para discutir o apoio nos estados na sequência da campanha eleitoral. O presidenciável também deve visitar amanhã (8) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, e em seguida deve conceder uma entrevista coletiva à imprensa.

Discutir o Brasil
Em seus discurso, Fernando Haddad disse ainda que pretende “unir os democratas do Brasil” em torno de um projeto que tenha como prioridade o combate as desigualdades sociais do país e a defesa da soberania nacional e popular. Ele falou ainda que o segundo turno abre oportunidade para discutir “frente à frente e olho no olho”.

“Vamos para o campo democrático com uma única arma: o argumento. Nós vamos com a força do argumento para defender o Brasil e seu povo, sobretudo o povo mais sofrido do país”, afirmou. Ao fazer referência ao resultado das urnas, que apontou vasntagem de 18 pontos para Bolsonaro, o petista disse que os números são “expressivos e apontam para os riscos que a democracia corre no país”, finalizou.

Agência Brasil

Bolsonaro vence no exterior

Com quase 90% das urnas apuradas, Jair Bolsonaro obteve a preferência dos 58,4% dos votos válidos dos eleitores brasileiros no exterior.

Ciro Gomes (PDT) foi o segundo colocado, com 14,4%. Fernando Haddad (PT) alcançou o terceiro lugar, com 10,4%. Em quarto lugar, João Amoêdo, do partido Novo, obteve quase 7% dos votos válidos.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cerca de 500 mil brasileiros estavam aptos a votar em 99 países, mas menos da metade compareceu. A abstenção foi altíssima; chegou a 59%. Os votos brancos e nulos se aproximaram dos 5%.

Abstenção chega a 20,3% e é o maior índice desde as eleições de 2002

Agência Brasil

Um em cada cinco brasileiros preferiu não ir votar no pleito deste domingo. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral, 29.719.056 pessoas não compareceram às seções eleitorais – uma taxa de 20,32%. Esse é o maior índice desde 2002 (segundo verificado quando 99,42% dos votos estavam apurados).

O Mato Grosso foi o estado com maior proporção de eleitores que não compareceram para votar, 24,55% (ou 571.841 pessoas). Roraima teve a menor taxa de abstenção: 13,86% (45.120 pessoas). Em termos absolutos, São Paulo teve o maior volume de eleitores que não compareceram à votação: 7.108.863 de pessoas.

O volume total de abstenções é apenas menor que o número de votos obtidos por Jair Bolsonaro (PSL), 49,1 milhões; e por Fernando Haddad (PT), 30,9 milhões.

O número de votos em branco na eleição presidencial foi de 3.095.689 (2,65%) e o número de votos nulos foi de 7.161.245 (6,14%). Somando abstenções, brancos e nulos o total é de mais 39,9 milhões de pessoas que preferiram não ir votar ou escolher um candidato à Presidência da República.

Bolsonaro e Haddad vão ao segundo turno

Os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) decidirão no segundo turno quem será o presidente do Brasil pelos próximos quatro anos, segundo os dados de apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgados na noite deste domingo.

Esta é a oitava eleição presidencial por meio do voto direto desde a redemocratização, no fim da década de 1980. O vencedor governará o Brasil de 1º de janeiro 2019 a 31 de dezembro de 2022.

O resultado do primeiro turno quebrou a polarização entre PT e PSDB na eleição presidencial. Nas últimas seis eleições, os dois primeiros colocados foram dos dois partidos, e houve duas vitórias do PSDB (1994 e 1998) e quatro do PT (2002, 2006, 2010 e 2014).

Paulo Câmara é reeleito com facilidade no 1o Turno

Paulo Câmara, do PSB, foi reeleito, hoje, governador de Pernambuco para os próximos quatro anos. Com 99,37% dos votos apurados por volta das 21h40, o socialista tinha 1.896.126 votos, o que correspondia a 50,61% dos votos válidos, contra 36,01% de Armando Monteiro (PTB).

A reeleição de Câmara leva o PSB ao quarto mandato à frente do governo de Pernambuco, junto com as duas gestões do ex-governador Eduardo Campos, eleito em 2006 e reeleito em 2010.

Paulo Henrique Saraiva Câmara, 46 anos, é natural do Recife. Ele nasceu em 8 de agosto de 1972. É casado com Ana Luiza Câmara, com quem tem duas filhas, Clara e Helena. É formado em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco. Pela mesma instituição de ensino, tornou-se especialista em Contabilidade e Controladoria Governamental e mestre em Gestão Pública.

Aos 21 anos de idade, ingressou no Banco do Brasil como escriturário concursado, entre os anos de 1993 e 1994. Em 1995, ele ingressou no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e entrou para o governo estadual em 2007, como secretário de Administração do primeiro mandato de Eduardo Campos.

Em 2010, assumiu a secretaria de Turismo e, em janeiro do ano seguinte, a da Fazenda. Nesta última pasta, ficou até o início de 2014, quando foi indicado pelo partido para concorrer às eleições, nas quais foi eleito no primeiro turno, com 68% dos votos.

Jarbas e Humberto Costa eleitos senadores

Humberto Costa (PT) e Jarbas Vasconcelos (MDB) foram eleitos, hoje, senadores por Pernambuco. Com 98,29% das seções apuradas até por volta das 21h17, o petista recebeu 1.675.221 votos, o que equivale a 25,66% dos votos, e Jarbas ficou com 1.401.121 votos, o correspondente a 21,46%. Confira a apuração completa no estado.

Neste ano, o eleitor escolheu dois candidatos ao Senado porque o mandato é de oito anos, mas as eleições ocorrem de quatro em quatro anos. Assim, a cada eleição, a Câmara Alta renova, alternadamente, um terço e dois terços de suas 81 cadeiras. Neste ano, 54 vagas estavam em disputa no país.

Veja quem são os deputados federais de Pernambuco

João Campos (PSB)

Marília Arraes (PT)

André Ferreira (PSC)

Felipe Carreiras (PSB)

Luciano Bivar (PSL)

Pastor Eurico (Patriota)

Sebastião Oliveira (PR)

Eduardo da Fonte (PP)

André de Paula (PSD)

Silvio Costa Filho (PRB)

Daniel Coelho (PPS)

Raul Henry (MDB)

Túlio Gadêlha (PDT)

Danilo Cabral (PSB)

Fernando Monteiro (PP)

Wolney Queiroz (PDT)

Augusto Coutinho (SD)

Ricardo Teobaldo (Podemos)

Fernando Filho (DEM)

Gonzaga Patriota (PSB)

Carlos Veras (PT)

Bispo Ossesio (PRB)

Renildo Calheiros (PCdoB)

Tadeu Alencar (PSB)

Fernando Rodolfo (PHS)

Veja quem são os deputados estaduais eleitos em Pernambuco

Veja a lista de deputados em Pernambuco por ordem de número de votos (em negrito os reeleitos):

  • Delegada Gleide Angelo (PSB) – 412.636
  • Pastor Cleiton Collins (PP) – 106.394
  • Guilherme Uchoa Jr. (PSC) – 71.898
  • Doriel Barros (PT) – 66.990
  • Rodrigo Novaes (PSD) – 65.869
  • Clodoaldo Magalhaes (PSB) – 65.750
  • Aglailson Victor (PSB) – 64.763
  • Lucas Ramos (PSB) – 62.968
  • Adalto Santos (PSB) – 60.084
  • Simone Santana (PSB) – 56.583
  • Joaquim Lira (PSD) – 56.336
  • Manoel Ferreira (PSC) – 51.885
  • Clarissa Tércio (PSC) – 50.789
  • Francismar (PSB) – 50.577
  • Diogo Moraes (PSB) – 50.188
  • Gustavo Gouveia (DEM) – 50.058
  • Tony Gel (MDB) – 49.133
  • William Brígido (PRB) – 46.759
  • Joel Da Harpa (PP) – 46.524
  • Claudiano Filho (PP) – 46.314
  • Priscila Krause (DEM) – 46.123
  • Alessandra Vieira (PSDB) – 45.115
  • Antônio Coelho (DEM) – 44.277
  • Alberto Feitosa (Solidariedade) – 42.303
  • Fabiola Cabral (PP) – 41.857
  • Rogério Leão (PR) – 40.307
  • Juntas (PSOL) – 39.175
  • Waldemar Borges (PSB) – 39.031
  • Álvaro Porto (PTB) – 38.712
  • Clovis Paiva (PP) – 37.403
  • Antonio Moraes (PP) – 37.389
  • Eriberto Medeiros (PP) – 36.580
  • Henrique Queiroz Filho (PR) – 35.671
  • Isaltino (PSB) – 35.218
  • Romero Sales Filho (PTB) – 35.195
  • Zé Queiroz (PDT) – 32.740
  • Teresa Leitão (PT) – 31.530
  • João Paulo (Pcdob) – 29.442
  • Romero (PP) – 29.262
  • Delegado Lessa (PP) – 29.128
  • Roberta Arraes (PP) – 28.649
  • Antonio Fernando (PSC) – 27.605
  • Marco Aurélio Meu Amigo (PRTB) – 26.783
  • Romario Dias (PSD) – 26.392
  • Wanderson Florêncio (PSC) – 24.971
  • João Paulo Costa (Avante) – 24.789
  • Aluisio Lessa (PSB) – 23.344
  • Dulcicleide Amorim (PT) – 22.359
  • Fabrizio Ferraz (PHS) – 17.729

Disputa vai para segundo turno em 13 estados

Vão disputar o segundo turno candidatos de 13 estados e do DF, veja quais são:

AM
Wilson Lima PSC
33,86%
Amazonino Mendes PDT
32,61%

AP
Waldez PDT
33,55%
Capi 40 PSB
30,10%

DF
Ibaneis MDB
41,97%
Rodrigo Rollemberg PSB
13,94%

MG
Romeu Zema NOVO
42,75%
Antonio Anastasia PSDB
29,05%

MS
Reinaldo Azambuja PSDB
44,61%
Juiz Odilon PDT
31,62%

PA
Helder MDB
47,75%
Marcio Miranda DEM
30,19%

RJ
Wilson Witzel PSC
41,28%
Eduardo Paes DEM
19,56%

RN
Fatima Bezerra PT
46,14%
Carlos Eduardo PDT
32,48%

RO
Expedito Junior PSDB
31,59%
Coronel Marcos Rocha PSL
23,99%

RR
Antonio Denarium PSL
42,27%
Anchieta PSDB
38,67%

RS
Eduardo Leite PSDB
35,89%
José Ivo Sartori MDB
31,11%

SC
Gelson Merísio PSD
31,12%
Comandante Moisés PSL
29,72%

SE
Belivaldo PSD
40,83%
Valadares Filho PSB
21,50%

SP
João Doria PSDB
31,77%
Marcio França PSB
21,48%

Como o eleitor deve proceder no dia do voto?

No próximo domingo, 147,3 milhões de pessoas vão escolher através de voto seis novos representantes da política. Existem algumas regras que deverão ser cumpridas no dia da eleição. Propaganda eleitoral e manifestação que caracterize boca de urna estão proibidas, assim como aglomerações, distribuição de impressos e volantes, e uso de alto-falantes e amplificadores de som.

Caminhadas, carreatas e passeatas poderão ser realizadas até 22 horas do dia que antecede a eleição, sábado. “O eleitor não pode ser influenciado no momento do voto”, diz a jornalista especializada em eleições e colunista da Folha de S.Paulo, Eliana Passarelli. Por outro lado, a manifestação silenciosa e individual é válida, como por exemplo, o uso de broches, bottons e adesivos. Camiseta e boné são aceitos se não fizerem parte de material distribuído por partidos.

“É melhor evitar o uso deste tipo de vestimenta no dia da eleição”, reforça. Quem presenciar a ocorrência de alguma das proibições deverá acionar imediatamente o juiz eleitoral da zona onde o fato ocorreu.

O presidente da mesa receptora de votos é autoridade máxima dentro da seção eleitoral. Só o juiz eleitoral ou alguém designado por ele está acima do presidente. “O que não estiver claro na legislação é o presidente da mesa quem vai decidir, porque compete a ele o bom desempenho dos trabalhos dentro da seção”, explica.

A famosa “colinha” é essencial no momento do voto. “Esta eleição será a mais difícil e complexa, do ponto de vista do desempenho do eleitor na urna eletrônica, porque serão cinco cargos e seis escolhas. Recomendo sair de casa com a colinha pronta para evitar pressões, atrasos e problemas na hora do voto. Não entre na seção eleitoral sem os números dos candidatos”, aconselha a especialista.

Para Eliana Passarelli, preparar a colinha antecipadamente minimiza a possibilidade de boca de urna, além de permitir a procura pelas informações dos candidatos. “Quem faz boca de urna conta com a indecisão das pessoas que ainda não definiram seus votos”, completa.

Eliana chama a atenção para duas situações. “Se você entrar na urna e não votar poderá ser desabilitado e retornar mais tarde. Se o eleitor começou a votar e não terminar, largando a urna aberta, os votos não realizados serão anulados automaticamente”, orienta.

USO DE CELULAR

Selfie não! Celulares, máquinas fotográficas, filmadoras ou qualquer outro aparelho que prejudique o sigilo do voto estão vetados. Eleitores com biometria e e-Título precisam do celular para a conferência dos mesários.

No momento do voto, o celular poderá ficar sobre a mesa receptora de votos ou local escolhido pelo eleitor, conforme está previsto em lei. Se a estrutura da sala permitir, os mesários poderão colocar um móvel dentro do campo de visão do eleitor, caso ele prefira.

Você pode contribuir com o processo eleitoral. O documento de identificação com foto é obrigatório para quem não possui biometria. É recomendável, também, conferir a seção eleitoral e prestar atenção ao assinar o caderno de votação para não ocupar o espaço de outra pessoa.

PENALIDADES

No caso de prisão em flagrante delito por crime eleitoral, o eleitor será encaminhado à sede da Polícia Federal, que vai instaurar um inquérito policial eleitoral para apurar o caso em até dez dias.

Na falta de órgãos da polícia federal, o eleitor será levado à delegacia comum, segundo explica o professor de direito Marcelo Reina Filho. Se o indiciado estiver solto, o inquérito policial eleitoral será concluído em até 30 dias, mediante fiança ou sem ela.

As penalidades para crimes eleitorais vão de pagamento de multa, que pode variar entre 5 mil e 15 mil UFIR, à detenção de seis meses a um ano com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período. “A legislação eleitoral tem como finalidade garantir a legitimidade da eleição e do voto”, lembra Marcelo Reina.

Este ano o primeiro turno das eleições será em 7 de outubro e o segundo, se houver no dia 28 do mesmo mês