Senado aprova licença-maternidade de 180 dias

A licença- maternidade de 180 dias, já praticada por empresas públicas e algumas privadas, está mais perto de ser uma realidade para todas as mulheres. Foi aprovado, nesta quarta-feira (4), na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, o Projeto de Lei do Senado (PLS) 72/2017, que amplia o prazo da licença-maternidade de 120 para 180 dias.

O texto, de autoria da senadora Rose de Freitas (MDB-ES), também permite ao pai acompanhar a mãe do bebê em consultas e exames durante a gravidez. Como foi aprovado em caráter terminativo, caso não haja recurso para que a proposta seja analisada pelo plenário do Senado, o texto seguirá direto para a Câmara dos Deputados.

“É uma medida que estimula a paternidade responsável, inserindo o genitor, desde os primeiros momentos, na rotina de cuidados com o seu filho que irá nascer”, disse o relator da proposta, Paulo Paim (PT-RS).

Sobre a extensão da licença maternidade, o relator indicou dados da Sociedade Brasileira de Pediatria, mostrando que bebês que ficam seis meses ao lado da mãe têm reduzidas as chances de contrair pneumonia, desenvolver anemia ou sofrer com crises de diarreia. Segundo o relator, o Brasil gasta somas altíssimas por ano para atender crianças com doenças que poderiam ser evitadas, caso a amamentação regular tivesse ocorrido durante os primeiros meses de vida.

Novidades

Outra proposta mais abrangente sobre o assunto está em análise na comissão, mas apesar de lida e discutida, ainda não pode ser votada por falta de quórum. Também da senadora Rose Freitas, o PLS 151/2017 modifica a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para ampliar a licença-maternidade para 180 dias, permitindo o compartilhamento de 60 dias, mesmo nos casos de licença-adoção. Na proposta, além de ampliar o tempo da licença, a senadora sugere o aumento no prazo da licença-maternidade, com a possibilidade de compartilhamento, como estímulo à paternidade responsável.

A proposta ainda prevê a concessão de licença-maternidade em dobro, no caso de filho com deficiência ou com necessidade especial, com previsão de compartilhamento por até a metade do prazo, com o cônjuge ou companheiro, de forma alternada.

O senador Jorge Viana (PT-AC), relator da proposta, apresentou um substitutivo ao projeto, favorável ao compartilhamento dos cuidados da criança nos primeiros meses de vida. Para o senador, cabe aos pais, em conjunto, decidir quem está mais apto, nos primeiros meses de vida do bebê, a ficar afastado de seu posto de trabalho, a fim de ministrar os cuidados necessários ao bem-estar da criança, e quem, no mesmo período, está em melhores condições de permanecer trabalhando.

PT critica decisão do STF e diz que hoje é “dia trágico para a democracia”

Após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter rejeitado o pedido de habeas corpuspreventivo para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou nota afirmando que hoje “é um dia trágico para a democracia e para o Brasil”.

Para o partido, a Constituição “foi rasgada por quem deveria defendê-la e a maioria do Supremo Tribunal Federal sancionou mais uma violência contra o maior líder popular do país, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.

Na nota, a legenda diz ainda que “ao pautar o julgamento do habeas corpus de Lula, antes de apreciar as ações que restabelecem a presunção da inocência como regra geral, a presidenta do STF determinou mais um procedimento de exceção”.

“Não há justiça nesta decisão. Há uma combinação de interesses políticos e econômicos, contra o país e sua soberania, contra o processo democrático, contra o povo brasileiro. A Nação e a comunidade internacional sabem que Lula foi condenado sem provas, num processo ilegal em que juízes notoriamente parciais não conseguiram sequer caracterizar a ocorrência de um crime. Lula é inocente e isso será proclamado num julgamento justo”.

O partido argumenta que a decisão visa a impedir uma candidatura de Lula nas eleições deste ano. “O povo brasileiro tem o direito de votar em Lula, o candidato da esperança. O PT defenderá esta candidatura nas ruas e em todas as instâncias, até as últimas consequências”.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não se pronunciar sobre o julgamento, conforme informação da sua assessoria. Ele acompanhou o julgamento na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Os advogados do ex-presidente também não se manifestaram.

Mesmo com rejeição de habeas corpus, início da prisão de Lula ainda não tem data

Com a rejeição do habeas corpuspreventivo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esgota as possibilidades de recorrer contra sua eventual prisão. Apesar de a Corte ter negado o pedido, Lula não deve ser preso imediatamente.

É preciso que o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba e responsável pela condenação na primeira instância, emita um mandado de prisão.

Há ainda trâmites processuais pendentes no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), segunda instância da Justiça Federal com sede em Porto Alegre, o que pode retardar a ordem de prisão.

A defesa de Lula já declarou que quer apresentar um novo recurso contra a rejeição do primeiro embargo pelos desembargadores da Oitava Turma do TRF4. Os advogados têm dez dias corridos a partir da publicação do acórdão – que ocorreu no dia 27 de março – para abrir a intimação sobre o resultado, e mais dois dias úteis de prazo para entrar com o novo recurso: prazo que vai até 10 de abril.

A interpretação é que se este recurso, denominado embargos dos embargos declaratórios, não for julgado, o processo ainda não teve a tramitação esgotada no TRF4, o que impede a execução provisória da pena. O costume no TRF4 tem sido o de negar rapidamente, por considerar esse tipo de recurso protelatório.

Porém, o juiz Sérgio Moro pode entender que a negativa do primeiro embargo, pelos desembargadores, já encerrou a possibilidade de recursos e decrete a prisão. No passado, Moro já proferiu decisões com ambos entendimentos.

Se o TRF4 negar os embargos antes de uma decisão de Moro, o tribunal deve comunicar o juiz para que ele possa expedir o mandado de prisão contra o ex-presidente. Somente com uma ordem de Moro é que o ex-presidente poderá ser preso. Caso isso ocorra, o mais comum é que ele seja levado para alguma carceragem no Paraná, estado de origem da 13ª Vara Federal – que determinou a condenação e onde Lula deve cumprir, em regime inicial fechado, a pena de 12 anos e um mês estipulada pelo TRF4 em janeiro.

Novos recursos  

Uma vez encerrada a tramitação na segunda instância, a defesa de Lula pode entrar, no prazo de 15 dias, com recurso especial no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a condenação de Lula.

Nessa nova apelação, na qual não haverá reexame de provas, mas somente a análise sobre a legalidade do julgamento, os advogados podem pedir efeito suspensivo da condenação, o que pode resultar na soltura de Lula caso ele já esteja preso.

Os advogados podem ainda entrar, paralelamente e no mesmo prazo, com outro recurso, dessa vez chamado extraordinário, no próprio STF, contestando irregularidades de natureza constitucional.

Por 6 votos a 5, ministros do STF negam habeas corpus preventivo a Lula

Por 6 votos a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou habeas corpusno qual a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva queria impedir uma eventual prisão após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça Federal. Os advogados tentavam mudar o entendimento firmado pela Corte em 2016, quando foi autorizada a prisão após o fim dos recursos naquela instância. O julgamento desta quarta-feira durou cerca de nove horas.

Última a votar, a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, disse que iria manter o mesmo entendimento que marcou seus votos desde 2009, quando se manifestou favorável à possibilidade de prisão após julgamento em segunda instância. “Tenho para mim que não há ruptura ou afronta ao princípio da presunção de inocência o início do cumprimento da pena após a segunda instância”, disse a presidente da Corte, desempatando o resultado.

Brasília - Supremo Tribunal Federal, julga pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula (José Cruzr/Agência Brasil)
Supremo Tribunal Federal rejeitou pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula José Cruz/Agência Brasil

Em julho do ano passado, Lula foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a nove anos e seis meses de prisão. Em janeiro deste ano, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) aumentou a pena para 12 anos e um mês na ação penal do triplex do Guarujá (SP), na Operação Lava Jato.

Com a decisão, Lula perde direito ao salvo-conduto que foi concedido a ele pela Corte no dia 22 de março e impedia sua eventual prisão. Com a rejeição do habeas corpus e o fim do salvo-conduto, o juiz federal Sérgio Moro é o responsável por determinar a prisão imediata do ex-presidente. No entanto, a medida não é automática, porque ainda está pendente mais um recurso na segunda instância da Justiça Federal, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre. Ele também precisa ser comunicado pelo tribunal do fim de toda a tramitação do processo.

Em casos semelhantes na Lava Jato, o juiz determinou a prisão sem esperar comunicação do tribunal. Em outros, aguardou a deliberação final dos desembargadores.

No dia 26 de março, a Oitava Turma do TRF4 negou os primeiros embargos e manteve a condenação de Lula, porém abriu prazo para notificação da decisão até  8 de abril, fato que permite a apresentação de um novo embargo pela defesa de Lula. Para que a condenação seja executada, o tribunal deve julgar os recursos e considera-lós protelatórios, autorizando Moro, titular da 13ª Vara Federal em Curitiba, responsável pela primeira sentença de Lula, expedir o mandado de prisão.

Votaram contra a concessão do habeas corpus no STF: Edson Fachin (relator), Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux e a presidente, Cármen Lúcia, última a votar. Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio e Celso de Mello se manifestaram a favor da concessão por entenderem que a prisão só pode ocorrer após o fim de todos os recursos na própria Corte.

Salvo-conduto perde validade

Em uma última cartada para tentar mudar o resultado do julgamento, a defesa de Lula pediu que o salvo-conduto, que foi concedido pelo STF e impedia a prisão do ex-presidente até hoje, permanesse válido até outra decisão da Corte em duas ações que tratam, de forma mais ampla, da prisão em segunda instância. Mais uma vez, o pedido foi rejeitado pela maioria dos ministros.

Casa de Justiça de Toritama oferece apoio às vítimas de crimes virtuais

A Casa de Justiça e Cidadania do Tribunal de Justiça de Pernambuco (CJC/TJPE), localizada em Toritama, está oferecendo suporte psicológico e orientação jurídica gratuita às vítimas de crimes virtuais. A campanha é resultado de uma parceria com a Prefeitura e a Procuradoria Geral do Município. A unidade disponibiliza para assistência às vítimas uma equipe composta por dois psicólogos, dois assistentes sociais e três advogados, com atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 17h. A casa está localizada na rua Eusébio Soares, 440, no Centro da cidade.

Além da popularização do uso da internet nas mais diversas atividades cotidianas, a ferramenta tem sido utilizada para a prática de crimes virtuais. Informação que é comprovada nas delegacias com o aumento das denúncias de crimes virtuais, como, por exemplo, a divulgação de imagens e vídeos íntimos. Além de ser implantado na CJC de Toritama, o projeto está sendo divulgado nas rádios comunitárias e demais redes de divulgação. “Pessoas de nossa cidade foram vítimas, tiveram suas imagens propagadas. Observamos que novas vítimas desse delito continuam surgindo, e, com a campanha, esperamos conscientizar e intensificar a orientação jurídica para combater essa covarde e criminosa conduta”, disse a procuradora-geral do município e coordenadora da Casa de Justiça e Cidadania de Toritama, Edilma Alves.

Vinculada ao Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) com apoio da Presidência do TJPE, a unidade de Toritama, no Agreste pernambucano, foi inaugurada em dezembro de 2017. A Casa de Justiça e Cidadania atua na promoção da resolução consensual dos conflitos e na prestação de serviços à população, além de possibilitar a aproximação entre a sociedade e o Poder Judiciário. Em Pernambuco, funcionam outras quatros casas: duas no Recife, uma em Olinda e outra em Fernando de Noronha.

Comissão de Direitos Humanos do TJPE vistoria Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico

A Comissão de Direitos Humanos do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) iniciou cronograma de visitas aos grandes estabelecimentos prisionais do Estado, que será cumprido ao longo de 2018, no último dia 26 de março. Na ocasião, o presidente da comissão, desembargador Bartolomeu Bueno, e o secretário executivo de Direitos Humanos do Estado, Eduardo Figueiredo, conferiram a estrutura, o atendimento e as condições de alojamento no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HTCP), localizado em Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife.

“Basicamente, conferimos o andamento dos processos dos detentos/pacientes; quais os tratamentos psiquiátricos que eles recebem; como são feitas as visitas a eles; e se as condições de alojamento têm a higiene adequada prescrita em lei. Enfim, foi um levantamento completo de como eles se encontram e se há ou não uma superlotação carcerária”, explica o desembargador Bartolomeu Bueno.

De acordo com o magistrado, os problemas identificados serão comunicados às secretarias estaduais de Justiça e Direitos Humanos e a de Ressocialização para que os solucionem junto ao governo de Pernambuco. Para o desembargador, as primeiras impressões foram positivas. “A gestora do HCTP, Norma Cassimiro, se mostrou comprometida com a qualidade do tratamento dado aos internos, e o ambiente dentro do presídio era de normalidade e tranquilidade. Porém, constatamos algumas dificuldades. Entre elas, estão dois pavilhões desativados que precisam de algumas reformas”, analisa Bueno.

A próxima ação da Comissão de Direitos Humanos do TJPE, em relação ao HTCP, será angariar recursos através do governo estadual, bem como através de órgãos da União como o Ministério da Justiça, que gerencia o Fundo Penitenciário. Outra atividade será a de acelerar a desinternação de detentos/pacientes que já têm condições de conviverem com seus familiares.

Bartolomeu Bueno explica que o critério hoje adotado em todos os países, e adotado pela Agência Nacional de Saúde, é a desinternação dos detentos em hospitais de custódia. “É fazer com que o detento/paciente, aquele que cometeu um crime e tem debilidade mental, desde que esteja devidamente compensado, possa ter um tratamento ambulatorial ou em casa de albergado, ou numa casa de acolhimento, junto a sua família”, detalha o desembargador.

A visita ao HTCP também foi acompanhada pelos desembargadores e integrantes da CDH do TJPE, Alfredo Jambo e Waldemir Tavares; pelo secretário da Comissão de Direitos Humanos do Tribunal, João Passos; e pela gerente do setor jurídico penal as Secretaria de Ressocialização, Albenice Gonçalves.

Em tempo – A atual composição da Comissão de Direitos Humanos do TJPE foi instalada no último dia 26 de fevereiro pelo presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargador Adalberto de Oliveira Melo. Na solenidade, também foram empossados como suplentes no órgão os desembargadores Alexandre Assunção, Daisy Andrade e Leopoldo Raposo.

“O objetivo da Comissão é garantir os direitos fundamentais previstos na Constituição Federal e nas normativas internacionais das quais o Brasil é signatário, como a Declaração dos Direitos Humanos da ONU”, explica o presidente da CDH, desembargador Bartolomeu Bueno.

Segundo Bueno, aquele que pratica um crime fica com restrição somente ao direito de liberdade, mas os demais direitos permanecem intactos. “Os direitos que não foram atingidos pela sentença avultam em grandeza no sentido de terem um atendimento adequado, já que os custodiados ficam sob a tutela do Estado”.

Morte de Martin Luther King completa 50 anos e ex-assessor relembra lutas

Leandra Felipe – Correspondente da Agência Brasil

“A última campanha de Martin Luther King Jr foi a Campanha dos Pobres. Isso é muito importante, eliminar a pobreza. Isso ainda não foi alcançado”. A afirmação é Tom Houck, ativista que trabalhou na juventude como assistente pessoal de Martin Luther King Jr. e motorista da família dele. Cinquenta anos após a morte de Martin Luther King Jr, completados amanhã (4), Houck conversou com nossa reportagem sobre como conheceu um dos principais líderes dos direitos civis nos Estados Unidos e detalhes sobre a vida dele.

Filho e neto de pastores protestantes batistas, Martin Luther King Jr. formou-se em teologia e foi como pastor em Montgomery, capital do Alabama, que iniciou sua luta pela igualdade de direitos para negros e brancos nos Estados Unidos.

Liderou, em 1955, o boicote aos serviços de transportes na cidade após a costureira negra Rosa Parks ter se recusado a ceder o lugar no ônibus para um branco e foi presa. O boicote durou quase um ano e King foi preso.

Na década de 60, durante os boicotes aos transporte públicos, Tom Houck, ainda estudante do ensino médio, decidiu seguir o reverendo Martin Luther King em Montgomery, e, desde então, nunca mais abandonou a luta pela igualdade racial.

 

Há 50 anos o líder Martin Luther King foi assassinado. Ele foi um dos principais defensores dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos (Arquivo/Fernando Frazão/Agência Brasil)
Há 50 anos o líder Martin Luther King foi assassinado. Ele foi um dos principais defensores dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos Arquivo/Reprodução/Fernando Frazão/Agência Brasil

Houck conta que conheceu o líder norte-americano quando aguardava uma carona, sentado na entrada do Southern Christian Leadership Conference (SCLC), conferência de liderança cristã, que foi presidida por Martin Luther King Jr., organização que defende os direitos civis dos afro-americanos.

“Eu era um rapaz branco, de cabelos longos e castanhos, sentado na calçada esperando uma carona. Foi quando Dr. King me viu e perguntou se eu queria almoçar na casa dele”. Houck diz que ainda hoje recorda o cardápio: frango frito, pão de milho, couve, chá doce e pudim de creme de banana.

Mais tarde naquele dia, Coretta, esposa de King, comentou sobre a necessidade da família de ter um motorista. E nos nove meses seguintes, Houck levou as crianças de King para a escola e algumas vezes o casal.

Nascido em Massachusetts, Tom Houck relembra as históricas marchas de Selma a Montgomery, em 1965. No 7 de março,  600 manifestantes saíram às ruas para cobrar o direito a voto para os negros no estado. O dia, 7 de março, ficou conhecido como Domingo Sangrento, pois os manifestantes foram violentamente reprimidos pela polícia. A transmissão ao vivo pela TV das imagens de violência chamou a atenção da população. Após duas semanas, King liderou uma nova marcha a partir de Selma. Foram três manifestações, que enfrentaram a resistência branca. Os protestos eram organizados por estudantes negros, com apoio de Martin Luther King Jr. Meses depois, o presidente Lyndon Johnson assinou a lei que permitia o direito de voto para negros.

Houck conta que a participação nas marchas de Selma lhe renderam a expulsão da escola de ensino médio que frequentava. “Fui considerado um subversivo. Um rapaz branco marchando em defesa do movimento negro”, diz, lembrando que desde criança ficava inquieto com a segregação racial. “Quando eu tinha seis anos de idade, eu ia pra escola e ficava perguntando por que motivo os banheiros de negros e brancos eram separados”.

Após a marcha de Selma, Houck participou de várias manifestações de desobediência civil não violenta na luta por direitos civis e voto para todos os norte-americanos. Em 1966, chegou a Atlanta para participar do registro de eleitores e passou a trabalhar como assistente e motorista de Martin Luther King.

Mulher invade sede do YouTube nos EUA, fere 4 pessoas e comete suicídio

Uma mulher invadiu nesta terça-feira (3) a sede do YouTube na cidade de San Bruno, na Califórnia, no oeste dos Estados Unidos, deixou quatro pessoas feridas e depois se matou. As informações são da Agência EFE. 

O chefe da polícia de San Bruno, Ed Barberini, afirmou em entrevista coletiva que a mulher suspeita aparentemente cometeu suicídio após invadir a sede da empresa.

O incidente, que ocorreu por volta das 12h46 (horário local, 17h46 em Brasília), fez com que a polícia de San Bruno enviasse vários agentes para a região, retirando centenas de pessoas que ainda estavam na sede do YouTube e em prédios próximos.

Barberini não detalhou o estado de saúde das quatro vítimas, mas declarou que foram transferidas a hospitais da região para serem atendidas.

Em entrevista coletiva anterior, Brent Andrew, porta-voz do Zuckerberg San Francisco General Hospital, disse aos jornalistas que esse centro recebeu três vítimas do tiroteio, das quais uma é um homem que se encontra em estado crítico.

As autoridades indicaram que se trata de uma investigação ativa e que ainda não sabem quais podem ser os motivos por trás deste incidente.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou na sua conta do Twitter uma mensagem após ter sido informado sobre o ocorrido: “Nossos pensamentos e orações estão com todos os afetados”.

A sede do YouTube no Vale Do silício, o coração da indústria tecnológica nos Estados Unidos, é um grande complexo formado por três edifícios na Cherry Avenue de San Bruno, muito perto da estrada Interestadual 380.

As emissoras de televisão locais mostraram hoje vários veículos e oficiais da polícia desdobrados na área, enquanto dezenas de pessoas foram escoltadas para locais seguros com os braços para o alto.

O Google, que é dono do YouTube, publicou uma mensagem na sua conta do Twitter em referência a esta situação: “Estamos em coordenação com as autoridades e proporcionaremos informação oficial do Google e do YouTube quando estiver disponível”.

Por outro lado, diferentes pessoas afirmaram nas redes sociais que houve um tiroteio na sede do YouTube.

Vadim Lavrusik, que em sua conta do Twitter se identifica como funcionário do YouTube, assegurou que havia “escutados disparos” e que havia “gente correndo”.

Este funcionário relatou que primeiro se refugiou em um quarto junto a outros companheiros e posteriormente disse que tinha sido retirado dali e que se encontrava a salvo.

“Estávamos sentados em reunião quando ouvimos pessoas correndo porque o chão estava tremendo. A primeira coisa em que pensei é que era um terremoto”, escreveu no Twitter Todd Sherman, que nesta rede social também se apresenta como funcionário do YouTube.

“Nós nos dirigimos para a saída e então vimos mais gente e alguém disse que havia uma pessoa com uma arma”, acrescentou.

Empresas de telecomunicações rejeitam instalar bloqueador de celular em prisões

As federações que representam empresas e trabalhadores dos serviços de telecomunicação divulgaram nesta terça-feira (3) nota em que se manifestam contra a obrigação de instalar aparelhos bloqueadores de sinal de celular em presídios. O tema consta do Projeto de Lei Complementar (PLP) 470/18, do Senado e está na pauta de votação da Câmara dos Deputados.

De acordo com a nota, o setor não é contra o uso dos recursos, e sim contra a obrigatoriedade de as prestadoras do serviço se encarregarem da instalação e manutenção dos bloqueadores.

Segundo a nota, a iniciativa pode colocar em risco a integridade física dos trabalhadores e o patrimônio das empresas. Responsabilizar as empresas “e os milhares de técnicos por essa tarefa é colocar vidas em risco”, diz o texto, que relaciona ainda recentes atentados ocorridos no Ceará com o bloqueio de sinal de celulares em presídios.

“Há dois anos, também no Ceará, instalações de telefonia foram incendiadas quando se tentou interromper o sinal num presídio”, acrescenta a nota. “Que garantias terão trabalhadores, suas famílias e empresas de que esse tipo de ataque não voltará a ocorrer por todo o País se aprovado o projeto pelo Legislativo?”, questiona o setor.

Pela proposta, parte dos recursos do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel) será usada para o custeio da instalação dos aparelhos de bloqueio. A nota das federações informa que, desde 2001, o fundo recolheu cerca de R$ 60 bilhões e que menos de 10% dos recursos foram aplicados. Somente no ano passado, foram recolhidos R$ 2 bilhões de reais para o Fistel.

Para as federações, o projeto não pode obrigar trabalhadores sem formação específica, treinamento para situações de rebelião e proteção especial a entrar em um presídio. “Em outros países, como Estados Unidos, Canadá, Chile e Itália, há empresas e técnicos especializados nisso”, diz a nota.

As federações sugerem que empresas especializadas, com trabalhadores treinados para realizar esse tipo de serviço em segurança, encarreguem-se da tarefa. Denominadas usuárias de bloqueador de sinais de radiocomunicações (BSR), tais empresas foram criadas pela Resolução 308/2002, da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e devem ser cadastradas no Ministério da Justiça.

A nota é assinada por cinco federações: Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações (Fittel); Brasileira de Telecomunicações (Febratel); Interestadual dos Trabalhadores e Pesquisadores em Serviços de Telecomunicações (Fitratelp); Nacional de Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra) e Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações e Operadores de Mesas Telefônica (Fenattel).

Na véspera de julgamento, manifestantes fazem atos contra e a favor de Lula

Na véspera do julgamento do habeas corpus preventivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Supremo Tribunal Federal (STF), manifestantes contra e a favor da prisão de Lula promoveram atos em diversas cidades do país.

Os ministros da Corte decidem a partir das 14h desta quarta-feira (4) se Lula responderá em liberdade ao processo do triplex do Guarujá (SP), onde ainda cabem recursos nos tribunais superiores. Se tiver o pedido negado, o ex-presidente deverá começar a cumprir a pena de 12 anos e um mês de prisão de forma imediata.

Brasília

Na capital federal, manifestantes favoráveis à prisão do ex-presidente Lula participaram de ato na Esplanada dos Ministérios. De acordo com a organização do ato, que foi convocado por grupos como Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem pra Rua, a previsão era reunir cerca de 5 mil pessoas, mas a forte chuva no início da noite na cidade desmobilizou a manifestação. Cerca de 1.500 pessoas, segundo a Polícia Militar, participaram do protesto.

Acompanhados por um trio elétrico, os manifestantes portavam cartazes e faixas com críticas ao PT e reivindicando a prisão de Lula. Do alto do trio, foram exibidos cartazes com imagens de ministros do STF, como Rosa Weber, Ricardo Lewandovski, Gilmar Mendes e Marco Aurélio, seguidos de vaias. Para os manifestantes, esses magistrados seriam favoráveis ao pedido de liberdade preventiva do ex-presidente.

No mesmo horário, por volta das 18h30, integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de movimentos ligados à Frente Brasil Popular (FBP) distribuíram panfletos contra a prisão em segunda instância de Lula na Rodoviária do Plano Piloto, que é o principal terminal de transporte público da capital.

São Paulo

Na Grande São Paulo, as manifestações a favor e contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocorrem desde a tarde de hoje (3). Em apoio ao ex-presidente, manifestantes começaram uma vigília em frente ao prédio de Lula, em São Bernardo do Campo (SP), às 14h.

Por volta das 18h30, manifestantes ocuparam a Avenida Paulista, na capital, pedindo que Lula seja preso após a condenação em segunda instância. A concentração ocorreu entre o Museu de Arte de São Paulo (Masp) e Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), com carros de som e distribuição de pixulecos (bonecos infláveis). Alguns manifestantes chegaram a pedir a saída de todos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Foram registrados protestos no interior do estado, como Rio Claro, Sorocaba, São José do Rio Preto e São José dos Campos, além de Santos, no litoral.

Rio de Janeiro

A concentração do grupo a favor da prisão de Lula foi na Praia de Copacabana. Com apoio de um telão e de um carro de som, os manifestantes discursaram contra Lula, Dilma Rousseff e vaiaram os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que podem votar a favor do habeas corpuspreventivo.

O grupo também criticou a presidente do STF, Carmem Lúcia, por ter feito recente pronunciamento pedindo calma à população e fazendo um apelo contra a violência.

Um boneco inflável com cerca de 4 metros de altura – representando Lula em uniforme de presidiário – foi posicionado junto ao telão. Por causa do grande número de pessoas, as pistas da Avenida Atlântica tiveram que ser fechadas ao trânsito, na altura do posto 5. Com a chuva forte, por volta das 20h, os manifestantes começaram a deixar o local.