Para Temer, áudio de conversa com dono da JBS confirma sua inocência

O presidente Michel Temer ouviu na noite de hoje (18), na companhia de assessores, o áudio gravado pelo empresário Joesley Batista que o implicaria na compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do doleiro Lúcio Funaro, investigados na Operação Lava Jato. O áudio da conversa entre Temer e Joesley foi divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) depois que o ministro Edson Fachin retirou parcialmente o sigilo da delação premiada do empresário. Após ouvir o áudio, o entendimento de Temer e sua equipe é de que o conteúdo da conversa não incrimina o presidente, confirmando a nota divulgada pelo Palácio do Planalto na noite de ontem (17) e o pronunciamento da tarde de hoje (18).

áudio tem cerca de 40 minutos. Na conversa, Temer e Batista conversam sobre o cenário político, os avanços na economia e também citam a situação de Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Curitiba. O entendimento do governo é que a frase dita por Temer “tem que manter isso, viu?” diz respeito à manutenção do bom relacionamento entre Cunha e Batista, e não a um suposto pagamento de mesada pelo silêncio do ex-deputado. Além disso, Temer minimiza a sua fala no trecho no qual Batista diz que está “segurando dois juízes” que cuidam de casos em que o empresário é processado.

“O presidente Michel Temer não acreditou na veracidade das declarações. O empresário estava sendo objeto de inquérito e por isso parecia contar vantagem. O presidente não poderia crer que um juiz e um membro do Ministério Público estivessem sendo cooptados”, disse a assessoria do Palácio do Planalto, em nota. A expectativa do governo é que o STF investigue e arquive o inquérito.

Veja transcrição de trechos do áudio de reunião de Temer com dono da JBS

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin retirou o sigilo de parte da delação premiada do empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo JBS, e autorizou a divulgação do áudio da conversa do empresário com o presidente Michel Temer. De acordo com Batista, a conversa foi gravada em março deste ano, em encontro no Palácio do Jaburu, e o áudio foi entregue a procuradores do Ministério Público Federal (MPF).

O áudio tem cerca de 40 minutos, e muitos trechos são de díficil entendimento por causa de ruídos.

Na conversa, Temer e Batista conversam sobre a situação do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que foi preso na Operação Lava Jato. De acordo com reportagem do jornal O Globo, divulgada ontem (17), na gravação, Temer teria sugerido que Joesley Batista continuasse a pagar uma espécie de mesada a Cunha para que ficasse em silêncio e não revelasse informações para os investigadores. Em pronunciamento nesta tarde, o presidente Michel Temer disse que “em nenhum momento autorizei que pagasse a quem quer que seja para ficar calado. Não comprei o silêncio de ninguém.”

Veja a transcrição do trecho:

Joesley: Te ouvir um pouco, presidente, como o senhor está nessa situação toda aí? Eduardo… Não sei o que… Lava Jato…

Temer: O Eduardo [inaudível] me fustigar, né? Você viu que…

Joesley: Eu não sei, como está essa relação?

Temer: (…) a defesa… O Moro indeferiu 21 perguntas dele que não tem nada a ver com a defesa dele. Era para [inaudível]. No Supremo Tribunal Federal…
Aí, rapaz [inaudível], mas os 11 ministros [inaudível]

Joesley: Eu, dentro do possível, o máximo que deu ali, zerei tudo. O que tinha de alguma pendência daqui para ali. Zerou. Ele foi firme, foi em cima, já estava lá, veio, cobrou, tal. Pronto. Acelerei o passo e tirei da frente. O outro menino, o companheiro dele que está aqui [inaudível]. Geddel sempre estava [inaudível]. Geddel é que sempre andava ali. Mas o Geddel com esse negócio eu perdio o contato porque ele virou investigado, agora eu não posso encontrar ele.

Temer: É complicado. [inaudível] obstrução de Justiça.

Joesley: Negócio dos vazamentos. O telefone lá do Eduardo com o Geddel volta e meia citavam alguma coisa meio tangenciando a nós, a não sei o que. Eu tô lá me defendendo.

Joesley: [inaudível]. Como é que eu… Que que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora. Eu tô de bem com o Eduardo…

Temer: Tem que manter isso, viu?

Joesley: [inaudível] Todo mês também. Estou segurando as pontas por aí. [inaudível] os processos. Estou meio enrolado aqui, no processo assim…

Temer: [inaudível]

Joesley: Isso, isso. Investigado. Eu não tenho ainda a denúncia.

Em outro trecho da conversa, Joesley Batista diz a Temer que está “segurando dois juízes” que estão com casos em que o empresário é processado. Ele sinaliza, sem citar nomes, que tem recebido informações privilegiadas de um procurador. Em nota, a assessoria do Palácio do Planalto disse que, sobre esse trecho da conversa, “o presidente Michel Temer não acreditou na veracidade das declarações. O empresário estava sendo objeto de inquérito e por isso parecia contar vantagem. O presidente não poderia crer que um juiz e um membro do Ministério Público estivessem sendo cooptados”.

A Polícia Federal prendeu preventivamente hoje o procurador Ângelo Goulart Vilela, investigado por práticas ilícitas.

Veja transcrição do trecho:

Joesley: Aqui eu dei conta do juiz de um lado. Do outro lado um juiz substituto que é o cara [inaudível] Eu consegui (…) dentro da força-tarefa que está também está me dando informação. E eu lá, que estou para dar conta de trocar o procurador que está atrás de mim. Se eu der conta, tem o lado bom e o ruim. O lado bom é que dá uma esfriada até o outro chegar e tal. O lado ruim é que se vem um cara com [inaudível]. O que está me ajudando está bom, beleza. Agora tem um que está me investigando. Eu consegui colar um no grupo. Agora estou tentando trocar…

Temer: O que está…

Joesley: Isso. Então está meio assim. Eles estão de férias. Essa semana eu fiquei preocupado porque saiu um burburinho de que ia trocar ele, não sei o que. Fiquei com medo… Muito bem. Eu tô só contando essa história para dizer assim. Eu tô me defendendo. Me segurando e tal. Os dois lá mantendo, tudo bem.

Em outro trecho, Joesley menciona o nome Rodrigo. De acordo com reportagem do jornal O Globo, Joesley Batista disse, na delação premiada, que o presidente Michel Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para agir em nome de interesses do grupo JBS. A assessoria do deputado informou ontem (17) que Rocha Loures estava fora do país, com retorno programado para hoje e que esclareceria as denúncias.

Veja trecho da conversa:

Joesley: Enfim, mas vamos lá. Eu queria falar sobre isso, falar como é que é (…) vim falar contigo, qual a melhor maneira. Porque eu vinha falando através do Geddel. Eu não lhe incomodar, evidentemente, se não for algo assim…

Temer: [inaudível]

Joesley: Eu sei disso, por isso é que…

Temer: [inaudível]

Joesley: É o Rodrigo? Ah, então ótimo.

Temer: [inaudível] pode passar por meio dele. É da minha mais estrita confiança

Joesley: Eu prefiro combinar assim. Se for alguma coisa que eu precisar, e tal, eu falo com o Rodrigo. Se for algum assunto desse tipo, aí…

Em nota, JBS reconhece pagamentos indevidos e pede desculpas aos brasileiros

O empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, holding que controla o frigorífico JBS, divulgou hoje (18)  uma nota em que admite pagamentos indevidos a agentes públicos e pede “desculpas a todos os brasileiros” pelas relações de suas empresas com autoridades. O documento foi apresentado horas após a divulgação do áudio de conversa entre o empresário e o presidente da República, Michel Temer.

“Não honramos nossos valores quando tivemos que interagir, em diversos momentos, com o Poder Público brasileiro. E não nos orgulhamos disso. Nosso espírito empreendedor e a imensa vontade de realizar, quando deparados com um sistema brasileiro que muitas vezes cria dificuldades para vender facilidades, nos levaram a optar por pagamentos indevidos a agentes públicos”, diz o empresário.

Em áudio de cerca de 40 minutos divulgado pelo STF, Temer e Batista conversam sobre o cenário político, os avanços na economia e também citam a situação do ex-deputado Eduardo Cunha, preso na Operação Lava Jato.

Na carta, Batista ressalta que o país mudou e suas empresas também, segundo ele. “Por isso estamos indo além do pedido de desculpas. Assumimos aqui um compromisso público de sermos intolerantes e intransigentes com a corrupção.”

O empresário confirma no texto que foram assinados acordos de cooperação com Ministério Público. “Pedimos desculpas a todos os brasileiros e a todos que decepcionamos, que acreditam e torcem por nós. Enfrentaremos esse difícil momento com humildade e o superaremos acordando cedo e trabalhando muito”, conclui o empresário.

Unidades do TJPE atendem população em novos horários

A Central de Queixas Orais dos Juizados Especiais Cíveis de Jaboatão dos Guararapes passa a funcionar em novo horário, das 7h às 18h. A mudança é válida a partir desta quinta-feira (18/05), conforme decisão do Conselho da Magistratura do Estado de Pernambuco, publicada no Diário de Justiça eletrônico (DJe) nº 71/2017, de 17 de abril. A unidade está localizada no Fórum Desembargador Henrique Capitulino, Km 80 da BR-101 Sul, no bairro de Prazeres.

Já o Fórum Serventuário Antônio Camarotti, da Comarca de Abreu e Lima, atende a população das 8h às 17h. A unidade está localizada na avenida da Assembleia, 514, bairro de Timbó. A autorização para a mudança de horário foi publicada no DJE n° 57/2017, de 24 de março. No Fórum Juiz Roberto Guimarães, da Comarca de Itambé, o novo horário de funcionamento é das 8h às 17h. A mudança teve início em 2 de maio. O edifício fica situado no Km 28 da Rodovia PE 75, no Centro.

A mudança do expediente forense na Vara única da Comarca de Nazaré da Mata, conforme publicado no DJe 71/2017, de 17 de abril, teve início nesta semana. A população passou a ser atendida no Fórum Ministro Djalma Tavares da Cunha Melo das 8h às 17h. A unidade está localizada no endereço rua Bom Jesus, s/n, no Centro da Cidade.

Capital – Na Biblioteca do Tribunal de Justiça, o horário de atendimento é das 9h às 19h, porém, para empréstimo e devolução de obras, o horário é das 9h às 18h30. A Biblioteca do TJPE mantém um acervo bibliográfico na área jurídica de grande referencial, com aproximadamente 12.000 livros e 260 títulos de periódicos. Está situada no térreo do Palácio da Justiça, Praça da República, s/n, bairro de Santo Antônio, no Recife.

Projeto do Parque Ambiental do Monte Bom Jesus foi lançado no aniversário de Caruaru

Um dos presentes recebidos por Caruaru, em seu aniversário de 160 anos, foi o lançamento do Projeto de Implantação do Parque Ambiental do Monte Bom Jesus. A Prefeita Raquel Lyra, ao lado do vice-prefeito, Rodrigo Pinheiro, do ex-governador João Lyra Neto, do secretariado e vereadores, além do padre Francisco (pároco da “Igreja do Monte” – Santa Luzia), subiram ao Monte Bom Jesus, na tarde da quinta-feira (18), e apresentaram ao público o projeto que busca valorizar as condições físico-ambientais do local, articulando-o com a cidade.

“Quando fui deputada tive a oportunidade de colocar o dinheiro no orçamento, como emenda, para fazer essa obra. Vocês, e Deus, me deram a oportunidade de, como prefeita, poder executar uma obra que vai fazer diferença na vida de cada um”, disse Raquel Lyra. “Vai ter espaço e oportunidade para crianças, para jovens e para as mulheres que trabalharam com a gente no projeto de gastronomia do Monte Bom Jesus, lá no Centro Social São José do Monte, que estão aqui vendendo tapioca e que podem ter, sim, de onde tirar seu sustento com dignidade, vendendo a sua comida aqui no Monte Bom Jesus, com a visitação turística que vamos receber. É assim que a gente entende que pode mudar a vida das pessoas, unindo e reunindo a todos e a todas. Ninguém faz nada sozinho”, disse a prefeita.

Nyadja Menezes, Secretária de Urbanismo e Obras, que está à frente do projeto, disse que esta é uma obra que pensa em atender a várias nuances e vários anseios, especialmente aos praticantes de atividades físicas. “O pessoal que está querendo fazer esportes, pode ir se preparando. porque a gente vai ter um local todo especial aqui no Monte Bom Jesus para poder praticar esportes na trilha ecológica”, ressaltou a Secretária.

O ex-Governador e pai da Prefeita Raquel Lyra, João Lyra Neto, relembrou seu tempo de criança, ao lado de seu pai, João Lyra, e da mãe, Guiomar. “Meu pai era prefeito e minha mãe junto com as mulheres da Diocese, construíram essa escadaria, que, na época, tinha 365 degraus”, disse Lyra Neto. “O que tem que ser preservado é a nossa cultura. E fico muito feliz também, não só pela obra: aqui deverá ser local de visitação para os caruaruenses e para os turistas”, acrescentou.

Projeto

O projeto urbanístico do Parque Ambiental do Monte Bom Jesus contém a construção de um equipamento poliesportivo (quadra poliesportiva), revitalização da escadaria principal (Via Sacra) e reforma de parte das escadarias de acesso dos moradores. Requalificação do entorno da Igreja, com a criação de um pátio, construção de um receptivo turístico, banheiro público e parque infantil (Playground), também fazem parte do projeto, além da implantação de área de proteção ambiental, com a criação de um Parque Ambiental. A obra foi orçada em R$ 1.428.000, e está prevista para ser entregue a população em seis meses.

Ações na Agamenon marcaram o Dia de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

Nesta quinta-feira (18), data em que Caruaru celebrou 160 anos de emancipação, foi também o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Para marcar a data, a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos promoveu uma ação preventiva e de enfrentamento ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. A ação foi realizada pela secretaria, através dos CREAS municipal e CREAS MSE, Serviço de Abordagem Social, Projeto Para Mudar é Preciso Agir e Gerência de Direitos Humanos. As ações de panfletagem, abordagens sociais, apresentações e atividades lúdicas, aconteceram na ciclofaixa da Avenida Agamenon Magalhães, na rua ao lado do antigo Yázigi.

O evento reuniu diversas entidades, entre elas, o grupo de atletas cadeirantes da Apodec, que disputaram um jogo de bocha. Teve também apresentação de esquete teatral do grupo TEA, que explorou a temática, e macroginástica para idosos. A criançada recebeu doces e pipocas e pôde participar de atividades de pintura de rosto e desenho. “É um dia para marcar a luta, para reafirmar o compromisso que nós temos de garantir a total integridade das nossas crianças. Nada mais importante no aniversário de Caruaru do que a gente estar aqui, na avenida, chamando a atenção das pessoas que estão passando para mostrar nossa atuação na cidade, como um canal de recebimento de denúncias”, afirmou o secretário Fernando Silva.

Estiveram envolvidos na ação assistentes sociais, psicólogos, pedagogas, advogados e educadores sociais. Para denunciar algum ato abusivo ou de exploração sexual contra crianças e adolescentes, basta ligar para o “disque 100”.

Randolfe apresenta pedido de impeachment do presidente Temer

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (18) pedido de impeachment do presidente Michel Temer. O documento, assinado pelo senador e pelo Partido Rede Sustentabilidade, será analisado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a quem cabe aceitar ou não a denúncia de crime de responsabilidade. Se for aceito, será criada uma comissão especial para analisar o assunto.

No pedido, Randolfe argumenta que, segundo as reportagens publicadas na imprensa, Temer teria participado na “compra do silêncio de Eduardo Cunha” e que “se valeu do cargo público, sua envergadura institucional e sua influência e trânsito sobre as estruturas de Estado para favorecer-se, obstar a sua própria responsabilização criminal e a de terceiros aliados”.

De acordo com reportagem do jornal O Globo, Temer teria dado o aval para que repasses de dinheiro fossem feitos para comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Um ex-assessor de Temer, o atual deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), aparece em imagens gravadas pela Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil.

Ele aponta que houve atentado à probidade na administração, porque Temer procedeu de modo “incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”. Define também que houve atentado ao livre exercício do Poder Judiciário, tendo em vista a prática de embaraço a investigação de infração penal.

Em plenário, Randolfe disse que a renúncia seria a melhor saída, mas que protocolizou o pedido de impeachment “porque estamos cumprindo com a nossa obrigação”.

” Impeachment é um processo traumático. A solução estaria na vontade popular. Deveríamos votar a proposta de emenda constitucional que estabelece eleições diretas já”,  propôs o senador.

Polícia Federal prende primo de Aécio Neves e assessor de Zezé Perrella

A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira(18) Frederico Pacheco de Medeiros, primo do senador suspenso Aécio Neves (PSDB-MG), que foi afastado do mandato a pedido ministro relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin.

O mandado de prisão de Medeiros foi emitido após o jornal O Globo noticiar ontem (17) que gravações em posse da Justiça revelam o parlamentar pedindo uma propina de R$2 milhões a Joesley Batista, dono do frigorífico JBS. Aécio teria indicado seu primo para receber o montante. Segundo o jornal, as gravações fazem parte da delação premiada da JBS, homologada hoje por Fachin. A delação foi mantida em sigilo.

Frederico foi encontrado em um condomínio na região metropolitana de Belo Horizonte. Mais cedo, também foi presa Andrea Neves, irmã de Aécio Neves. Foi cumprido ainda um mandado de prisão contra Mendherson Souza Lima, assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG). Segundo o jornal O Globo, investigações mostraram que os recursos pedidos por Aécio Neves ao dono do frigorífico foram depositados na conta de uma empresa de Perrella.

Todos os mandados são de prisão preventiva e foram assinados por Edson Fachin, ministro do Superior Tribunal Federal (STF) relator dos processos relacionados com a Operação Lava Jato. Também foi determinado o afastamento de Aécio Neves de suas funções parlamentares.

Foram realizadas ainda buscas no estado de Minas Gerais e Rio de Janeiro e em Brasília, em endereços ligados aos dois senadores e à Andrea Neves. A PF não informa os locais exatos, nem a quantidade da mandados cumpridos. Entre os alvos estão os gabinetes dos parlamentares na capital federal, um imóvel de Andrea Neves no Rio de Janeiro e uma fazenda de Aécio Neves em Cláudio (MG).

Defesa de Aécio tentará reverter no STF afastamento do senador

Mariana Jungmann – Repórter da Agência Brasil

 

Brasília - Agentes da Polícia Federal e procuradores do Ministério Público Federal estiveram hoje na residência do senador Aécio Neves (MG),no Lago Sul (José Cruz/Agencia Brasil)
Aécio Neves passou a manhã em casa reunido com advogadosJosé Cruz/AgenciaBrasil

A defesa do senador Aécio Neves (PSDB-MG) vai buscar ainda nesta quinta-feira (18) no Supremo Tribunal Federal (STF) cópia do processo que resultou no seu afastamento do cargo na manhã de hoje e pedir para formular um requerimento de reconsideração da decisão ao ministro Edson Fachin.

“Uma operação dessas é corriqueira na esfera civil, todos nós pedimos empréstimo, afinal de contas, os juros dos bancos, vocês sabem muito bem, nem sempre são aceitáveis. Então, quem tem a oportunidade de ter um amigo que pode ajudar pede ajuda. Foi o que aconteceu”, disse. O advogado ressaltou ainda que o dono da JBS estava monitorado pela Polícia Federal, que “foi quem ditou as regras de como as coisas ocorreram”.

De acordo com José Eduardo Alckmin, o senador ficou “surpreso e inconformado com o seu pedido de prisão, que, a seu ver, não está adequado à real versão dos fatos”. Para Aécio, segundo o advogado, o que houve foi uma descontextualização de sua conversa com alguém que era seu amigo.

Aécio Neves passou a manhã reunido com os advogados José Eduardo Alckmin e Rodrigo Alencastro, em sua casa, no Lago Sul, bairro nobre de Brasília. O tucano recebeu, no fim da manhã, integrantes da cúpula do PSDB no Senado. Estão reunidos com ele José Serra (SP), Antonio Anastasia (MG), o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PB), e o líder da bancada, Paulo Bauer (SC).

José Eduardo Alckmin falou com jornalistas ao deixar a casa de Aécio antes de seguir para o Supremo. O ministro da Corte Edson Fachin determinou o afastamento do senador, mantendo as prerrogativas, como o foro privilegiado, mas negou os pedidos de prisões preventivas do parlamentar. O pedido de prisão foi apresentado pela Procuradoria-Geral da República.

Alvo de seis inquéritos no STF, Aécio foi citado pelo empresário Joesley Batista na delação premiada que Fachin já homologou. Segundo o jornal O Globo, que afirma ter tido acesso ao depoimento de Joesley e do irmão dele Wesley, Joesley contou aos procuradores que Aécio lhe pediu R$ 2 milhões para pagar despesas com sua defesa na Lava Jato. Ainda de acordo com a reportagem, o empresário disse que, um primeiro pedido semelhante já lhe tinha sido apresentado pela irmão de Aécio, Andrea Neves – presa em caráter preventivo na manhã de hoje, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte.

A informação é do advogado de Aécio, José Eduardo Alckmin. Ele confirmou que Aécio pediu R$ 2 milhões ao dono da JBS, Joesley Batista. Mas, segundo o advogado, foi um pedido de empréstimo para custear a defesa do senador – investigado pela Operação Lava Jato. De acordo com José Eduardo Alckmin, foi uma transação particular, que não teve relação com o cargo de senador.

STF tem quórum para decidir sobre prisão de Aécio e Rocha Loures

O Supremo Tribunal Federal (STF) tem quórum suficiente para decidir sobre o pedido de prisão contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), solicitado pela Procuradoria-Geral da República com base nas informações prestadas pelos empresários Joesley e Wesley Batista, donos do JBS. Para julgar matérias não constitucionais, é exigida a presença de ao menos seis dos 11 ministros. Nove estão em Brasília: apenas Gilmar Mendes e Luis Roberto Barroso estão fora do país.

O tribunal, porém, ainda não confirmou se os ministros analisarão o pedido nesta quinta-feira (18). A inclusão do assunto na pauta depende do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, e da presidente da corte, Cármen Lúcia. Fachin decidiu submeter ao plenário o pedido da Procuradoria-Geral da República. O ministro já determinou o afastamento de Aécio e Rocha Loures do mandato e a prisão de Andrea Neves, irmã do senador, e de Frederico Pacheco de Medeiros, primo do tucano. Além deles também foi preso Menderson Souza Lima, assessor do senador Zezé Perrella (PSDB-MG).

Joesley Batista entregou aos procuradores gravação em que Aécio lhe pede, segundo o jornal O Globo, R$ 2 milhões a pretexto de pagar um advogado. O dinheiro foi entregue em quatro parcelas de R$ 500 mil ao primo do senador. De acordo com o jornal O Globo, Rocha Loures foi flagrado recebendo R$ 500 mil de Joesley para tratar de assuntos da JBS. Perrella é pai de Gustavo Perrella, apontado como o dono da empresa que recebeu os recursos destinados a Aécio. Menderson, assessor do senador, foi identificado como a pessoa que transportou os valores.

No encontro, segundo o jornal O Globo, Joesley contou a Temer que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro – presos em Curitiba – uma mesada para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: “Tem que manter isso, viu?”.

Após a revelação do caso, dois pedidos de impeachment foram apresentados contra Temer na Câmara. Na presença de Joesley, o presidente indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Em seguida, segundo a reportagem, Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados pelo empresário goiano.