A Polícia Federal foi à casa do empresário Eike Batista na manhã desta quinta-feira (26) com dois mandados: um de busca e apreensão para a residência e outro de prisão preventiva para Eike. O empresário, no entanto, não foi encontrado. Sendo assim, ele pode ser considerado foragido da Justiça. Segundo o superintendente da PF no Rio de Janeiro, Tácio Muzzi, a Interpol já foi acionada para ajudar a encontrar o empresário.
A defesa do empresário afirmou aos investigadores que ele está viajando e se apresentará à PF quando retornar. O advogado, no entanto, não informou quando isso deve acontecer. Há suspeita de que Eike tenha embarcado em um avião para Nova York ontem (quarta, 25), porém, ele ainda não foi localizado pela Polícia.
Eike Batista não possui curso superior, o que gera uma indefinição sobre o local que ele cumprirá pena após ser encontrado pela polícia. Segundo Tácio Muzzi, “vai caber ao sistema penitenciário estadual” definir a situação do empresário.
A prisão de Eike foi expedida pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, assim como outros nove mandados de prisão, quatro de condução coercitiva e 22 de busca e apreensão. Todos eles no Rio de Janeiro e no âmbito da Operação Eficiência, que é um desdobramento da Calicute – braço da Lava Jato no Rio.
Além de Eike, o advogado Flávio Godinho, ex-braço direito de Eike e vice-presidente do Flamengo, também teve prisão decretada. São alvos, ainda, o ex-governador fluminense, Sérgio Cabral, seu ex-assessor, Carlos Miranda, e o ex-secretário de governo Wilson Carlos – os três presos desde a Operação Calicute, em 6 de dezembro. De acordo com os investigadores, Eike pagou US$ 16,5 milhões a Cabral.
Nesta etapa, a Lava Jato apura a lavagem de US$ 100 milhões no exterior. Segundo os investigadores, boa parte desses valores já foi repatriada. São apurados, ainda, crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e organização criminosa.
Eike Batista foi citado na operação por suspeita de ter repassado R$ 1 milhão ao escritório de advocacia da esposa de Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo. Em depoimento espontâneo aos procuradores, o empresário afirmou que o pagamento se refere à prestação de serviço de projeto imobiliário de sua empresa REX, junto com a Caixa Econômica Federal.
A nova etapa da Calicute, denominada Operação Eficiência, foi baseada em dois acordos de delação premiada que informaram como funcionava o esquema de lavagem de dinheiro da propina cobrada por Sérgio Cabral durante sua gestão no governo do Rio.