Longe do céu

Folha de S.Paulo

O professor Darcy Ribeiro dizia que o Senado é melhor do que o céu, porque não é preciso morrer para frequentá-lo. Melhor do que ser senador, só ser suplente. Além de continuar vivíssimo, o felizardo não tem que passar pelo desconforto de pedir votos para chegar lá.

Gim Argello foi um suplente de sorte. Passou menos de seis meses na reserva de Joaquim Roriz, o notório ex-governador do Distrito Federal. Acusado de corrupção, o senador renunciou pouco depois da posse. Assim, o substituto foi presenteado com sete anos e meio de mandato.

Ex-vendedor de carros, Gim levou o gosto por negócios para a política. Começou como assessor de Mário Andreazza, o ministro das obras faraônicas da ditadura. Depois especializou-se na Câmara Legislativa de Brasília, laboratório de escândalos recentes como o mensalão do DEM.

No Senado, mostrou rapidamente que não seria um suplente qualquer. Aproximou-se de caciques do PMDB, como José Sarney e Renan Calheiros. Em outra frente, bajulou a então ministra Dilma Rousseff até cair nas graças do governo petista.

Em 2014, o suplente participou de duas CPIs da Petrobras que terminaram em pizza. Mais tarde, o delator Léo Pinheiro contaria à Lava Jato que ele cobrou R$ 7,35 milhões para abafar as investigações e evitar a convocação de empreiteiros. Numa das planilhas da corrupção, Gim era identificado como “Alcoólico”, um trocadilho com o seu apelido.

Nesta quinta (13), o petebista foi condenado a 19 anos de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça. Depois de roçar as estrelas, Gim deve passar uma longa temporada longe do céu.

Temer tenta reconquistar PSDB via Fernando Henrique

A visita do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao presidente Michel Temer, em Brasília, a convite, não foi apenas um reencontro de amigos e para o chefe da nação ouvir dicas de quem passou pelo cargo.

A interlocução com o PSDB no Congresso voltou ao zero, e nem Temer tampouco os ministros conseguiram a reaproximação com Aécio Neves, que desconfia de que o PMDB não vai cumprir acordo para 2018. O PMDB precisa hoje do PSDB na base para aprovar projetos importantes.

Ao nivelar a interlocução ‘por cima’, Temer pode ter piorado a situação. Mas ao lado dele estão os ministros tucanos Bruno Araújo (Cidades) e José Serra (Itamaraty) para tentar aparar as arestas dentro do tucanato.

O acordo informal do PMDB com PSDB é Temer apoiar o senador tucano na candidatura à Presidência em 2018 e indicar um vice. Se Aécio se confirmar candidato.

Prefeitura de Caruaru passa por manutenção

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As obras foram iniciadas pela fachada do bloco A do Palácio Jaime Nejaim, construído em 1966. O serviço inclui limpeza e lavagem das pastilhas, pintura, revestimento cerâmico para paredes externas em pastilha e a retirada cuidadosa dos azulejos/ladrilhos e da argamassa de assentamento.

O bloco B da prefeitura, entregue em 1969, receberá o mesmo tratamento. “As características arquitetônicas serão preservadas. Objetivamos recuperar o desgaste ocasionado pelo tempo”, explicou o secretario de infraestrutura, Bruno Lagos.

Os serviços deverão ser concluídos em 90 dias.

Fórum de lançamento do Plano Diretor acontece nesta quinta-feira

A Empresa de Urbanismo e Planejamento de Caruaru (URB) irá promover, nesta quinta-feira (13), o fórum de lançamento da revisão do Plano Diretor de Caruaru. O evento será realizado na Acic, a partir das 8h30. “É muito importante para nós dar continuidade ao processo de revisão do Plano Diretor, principalmente inserindo a população neste processo, pois as pessoas precisam se envolver nesse projeto tão importante para a nossa cidade”, enfatiza Aldo Arruda, presidente da URB.

O evento será realizado para apresentação do Plano de Trabalho e tem como objetivo apresentar os procedimentos programados e cronograma das atividades para todo o processo de revisão do Plano Diretor Participativo de Caruaru.

A revisão do Plano Diretor de Caruaru será desenvolvida considerando a integração regional e o desenvolvimento local, através de processo de construção nos termos plenos do Estatuto da Cidade e tendo por base os instrumentos de regulação do uso e ocupação do solo e de proteção ambiental e cultural. O Plano Diretor está definido como instrumento básico para orientar a política de desenvolvimento e de ordenamento do município, conforme orienta os preceitos elencados no Estatuto da Cidade – Lei Federal nº 10.257/2001, estabelecendo as condições e limites que a propriedade deva cumprir para atender sua função social.

Mais de 58% dos candidatos eleitos no 1º turno são brancos

No último dia 2 de outubro, primeiro turno das Eleições Municipais 2016, foram eleitos 63.229 candidatos aos cargos de prefeito e vereador. Desse total, 36.858 (58,29%) são da cor/raça branca, 22.877 (36,18%) são pardos, 2.997 (4,73%) informaram ser da raça/cor preta e 324 (0,51%) são da cor/raça amarela. Apenas 173 (0,27%) declararam, no pedido de registro de candidatura, ser indígenas.

A agremiação que mais elegeu candidatos brancos foi o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB): 5.781, sendo 779 para o cargo de prefeito e 5.002 para o de vereador. O PMBD também foi a legenda que mais elegeu candidatos indígenas (19) e pardos (2.450). Já o Partido da Social Democracia Brasileira (PDSB) é o que registra mais candidatos eleitos das raças/cores amarela (38) e preta (300).

Ocupação

Das 219 profissões informadas nos pedidos de registro de candidatura, a predominante entre os candidatos eleitos no primeiro turno do pleito deste ano foi a de “vereador”: 12.324 ao todo.

Em seguida, vêm as seguintes profissões: agricultor (6.153); outros (6.145); servidor público municipal (5.171); empresário (4.013); comerciante (3.842); advogado (1.561); professor de ensino fundamental (1.481); professor de ensino médio (1.245); motorista de veículos de transporte coletivo de passageiros (1.083); e servidor público estadual (1.033).

Os dados foram extraídos das Estatísticas de Resultados das Eleições 2016, disponíveis no Portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Eleições 2016: candidatos receberam mais de R$ 2,5 bilhões em doações

Levantamento parcial divulgado, nesta terça-feira (11), pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revela que os 496.896 candidatos a prefeito e vereador das Eleições 2016 arrecadaram até agora R$ 2.556.242.876,54. O valor representa uma queda de 48% do total recebido pelos candidatos nas Eleições 2012, que foi de R$ 5.312.790.864,34. Esse montante, no entanto, não está corrigido pela inflação registrada no período.

Após o primeiro turno das eleições, o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, explicou que a redução nas doações pode estar relacionada à Reforma Eleitoral 2015 aprovada pelo Congresso que, dentre as várias alterações, diminuiu o período de campanha de 90 dias para 45 dias.

Outro ponto que refletiu diretamente nas prestações de contas foi a proibição de doações de pessoas jurídicas as campanhas eleitorais. A mudança foi introduzida pela mais recente Reforma Eleitoral (Lei nº 13.165/2015), que ratificou a decisão do Supremo Tribunal Federal, na análise da Ação Direta de

Inconstitucionalidade (ADI) 4650, de declarar inconstitucionais os dispositivos legais que autorizavam esse tipo de contribuição. Dessa forma, as doações por parte de pessoas físicas representaram neste pleito um total de R$ 1.160.573.821,01. Em 2012, esse valor foi de R$ 1.145.694446,02. Naquele ano, as doações de pessoas jurídicas foram de R$ 1.610.856.025,65.

Os recursos recebidos de partidos políticos em 2016 também apresentaram queda significativa. Um total de R$ 540.645.615,98 contra R$1.033.674.492,47, em 2012.Além disso, até agora, os candidatos usaram menos recursos próprios do que no último pleito municipal, respectivamente R$ 752.185.001,34, contra R$ 847.505.549,66.

Em contrapartida, as doações às campanhas feitas pela internet aumentaram mais que o dobro em relação ao pleito passado. Neste ano, esse tipo de arrecadação representou um valor de R$ 1.200.678,97 contra R$ 509.367,95, em 2012.

Mudanças

Com a Reforma Eleitoral de 2015, várias regras de doações para campanhas eleitorais foram alteradas e já entraram em vigor nas eleições deste ano. Até 2012, existiam três prestações de conta: duas durante a campanha e outra ao final da disputa. Agora, contudo, os candidatos e os partidos devem apresentar os dados a cada 72 horas, a partir da data do crédito da doação na conta bancária, de todos os recursos em dinheiro recebidos para financiamento de sua campanha eleitoral.

Outras mudanças na legislação aprovadas no ano passado contribuíram para tornar a prestação de contas mais fiel em relação às receitas e despesas das campanhas. Neste ano, as doações podem ser feitas apenas para a conta do candidato ou do partido. Em 2012, havia também a conta do comitê da campanha, abolida na Reforma Eleitoral 2015.

Além disso, este ano, os candidatos ao cargo de prefeito só puderam gastar, no primeiro turno, 70% do maior gasto declarado para o mesmo cargo na eleição anterior, onde houve apenas primeiro turno; nos municípios que tiveram dois turnos na eleição passada, o gasto dos candidatos a prefeito terão um limite de 50% do maior gasto declarado na última eleição. O limite de gastos referentes ao segundo turno, onde houver, está fixado em até 30% do valor previsto do primeiro turno.

Nos municípios com até dez mil eleitores, os gastos da campanha dos candidatos a prefeito não puderam ultrapassar os R$ 108.039,06, já os candidatos a vereador só podiam gastar até R$ 10.803,91.

Artigo: a neutralidade e a democracia

Por Jaelcio Tenório, suplente de vereador

Nos últimos dias, a palavra ‘neutralidade’ tem recebido destaque na imprensa local. Lideranças políticas têm adotado essa postura diante do cenário que está posto no segundo turno das eleições municipais de Caruaru. Em um primeiro momento, pode-se pensar que esse comportamento representa um avanço, ou mesmo um protesto com relação à conjuntura política.

No entanto, uma análise mais aprofundada pode levar a uma compreensão completamente oposta. Os dicionários registram que a palavra ‘neutro’ vem do latim (‘neuter’), e significa “nem um nem outro”, isto é, “indiferença”. Em outras palavras, estar neutro é omitir-se, é recusar-se a fazer algo que deveria ser feito. A omissão não ajuda a ninguém. Em uma sociedade cada vez mais plural como a nossa, abster-se de participar de decisões importantes simboliza a relativização da esperança, apagando as potencialidades de um novo horizonte

A mensagem que fica por trás dessa pretensa ‘neutralidade’ é a seguinte: “Apenas EU conseguiria fazer as ações necessárias. Como EU não cheguei ao segundo turno, isso já não importa mais”. Parece criança, quando perde o jogo e diz que vai voltar para casa, levando a bola consigo. No entanto, Caruaru não pode ser tratada como brincadeira de criança. O debate eleitoral não pode ficar restrito a nomes, cores ou siglas, mas deve ser focado nas demandas da população.

Mais do que projetos de governo, os políticos de Caruaru precisam apresentar um projeto de cidade. E os quadros que possuem um verdadeiro senso de coletividade devem desenvolver esforços para transformar esse projeto – de uma cidade mais justa e melhor para se viver – em realidade. Abrir mão de participar desse momento político e histórico é lançar mão de uma responsabilidade social. E a falta de responsabilidade é filha da falta de autoridade. É o desejo de dissolver o ônus da construção, é manter-se em uma posição confortável para criticar, mas sem ‘arregaçar as mangas’ para contribuir.

O silêncio traz, em si, uma voz gritante de descaso.

Caruaru deve ser discutida com a seriedade e o respeito que os cidadãos merecem. É necessário implementar ações estratégicas levando-se em considerações aspectos geopolíticos, históricos, econômicos e sociais. A Educação necessita ser pensada de maneira holística, que auxilie na formação cidadã e garanta ascensão social. A Saúde precisa de cuidados plenos, desde o aspecto preventivo ao curativo. A Cultura não pode ser confundida com entretenimento, mas precisa estar aliada aos mais elevados padrões estéticos. Abster-se de discutir o segundo turno das eleições é silenciar-se diante das mais urgentes necessidades da Capital do Agreste.

Com isso, não quero dizer que é necessário tomar um lado e defendê-lo cegamente. De modo algum! Não existe partido perfeito, nem ideologia perfeita, aliás, nem ser humano perfeito. Todos temos luzes e sombras e as nossas ambiguidades também são refletidas em nossas instituições. Porém, não considero aceitável manter-se calado quando é momento para opinar. E a opinião não pode ser baseada no ‘achismo’, nas promessas, nos sofismas, mas sim em análises, em estudos, no entendimento. Para erguermos a bandeira da coletividade, precisamos baixar a bandeira do egocentrismo, dos projetos pessoais.

Afinal de contas, o eleitor também deverá levar em conta essa postura. A avaliação do comportamento do candidato não ficará restrita à sua performance no primeiro turno, mas deverá ser completa. O futuro mostrará quais serão os frutos do que for plantado agora. E a população reconhecerá os semeadores e o tipo de grão que está sendo semeado (e por quem).

Ipea detalha perdas bilionárias do SUS com limite de gastos da União por 20 anos

Diante das dificuldades do Sistema Único de Saúde (SUS), o setor vai enfrentar ainda mais restrições com o eventual corte de despesas fixado na proposta de emenda à Constituição (PEC 241/2016) que limita os gastos da União, estados e municípios nos próximos 20 anos, matéria em tramitação do Congresso e jáaprovada em primeiro turno na Câmara, na noite de ontem (segunda, 10).

A constatação é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Diante da possibilidade de promulgação da PEC, o Ipea divulgou um levantamento que detalha as implicações para o financiamento do SUS e para a garantia do direito à saúde caso o novo regime passe no Legislativo. Segundo o estudo, o setor perderia mais de R$ 600 bilhões entre 2017 e 2036, caso a legislação entre em vigor (leia mais abaixo).

 

Leia a íntegra da pesquisa

O documento destaca que os principais problemas do Sistema, já avalizados em debate do setor, são o financiamento e a gestão. Ambos considerados “insuficientes” pela pesquisa. E a partir da sugestão de desvincular as despesas da Saúde da Constituição, o Ipea avaliou que ao instituir o congelamento de gastos, mesmo com a possibilidade de solicitar mais recursos para a Saúde ao Congresso, seria “pouco provável” que o Legislativo autorizasse qualquer repasse maior para o SUS

Pesquisa aponta vitória de Geraldo Júlio em Recife

Atual prefeito de Recife e candidato à reeleição, Geraldo Júlio (PSB) é o líder da corrida eleitoral em segundo turno, com 47% das declarações de voto reunidas na primeira pesquisa Datafolha depois da primeira etapa de votações na capital pernambucana. Seu adversário, o ex-prefeito recifense João Paulo Lima (PT), tem 34% das intenções de voto. Geraldo Júlio por muito pouco não liquidou a fatura já na votação de 2 de outubro: reuniu 49,34% dos votos válidos, enquanto o petista chegou a 23,76%.

Segundo o Datafolha, 6% dos entrevistados em Recife se disseram indecisos sobre o segundo turno, enquanto 13% declararam voto em branco ou nulo. Em relação ao critério dos votos válidos, por meio do qual a Justiça Eleitoral anuncia o resultado definitivo das votações (excluindo-se votos brancos, nulos e indecisos), Geraldo Júlio recebeu 58% das declarações de voto, contra 42% do adversário.

Parceria do jornal Folha de S.Paulo com a TV Globo, a pesquisa foi realizada ontem (terça, 11) e consultou 1.023 pessoas na Grande Recife. Com nível de confiança de 95% (probabilidade de retratar a realidade do cenário eleitoral), a margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Tony Gel lidera primeira pesquisa do segundo turno

O candidato a prefeito de Caruaru pelo PMDB, Tony Gel, lidera a primeira pesquisa de intenção de votos para prefeito de Caruaru com 46,21% das intenções de voto, contra 39,50% da candidata do PSDB, Raquel Lyra. O levantamento é do Instituto Datamétrica e foi contratada pelo jornal Diário de Pernambuco.

A pesquisa tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos. Brancos e nulos, somou 4,30%. Não sabe ou não respondeu 10%. O levantamento foi registrado no TSE com o número 06501-2016.

Em instantes o blog traz mais detalhes da ´pesquisa Datamétrica.