Temer sanciona, com vetos, LDO 2017

Do G1

O presidente Michel Temer sancionou, com dezenas de vetos, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017. A sanção foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União.

Entre os dispositivos da lei aprovada pelo Congresso, mas vetados agora por Temer, está o que aplica o teto para os gastos públicos. Ao justificar o veto, o presidente afirma que o texto aprovado pelo Congresso “trata o assunto, parcialmente, de forma diferente” ao previsto na Emenda Constitucional 95, que instituiu o teto.

A diferença está no índice de correção das despesas primárias do governo para 2017: o texto aprovado pelo Congresso diz que essa correção será feita pelo índice de inflação (IPCA) apurado de janeiro a dezembro de 2016, mas a Emenda Constitucional que instituiu o teto, promulgada em 15 de dezembro, já informa que o índice de correção para 2017 será de 7,2%.

Outro artigo vetado incluía entre as prioridades do governo federal para 2017 “a conclusão de obras inacabadas com percentual de execução física superior a 50%”. O presidente alegou que a medida “restringe a discricionariedade do Poder Executivo” e coloca em risco “a gestão fiscal do orçamento”.

Temer vetou ainda um artigo que determinava a realização, em 2017, de uma auditoria da dívida pública. De acordo com o presidente, esse tema “não é matéria da Lei de Diretrizes Orçamentárias”.

Subvenção e contingenciamento

O texto aprovado pelo Congresso também determinava a publicação, na internet, de informações sobre subvenções e equalizações de taxas de juros pagas com recursos do Tesouro Nacional, incluindo valores e os nomes das empresas e pessoas físicas beneficiadas. Essas subvenções ocorrem, por exemplo, nos empréstimos feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O presidente vetou a medida alegando que os bancos de fomento “não dispõem” de informações tão específicas, e que a abertura dessas informações “geraria situação de desequilíbrio concorrencial no mercado bancário” além de ferir “o sigilo bancário dos clientes”, o que poderia gerar questionamentos na Justiça.”

Também foi vetado pelo presidente um artigo que excluía de eventuais contingenciamentos o orçamento para alguns programas, entre eles o que fixa despesas para o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), Investigação e Prevenção de Acidente Aeronáuticos, implantação de um sistema de monitoramento de fronteiras, despesas relativas às agências reguladoras e despesas destinadas à implantação e funcionamento de universidades federais criadas a partir de 2016.

O presidente alegou que a medida “traz maior rigidez para o gerenciamento das finanças públicas, especialmente no tocante ao alcance da meta de resultado primário”.

Congresso

No dia 15 de dezembro, após concluir a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017, o Congresso Nacional aprovou o Orçamento para o ano que vem, chamado de Lei Orçamentária Anual (LOA).

A proposta contempla um déficit primário de R$ 139 bilhões, em conformidade com a meta que havia sido anunciada pelo governo em julho deste ano.

O projeto amplia em aproximadamente R$ 10 bilhões os recursos previstos para a Saúde. Com isso, as despesas com saúde no ano que vem devem alcançar R$ 115,3 bilhões.

A LOA do ano que vem já respeita as regras, aprovadas pelo Congresso na PEC do teto de gastos, que limitam o crescimento do gasto público à inflação do ano anterior. A exceção se dará nas áreas da saúde e educação, que entrarão nesse teto em 2018.

O texto aprovado prevê que o salário mínimo no ano que vem será de R$ 945,80. O valor é 7,5% maior do que o deste ano (R$ 880,00). O valor do mínimo é calculado pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulada no ano de 2016 (estimada em 7,5%), mais a taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) apurada pelo IBGE em 2015 (o PIB foi de -3,8%).

Com isso, não haverá aumento real do salário mínimo, pois não houve crescimento do PIB real no período de referência. Assim, o índice de correção concedido deverá cobrir apenas a inflação do período.

A LOA também estima em 1,6% o crescimento do PIB para 2017 e em 4,8% a inflação. A taxa Selic prevista é de 12,11%, enquanto o câmbio médio foi projetado para R$ 3,43 por dólar.

A proposta mais que dobrou o valor previsto para repasses ao fundo partidário no ano que vem. Pela proposta do governo, o fundo seria abastecido com R$309,2 milhões em 2017. No relatório, porém, o valor foi ampliado para R$ 819,1 milhões.

Governo estuda como exigir contrapartidas de estados

Uma semana após a Câmara dos Deputados retirar contrapartidas a estados que renegociarem dívidas com a União, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou, hoje, que o governo está estudando maneiras de reintroduzir essas exigências.

O texto, que aumenta em até 20 anos o prazo para o pagamento das dívidas, já havia sido aprovado pela Câmara e passou pelo Senado, onde foi alterado. Por isso, voltou para a análise dos deputados.

No plenário, foram retiradas do projeto contrapartidas como o aumento da contribuição previdenciária de servidores estaduais e a proibição de criação de novos cargos. O texto está com o presidente Michel Temer, que precisa sancioná-lo.

De acordo com o secretário, está em avaliação a apresentação de um novo projeto para análise do Congresso. “Estamos considerando as alternativas. Estamos avaliando de que maneira, ou não, a gente poderia reintroduzir os mecanismos que lá existiam”, disse, ressaltando que alguma forma de veto ao projeto também é uma “alternativa”.

Guardia esteve na manhã desta terça com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele argumentou que não adianta apenas adiar o pagamento das dívidas, se o problema central está no excesso de despesas dos estados com salários, previdência e incentivos fiscais.

“Não tem sentido a gente ter postergação de pagamento de dívida sem ter instrumentos para que os estados façam os ajustes. Não basta adiar a dívida. Isso seria só jogar o problema para frente”, disse.

PF realizou buscas em gráfica da campanha de Dilma e temer

A Polícia Federal realizou, na manhã desta terça-feira (27), operação de busca e apreensão em empresas subcontratas por gráficas que receberam valores da chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) na campanha eleitoral de 2014. A operação buscar esclarecer a capacidade das empresas na prestação dos serviços que teriam sido realizados na ocasião. A Polícia Federal também cumpre diligências no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). Não há mandados de prisão.

Ao todo, estão sendo realizados mandados de busca e apreensão em cerca de 20 endereços localizados nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. A ação foi autorizada pelo ministro Herman Benjamin, relator do processo de cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Polícia Federal informou que não comentará a operação.

Os alvos são empresas as gráficas VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior Ltda., Focal Confecção e Comunicação Visual Ltda. e Rede Seg Gráfica Eireli. Em agosto deste ano, peritos já haviam informado que as empresas não apresentaram documentos suficientes para comprovar o trabalho pago pela campanha. Apesar da defesa de Dilma ter apresentado documentos que comprovariam o uso dos recursos, na ocasião, os peritos afirmaram não ter sido suficiente.

Em relatório mais recente, do dia 15 de dezembro, o Ministério Público Eleitoral e a Polícia Federal afirmam haver “fortes traços de fraude e desvio de recursos” ao analisar as informações colhidas com a quebra dos sigilos bancários. Foram apontados indícios de fraude na campanha de Dilma e Temer nas eleições de 2014. No relatório, os peritos relatam suspeitas de que recursos pagos teriam sido desviados e direcionados ao enriquecimento sem causa de pessoas físicas e jurídicas diversas para benefício próprio.

Na volta do recesso, STF analisará temas polêmicos

Dois anos após decidir abrir as primeiras investigações contra políticos acusados de receber propina desviada da Petrobras, o Supremo Tribunal Federal (STF) voltará a ser protagonista da Operação Lava Jato. Em fevereiro, após o fim do recesso da Corte, o Supremo enfrentará a primeira decisão polêmica prevista para 2017, quando deverá homologar as delações premiadas de 77 executivos da empreiteira Odebrecht, que citam políticos de vários partidos. São mais 800 depoimentos que já estão em análise pelo relator, ministro Teori Zavascki.

Outras questões polêmicas como a autorização do aborto para mulheres infectadas pelo vírus Zika, a descriminalização do porte de drogas e a terceirização da atividade-fim das empresas privadas também devem ser julgadas ano que vem. O início dos trabalhos na Corte terá destaque pela pauta econômica. No dia 1º de fevereiro, data da primeira sessão do ano, os ministros devem decidir sobre a validade da Lei de Responsabilidade Fiscal, criada em 2000 para disciplinar os gastos dos governos estaduais e federal.

Na época, as ações foram propostas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), governadores de estado e associações de procuradores sob argumento de que a lei fere a autonomia dos Poderes ao definir regras para limitar os gastos, argumento semelhante ao utilizado pelos críticos da Emenda do Teto dos Gastos Públicos, promulgada em dezembro.

A volta aos trabalhos também será marcada pela decisão que pode garantir a candidatura do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), à reeleição. No início do recesso, o Partido Solidariedade entrou com uma ação para tentar barrar a eventual candidatura de Maia. No pedido de liminar, os advogados do partido pedem que a Corte interprete o Regimento Interno da Câmara conforme a Constituição, para fixar o entendimento de que a proibição de recondução do presidente da Câmara dos Deputados ao cargo também se aplica ao parlamentar que tenha sido eleito para um “mandato tampão”, como foi o caso de Maia.

Aborto

Ainda sem data marcada para julgamento, o Supremo deve enfrentar a análise de dois processos que tratam sobre o aborto, um deles referente aos casos de mulheres infectadas pelo vírus Zika e outro sobre a decisão da Primeira Turma da Corte, que, por maioria de votos, descriminalizou o aborto até o terceiro mês de gestação.

Descriminalização do porte de drogas

O STF pode retomar a discussão sobre a constitucionalidade da criminalização do porte de drogas, suspensa em 2015 por um pedido de vista do ministro Teori Zavascki. O relator, ministro Gilmar Mendes, votou a favor da descriminalização do porte de drogas. O crime é tipificado no Artigo 28 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006). De acordo com o ministro, a criminalização é uma medida desproporcional e fere o direito à vida privada.

Terceirização

O plenário também pode apreciar em 2017 a validade da contratação de trabalhadores terceirizados para a atividade-fim das empresas privadas. O tema é um dos mais polêmicos que envolvem patrões e empregados e pode mudar a atual forma de contratação direta de funcionários em todo o país.

Atualmente, uma regra editada em 1994 pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) proíbe que empresas terceirizem sua atividade-fim por meio da contratação de outra que forneça a mão de obra para a realização de um determinado serviço. Dessa forma, uma empresa não pode tomar os serviços de outra para contratar funcionários ligados à atividade-fim, ou seja, referente à sua área de atuação, com o objetivo de reduzir custos e não criar vínculo trabalhista.

Cigarros aromatizados

Em março, uma das questões mais importantes que envolvem saúde no Supremo deve ser julgada, a comercialização de cigarros aromatizados. Em 2013, a ministra Rosa Weber suspendeu a resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proibiu a fabricação e venda de cigarros com sabor artificial. A questão deve ser julgada definitivamente em março.

Justiça do Trabalho fecha 2016 com mais de 3 milhões de novas ações

Somente em 2016, cerca de 3 milhões de novas ações trabalhistas foram abertas em todo o país. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, além da forte crise, que provocou aumento de demissões, existe ainda “assédio de escritórios de advocacia para que o trabalhador recorra à Justiça”. Conforme informa o jornal, os escritórios procuram insistentemente os clientes “com telefonemas para a residência, envio de e-mails, presença nas portas das fábricas e distribuição de panfletos”.

Em ações trabalhistas, os advogados ficam com 20% a 30% do valor recebido na ação. O número de ações reforça o status do Brasil de país com o maior número de reclamações trabalhistas. De acordo com a reportagem, a empresa campeã de ações na Justiça é a Volkswagen, com cerca de 30 mil processos. A montadora emprega 18 mil pessoas e há funcionários pedindo indenizações, inclusive, por lavarem os uniformes. O escritório Ochsenhofer Aleixo Advogados, que defende os funcionários na ação, alega gastos com água, sabão, energia e mão de obra.

Juntos, os cinco maiores bancos do País – Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú/Unibanco e Santander – respondem a cerca de 130 mil processos, revela a reportagem. Do total de R$ 17,4 bilhões pagos em ações trabalhistas em 2015, R$ 5,6 bilhões vieram dessas instituições. Situações diversas de funcionários que tiveram ganho de causa na Justiça ilustram a matéria. Em um dos casos, um ex-funcionário alegou que trabalhava 12,5 horas por dia, de segunda a domingo, sem horário de almoço. Ganhou R$ 1,6 milhão em indenização por horas extras.

Na última quinta-feira (22), o governo anunciou minirreforma trabalhista, que começou a tramitar na Câmara, por meio de projeto de lei (PL 6787/2016), na tarde da última sexta-feira (23). O texto altera as regras de contratos temporários de trabalho e prioriza o negociado sobre o legislado em relação a alguns direitos (inclusive os contidos na Consolidação das Leis do Trabalho-CLT). A matéria também autoriza o parcelamento das férias e a jornada de trabalho de até 12 horas por dia, entre outras questões. Com o projeto, é esperado uma redução no número de ações trabalhistas no país.

Resolução determina políticas de igualdade entre meninas e meninos em áreas públicas

Considerando que 45% das denúncias sobre violação de direitos contra crianças e adolescentes, num universo de 153.962 mil registros feitos pelo Disque 100, no ano de 2015, foram relacionadas com violências contra meninas, a Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério da Justiça e Cidadania publicou resolução determinando que sejam criadas políticas, em diversas áreas públicas, que garanta igualdade de direitos entre meninas e meninos.
A medida foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (26) e visa proteger as meninas contra discriminações, violações e violências de gênero. A resolução também leva em consideração denúncias realizadas pelo Disque 100, relacionadas com violência sexual no período de 2012 e 2013, que identificou que 71% das denúncias eram relativas a meninas.

Entre as determinações da resolução, as áreas de Educação, Saúde, Assistência Social, Cultura, Esporte, proteção e defesa estão incumbidas de promover capacitações para os servidores sobre questões de gênero. Além disso, a norma apresenta recomendações a diversos órgãos públicos, bem como diretrizes voltadas às políticas de educação e de saúde sexual e reprodutiva para o público alvo.

Por meio da medida, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) pretende superar situações que desfavoreçam o pleno desenvolvimento das meninas. A resolução recomenda ainda que os princípios sejam levados em consideração nos serviços prestados por órgãos do Poder Judiciário, Ministério Público da União e dos Estados, Defensoria Pública da União e estaduais, Advocacia-Geral da União, procuradorias-gerais dos estados, polícias civil, militar e federal, ouvidorias e conselhos tutelares.

Vaquinha de Lula contra “perseguição judicial” arrecada metade da meta

A campanha online para arrecadar fundos contra a dita “perseguição judicial” ao ex-presidente Lula juntou R$ 250 mil em 17 dias. A meta era juntar R$ 500 mil até o último sábado (24). Lula, que é réu em cinco ações penais, se diz vítima de “manipulação arbitrária da lei” e de um “vale-tudo acusatório” por parte de procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e do juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato.

Ao todo, 2.381 pessoas doaram ao “comitê em defesa da democracia e do Lula”. Em média, cada uma doou R$ 110. A arrecadação média por dia foi de R$ 14.700. O valor arrecadado será usado para divulgar o movimento pró-Lula na internet e para organizar mobilizações, eventos e ações internacionais para defender o ex-presidente.

A “vaquinha online” lançada pelo ex-presidente também já foi usada pelos petistas Dilma Rousseff e José Genoino. Dilma foi a mais bem sucedida. Em dois dias, a então presidente afastada, amealhou mais de R$ 500 mil para financiar viagens contra seu impeachment – que ela chama de “golpe”. Já o ex-presidente do PT, José Genoino, recebeu R$ 90 mil em nove dias para lançar um livro sobre o tempo em que esteve preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

Apesar de não ter atingido a meta da campanha, Lula mostra que ainda tem um público fiel. Afinal, várias pessoas se dispuseram a tirar dinheiro do próprio bolso em ano de crise econômica e desemprego galopante acreditando que Lula é inocente. Ainda assim, mostra que o petista não tem o poderio, nem o eleitorado, de outrora.

Eunício de Oliveira e Renan Calheiros travam batalha no PMDB pela presidência do Senado

A primeira pauta do Senado na volta aos trabalhos em fevereiro de 2017 será a eleição da Mesa Diretora da Casa. As articulações têm envolvido principalmente a cúpula do PMDB, inclusive o presidente Michel Temer. O atual presidente, Renan Calheiros (PMDB-AL) quer um aliado ocupando a cadeira. Também peemdebista, mas tentando descolar sua imagem do cacique alagoano, Eunício de Oliveira (CE) conversa com outros partidos como PT e PSDB para reforçar seu nome para a disputa interna.

Atual líder da bancada do PMDB no Senado, Eunício de Oliveira aposta na conciliação entre os três poderes para angariar o apoio dos colegas. Ao contrário de Renan, que concentrou os esforços no fim de seu mandato para aprovar o projeto que regulamenta o abuso de autoridade, Eunício aposta em discutir projetos como o fim do foro privilegiado. Atualmente, a proposta de autoria do senador Álvaro Dias (PV-PR) teve parecer favorável de Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e está parada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Eunício aposta em uma dobradinha com Raimundo Lira (PMDB-PB) como líder da bancada. Lira ganhou notoriedade como presidente da comissão do impeachment – que culminou com a saída da então presidente Dilma Rousseff do Palácio do Planalto. No PMDB, a cadeira da liderança também é preterida pelo senador Eduardo Braga (PMDB-AM). Para se eleger presidente do Senado, Eunício precisa do voto de 41 dos 80 colegas.

No acordo costurado por Eunício nos últimos dias de 2016, o PSDB ficaria com a vice-presidência e o PT com a primeira secretaria. O nome tucano para a vaga seria o do líder Paulo Bauer (SC). Já o PT pretende indicar José Pimentel (CE). A oposição, porém, não descarta lançar um candidato alternativo, que seria Roberto Requião (PMDB-PR).

Era Renan Calheiros

Com seu mandato chegando ao fim, mas ainda com desejo de poder, Renan Calheiros quer emplacar o senador Romero Jucá (PMDB-RR) no comando do Senado. Para manter o controle da Casa, Renan seria líder do PMDB ou presidente da Comissão de Constituição e Justiça. Na Casa, porém, há o temor de a queda de braço entre o Legislativo, o Ministério Público e o Judiciário ganhar ainda mais força com a vitória de Renan Calheiros.

Tanto Renan, quanto Eunício conversam com o presidente Michel Temer sobre os prováveis cenários para o Senado nos próximos dois anos. Os três são citados na Operação Lava Jato. A chefia de um Poder para Eunício, ou para Jucá, como quer Renan, daria mais força à defesa de ambos contra as acusações de envolvimento em corrupção na Petrobras. Ainda que haja disputa, sabe-se que o PMDB sempre se acerta e que a Mesa Diretora deve ser negociada antes da votação em Plenário.

Mensagem de fim de ano de Bruno Lambreta

IMG-20161220-WA0090É com um imenso carinho, que desejo a todos os caruaruenses um Feliz Natal e um Ano Novo repleto de muita paz e amor nos corações. Que neste fim de ano possamos refletir ainda mais sobre o sentido do Natal e sua importância na vida de todos nós.

Agradeço também a todos aqueles que confiaram e depositaram seu voto no nosso projeto para Caruaru, que a partir de 2017 começa a tomar ainda mais força. Obrigado e boas festas.

Acordo antecipa a chegada da água em Pernambuco

O ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, solicitou ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a disponibilização de quatro conjuntos de Motobombas e outros equipamentos da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para antecipar a chegada da água do Rio São Francisco aos estados da Paraíba e de Pernambuco.  O Termo de Cessão de Uso não Oneroso foi assinado, hoje, pelo ministro e o governador durante cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. Estiveram presentes a vice-governadora da Paraíba, Lígia Feliciano, e o presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Roberto Tavares.

Na reta final de conclusão do Projeto de Integração do Rio São Francisco e com ritmo avançado das obras, a preocupação do Governo Federal é assegurar que todas as medidas possíveis sejam adotadas para acelerar a entrega de água à população castigada pelo quinto ano seguido de seca. O empréstimo dos equipamentos – utilizados durante o período de restrição hídrica em São Paulo – vai acelerar a passagem da água pelas estruturas já construídas do Eixo Leste do Projeto São Francisco e permitir que os paraibanos, principalmente, os moradores da cidade de Campina Grande, sejam beneficiados ainda no começo de 2017. A Paraíba é um dos estados mais castigados pelos seguidos anos de estiagem que atingem toda a região Nordeste.

“Hoje cumprimos mais uma etapa da busca incessante para oferecer a milhões de brasileiros algo tão essencial, tão caro e, lamentavelmente, tão escasso nos dias de hoje: a água. Esse ato demonstra claramente o espírito de união, de responsabilidade pública e do espírito de que não vamos medir qualquer esforço para garantir que a sociedade brasileira possa viver, de maneira universal, o acesso à água”, afirmou o ministro Helder Barbalho.

O governador Geraldo Alckmin falou da oportunidade de apoiar a população nordestina. “É uma alegria poder colaborar com o Nordeste. Dias fazem muita diferença quando se trata de água. Essa é uma oportunidade de retribuirmos aos nordestinos por toda a contribuição no desenvolvimento de São Paulo. Além disso, de fortalecermos a federação. O Brasil é um país muito grande e não pode ser unitário”, ressaltou Alckmin.

O maquinário será levado ao canteiro de obras do Projeto São Francisco, em Floresta (PE) e será instalado dentro do reservatório de Braúnas, onde as bombas vão elevar as águas do “Velho Chico” para abastecer o próximo reservatório, de Mandantes, no mesmo município. A previsão é de que esse procedimento acelere o caminho da água e encurte em até 30 dias a chegada das águas ao município de Monteiro, primeira cidade paraibana a ser beneficiada. De Monteiro, as águas seguirão pelo rio Paraíba até Campina Grande (PB). A equipe técnica do Ministério da Integração Nacional está estudando também a possibilidade de utilização das bombas no reservatório de Campos, em Sertânia.

Serão disponibilizados quatro conjuntos de motobomba flutuante, com capacidade de 2m³/s cada e potência de 350 CV; dois conjuntos girantes completos com motores de 175 CV e 440 V; oito inversores de frequência com capacidade de 250 CV e tensão 440 V cada; um Quadro Geral de Baixa Tensão (QGBT) classe isolação 1 kV; 1.800 metros de tubos PEAD (polietileno de alta densidade) de 1000 mm de diâmetro; oito reduções metálicas de diâmetro 1000 mm para 700 mm; oito acoplamentos colarinho/flange de diâmetro 1000 mm; e 1.360  m de cabos isolados de secção com mm² diferentes.

O Ministério ficará responsável pelas despesas de transporte e seguro dos equipamentos durante o período de uso, que tem previsão de 120 dias.

O ministro Helder Barbalho destacou a importância da parceria entre os governos: “São Paulo é a capital do Nordeste fora do Nordeste, na qual mais de 5 milhões de nordestinos vivem na Região Metropolitana e escolheram esta cidade por enxergar aqui uma oportunidade e, estou certo, que em muitas das vezes para fugir da seca. Hoje São Paulo retribui tudo o que os nordestinos fazem por este estado, esta região, fazendo com que nas suas terras, nas suas origens, possamos ter água, produção, qualidade de vida e segurança para o bem estar da população”.

Projeto de Integração do Rio São Francisco

A obra beneficiará 12 milhões de pessoas em 390 municípios nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, além das 294 comunidades rurais às margens dos canais.

O empreendimento apresenta 90,85% de conclusão, sendo 91,25 % no Eixo Norte e 90,27 % no Eixo Leste.

Quando concluídos, os dois eixos possibilitarão captar a água do rio, que percorrerá 477 quilômetros de canais (260 km no Norte e 217 km no Leste), abastecendo adutoras e ramais que irão perenizar rios e açudes chegando até os municípios.

A obra engloba a construção de 13 aquedutos, nove estações de bombeamento, 27 reservatórios, nove subestações de 230 quilowats, 270 quilômetros de linhas de transmissão em alta tensão e quatro túneis. Com 15 quilômetros de extensão, o túnel Cuncas I é o maior da América Latina para transporte de água.

Confira o mapa do Projeto São Francisco com os dois eixos https://goo.gl/UUlgQn