Para Cunha, seria melhor PT romper com PMDB sem fazer ‘agressões’

Da Folhapress

Alvo de ataques de setores do PT, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), subiu o tom e a temperatura das críticas aos petistas.

Um dos principais nomes do PMDB, maior aliado do governo Dilma no Congresso, Cunha afirmou que a dobradinha entre PT e PMDB não se repetirá em 2018 e indicou que a ruptura pode ser antecipada caso os desentendimentos entre os dois partidos se agravem. “No momento, temos compromisso com o país e a estabilidade, mas isso não quer dizer que vamos nos submeter a humilhação do PT”, disparou o deputado pelo Twitter.

Os peemedebistas reclamam da investida de ministros do governo para enfraquecer o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), articulador político do Planalto. “O PMDB está cansado de ser agredido pelo PT constantemente e é por isso que declarei […] que essa aliança não se repetirá. Talvez tivesse sido melhor que eles aprovassem no congresso o fim da aliança. Não sei se num congresso do PMDB terão a mesma sorte”, afirmou Cunha.

Suas declarações foram feitas primeiro ao jornal “O Estado de S.Paulo”.

No fim da reunião do 5º congresso nacional do PT no sábado (13), o partido rejeitou a revisão da política de alianças, que tem como principal aliado o PMDB. Apesar da decisão, dirigentes petistas ecoavam gritos de “fora, Cunha” enquanto era discutida a proposta sobre o rompimento com o PMDB e demais partidos aliados.

A relação de Cunha com o PT foi estremecida desde sua eleição, quando o partido atuou para deixá-lo de fora do comando da Câmara. Desde que assumiu o posto em fevereiro, ele tem articulado uma série de derrotas para o governo e tem avançado com uma pauta conservadora, segundo petistas, como a redução da maioridade penal, a revisão do estatuto do desarmamento, além de articulado uma reforma política contrária ao governo.

“Se estão com raiva da pauta, ao invés disso, busquem debater e convencer das suas posições e não agredir. Aliás, as críticas que recebo porque estamos pautando, debatendo e votando matérias que estão anos na gaveta não são justas. Continuarei pautando e ainda não conheço uma maneira melhor do que a democracia,onde a maioria aprova ou derrota alguma matéria”, disse.

CRENÇA

Evangélico e defensor de posições conservadoras na área dos costumes, Cunha voltou a defender a manifestação de deputados católicos e evangélicos no plenário na quarta (10).

Em reação à simulação da crucificação de uma transexual na Parada Gay de São Paulo (dia 7) e a manifestações de sexo explícito com imagens sagradas, parlamentares liderados pela bancada evangélica interromperam a votação da reforma política exibindo cartazes com essas imagens. Ao final, rezaram um Pai-Nosso.

“Todos devemos respeitar a laicidade do estado e todas as políticas de Estado devem ser assim. Agora, não se pode confundir Estado laico com os representantes que [não] possam ter as suas opiniões e crenças. Ter o estado laico não significa ter de proibir os parlamentares de se manifestarem nas suas crenças. O direito de manifestação e de opinião são preservados na nossa Constituição”.

Cunha reafirmou a avaliação de que deputados religiosos são perseguidos. Ele lembrou protestos recentes da oposição no plenário, batendo panelas para criticar ações do governo Dilma, e manifestações de populares que acompanham as votações nas galerias.

“Se invadem plenário,batendo panela ou cantando samba para depreciar atuação de outro partido, ninguém fala nada. Se invadem com faixas protestando contra a votação de alguma matéria não falam nada”, afirmou.

Segundo o peemedebista, o regimento da Câmara prevê punição para abusos e qualquer distorção pode ser questionada.

“A mim como presidente cabe manter a ordem e o respeito no plenário,independente de quem faz qualquer manifestação. Não me cabe fazer juízo de censura a quem quer que seja, detentor de mandato e com livre direito na Constituição para isso”, disse.

Câmara tem agenda cheia com reforma política, desoneração da folha e vetos

Da Agência Brasil

A votação da matéria que institui a reforma política ainda deve dominar a próxima semana de trabalhos na Câmara dos Deputados. A semana também vai ser marcada pelo retorno ao debate das pautas de autoria do governo federal. É que os deputados devem analisar a Medida Provisória (MP) 670/15, que reajusta a tabela mensal do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF), e talvez votem o Projeto de Lei (PL) 863/15, que altera as regras de desoneração da folha de pagamento concedida a 56 setores da economia, um dos itens do ajuste fiscal.

Também está prevista a realização de uma sessão do Congresso Nacional para analisar cinco vetos da presidente Dilma Rousseff sobre temas como o impedimento da fusão de partidos políticos recém-criados, o Orçamento, o Código de Processo Civil (CPC), a alteração da política nacional de resíduos sólidos para incluir dispositivo sobre campanhas educativas e o que retira trechos da Lei Geral das Antenas (13.116/15).

“Terça [16] vou continuar a reforma politica e poderá ter sessão [do Congresso Nacional] às 19h e, tendo, vamos ter o trabalho um pouco prejudicado na terça e podemos retomar a votação na quarta”, disse, nessa sexta-feira (12), o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Caso os deputados concluam as votações da reforma política na terça-feira, será aberto o caminho para as pautas do governo. Os deputados votarão os tópicos fidelidade partidária, cotas para mulheres nas eleições, data de posse de prefeitos e vereadores, federação partidária e projetos de iniciativa popular. Para ser aprovado, cada ponto do texto precisa do voto favorável de um mínimo de 308 deputados.

“A partir daí a gente pode votar [o projeto de] desoneração, mas depende do governo. Antes de votar a desoneração, precisamos votar a MP 670/15 e o governo também precisa retirar a urgência dos dois projetos”, ponderou Cunha, para quem a programação da semana poderá sofrer alterações em razão das festas juninas. “A outra será uma semana de quórum mais delicado porque haverá as festividades de São João no Nordeste, e sabemos que a semana será mais difícil. Seria bom semana que vem votar a desoneração”, complementou.

José Queiroz prestigia Cuscuz Gigante

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O prefeito foi bastante festejado pelos grupos que participam da caminhada (Foto: Divulgação/PMC)

A maratona do forró continua para o prefeito José Queiroz (PDT). Na manhã deste domingo (14), ele foi ao Alto do Moura conferir a saída da Caminhada do Forró, que termina com a distribuição do maior cuscuz do mundo.

O prefeito de Caruaru foi bastante festejado pelos grupos que participam da caminhada. “Este é um evento que reúne milhares de pessoas, gera emprego e renda. Gosto de conferir de perto como está o clima da festa” , disse Queiroz.

A Prefeitura de Caruaru organizou a infraestrutura da festa, com terraplanagem do terreno onde ocorre a distribuição do cuscuz, capinação, limpeza, iluminação e bateria de banheiros. A Destra fica responsável pela organização do trânsito.

Ministro Gilberto Occhi vai anunciar recursos para Pernambuco

Do Blog de Jamildo

O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, estará no Recife (PE), nesta segunda-feira (15), para anunciar investimentos da União ao Estado e apresentar as ações do seu ministério.

O primeiro compromisso oficial do ministro no Estado será às 9h30 com o governador Paulo Câmara, no Palácio do Campo das Princesas. Na ocasião, Gilberto Occhi anunciará novos recursos da União para Pernambuco.

Em seguida, às 10h30, o ministro fará uma palestra na Assembleia Legislativa de Pernambuco sobre as ações do Ministério da Integração Nacional.

Energias alternativas são opção para fugir das altas tarifas

A bandeira vermelha anunciada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) não se aplica apenas ao mês de junho, mas para todo o cenário energético do Brasil. Com as recentes crises hídricas, o consequente aumento das termoelétricas e os ajustes aplicados nas tarifas de energia, não é só o meio ambiente que pede socorro, mas o aspecto econômico também fala alto e pesa no orçamento.

Além de mudar hábitos e economizar, pensar em opções para driblar a conta alta no fim do mês é uma saída cada vez mais presente na casa dos brasileiros. Os painéis solares por exemplo, são opções mais viáveis e a sua utilização já extrapola os telhados de casas e indústrias e aproveita a área de lagos e reservatórios para captar os raios solares, a exemplo do que está sendo feito no Japão e na Índia. Esses países estão implantando usinas solares flutuantes para aproveitar áreas que, a princípio, não teriam uso e, ao mesmo tempo, liberam o espaço que seria usado em terra para outros fins, como agricultura e pecuária, por exemplo.

No Brasil, uma usina solar em miniatura pode ser vista no lago da Universidade Positivo (UP), em Curitiba (PR). Lá está instalado um protótipo de geração de energia fotovoltaica. O equipamento é composto por placas solares ligadas a um motor que, quando ativado, vai oxigenar a água da lagoa, beneficiando os seres vivos desse ecossistema. Fruto de uma parceria entre a UP e a Associação Brasileira de Fomento às Pequenas Centrais Hidroelétricas, a miniusina está em fase final de análise e os resultados são positivos. De acordo com o professor Luciano Carstens, coordenador do Núcleo de Ciências Exatas e Tecnológicas da UP, a potência gerada equivale a de um chuveiro elétrico, com inúmeras vantagens: “Esse gerador é uma fonte de energia limpa, sustentável e sem impactos à natureza”.

Em grande escala, usinas solares podem ser instaladas em reservatórios de hidrelétricas e otimizar o uso da água. “Usinas hidrelétricas são ótimos lugares para usinas solares, pois já estão conectadas ao sistema de transmissão de energia e podem otimizar a área alagada, acumulando água nos reservatórios durante o dia com a produção da energia solar e utilizando a hidrelétrica à noite”, pondera o professor.

No âmbito residencial, o uso das placas solares também apresenta vantagens. Com o alto custo da energia elétrica e a popularização das placas, seu custo vem caindo progressivamente. “Antes, o custo da instalação de painéis solares se pagava entre oito ou dez anos. Atualmente, com o alto custo da energia elétrica, em menos de quatro anos as placas já estão se pagando e os moradores já notam reduções nas contas de energia elétrica”, comenta Luciano.

No que diz respeito à viabilidade de placas solares em locais com pouca exposição ao sol, Carstens é otimista. “Mesmo em uma cidade nublada como Curitiba, os painéis solares têm bom desempenho e valem a pena. É claro que, em cidades do Norte e Nordeste, a captação é maior, mas aqui o sol também brilha para as energias alternativas”, afirma.

Governador confere obras da prefeitura ao lado de Queiroz e Jorge Gomes

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Paulo Câmara visitou a avenida Caruaru, que foi completamente urbanizada (Foto: Rafael Lima/PMC)

O prefeito José Queiroz (PDT) aproveitou a vinda do governador Paulo Câmara (PSB) a Caruaru, neste sábado (13), e o convidou para conhecer as obras recém-inauguradas na cidade com recursos do FEM (Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento Municipal). O vice-prefeito Jorge Gomes (PSB) e a secretária-executiva de Direitos Humanos, Laura Gomes, também acompanharam a visita.

Assim que chegou à cidade, por volta das 21h, o governador encontrou o prefeito. A primeira parada foi no Parque Drayton Nejaim, localizado na Nova Caruaru. O governador conferiu o espaço de cerca de 11 mil metros quadrados, com área para ciclismo, quadras poliesportivas, playground e pista de skate. Em seguida, a comitiva visitou a avenida Caruaru, localizada no Maria Auxiliadora, que foi completamente urbanizada. A estrada de terra batida deu lugar a uma via asfaltada, com canteiro central com paisagismo suspenso, sinalização e nova iluminação.

A comitiva visitou ainda o Parque São Francisco e aprovou a obra. “Fico muito feliz quando vejo a boa aplicação do dinheiro público, melhorando diretamente a vida das pessoas. O FEM tem esse papel de dar oportunidade aos municípios de desenvolver e colocar em prática ações estruturadoras. Caruaru deu um ótimo exemplo de como utilizar bem esse recurso estadual”, afirmou o governador.

João Lyra e Raquel recebem convidados no Sítio Macambira

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O governador Paulo Câmara (PSB) compareceu à festa demonstrando animação (Foto: Roberto Pereira Jr.)

O ex-governador João Lyra Neto (PSB) e a deputada Raquel Lyra (PSB) receberam convidados, na noite deste sábado (13), no tradicional Forró da Macambira, promovido no sítio da família, em Caruaru. A área reservada para a festa ficou lotada de lideranças políticas, prefeitos, ex-prefeitos, vereadores, jornalistas, familiares e amigos. O governador Paulo Câmara (PSB) chegou demonstrando animação, cumprimentando convidados e tirando muitas fotos.

Estiveram presentes os senadores Humberto Costa (PT) e Douglas Cintra (PTB), além do ministro Armando Monteiro. Tony Gel (PMDB), Diogo Moraes (PSB) e Aluísio Lessa (PSB) estavam entre os deputados estaduais que prestigiaram o evento, bem como os deputados federais Mendonça Filho (DEM) e Tadeu Alencar (PSB). O prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), o vice-prefeito de Caruaru, Jorge Gomes (PSB), e a secretária-executiva de Direitos Humanos, Laura Gomes, também marcaram presença, assim como vários prefeitos, secretários estaduais e municipais.

“Esse encontro já virou tradição. É um momento muito bom para reencontrar os amigos, conversar, celebrar o período junino tão importante para Caruaru”, disse o ex-governador João Lyra Neto. “Recebemos pessoas de Caruaru e de várias partes do Estado para dançar forró, conversar um pouquinho sobre política, mas, principalmente, para celebrar o que a gente tem de mais rico que é nossa cultura”, comentou Raquel Lyra.

OPINIÃO: Quatro pilares para alcançar uma gestão de excelência

Por Erik Penna*

Muito se tem falado sobre a excelência no mundo dos negócios. Mas como engajar toda equipe para conseguir uma alta performance e conquistar a verdadeira excelência nos resultados?

Um bom exemplo a ser seguido é o da maior e melhor empresa de entretenimento do mundo: a Disney. Ela recebeu no ano passado mais de 132 milhões de convidados e, através de uma gestão de excelência, consegue espetaculares níveis de retenção que chegam a 70% nos parques e 90% dos seus clientes da rede hoteleira retornam.

É possível destacar 4 importantes pilares na gestão de excelência Disney que, com muito trabalho e boa vontade, podemos aplicar em nosso cotidiano profissional. De propósito, enumero em ordem decrescente abaixo. Veja:

4) Rentabilidade: sim, a gestão de excelência de uma empresa objetiva o lucro, deseja superar as expectativas de clientes, mas também dos shareholders/acionistas com ótimos resultados financeiros no final ciclo contábil.

Mas só conseguem isso se:

3) Clientes externos: quando os clientes estão encantados com um atendimento espetacular e serviços excepcionais, conseguem propiciar uma verdadeira experiência de compra. Ferramentas como a denominada “Múltiplas Formas de Escuta” é vital para manter a empresa sempre oxigenada com pesquisas e opiniões de clientes. E o que dizer então da enorme atenção com tantos detalhes na hora de recepcionar as pessoas, desde a acolhida até a despedida nos parques ou hotéis? Pontos fundamentais numa gestão que surpreende e agrega valor e, por isso, o cliente se sente valorizado, feliz ao se deleitar com os chamados “momentos mágicos”, e a consequente e intensa aquisição de produtos e serviços ofertados pela Disney.

Mas isso se concretiza se:

2) Clientes Internos: quando os cast member – membros do elenco, como são chamados os funcionários na Disney, estiverem satisfeitos e motivados. É fundamental que os funcionários prestem um serviço de ponta. A qualidade do serviço interno precisa ser excelente, mas para isso acontecer, é fundamental ter profissionais bem treinados, engajados, com orgulho de vestir aquela camisa e que por tudo isso fazem verdadeiramente a diferença. É preciso identificar e reter talentos e, mais do que isso, valorizar o empenho de cada um, afinal: “Se não  puder se destacar pelo talento, vença pelo esforço.” (Dave Weinbaum).

Mas tudo isso só é possível se:

1) Liderança: líderes excelentes que inspiram pessoas e transformam resultados.
Tudo começa aqui, na liderança evolutiva, gestores compromissados com a mudança transformacional que guiam através do exemplo. Eles levam o treinamento a sério, motivam pessoas a agir pelo que acreditam e valorizam conseguindo, assim, extrair o máximo dos talentos que compõem a organização. Jim Collins, autor do livro “Empresas Feitas para Vencer”, ousa afirmar que o principal ativo das empresas não são as pessoas, são as pessoas CERTAS. São esses líderes que reconhecem e recompensam os funcionários extraordinários que fazem a diferença e, transbordando entusiasmo, cheios de uma atitude amigável e proativa, norteados diariamente pela matriz de prioridades da Disney: Segurança, Cortesia, Show e Eficiência, estão sempre determinados a conseguirem o aplauso exterior, mas também seu mérito e aplauso interior.

Não é por acaso que um dos motes do RH da Disney é “Contratamos atitude, depois treinamos habilidades”.

É fundamental, ainda, saber contratar respeitando a cultura organizacional. Só para dar um exemplo, a missão da Disney é proporcionar alegria aos seus clientes, portanto, Bob Iger, CEO da The Walt Disney Company, disse em entrevista à revista Veja que, para trabalhar lá, é preciso, entre outras características, ser otimista, bem humorado e empático.

O sucesso é uma consequência natural e a implementação desses pilares da excelência geram resultados espetaculares e marcas impressionantes. A Disney acaba de ser eleita a marca mais amada do planeta, segundo pesquisa feita pela APCO Worldwide.

Será que é possível aplicar isso em nossa gestão? Eu penso que sim, mas para quem acha que não, o próprio Walt Disney responde: “Eu gosto é do impossível porque lá a concorrência é menor”.

*Erik Penna é especialista em vendas, consultor, palestrante e autor dos livros “A Divertida Arte de Vender” e “Motivação Nota 10”.

Desemprego ameaça o avanço social

Da CartaCapital

O desemprego baixo e o aumento real da renda, diferenciais da economia brasileira no cenário mundial na última década, deram lugar a sucessivas elevações da taxa de desocupação e a um forte declínio dos rendimentos, e ameaçam o avanço social. Depois de despencar de 12,3% em 2003 para 4,8% em 2014, o desemprego subiu para 8% entre fevereiro e abril, segundo divulgou o IBGE na quarta-feira 3, com base na pesquisa Pnad Contínua, apurada em trimestres móveis. Em comparação ao período entre novembro e janeiro, 511 mil postos de trabalho foram fechados.

Com o resultado, cresce a probabilidade de o desemprego atingir 9% no fim deste ano, apontam projeções de diversos economistas com base no conceito de população economicamente ativa ampliada, do IBGE. A escalada desde o início do ano está mais ligada a uma deterioração da atividade econômica desde 2013 do que a fatores recentes, como o ajuste fiscal, pois o mercado de trabalho funciona de maneira defasada em relação aos demais agregados macroeconômicos. A queda do PIB em 0,2% no primeiro trimestre deste ano, a contenção de gastos públicos, a redução do crédito, as altas dos juros, os cortes orçamentários e a piora das expectativas de consumidores e empresários só tendem a agravar o problema. A diminuição de 4,62% na arrecadação federal em abril, no declínio mais acentuado desde 2010, intensifica as dispensas e pode comprometer os objetivos do pacote do governo. Com a retração, as vendas do comércio caíram 5,8% em maio em São Paulo, informa a Associação Comercial.

O caso de José Djalma de Souza, 40 anos, é típico das incertezas atuais dos trabalhadores. Operador de máquinas por 12 anos na Mercedes-Benz, em São Paulo, foi incluído no ano passado em um programa de lay-off, suspensão temporária do contrato de trabalho para preservação de vagas e qualificação profissional. O metalúrgico recebeu 1,3 mil reais mensais durante um semestre, retomou o trabalho, mas em novembro foi relacionado em um segundo lay-off, de 750 funcionários. Agora será um dos 500 afetados pelo corte anunciado em maio pela empresa. Os 7 mil funcionários restantes na linha de produção entrarão em férias coletivas obrigatórias. “O lay-off deveria ser usado apenas para qualificação, não para a empresa jogar o trabalhador fora”, protesta. Apesar do mau momento, Souza acredita na superação da crise em dois anos. “Espero que a presidente Dilma aprove o Programa de Proteção ao Emprego proposto por centrais sindicais. As atividades nas montadoras e autopeças poderiam ser retomadas.” A preocupação de Souza tem motivação familiar. Seu filho formou-se em um curso do Senai e deve começar a trabalhar em uma montadora neste mês.

A previsão de um desemprego de 9% no fim do ano não é consenso. O economista Fábio Romão, da LCA consultores, projeta 6% em dezembro. As suas explicações para a estimativa inferior à média do mercado são a mudança estrutural da população economicamente ativa, com ampliação das faixas de maior idade e das aposentadorias, e o retorno gradual dos jovens que adiaram o ingresso no mercado de trabalho para estudar, antes uma opção possibilitada pela elevação da renda familiar. Com o aumento das dispensas, isso deverá mudar. “Muitos aposentados não voltam a trabalhar e não acredito que os jovens retornarão todos de uma vez ao mercado.” Mesmo abaixo de outras projeções, o porcentual estimado por Romão, caso se concretize, representará um saldo líquido de 277,7 mil postos de trabalho eliminados neste ano, computadas todas as admissões e demissões.

A ascensão do desemprego é acompanhada por uma redução expressiva da renda dos trabalhadores. Pelo terceiro mês consecutivo, a variação diante do mesmo mês do ano anterior mostra uma perda real. As quedas foram de 0,5% em fevereiro, 3% em março, e 2,9% em abril. De 2006 a 2012, descontada a inflação, a renda teve um acréscimo médio anual de 3,5%. O processo arrefeceu em 2013, com uma variação positiva de 1,8%. Voltou a melhorar em 2014, mas cresceu 2,7%, um avanço igual à menor taxa anual do período de 2006 a 2012. “Depois de 11 anos seguidos de ganhos reais da renda, é muito provável que em 2015 ocorra uma queda real da ordem de 1,2%”, prevê Romão.

Segundo uma pesquisa da Fipe com base em informações da recrutadora Catho, o salário médio de admissão registrou uma queda real de 1,4% entre abril de 2015 e o mesmo mês do ano anterior e os novos admitidos são contratados por um salário 10,4% menor comparado àquele dos demitidos. A situação contrasta com a do ano passado, quando 92% das categorias de trabalhadores obtiveram aumentos reais, de 1,39% na média, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. “Nos últimos quatro anos, o mercado de trabalho mostrou muita resistência à deterioração econômica. Presumivelmente, essa situação demoraria a se modificar, mas a taxa de desemprego caiu muito rápido e a renda despencou. Há uma assimetria preocupante aí, entre a demora da melhora do mercado de trabalho e a sua deterioração rápida”, diz o economista André Biancarelli, professor do Instituto de Economia da Unicamp.

A ampliação do número de postos de trabalho com carteira assinada, uma conquista dos anos recentes, sofreu um retrocesso. O emprego formal caiu 1,9% em abril de 2015 ante o mesmo mês de 2014, e o sem carteira diminuiu 1,6%, uma indicação de um recrudescimento da precarização.

A regressão econômica e social deve se aprofundar. “A mobilidade social descendente começou em 2013 e afeta principalmente aqueles mais frágeis, que se beneficiaram recentemente. Um total de 684 mil jovens adultos com idades entre 25 e 29 foi deslocado para baixo de 2012 a 2013, o equivalente a 4,4% da população desta faixa etária. Um impacto superior àquele sofrido pelo conjunto da população, de 2,8%”, afirma o economista Waldir Quadros, professor da Facamp. A parcela mais escolarizada foi a mais atingida. No total, cerca de 5 milhões de indivíduos descenderam socioeconomicamente em 2013, aponta Quadros, autor de um estudo sobre o assunto. “Diante da estagnação na economia, é possível que o mau desempenho da mobilidade social tenha se mantido em 2014. Nesse caso, parece bastante plausível admitir que o cenário de retrocesso social tenha contribuído com as dificuldades que Dilma Rousseff enfrentou nas últimas eleições.”

Os problemas da economia se acentuaram com o fim do ciclo excepcionalmente longo de valorização das commodities, entre 2002 e 2012, benéfico às exportações de soja e minério de ferro, principais produtos vendidos pelo País. No período, a participação de primários na pauta global de exportações avançou 8 pontos porcentuais. O crescimento desses itens nas exportações brasileiras subiu 14 pontos porcentuais. O aumento do PIB até dois anos atrás dependeu fortemente dos bons preços obtidos por essas matérias-primas, um dos principais sustentáculos da melhora da distribuição de renda promovida nos dois mandatos de Lula e no começo da primeira administração de Dilma.

A correlação entre a situação econômica externa favorável e a criação de empregos é elevada. Em sete dos dez anos do chamado superciclo de commodities, a criação de postos de trabalho formais, com carteira assinada, superou 1 milhão por ano. Em 2010, totalizou 2,1 milhões de vagas. A redução prevista para este ano, de 277,7 mil empregos, no caso de a desocupação ficar em 6%, supera o fechamento de 196 mil postos em 1999 e só fica abaixo da eliminação de 581,7 mil vagas em 1998.

A queda da receita das exportações de commodities correspondeu a um aumento da importação de industrializados, com impacto negativo na manufatura local. Em abril, a produção industrial recuou 1,2% sobre março e o declínio no ano chegou a 6,3%. A variação negativa de 4,8% acumulados nos últimos 12 meses é a maior desde dezembro de 2009, quando chegou a 7,1%.

Crônico na indústria, o desemprego chegou ao setor de serviços, o de maior participação no PIB, com o fechamento de 7,5 mil postos de trabalho em abril em relação ao mês anterior, segundo o Ministério do Trabalho. O segmento reúne 30% das pequenas e médias empresas. Cerca de 56% desses estabelecimentos estão no comércio, que encerrou 20,8 mil vagas no período, e 14% na indústria, que eliminou 53,8 mil empregos. Na construção civil, a perda totalizou 23 mil vagas.

A crise econômica afeta trabalhadores e empresários, especialmente os pequenos. Marcos Bassanezi, dono da Fábrica de Puffs, em Osasco (SP), pressionado pela redução do consumo e a alta do dólar, demitiu quatro funcionários. Três deles foram aproveitados pela Eletropaulo, em atenção a uma recomendação do ex-patrão. “As micros e pequenas empresas precisam se resguardar. Uma única ação na Justiça pode fechar a minha firma”, diz Bassanezi. Ele está muito preocupado com o ajuste fiscal. “As microempresas acabam sendo mais afetadas pelas medidas do governo e os consumidores não têm dinheiro.”

O governo Dilma saltou de um keynesianismo rastaquera para uma austeridade tosca. O risco de errar novamente a dose é alto, o que pioraria ainda mais uma economia já na UTI.

Congresso do PT rejeita mudança na política econômica do governo

Da Agência Brasil

O PT rejeitou hoje (13), durante a reunião de encerramento do 5º Congresso Nacional do partido, em Salvador, proposta para mudar a estratégia econômica do governo da presidenta Dilma Rousseff, apresentada por integrantes da legenda e colocada em votação no plenário. Todas as deliberações aprovadas no congresso vão constar no documento final do encontro, chamado Carta de Salvador.

Durante o congresso, o PT também decidiu manter aliança política com PMDB. Por maioria de votos, os delegados do partido encaminharam ao Diretório Nacional a deliberação final sobre as formas de financiamento da legenda. No entanto, prevalece a decisão anterior da cúpula da legenda de não aceitar mais doações financeiras de empresas.

As emendas que criticavam o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e propunham a volta da cobrança da CPMF, conhecido como imposto do cheque, foram rejeitadas pela maioria. No discurso de encerramento do congresso, o presidente do PT, Rui Falcão, defendeu apoio dos militantes ao governo da presidente Dilma Rousseff.

“Todo o debate que foi feito revela que, depois desse congresso, o PT vai ter que mudar mais. O PT não será mais o mesmo, seja nas suas relações internas, seja acentuando nossa autonomia de formular políticas públicas em relação ao nosso governo, que nós apoiamos, mas queremos que avance. Queremos dar sustentação, mas queremos empurrar também para que a gente não ingresse numa fase recessiva e para que nosso país volte à trajetória de desenvolvimento econômico”, disse Falcão.

O presidente também prestou solidariedade a João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do partido, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Falcão defendeu ainda manifestações livres e democráticas, como as passeatas em defesa dos direitos LGBT, conhecidas como Parada Gay.

“Vaccari foi preso injustamente, numa campanha nítida para tentar criminalizar o PT. Ele não fez nada além de seguir as orientações partidárias e nossas diretrizes, no que dizia respeito à arrecadação financeira. Vaccari nunca se apropriou de nenhum centavo em benefício próprio, nunca cometeu nenhuma irregularidade, e está sendo incriminado, porque o alvo específico é atingir nosso partido”, declarou o presidente.

Na quinta-feira (11), na abertura do congresso, a presidente Dilma Rousseff disse que o governo teve a coragem de fazer os ajustes fiscais e pediu aos militantes que apoiem as medidas e ajudem a defender sua gestão de críticas. Segundo Dilma, as mudanças na economia não reduzem o compromisso do governo com as causas defendidas historicamente pelo partido.

Ontem (12), no segundo dia do congresso do partido, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou uma campanha para arrecadar fundos para a legenda. O ex-presidente fez a primeira doação simbólica e pediu que a militância petista volte a fazer contribuições financeiras para o partido. A iniciativa ocorreu após o partido ter anunciado que não vai mais aceitar doações de empresas privadas.