Debate: corrupção esquentou clima Aécio-Dilma

O Globo

No último debate da campanha presidencial, nesta sexta-feira à noite, na TV Globo, a troca de acusações que marcou a campanha veio logo no início do embate entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves(PSDB). O tucano, em sua primeira intervenção, disse que era alvo de boatos, como o de que tiraria do cadastro beneficiados pelo Bolsa Família, e lembrou o escândalo da Petrobras, com as denúncias veiculadas esta semana pela revista “Veja”, segundo as quais o doleiro Alberto Youssef acusou Dilma e e o ex-presidente Lula de saberem dos desvios na estatal.

— Essa campanha vai passar para a História como a mais sórdida. A calúnia e a infâmia foram feitas não só em relação a mim, em relação a Eduardo Campos, a Marina. Isso é um péssimo exemplo. A revista publica que um dos delatores disse que a senhora e Lula tinha conhecimento da corrupção na Petrobras. A senhora sabia da corrupção na Petrobras?

Em resposta, Dilma acusou o tucano de fazer uma campanha “extremamente agressiva” contra ela e negou as denúncias. Afirmou que a revista faz “oposição sistemática” aos governos petistas e promove um “golpe eleitoral”.

— A “Revista Veja” não apresenta nenhuma prova do que faz. Manifesto a minha inteira indignação porque a revista tem hábito de, na reta final das campanhas, tentar dar um golpe eleitoral e isso não é a primeira vez. Fez em 2002, em 2006, em 2010 e agora faz em 2014. O povo não é bobo e sabe que está sendo manipulada essa informação porque não foi apresentada nenhuma prova. Irei à Justiça para me defender.

COMPARAÇÕES ENTRE GOVERNOS

Aécio manteve a ofensiva e, ao abordar os problemas de infraestrutura do país, criticou o governo federal por ter investido R$ 2 bilhões na construção do Porto Muriel, em Cuba, quando, disse, o país carece de investimentos em ferrovias e portos. Na resposta, Dilma usou a estratégia, repetida ao longo do debate, de comparar os governos petistas com os de Fernando Henrique Cardoso. Disse que a iniciativa será benéfica para empresas brasileiras e afirmou que o ex-presidente também financiou empresas para “colocar produtos em Cuba e Venezuela”.

Nas seguidas comparações que fez com governos tucanos, Dilma acusou o PSDB de ter deixado o Banco do Brasil com uma “grave dívida” e de ter quebrado a Caixa Econômica Federal e o BNDES.
— Vocês reduziram (os bancos) ao tamanho que achavam que devia ter — disse Dilma.

A presidente ouviu então de Aécio a acusação de que o PT aparelha a máquina pública.

— O Banco do Brasil tem 37 diretorias, um terço delas ocupadas por filiados do PT.
No debate econômico, Dilma disse que não era verdade que ela é a primeira presidente a a entregar um governo com a inflação maior do que recebeu:

— No últimos dez anos tivemos dentro dos limites da meta. Quem não mantinha (a meta) era o governo Fernando Henrique.

— Quer dizer que foi o PT que controlou a inflação e não nós? Tenho orgulho de ter um aliado como o Fernando Henrique, a quem a senhora teceu elogios.

PARTICIPAÇÃO DE INDECISOS
No segundo bloco, em que, pela primeira vez, eleitores indecisos fizeram perguntas diretamente aos candidatos, a discussão se voltou para a vida real, tornando o debate menos agressivo e mais propositivo. Logo na primeira pergunta, sobre os altos aluguéis, Dilma e Aécio foram obrigados a discutir a inflação, sem acusações mútuas.

Dilma aproveitou a pergunta para falar de um de seus principais programas, o Minha Casa Minha Vida, destacando que ele contempla quem ganha até R$ 5 mil, com faixas de subsídio. A candidata disse que seu compromisso é fazer mais três milhões de casas, ampliando as faixas de renda.

— Tenho certeza de que você poderá ser contemplado caso seja uma das pessoas sorteadas — disse Dilma, dirigindo-se ao eleitor.

Aécio procurou desconstruir os números oficiais. Disse que foi entregue apenas metade das três milhões de casas anunciadas. O tucano prometeu ampliar os programas de habitação no país.

A pergunta sobre educação proporcionou um confronto de realizações entre Dilma, no governo federal, e Aécio, no governo de Minas Gerais. No entanto, os candidatos convergiram sobre a necessidade de mais creches, melhora no ensino médio e na valorização dos professores.

Sobre o tema da corrupção, levantado por uma eleitora de Minas, Dilma concordou que a lei é branda para punir corruptos e corruptores e enumerou propostas que fez para endurecer a lei. Aécio disse que a eleitora expressava o sentimento de indignação de milhões de brasileiros com a corrupção e afirmou que algumas propostas listadas por Dilma tramitaram no Congresso, mas sem empenho do governo em aprová-las.

— Existe uma medida acima de todas as outras para combater a corrupção, tirar o PT do governo — afirmou o tucano.

‘MEU BANHO MINHA VIDA’

No terceiro bloco, em que os candidatos voltaram a fazer perguntas entre si, Dilma alfinetou os tucanos ao falar sobre a importância do planejamento e em seguida lembrou a falta de água em São Paulo, governada pelo PSDB. Aécio disse que faltou planejamento, mas do governo federal, que, segundo ele, não teria colaborado com o governo paulista. Citou o Tribunal de Contas da União (TCU), que teria acionado o governo federal por isso. Dilma procurou ser irônica e, após, dizer que água é responsabilidade dos governos estaduais, citou o humorista José Simão:

— Vocês estão levando o estado para ter o programa “meu banho minha vida”.

Aécio, que já havia citado o “Petrolão”, referência ao escândalo da Petrobras, lembrou o julgamento do mensalão e voltou a criticar o PT por tratar os petistas condenados como “heróis nacionais”. E perguntou a Dilma o que achava da condenação do ex-ministro José Dirceu. Sem responder diretamente ao tucano, a presidente lembrou o mensalão mineiro, no governo do tucano Eduardo Azeredo (a quem chamou de Renato Azeredo):

— O mensalão do meu partido teve condenados. No mensalão do seu partido, não teve condenados nem punidos — disse Dilma, lembrando outros escândalos envolvendo tucanos que, segundo ela, não tiveram punição, como Sivam e pasta rosa.

Aécio contra-atacou e disse que um dos principais envolvidos no mensalão mineiro é ligado ao PT:

— Walfrido Mares Guias foi coodenador de sua campanha em Minas.

Debate acirrado na Globo

G1

Os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) participaram na noite desta sexta-feira (24) na TV Globo do último debate antes do segundo turno da eleição. Além das perguntas entre si, os candidatos responderam a questões do dia a dia formuladas por eleitores indecisos. Nas respostas, ambos mantiveram a troca de acusações e ironias de outros debates. O G1acompanhou o debate em tempo real e o transmitiu ao vivo.

O debate começou às 22h08 e durou uma hora e 50 minutos. Terminou pouco antes da meia-noite, horário limite permitido pela Lei Eleitoral.
Foram quatro blocos: o primeiro e o terceiro tiveram perguntas entre os candidatos; no segundo e no quarto, Dilma e Aécio responderam a questões de eleitores indecisos selecionados pelo instituto de pesquisa Ibope, que estavam no auditório e foram escolhidos por sorteio pelo mediador William Bonner. No quarto bloco, os candidatos também fizeram as considerações finais.

Por sorteio, Aécio abriu o primeiro e o terceiro blocos, Dilma, o segundo e o quarto. Nas considerações finais, em ordem também definida por sorteio, Dilma falou primeiro.

Tiririca chega ao final do mandato com 100% de presença

Líder na pesquisa de intenção de votos para deputado federal em São Paulo, segundo o Ibope, o palhaço Tiririca (PR-SP) caminha para o final de seu primeiro mandato sem ter faltado a nenhuma das 372 sessões deliberativas (isto é, destinadas a votação) da Câmara desde fevereiro de 2011. É um feito alcançado por poucos deputados. Por outro lado, não fez um único pronunciamento em plenário, algo também raro na vida de um parlamentar – palavra que tem origem no latim parlare, que significa falar, conversar.

Ele foi eleito quatro anos atrás com 1,3 milhão de votos, a maior votação da atual legislatura e a segunda da história brasileira, só superada pela do falecido deputado Enéas em 2002 (1,5 milhão). Tiririca cumpriu a única promessa que fez: com ele – ou melhor, por causa dele – o Congresso não ficou pior. Apesar de estar sempre presente, o deputado pouco apareceu. Não se envolveu diretamente nas votações, mas também não se meteu em polêmicas nem virou alvo de denúncias.

Deputado do circo

O primeiro palhaço profissional a conquistar um lugar no Parlamento brasileiro conclui seu primeiro mandato como representante do circo no Congresso. Dos oito projetos de lei apresentados por Tiririca, seis pretendem assegurar direitos à comunidade circense, na qual ele começou sua carreira artística ainda criança.

Uma das propostas do deputado prevê o reconhecimento do circo como manifestação cultural para que os artistas circenses possam ser beneficiados com os incentivos fiscais da Lei Rouanet. Ele também propôs a inclusão do trailer e do motor home utilizados por artistas de circo como moradia no programa “Minha Casa, Minha Vida”.

Em outros dois projetos, Tiririca sugeriu a isenção do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para veículos usados em atividade circense e mudança na legislação para garantir aos filhos de artistas de circo, na faixa etária de 4 a 17 anos, cuja atividade seja itinerante, vaga nas escolas pública ou particulares.

Bolsa-Alfabetização

As outras duas propostas feitas por ele tratam de educação: uma cria uma “Bolsa-Alfabetização” para analfabetos com idade superior a 18 anos matriculados na rede pública por seis meses; e a outra, um vale-livro para alunos da rede oficial. O deputado foi relator de oito proposições.

Acusado por um promotor eleitoral de ter omitido a informação de que era analfabeto, Tiririca teve de fazer um teste para comprovar que sabia ler e escrever (condição obrigatória para alguém disputar um cargo eletivo no país). O caso só foi arquivado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro do ano passado. Os ministros da corte máxima do Judiciário brasileiro concluíram que ele tem “rudimentares conhecimentos de escrita e leitura” e que cassar seu registro seria uma decisão discriminatória.

Sempre presente no plenário, Tiririca também é figura carimbada na Comissão de Educação e Cultura, da qual é titular desde o início do mandato. A frequência às comissões não é obrigatória e muitos parlamentares dedicam pouca atenção a elas. Não é o caso dele. Um dos mais assíduos, o deputado apareceu em 158 (90%) das 176 reuniões realizadas pela Comissão de Educação desde março de 2011.

“Deputado trabalha muito e produz pouco”

Tiririca chegou ao Congresso após se filiar ao Partido da República (PR) por convite do presidente da legenda, o ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP), que cumpre pena em Brasília após ter sido condenado no Supremo por participar do mensalão. “Você sabe o que faz um deputado federal? Eu também não. Vote em mim que eu te conto”, brincava o palhaço no horário eleitoral. “Trabalha muito e produz pouco”, disse ele após seu primeiro ano de mandato.

Como puxador de votos, o artista ajudou a eleger outros três deputados da coligação – dois do PT e um do PCdoB. Mas já em uma de suas primeiras votações causou constrangimento ao PR. Contrariando a orientação da liderança da bancada e do governo, votou a favor do salário mínimo de R$ 600 em fevereiro de 2011. Integrante do bloco governista, o PR fez fileira com o Planalto em favor de um valor mais baixo (R$ 545), que acabou sendo aprovado.

O partido tentou justificar a “infidelidade”, alegando que ele havia se equivocado no momento de acionar o painel de votação. Mas logo foi desmentido pelo deputado. “Como vou votar contra o povo que me botou aqui? Não tem como. Aí deram aquela versão de que votei errado. Desde a primeira reunião, o partido disse que era pra eu ser o que sou”, alegou Tiririca.

Veja pesquisa em 13 estados

Acre – Tião Viana (PT) x Márcio Bittar (PSDB)
14 e 16 de outubro (Ibope)
Margem de erro: 3%
Votos válidos: Tião Viana 53%, Márcio Bittar 47%
Votos totais: Tião Viana 50%, Márcio Bittar 44%, brancos e nulo 2%, indecisos 4%
Registro: AC-00064/2014 (TRE-AC), BR-01108/2014 (TSE)

Amapá – Waldez Góes (PDT) x Camilo Capiberibe (PSB)
14 e 16 de outubro (Ibope)
Margem de erro: 3%
Votos válidos: Waldez Góes 66%, Camilo Capiberibe 34%
Votos totais: Waldez Góes 58%, Camilo Capiberibe 30%, branco ou nulo 7%, indecisos 5%
Registro: AP-00017/2014 (TRE-AP), BR-01110/2014 (TSE)

Amazonas – José Melo (Pros) x Eduardo Braga(PMDB)
14 e 16 de outubro (Ibope)
Margem de erro: 3%
Votos válidos: José Melo 53%, Eduardo Braga 47%
Votos totais: José Melo 49%, Eduardo Braga 44%, branco ou nulo 3%, indecisos 4%
Registro: AM-00062/2014 (TRE-AM), BR-01109/2014 (TSE)

Ceará – Camilo (PT) x Eunício (PMDB)
20 a 22 de outubro (Datafolha)
Margem de erro: 3%
Votos válidos: Camilo Santana 57%, Eunício Oliveira 43%
Votos totais: Camilo Santana 49%, Eunício Oliveira 38%, brancos e nulos 5%, indecisos 8%
Registro: CE-00034/2014 (TRE-CE), BR-01162/2014 (TSE)

Distrito Federal – Rodrigo Rollemberg (PSB) x Jofran Frejat (PR)
18 e 20 de outubro (Datafolha)
Margem de erro: 3%
Votos válidos: Rodrigo Rollemberg 57%, Jofran Frejat 43%
Votos totais: Rodrigo Rollemberg 47%, Jofran Frejat 36%, brancos e nulos 10%, indecisos 7%
Registro: DF-00087/2014 (TRE-DF), BR-001162/2014 (TSE)

Goiás – Marconi Perillo (PSDB) x Íris Rezende (PMDB)
18 a 20 de outubro (Ibope)
Margem de erro: 3%
Votos válidos: Marconi Perillo 60%, Íris Rezende 40%
Votos totais: Marconi Perillo 54%, Iris Rezende 35%, brancos e nulos 6%, indecisos 5%
Registro: GO-00193/2014 (TRE-GO), BR-01148/2014 (TSE)

Mato Grosso do Sul – Delcídio (PT) x Reinaldo Azambuja (PSDB)
17 a 19 de outubro (Ibope)
Margem de erro: 3%
Votos válidos: Reinaldo Azambuja 51%, Delcídio Amaral 49%
Votos totais: Reinaldo Azambuja 46%, Delcídio Amaral 45%, brancos e nulos 4%, indecisos 5%
Registro: MS-00072/2014 (TRE-MS), BR-01135/2014 (TSE)

Pará – Helder Barbalho (PMDB) x Simão Jatene (PSDB)
14 e 16 de outubro (Ibope)
Margem de erro: 3%
Votos válidos: Helder Barbalho 52%, Simão Jatene 48%
Votos totais: Helder Barbalho 48%, Simão Jatene 45%, brancos ou nulos: 3%, indecisos: 4%
Registro: PA-00052/2014 (TRE-PA), BR-001121/2014 (TSE)

Paraíba – Cássio Cunha Lima (PSDB) x Ricardo Coutinho (PSB)
14 e 16 de outubro
Margem de erro: 3%
Votos válidos: Ricardo Coutinho 53%, Cássio Cunha Lima 47%
Votos totais: Ricardo Coutinho 48%, Cássio Cunha Lima 42%, brancos e nulos 6%, indecisos 4%
Registro: PB-00046/2014 (TRE-PB), BR-01106/2014 (TSE)

Rio de Janeiro – Luiz Fernando Pezão (PMDB) x Marcelo Crivella (PRB)
22 e 23 de outubro (Datafolha)
Margem de erro: 3%
Votos válidos: Luiz Fernando Pezão 55%, Marcelo Crivella 45%
Votos totais: Luiz Fernando Pezão 46%, Marcelo Crivella 38%, brancos e nulos 10%, indecisos 6%
Registro: RJ-00075/2014 (TRE-RJ), BR-01162/2014 (TSE)

Rio Grande do Norte – Henrique Eduardo Alves (PMDB) x Robinson Faria (PSD)
12 e 14 de outubro
Margem de erro: 3%
Votos válidos: Robinson Faria 54%, Henrique Alves 46%
Votos totais: Robinson Faria 45%, Henrique Alves 38%, brancos e nulos 12%, indecisos 5%
Registro: RN-00043/2014 (TRE-RN), BR-01096/2014 (TSE)

Rio Grande do Sul – Tarso Genro (PT) x José Ivo Sartori (PMDB)
22 e 23 de outubro (Datafolha)
Margem de erro: 3%
Votos totais: José Ivo Sartori 53%, Tarso Genro 36%, brancos e nulos 4%, indecisos 7%
Votos válidos: José Ivo Sartori 60%, Tarso Genro 40%
Registro: RS-00034/2014 (TRE-RS), BR-01162/2014 (TSE)

Rondônia – Confúcio Moura (PMDB) x Expedito Júnior (PSDB)
14 e 16 de outubro (Ibope)
Margem de erro: 3%
Votos válidos: Confúcio Moura 51%, Expedito Júnior 49%
Votos totais: Confúcio Moura 45%, Expedito Júnior 43%, brancos e nulos 5%, indecisos 7%
Registro: RO-00041/2014 (TRE-RO), BR-01111/2014 (TSE)

Roraima – Suely Campos (PP) x Chico Rodrigues (PSB)
14 e 16 de outubro (Ibope)
Margem de erro: 3%
Votos válidos: Suely Campos 56%, Chico Rodrigues 44%
Suely Campos 51%, Chico Rodrigues 40%, branco ou nulo 6%, indecisos 3%
Registro: RR-00018/2014 (TRE-RR), BR-01112/2014 (TSE)

Seis estados em empate técnico no segundo turno

Presidenciáveis acionam TSE até o último minuto

O acordo que zerou as representações jurídicas das campanhas da presidente Dilma Rousseff e do tucano Aécio Neves até a última quarta-feira não foi suficiente para acalmar os ânimos dos adversários.

Já no dia seguinte, as campanhas apresentaram sete novas representações contra os conteúdos veiculados no horário eleitoral de rádio e televisão e os advogados já trabalham na elaboração de novas ações até o final desta sexta-feira, quando se encerra a propaganda eleitoral gratuita.

Caso o tribunal julgue alguma ação ofensiva ou em conflito com as regras eleitorais, a Justiça Eleitoral admite a possibilidade de veicular um direito de resposta extraordinário, ainda que isso ocorra nas 48 hora anteriores ao pleito, quando as propagandas já não são mais autorizadas

Dilma pede paz na reta final

Do G1
A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, fez um apelo nesta quinta-feira (23) pela não agressão e pediu “tranquilidade” aos militantes na reta final da campanha eleitoral.
Segundo ela, a disputa eleitoral tem de ser dar no campo das ideias e não do conflito físico, afirmou ao responder a pergunta sobre o confronto entre militantes de PT e PSDBna tarde desta quinta, no Centro de São Paulo. “Eu acho que esta é uma eleição bem disputada e quero fazer um apelo para que não ocorra confronto físico. Conflitos físicos têm de ser repudiados. Eu peço tranquilidade”, disse Dilma durante entrevista em um hotel na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

Sobre pesquisas que a colocam na frente de Aécio Neves, a candidata disse que ainda não tinha lido nada sobre o assunto. “Eu acredito que há uma espécie de virada. Há isso nas ruas. Vi isso em Duque de Caxias e em São Paulo. É mais popular do que partidário” afirmou.

Dilma comemorou os números do Intituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quinta, que apontaram a menor taxa de desemprego para um mês de setembro desde 2002. Segundo a presidente, o emprego é uma das “maiores prioridades” do governo. “Uma das boas notícias de hoje é que o emprego cresce e o desemprego diminui. Desde que começou a série histórica, essa é a menor taxa de desemprego de setembro de todo o período. É muito importante porque não é isso que ocorre no resto do mundo”, disse.

Tesoureiro do PT vai deixar Conselho de Itaipu

O Globo
A três dias da eleição, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, afirmou que vai deixar o conselho de administração da Itaipu Binacional em 2015. O pedido de afastamento deverá ser anunciado no próximo dia 30. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do PT Nacional. De acordo com o PT, Vaccari deixará o cargo por vontade própria, porque decidiu “se dedicar unicamente às atividades partidárias”.

A saída de Vaccari do conselho da hidrelétrica ocorreu depois que Aécio Neves, do PSDB, no último debate entre os candidatos a presidente, mencionou a presença dele no conselho da empresa . “Em Itaipu, ele (Vaccari) tem crachá” – e cobrou da presidente Dilma Rousseff a manutenção dele no cargo. Por diversas vezes, perguntou a Dilma se ela ainda confiava nele. A senhora confia nele? – questionou Aécio mais de uma vez.

Vaccari Neto foi nomeado para o conselho no primeiro ano do mandato do governo Lula, 2003, quando Dilma Roussef era ministra das Minas e Energia. Foi Dilma quem assinou o ato de nomeação. As reuniões do conselho garantiam ao tesoureiro do PT remuneração de R$ 20.804,13. Reconduzido ao posto em 2012, seu mandato atual iria até 16 de maio de 2016. Ou seja, ele sairá quase um ano e meio antes.

Tesoureiro do PT, Vaccari Neto foi apontado como sendo operador do partido no esquema de desvio de dinheiro de obras da Petrobras. Ele seria o responsável por recolher a propina paga à diretoria de Serviços, de 3% do valor dos negócios, para o partido.

As denúncias contra Vaccari Neto foram feitas por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, e pelo doleiro Alberto Youssef em depoimento à Justiça Federal do Paraná. As operações de desvio de dinheiro da estatal foram identificadas pela Operação Lava Jato da Polícia Federal,que investigava quatro grandes doleiros do país, entre eles o doleiro Alberto Youssef.

Vaccari Neto não tem foro privilegiado, pois não ocupa cargo público. Um mês antes da prisão do doleiro pela Polícia Federal, na Operação Lava Jato, Vaccari esteve na sede de uma das empresas do doleiro, a GFD Investimentos, usada para lavagem de dinheiro. A operação foi deflagrada no dia 17 de março e o tesoureiro do PT esteve na sede da GFD, em São Paulo, no dia 11 do mesmo mês.

A acusação de Costa e Youssef não é a primeira contra Vaccari Neto. Funcionário de carreira do Banespa, ele assumiu a presidência do Sindicato dos Bancários de São Paulo, um dos mais importantes do estado na época, em 1994.

Foi também diretor financeiro e presidente da Cooperativa Habitacional dos Bancários, Bancoop. Sua participação lhe rendeu denúncia do Ministério Público de São Paulo por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e estelionato de centenas de pessoas que ingressaram na cooperativa e não conseguiram receber seus imóveis. A denúncia foi aceita pela Justiça e o processo corre em segredo de justiça na 5ª Vara Criminal de São Paulo.

Na investigação, foram identificadas a criação de empresas fantasmas. Na construtora Germany, que funcionava na própria sede da Bancoop, o Ministério Público apurou desvios de R$ 49,1 milhões. Na Mizu Gerenciamento e Serviços foram identificados desviosde R$ 900 mil. Na Mirante, o desvio chegou a R$ 2,2 milhões, segundo o MP.

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Entre 2004 e 2005, três grandes fundos de pensão de estatais – Funcef, Petros e Previ – investiram R$ 26,8 milhões na Bancoop por meio de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), o FIDC Bancoop. Quando o escândalo estourou, foi feito um acordo e o dinheiro investido foi devolvido.

Nas CPIs dos Correios e das ONGs, foi acusado por Lúcio Bolonha Funaro, dono da Garanhuns Empreendimentos, de fazer operações irregulares envolvendo recursos de fundos de pensão de grandes estatais, como Petros, o fundo de pensão da Petrobras, e o Funcef, dos funcionários da Caixa Econômica Federal. Vaccari Neto ficou fora do mensalão.

Na Operação Lava Jato, são investigados os negócios fechados pela CSA Project Finance. Financiada com dinheiro do ex-deputado José Janene, um dos articuladores do mensalão, que faleceu em 2010, a CSA intermediava dinheiro dos fundos para aplicação em negócios no setor de energia. Uma destas empresas, a Indústrias Metais do Vale, recebeu R$ 13 milhões do Petros e o negócio não prosperou.

Dilma avança em todas as classes sociais

Sob a percepção mais otimista dos eleitores acerca do futuro do cenário econômico, o apoio à reeleição de Dilma Rousseff se espraia por diferentes classes sociais. Com isso, a petista chega para o último debate antes do pleito com vantagem real sobre Aécio Neves.

Se no primeiro momento, o segmento intermediário da classe média foi o responsável por desequilibrar a disputa a favor da presidente, sua liderança atual reflete o crescimento das intenções de voto tanto nos estratos mais ricos quanto nos mais pobres.

O tucano continua liderando com folga nas classes mais altas de onde extrai a maior parte de seus votos válidos, mas sua participação nesses subconjuntos caiu significativamente. (Da Folha de S.Paulo)

Dilma lidera acima da margem de erro das pesquisas

Candidata à reeleição, a petista Dilma Rousseff conseguiu pela primeira vez abrir vantagem acima da margem de erro sobre o seu opositor no segundo turno, o tucano Aécio Neves. Pelo Ibope, contratado pelo jornal O Estado de S. Paulo e pela TV Globo, a vantagem é de oito pontos percentuais. Já no Datafolha, encomendada pela Folha de S. Paulo, a diferença chega a seis pontos percentuais.

De acordo com o Ibope, Dilma subiu de 49% para 54% entre os votos válidos. Já o tucano caiu de 51% para 46%. Desta forma, a petista assumiu a liderança acima da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Nos votos totais, a presidenta subiu de 43% para 49% e o tucano saiu de 45% para 41%. Os brancos ou nulos se mantiveram em 7% e os indecisos oscilaram de 5% para 3%.

Também no Datafolha há o registro, pela primeira vez neste segundo turno, de um candidato com vantagem para além da margem de erro (dois pontos percentuais, para mais ou para menos). Segundo o instituto, Dilma tem 53% dos votos válidos, enquanto Aécio tem 43%. Nas quatro pesquisas anteriores do Datafolha, sempre houve empate técnico entre os dois, algumas vezes no limite da margem de erro.

Já em relação aos votos totais (considerando-se votos nulos, em branco e indecisos), Dilma tem a mesma diferença de seis pontos para Aécio. A presidenta tem 48% das escolhas, enquanto Aécio registra 42%. Declarações de votos nulos ou em branco chegaram a 5%, mesmo percentual dos que se disseram indecisos.

Pelo Ibope, a rejeição de Aécio subiu de 35% para 42% nos últimos sete dias, enquanto a de Dilma permaneceu em 36%. O Datafolha também mediu a rejeição de Dilma e Aécio: 41% dos entrevistados disseram que não votariam no tucano em hipótese alguma (7% a mais em relação à pesquisa de duas semanas atrás), enquanto 37% recusaram voto em Dilma (6% a menos que o percentual de 9 de outubro).

Encomendada pela TV Globo e pela Folha de S.Paulo, a psquisa Datafolha entrevistou 9.910 pessoas entre ontem e hoje (quinta, 23). O nível de confiança da pesquisa é de 95%. Esse percentual quer dizer que, se o levantamento for reaplicado por 100 vezes consecutivas, em 95 ocasiões os resultados ficariam dentro da margem de erro. O levantamento pode ser conferido no Tribunal Superior Eleitoral, onde está registrado sob o protocolo BR-1162/2014.

Juiz autoriza Youssef a depor na CPMI

O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, autorizou hoje (23) que o doleiro Alberto Youssef preste depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) na quarta-feira (29), às 14h30. Apesar de ter poderes de investigação para convocar investigados, a autorização formal é necessária para que o doleiro deixe a carceragem da Superintendência da Polícia Federal e seja transportado para Brasília.

Na decisão, Moro pediu que Youssef não seja conduzido com algemas e lembrou que ele tem o direito de ficar em silêncio durante o depoimento. “Não sendo Alberto Youssef acusado de crimes praticados com violência ou grave ameaça, deve ser evitada a utilização de algemas na apresentação do preso. De forma desnecessária e redundante, consigno, não obstante, que a Alberto Youssef devem ser garantidos os direitos inerentes à condição de acusado/investigado, inclusive direito ao silêncio e à assistência pelo defensor constituído”, disse o juiz.

No início deste mês, em depoimento à Justiça Federal, nas ações penais oriundas da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, Youssef disse que “agentes políticos” trancaram a pauta no Congresso para forçar a nomeação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, feita pelo líder do PP à época, José Janene, que morreu em 2008. Segundo ele, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi pressionado por partidos aliados a aceitar a indicação de Costa.