OPINIÃO: A Constituição do Povo

Por MICHEL TEMER*

Milhões de pessoas ocuparam as ruas no último mês de junho em dezenas de cidades brasileiras. O Brasil ergueu-se de seu berço esplêndido de forma absolutamente democrática em sua ação reivindicatória. Observe-se que todas as garantias legais foram asseguradas ao povo para que ele protestasse, reclamasse, contestasse. É um país muito diferente de décadas passadas. A grande maioria dos brasileiros jamais passou por um regime de exceção. Portanto, recontar essa trajetória é imprescindível para quem não viveu os tempos anteriores a essa liberdade estabelecida no País a partir da Constituição Federal de 5 de outubro de 1988.

Vivemos hoje tempos de estabilidade, democracia e solidez institucional. Nem sempre foi assim. E foi dura a histórica batalha que nos permitiu transformar essa conquista em bem acessível a todos os brasileiros.

Registro: o Brasil viveu de 1964 a 1985 em um sistema centralizador e autoritário, que terminou graças a movimento popular de ocupação das ruas, avenidas e praças. Ao fim desse período, houve a convocação da Assembleia Nacional Constituinte. Essa convocação não foi ato fundado na Constituição de 1967. Embora rotulada de emenda, não era ato jurídico, mas político, já que rompia com a ordem jurídica estabelecida. Ou seja, foi um ato político o deflagrador da inauguração de um novo Estado brasileiro, extremamente democrático e participativo.

Recordo que, mesmo antes da instalação da Assembleia Constituinte, houve convocação de alguns juristas, ditos notáveis, para elaborarem anteprojeto da Constituição. E o fizeram com os moldes do parlamentarismo.

Quando o Congresso Nacional foi convertido em Assembleia Constituinte, optou-se por formalizar novo projeto de Constituição, deixando de lado a fórmula estabelecida pela comissão dos notáveis. Como isso se deu? Instalada a constituinte, o então presidente da Câmara dos Deputados, Ulysses Guimarães, foi eleito presidente da Assembleia. Distribuiu os temas entre várias comissões. Formaram-se as comissões da Organização dos Poderes, da Ordem Econômica e Social, dos Direitos Individuais, etc. Em cada comissão havia subcomissões, como a do Poder Judiciário, do Executivo e do Legislativo. Essas subcomissões realizaram os seus trabalhos, que foram reunidos pelas Comissões Temáticas. Ao final, uma Comissão de Sistematização juntou os vários textos. Nesse período houve muitos conflitos de natureza política, com intensa participação da sociedade civil organizada, de sindicatos, representantes de setores econômicos, grupos de interesse, “lobbies” e ações reivindicatórias de diversos matizes. O Congresso se tornou a casa de encontro do povo brasileiro, às vezes com choques e embates.

Em certos momentos, contestou-se o próprio texto constitucional. Relembro a figura do “centrão” (grupo de constituintes que tentou impedir os trabalhos, pois não se conformava com os dizeres que vieram das comissões temáticas). Mas a habilidade dos constituintes resultou em acordo geral e dele saíram textos condizentes com o pensamento da maioria – representação clara e o mais precisa possível da vontade popular. Feito o trabalho da Comissão de Sistematização, passou-se à votação dos temas no Plenário: artigo por artigo, parágrafo por parágrafo. Foram dias e noites seguidas, incluindo fins de semana, em votações. O voto era nominal e computado à mão. Constituiu-se, depois, a Comissão de Redação, que formatou o texto final depois de passá-lo por filólogos, que examinaram o português do projeto de Constituição. Depois do trabalho da Comissão de Redação, deu-se a votação final da Constituição e a sua promulgação, numa data muito festejada por todos os brasileiros no Congresso Nacional: 5 de outubro de 1988.

Pronta, a Constituição foi muito criticada. Muitos sustentavam a necessidade de Carta sintética, principiológica, sob o argumento de que, se assim fosse, daria margem maior de escolha para o Legislativo e para o Judiciário. Ao contrário, detalhada como foi, restringiu a margem de atuação do legislador comum. Daí a razão pela qual hoje tramitam pela Casa mais de mil emendas e, a essa altura, já se promulgaram 67 emendas constitucionais, além das seis emendas de revisão. Como tudo está previsto no texto constitucional, quando se quer fazer modificação, impõe-se a alteração do próprio texto.

Ao longo do tempo, a Constituição foi muito bem aplicada e passou a ser saudada como instrumento de estabilidade das nossas instituições. Um dos aspectos a chamar atenção no texto é que nele se fez amálgama da democracia dos princípios liberais com a democracia dos princípios sociais. Trouxe, de um lado, elenco extraordinário de direitos individuais e de liberdades públicas. Basta ler o seu Artigo 5º para verificar como é longo o elenco de direitos. Portanto, as liberdades individuais e públicas, como de imprensa, informação e associação, foram abundantemente previstas e praticadas a partir da Constituição.

Com o passar do tempo, verificou-se que não bastavam essas liberdades. Era preciso ir além. Surgiu então a cobrança por princípios da democracia social, que, aplicados, importaram no acesso de mais de 35 milhões de pessoas para a classe média. São exemplos: o direito à moradia e o direito à alimentação. Aparentemente, são normas que não têm imediato poder impositivo, porque são regras programáticas, mas que exigem conduta para o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, que não se podem desviar desses propósitos. Não foi sem razão que, num dado momento, criou-se o Bolsa Família e que se lançou projeto como o Minha Casa Minha Vida. Os preceitos sociais estão previstos na Constituição, foram exigidos pelo povo e, desde sua promulgação, realizados pelos governos desde então.

A aplicação do texto constitucional nos afastou de qualquer crise institucional. Hoje, as instituições estão, em sua plenitude, exercendo todas as suas atribuições e competências. Temos absoluta tranquilidade política, econômica, social e institucional. Por isso, podemos dizer que, em outubro de 1988, houve um encontro do povo com suas instituições. Devemos celebrar.

* Michel Temer é vice-presidente da República e Deputado Constituinte em 1988. Texto publicado originalmente na revista ISTOÉ.

Vice-governador em Santa Cruz

Do Blog do Magno

O prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, Edson Vieira (PSDB), reuniu para almoço em sua residência na cidade, neste domingo, o vice-governador do Estado, João Lyra Neto, o deputado federal Sérgio Guerra (PSDB) e o deputado estadual Diogo Moraes (PSB), além de lideranças políticas do município.

O grupo esteve na cidade para presenciar a procissão de São Miguel Arcanjo, uma tradição religiosa no município. Sem uma pauta política específica, o encontro, no entanto, não deixou de ser ambiente de conversas políticas em torno do quadro nacional e, principalmente, estadual.

Gravatá realiza reuniões do PPA

A Prefeitura de Gravatá realizou, na última sexta-feira (27), as reuniões
do PPA (Plano Plurianual Participativo). O encontro envolveu todas as secretarias municipais e contou com a participação da sociedade na definição do rumo da gestão para os próximos quatro anos.

O evento ocorreu em cinco locais: Hotel Canariu’s (Assistência Social), Agência do Meio Ambiente (Ipseg), Casa dos Conselhos (Saúde), auditório da Secretaria de Educação e Portal de Gravatá (Planejamento, Turismo, Desenvolvimento Rural e Animal, além de Infraestrutura e Desenvolvimento Econômico).

“A gestão do prefeito Bruno Martiniano (PTB) e sua equipe é democrática. Essa é a direção, o caminho que estamos percorrendo. Essas reuniões aconteceram pela primeira vez na cidade e pudemos ouvir as sugestões dos gravataenses sobre como o município pode gastar os seus recursos”, afirmou a secretária de Planejamento, Simone Osias.

PT e PTB juntos contra o PSB em PE

Do PE 247

PT e PTB estão cada vez mais próximos e já falam na possibilidade de uma aliança concreta visando disputar o governo de Pernambuco nas eleições do próximo ano. Os dois partidos confirmaram as chances de união e, caso a aliança se concretize, o nome do senador Armando Monteiro Neto (PTB), que já aparece com grande vantagem nas pesquisas eleitorais para governador do Estado, ganha uma força surpreendente, haja vista o apoio que ganhará não apenas do PT, mas também da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar da possibilidade de uma aliança, o PT também não descarta lançar um nome próprio na corrida rumo ao Palácio do Campo das Princesas, o que na pior das hipóteses pode levar os dois partidos a unirem-se em um eventual segundo turno.

“Eu disse anteriormente que nós tínhamos essa mobilidade. Fazer uma aliança neste campo é absolutamente natural. Não me considero melhor nem pior que ninguém. O PT tem nomes fortes, como João Paulo e Humberto Costa. Vamos aguardar”, comentou Armando. A confirmação de uma aliança entre os dois partidos foi feita pelo parlamentar durante um almoço com empresários pernambucanos, que aproveitou a ocasião para criticar o governo de Eduardo Campos e cobrar os créditos do governo federal nas obras e investimentos realizados no Estado.

Já o presidente estadual do PT, deputado federal Pedro Eugênio, em entrevista ao Blog do Jamildo, confirmou que existe uma possibilidade concreta de aliança entre as duas legendas, mas que o Partido dos Trabalhadores ainda avalia a alternativa de ter uma candidatura própria. “Temos que trabalhar mais de uma hipótese. Tanto trabalhar a candidatura própria de dois nomes que temos (o deputado federal e ex-prefeito do Recife, João Paulo, e o senador Humberto Costa), como fazer aliança com Armando Monteiro. Temos uma boa relação e essa é uma possibilidade concreta”,afirmou.

Tanto o PTB como o PT ensaiam uma aliança para fortalecer o palanque de Dilma Rousseff para as eleições do ano que vem. Enquanto o PT tem todo o interesse de assegurar a Presidência da República, o PTB, pela voz de Armando Monteiro, já declarou em diversas ocasiões o apoio à reeleição da petista.

Campos, sobre Ciro Gomes: ‘Tem que saber perder’

Do PE 247

O líder do PSB e presidenciável em 2014, Eduardo Campos (PE), quebrou sua discrição habitual e rebateu as críticas de Ciro Gomes. O ex-ministro, e irmão do governador do Ceará, Cid Gomes, que anunciou sua saída do PSB, disse em entrevista que Campos apresentou sua candidatura com “a maior truculência e falta de respeito” e avaliou a situação como “lamentável”.

“Eu trato as coisas na política, este é o meu jeito”, rebateu o governador de Pernambuco, segundo reportagem do Estadão. “Nós vencemos e temos que saber ganhar. E também é importante quem perde saber perder”, disse.

Tanto Cid como Ciro sempre defenderam a permanência da legenda na base governista e o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), indo de forma contrária à posição majoritária do partido, que quer ter uma candidatura própria ao Planalto nas próximas eleições. Com a devolução dos cargos que a sigla ocupava na máquina federal, os irmãos Gomes perderam o comando da Secretaria Especial de Portos, cujo gestor, Leônidas Cristino, era uma indicação pessoal de Cid.

A gota d’água, porém, teria sido o convite feito pelo PSB para que a petista e ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, ingressasse nas fileiras socialistas como candidata ao Governo do Estado já em 2014. Luizianne é um dos maiores desafetos políticos dos Gomes no Ceará.

Com os pés fora do PSB, os irmãos Gomes devem anunciar sua ida para o Partido Republicano da Ordem Social (PROS).

Candidatura de Eduardo é boa para o país, diz Raquel Lyra

A deputada estadual Raquel Lyra (PSB) participou, ontem, de entrevista no programa de Ivo Sutter, na 102 FM de Caruaru. Ela falou sobre sua atuação na Assembleia Legislativa de Pernambuco e as eleições de 2014.

“O governador Eduardo Campos (PSB) cumpre um papel muito importante, que é o de qualificar o debate presidencial”, comentou a socialista, acrescentando que uma candidatura de Eduardo à presidência pode fazer muito bem ao Brasil.

Sobre a sucessão estadual e a possibilidade do vice-governador João Lyra Neto (PSB) ser o candidato à sucessão de Eduardo, ela disse que é preciso esperar as definições do quadro nacional. “A gente não sabe ainda como se desenhará a sucessão estadual, mas vamos defender essa fórmula que vem dando certo em Pernambuco, com uma gestão moderna e eficiente”, afirmou.

Ao falar sobre a política de Caruaru e a falta de diálogo do prefeito José Queiroz (PDT) com aliados, Raquel cobrou mais efetividade. “Nosso conjunto político precisa discutir política e não apenas eleição. Precisamos discutir políticas públicas para a nossa cidade, o que não acontece”, lamentou.

Governo de Pernambuco lança guia turístico em braile

A partir da próxima semana, todos os Centros de Atendimento ao Turista do Estado passarão a oferecer o guia “Pernambuco de 1 a 8 Dias” em braile. Desenvolvida pela Secretaria de Turismo de Pernambuco, a iniciativa tem como objetivo oferecer aos cegos e pessoas com baixa visão um roteiro dos principais destinos turísticos.

Pernambuco é o primeiro estado do Brasil a publicar um guia turístico em braile. “A acessibilidade é um dos eixos prioritários do governo por acreditarmos que o turismo é uma ferramenta de inclusão social. Dessa forma, esperamos proporcionar às pessoas com deficiência visual o acesso aos atrativos e equipamentos turísticos”, explicou o secretário de Turismo de Pernambuco, Alberto Feitosa.

Mil guias em braile foram produzidos. Além dos centros, as publicações serão distribuídas para todas as instituições voltadas para cegos e pessoas com baixa visão no Brasil. O guia traz alternativas de passeios por Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Tamandaré, Litoral Norte (Paulista, Itapissuma, Ilha de Itamaracá e Goiana) e Agreste (Moreno, Glória do Goitá, Gravatá, Bezerros, Caruaru, Brejo da Madre de Deus/Nova Jerusalém).

Pontos históricos, igrejas, museus, teatros e praças enriquecem o conteúdo da publicação.