Governadora Raquel Lyra assina contratos que viabilizam a construção de 272 unidades habitacionais no Recife e em Pesqueira

A construção de 272 unidades habitacionais foi autorizada, nesta quinta-feira (7), pela governadora Raquel Lyra. Em cerimônia no Palácio do Campo das Princesas, foram assinados dois contratos que viabilizam a construção de dois residenciais no âmbito do Programa Morar Bem com o Minha Casa, Minha Vida – Fundo de Arrendamento Residencial (FAR). Serão construídos o Residencial Engenho do Meio, no Recife, com 128 unidades, e o Residencial Pesqueira, no Agreste do Estado, com 144 unidades.

“Assinamos dois contratos para a construção de habitacionais nos municípios do Recife e de Pesqueira que irão garantir mais de 270 novas moradias para quem mais precisa. Os terrenos foram doados pelo Governo do Estado para permitir que a iniciativa privada pudesse captar recursos para Pernambuco. Firmamos o contrato com a Caixa Econômica Federal, com a empresa responsável, e agora serão cerca de 18 meses de construção e entrega. Agradeço ao governo federal por mais essa parceria, junto ao Ministério das Cidades, pelo Minha Casa Minha Vida. Estamos trabalhando para enfrentar o déficit habitacional de Pernambuco e garantir moradia digna a todos os pernambucanos”, destacou Raquel Lyra.

Os projetos da construtora Sanco Engenharia são voltados à população de baixa renda e representam investimentos de aproximadamente R$ 42 milhões, com valores específicos de R$ 20,4 milhões para o Residencial Engenho do Meio, no Recife, que terá 128 unidades, e R$ 21,5 milhões para o Residencial Pesqueira, no Agreste, com 144 unidades. O prazo de construção destes habitacionais é de 18 meses.

A secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Simone Nunes afirmou que o anúncio das construções demonstra o avanço na política estadual de habitação. “Fizemos um mapeamento dos terrenos, ambos localizados em malha urbana dotados de infraestrutura, para cadastrar a proposta junto ao Minha Casa, Minha Vida. E a doação dos terrenos possibilitou que Pernambuco conseguisse ser selecionado na portaria do Ministério das Cidades. Esse esforço conjunto beneficia diretamente mais de 35 mil pernambucanos, representando um avanço no combate ao déficit habitacional e na promoção de moradias para a população mais vulnerável”, observou.

O Residencial Engenho do Meio é um empreendimento que foi viabilizado pela doação do terreno de propriedade do Estado, além de investimentos de R$ 63 mil dos cofres estaduais como contrapartida para infraestrutura. No Residencial Pesqueira, além do terreno, o valor do investimento é mais robusto, chegando a R$ 700 mil. Esses recursos vão garantir a instalação das redes de abastecimento e drenagem, essenciais para garantir a qualidade de vida aos futuros moradores.

“São mais dois empreendimentos que serão construídos em terrenos doados pelo Governo do Estado. Essa é uma parceria que vai fazer história na vida das pessoas que tanto precisam da sua casa própria e são anúncios como esses que dão o significado ao nosso trabalho enquanto ente público”, afirmou o superintendente da Caixa Econômica Federal, Marcelo Maia.

O Governo do Estado também atua para viabilizar projetos habitacionais através do Grupo de Trabalho (GT). A iniciativa, que recebeu esta semana o reconhecimento nacional do Prêmio ABC, maior honraria em habitação de interesse social do Brasil, atua para acelerar e desburocratizar as contratações no âmbito do Minha Casa, Minha Vida – FAR. A estrutura dedicada a acompanhar cada etapa dentro dos órgãos do Estado e a Caixa Econômica tem viabilizado novos empreendimentos de habitação de interesse social. Até o momento, o grupo conseguiu efetivar a contratação de 53 empreendimentos habitacionais em diversas regiões de Pernambuco, resultando na criação de 8.786 unidades residenciais.

O FAR, linha do Programa Minha Casa, Minha Vida, regulamentada pela portaria do Ministério das Cidades, oferece subsídios para a construção de moradias destinadas a famílias de baixa renda em áreas urbanas. As unidades do Engenho do Meio, no Recife, e de Pesqueira foram aprovadas com base em novas diretrizes estabelecidas em portarias federais e contemplam a isenção das prestações para famílias que recebem o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Da parte do Estado, as pessoas que não fazem parte do Bolsa Família, e nem do BPC, vão receber a chamada Parcela Zero no Programa Morar Bem Pernambuco. Ou seja, famílias com renda de até dois salários mínimos, atendidas no programa de habitação do Estado, também terão suas parcelas da casa própria quitadas no Programa Morar Bem.

Presente na cerimônia, o prefeito de Pesqueira, Bal de Mimoso, destacou as iniciativas que o Governo do Estado tem realizado nas cidades. “A governadora tem feito a diferença em cada município pernambucano, seja com iniciativas como essa, de habitação, mas também com mais água, entrega de ônibus escolares e a recuperação da malha rodoviária. Vemos que Pernambuco está no rumo certo e, por isso, agradeço ao trabalho que Raquel Lyra tem feito”, afirmou.

Participaram do evento os secretários estaduais Carlos Braga (Assistência Social, Combate à Fome e Políticas sobre Drogas) e Juliana Gouveia (interina da Mulher), o deputado estadual Luciano Duque, o representante da Empresa Sanco Engenharia, Marcelo Raposo, e o prefeito de Paulista, Yves Ribeiro.

Governo de Pernambuco anuncia antecipação da entrega do teto do Santuário do Morro da Conceição e inicia primeira etapa da obra

Foi iniciada, nesta quinta-feira (7), a montagem da estrutura metálica para cobertura do Santuário de Nossa Senhora da Conceição, no Morro da Conceição, Zona Norte do Recife. A governadora Raquel Lyra e a sua vice, Priscila Krause, acompanharam o início dos trabalhos e anunciaram a antecipação da entrega da obra para o dia 27 de novembro. Esta primeira etapa conta com investimento de R$ 1,4 milhão, a fim de garantir a realização da tradicional festa religiosa e popular de 8 de dezembro.

“Temos trabalhado de maneira incansável com a confiança da igreja católica para permitir que pudéssemos entregar à população do Recife e de Pernambuco a volta do Santuário de Nossa Senhora da Conceição. É uma alegria anunciar que no dia 27 de novembro a primeira etapa será entregue com o telhado pronto. Vamos garantir a entrega na véspera dos festejos, e a Fundarpe vai garantir o altar provisório, iluminação, refrigeração, cadeiras, tudo que é necessário para que haja os festejos do Morro da Conceição, e a gente possa retomar as obras, na sua segunda etapa, logo depois da conclusão, no dia 12 de dezembro”, destacou a governadora Raquel Lyra.

A vice-governadora Priscila Krause enfatizou que, desde o primeiro momento, o Governo de Pernambuco vem trabalhando para concretizar essa ação para a população. “É muito importante que as pessoas fiquem tranquilas, porque elas poderão voltar a frequentar o Santuário de Nossa Senhora da Conceição com absoluta segurança”, assegurou.

O Governo do Estado tem dado apoio financeiro e técnico à reconstrução do templo após o desabamento da estrutura, em setembro. A montagem do novo teto segue um cronograma de atividades que está sendo cumprido conforme o planejado. Sob coordenação da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, foi iniciada a instalação das treliças, estruturas que servem para sustentar o peso do telhado e resistir às cargas do vento e da gravidade, proporcionando a base para o assentamento das telhas.

“A elaboração técnica do projeto e a fiscalização de cada etapa da obra garantem que o novo teto esteja em conformidade com os padrões exigidos para a preservação do patrimônio histórico e religioso”, afirmou a secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Estado, Simone Nunes.

Presente no encontro, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Paulo Jackson, agradeceu todo o empenho e compromisso do Governo de Pernambuco. “Temos a alegria de dizer que a reconstrução da igreja não é simplesmente a reconstrução física. É a reconstrução de uma comunidade, da fé e da esperança de um povo. Somos imensamente gratos a todos que têm contribuído, orado e se preocupado, se solidarizando conosco”, reforçou Dom Paulo, que esteve acompanhado do reitor do Santuário Nossa Senhora da Conceição, padre Emerson Borges.

*COMPESA* – Foi iniciado nesta semana os testes da primeira etapa da‬ obra de setorização da rede de abastecimento de água dos‬ morros da Zona Norte do Recife, intervenção que, neste‬ momento, vai beneficiar os moradores do Morro da Conceição e‬ do Alto José do Pinho. A expectativa é que as áreas tenham água‬ todos os dias antes da Festa de Nossa Senhora da Conceição.‬ Aproximadamente 75 ruas das duas localidades morros já receberam intervenções.‬ Para executar a obra, o Governo do Estado investe mais de R$ 40‬ milhões.

Prefeitura de Caruaru participa de reunião com Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

A construção e o fortalecimento de políticas públicas para Caruaru foram tema de uma reunião de representantes da Prefeitura Municipal com o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Na ocasião, foram debatidos temas como a implantação de cozinhas comunitárias, na perspectiva de ampliação dos serviços e apoio técnico por parte do Ministério.

Além disso, a pauta da reunião incluiu novas possibilidades de financiamentos e fomento das atividades dos agricultores familiares e alternativas de modernização do Banco de Alimentos da Central de Alimentos de Caruaru (CEACA).

“A parceria com o Governo Federal é fundamental para ampliar as ações de atendimento à população caruaruense em situação de vulnerabilidade social e vai nos permitir, também, a geração de renda e a valorização dos nossos produtores rurais”, comentou a Secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Katiuska Lopes.

No encontro, estiveram presentes integrantes das Secretarias de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Governo, Políticas para Mulheres e Desenvolvimento Rural, além da Assessoria de Convênios. O Ministério foi representado pela Secretária Nacional da pasta, Lilian Rahal.

Prefeito Rodrigo Pinheiro envia projetos de lei à Câmara de Vereadores visando trazer ainda mais avanços para Caruaru

O prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro, enviou diversos projetos de lei à Câmara de Vereadores com o objetivo de trazer ainda mais avanços para o município, seguindo aquilo que a gestão já vem fazendo nos últimos anos.

Entre os projetos que foram apresentados, está a volta do feriado de Corpus Christi, a partir de 2025, atendendo a um pedido antigo da população e também mostrando respeito pelas tradições da comunidade católica.

Além disso, o prefeito também enviou o projeto da realização de um novo financiamento do Finisa, no valor de R$ 75 milhões, que serão destinados ao Programa Minha Rua Nova. Este programa está no plano de governo e já começou a ser executado. Com a chegada de novos recursos, mais ruas serão calçadas e, consequentemente, mais famílias serão beneficiadas.

Outro projeto importante é o da redução temporária na cobrança do Refis para débitos referentes à taxa de utilização do solo em feiras livres, cuja parcela mínima será de R$ 50 para pessoas físicas e R$ 80 para pessoas jurídicas. O prefeito também enviou a proposta da redução do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), como uma forma de trazer mais incentivo ao mercado imobiliário.

Ainda foi enviado à Câmara o projeto de reduzir a alíquota do ISS para as bets; a alteração da lei de compensação tributária; a criação de uma nova lei e alteração da lei do funcionamento administrativo da Secretaria de Educação; e alterações no código tributário.

Entidades criticam elevação dos juros básicos da economia

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de acelerar o aumento da Taxa Selic, juros básicos da economia, recebeu críticas do setor produtivo. Na avaliação deles, a elevação da taxa para 11,25% ao ano ameaça a recuperação da economia, especialmente quando os Estados Unidos começaram a cortar os juros.

Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que recebeu “com indignação” a decisão do Copom. Segundo a entidade, a Selic está em nível excessivo e incompatível. Para a entidade, o aumento dos juros só vai impor restrições adicionais à atividade econômica, com reflexos negativos sobre o emprego e a renda, e atrapalhar o equilíbrio das contas públicas.

“A CNI estima que a taxa básica de juros de equilíbrio deveria estar em 8,4% ao ano, considerando a inflação acumulada nos últimos 12 meses. Mesmo ao considerar a expectativa de inflação, a taxa de juros de equilíbrio é estimada em 9,3% ao ano”, criticou a confederação.

A Associação Paulista de Supermercados (Apas) considera que o choque de juros adotado pelo Banco Central tende a prejudicar a atividade econômica e desestimular os investimentos. A entidade pede que o governo avance no pacote de corte de gastos obrigatórios para que os juros possam cair no futuro.

“A Apas entende ainda que é fundamental que o conjunto da política macroeconômica avance de modo conjunto e coordenado e, neste sentido, a política fiscal possui um papel importante tanto na ancoragem das expectativas quanto no desenvolvimento consistente e sustentável da economia brasileira”, destacou em nota o economista-chefe da associação, Felipe Queiroz.

Centrais sindicais

O aumento dos juros básicos também recebeu críticas das centrais sindicais. Para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a medida aumenta o aperto financeiro à população e às empresas. A entidade lembrou que o Brasil está entre os maiores pagadores de taxa básica real (juros acima da inflação) do mundo, enquanto o país bate recorde em empresas com pedido de recuperação judicial.

“As consequências dessa política monetária, que vem sendo praticada pelo Banco Central nos últimos anos, são danos irreparáveis ao desenvolvimento do Brasil, porque trava toda a economia. Tem impactos nas taxas de juros de todo o sistema financeiro, ou seja, aumenta o custo do dinheiro para as famílias e empresas, aumentando também o endividamento de quem precisa de empréstimos, mas não consegue mais pagar”, destacou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira.

A CUT citou um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), segundo o qual a elevação de 0,5 ponto na Selic aumentará em R$ 26 bilhões os gastos da União com os juros dos títulos públicos. O impacto é apenas da alta da última reunião, desconsiderando novos aumentos nos próximos meses. Cada 1 ponto percentual de aumento na Selic, informou o estudo, eleva em R$ 40 bilhões os custos com os títulos.

A Força Sindical classificou a decisão de “irracional, nefasta e desastrosa”. Em nota, o presidente da entidade, Miguel Torres, disse que o Banco Central vai na contramão do desenvolvimento do país.

“Aumentar a taxa é uma irracionalidade. O aumento é mais uma forma de asfixiar os trabalhadores. Sem cortes relevantes, há redução dos investimentos e das chances de crescimento. É importante ressaltar que juros em patamares proibitivos sangram as divisas do País e inviabilizam o desenvolvimento e o investimento, e, consequentemente, a geração de empregos com mais renda”, destacou Torres.

Desempenho republicano pode facilitar aprovação de projetos de Trump

O ex-presidente dos EUA e candidato presidencial republicano Donald Trump dança enquanto faz campanha em Indianola, Iowa, EUA, 14 de janeiro de 2024. REUTERS/Brendan McDermid
© REUTERS/Brendan McDermid

O desempenho do Partido Republicano nas eleições estadunidenses deste ano surpreendeu parte dos analistas e especialistas brasileiros que acompanham o dia a dia da política e da economia da maior potência econômica mundial.

Além de Donald Trump ter superado, com folga, a candidata democrata Kamala Harris na disputa pela presidência dos Estados Unidos, os republicanos já conquistaram a maioria dos assentos no Senado, que, atualmente, é controlado pelos democratas. E caminham para assumir também o comando da Câmara dos Deputados.

Se a vitória na Câmara se confirmar, Trump, que já presidiu os Estados Unidos entre 2017 e 2021, chegará à Casa Branca contando com uma maioria de congressistas que, em tese, estarão mais dispostos a ajudá-lo a cumprir suas promessas de campanha. Situação que o próprio Trump, ao discursar logo após a divulgação dos primeiros resultados apontando sua vitória, classificou como um “mandato sem precedentes”.

Brasília (DF), 06/11/2024 - Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad. Foto: Danilo Igliori/Arquivo Pessoal
 Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad. Foto: Arquivo Pessoal

“O fato de o Trump ter ganhado não é surpresa. No mercado financeiro, em particular no norte-americano, havia mais apostas neste sentido. Ainda assim, a expectativa era de que as eleições seriam mais apertadas e, neste sentido, o resultado [geral] sim, surpreendeu”, disse à Agência Brasil o economista-chefe da empresa de tecnologia financeira Nomad, Danilo Igliori, classificando o resultado das urnas como “uma vitória maiúscula e incontestável” dos republicanos.

Para Igliori, com o resultado, Trump deve começar sua gestão enfrentando menos resistências à implementação de suas propostas de campanha.

“Conquistando, junto, o Congresso, o Trump terá condições de aprovar sua agenda mais facilmente. A questão é o quanto as propostas de tom mais visceral, agressivo, disruptivo, vão, de fato, se materializar nas políticas reais”, ponderou o economista, lembrando que, via de regra, encerrada a disputa eleitoral, é hora dos eleitos adotarem uma conduta mais pragmática.

“Mas acho que o mundo, com o Trump [na presidência dos EUA], é um mundo com mais risco, no qual tendemos a reafirmar um contexto que já é de bastante incerteza. Embora eu ache que os principais vetores não serão fundamentalmente impactados pelo Trump, já que há um fenômeno maior, que é economia [global] que vem emergindo após a pandemia [da covid-19]”, acrescentou o economista, referindo-se a rearranjos das cadeias globais de comércio, entre outros fenômenos.

“O principal deles, a meu ver, é uma redução no nível de globalização. Acho que o centro da proposta do Trump, expressa no slogan Make America Great Again [Tornar a América Grande Outra Vez], sinaliza para os Estados Unidos mais isolado, menos inserido nos fluxos globais de comércio e atividade. O que [se acontecer] vai gerar uma série de desdobramentos para as outras nações. Começando pelos impactos da política tarifária e da menor boa vontade para acordos multilaterais e bilaterais”, apontou o economista.

“Para o Brasil, o cenário tende a ficar bem mais complexo, já que o relacionamento com os Estados Unidos é bastante relevante para nós. Embora isso também possa acabar gerando oportunidades, particularmente no relacionamento brasileiro com a China. Porque se os Estados Unidos restringirem suas relações com a China, ela certamente vai procurar privilegiar outros parceiros.

Seletividade

Brasília (DF), 06/11/2024 - Roberto Goulart Menezes, professor do Instituto de Relações Internacionais da UnB e pesquisador do INEU (Instituto Nacional de Estudos sobre os EUA). Foto: Roberto Goulart/Arquivo Pessoal
 Roberto Goulart Menezes, professor do Instituto de Relações Internacionais da UnB e pesquisador do INEU (Instituto Nacional de Estudos sobre os EUA). Foto: Arquivo Pessoal

Para o professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisador do Instituto Nacional de Estudos sobre os EUA (Ineu), Roberto Goulart Menezes, Trump não é exatamente um político isolacionista.

“Ele tende a uma abordagem que não é [só] dele. O [ex-presidente republicano] George Bush já a adotou no passado. Como também o [ex-presidente democrata] Bill Clinton em certo momento. É uma política de interesse nacional seletivo. Segundo a qual os Estados Unidos admitem que nem todos os temas [globais] os interessam e que há assuntos dos quais outros [países] podem cuidar melhor”, ponderou Goulart, frisando que, paralelamente a isso, Trump considera que, nos últimos tempos, organismos multilaterais como a Organização Mundial do Comércio (OMC) vem regularmente contrariando aos principais interesses estadunidenses.

“Então, para ele, se os Estados Unidos não têm capacidade de reformar essas instituições para que contemplem seus interesses, é o caso de adotar uma atitude brusca em relação a essas instituições. Caso da OMC, cujo órgão de soluções de controvérsia está paralisado desde 2019 justamente porque os Estados Unidos não concordaram em renovar os árbitros – algo que começou no primeiro governo Bush e que foi mantido na gestão [do democrata e atual presidente] Joe Biden”, lembrou o pesquisador, para quem há “pontos de contato” entre a ação democrata e republicana na defesa dos interesses dos Estados Unidos.

“Desde o governo Clinton, os Estados Unidos vêm tentando reconstruir sua hegemonia política e econômica global – a militar já está consolidada. O Trump também tem isso em seu horizonte. E, para isso, ele adota essa estratégia do interesse nacional seletivo. De forma que os Estados Unidos não vão disputar toda bola dividida”, acrescentou Goulart, que também se disse surpreso com o desempenho dos republicanos nas urnas.

“Primeiro porque as pesquisas apontavam para uma disputa voto a voto [entre Trump e Kamala Harris]. Depois, pela própria trajetória do ex-presidente, que enfrenta processos na Justiça e a consequente exposição midiática negativa. O resultado mostrou tanto que Trump e sua ala política detém o controle hegemônico do partido, quanto que sua política sobreviveu na memória dos eleitores, mesmo os dados econômicos do governo Biden, agora, serem bons”, avaliou o professor, destacando que, no último período, a inflação oficial caiu e o nível do emprego formal melhorou, embora o custo de vida penalize os consumidores.

Na avaliação do pesquisador, com maioria no Congresso, Trump tentará implementar, já no primeiro ano de governo, mudanças nas leis trabalhistas e de imigração, entre outras medidas que reduzam as despesas do Estado. Além disso, sua vitória deve fortalecer a extrema-direita em todo o mundo, com prováveis consequências para as próximas eleições brasileiras.

“Talvez o Trump não consiga fazer tudo, mas com maioria no Senado e na Câmara, há grandes chances de ele conseguir aprovar seus projetos, sem grande resistência. Em 2025, a política externa deve se concentrar em três grandes temas: a guerra entre Ucrânia e Rússia; o conflito no Oriente Médio e a relação dos EUA com a China. Para o Brasil, resta redobrar o pragmatismo e, se necessário, corrigir a rota de sua política externa a fim de contornar eventuais dificuldades que os Estados Unidos venham a colocar em termos comerciais, principalmente”, concluiu Goulart.

Dólar cai para R$ 5,67 no dia do anúncio da eleição de Trump

Dólar
© Valter Campanato/Agência Brasil

Num dia de bastante volatilidade no mercado financeiro, o dólar fechou abaixo de R$ 5,70 após iniciar a sessão se aproximando de R$ 5,90. A bolsa de valores começou o dia em forte queda, mas recuperou-se durante a sessão até fechar em leve baixa.

O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (6) vendido a R$ 5,674, com recuo de R$ 0,072 (-1,26%). A cotação chegou a R$ 5,85 pouco depois da abertura das negociações, minutos após a confirmação da vitória do ex-presidente Donald Trump nas eleições norte-americanas.

Durante a manhã, porém, desacelerou e inverteu o movimento por volta das 12h30, passando a cair. Na mínima do dia, por volta das 15h15, chegou a ser vendida a R$ 5,66.

A moeda norte-americana está no menor valor desde 24 de outubro. Apesar da queda, a divisa acumula alta de 4,16% desde o início de outubro e sobe 16,92% em 2024. O euro comercial também teve forte queda nesta quarta, caindo 3% e fechando a R$ 6,092.

A queda do dólar ocorreu num dia em que o sistema de buscas do Google informou errado o valor da moeda. No início do dia, a página mostrava o dólar comercial cotado a R$ 6, chegando a R$ 6,14 no fim da manhã. No início da tarde, o Google desativou o mecanismo que mostra a cotação do real.

No mercado de ações, o dia também foi marcado pela instabilidade. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 130.296 pontos, com queda de 0,29%. O indicador chegou a cair 1,4% por volta das 11h30, mas recuperou-se ao longo da tarde.

A eleição de Donald Trump para um segundo mandato à Casa Branca fez os investidores desmontarem apostas contra o real e outras moedas latino-americanas.

No cenário interno, o mercado continua na expectativa pelo anúncio do pacote de corte de gastos obrigatórios previsto para sair nos próximos dias. Nesta quinta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou de mais uma rodada de reuniões com ministros no Palácio do Planalto.

Os investidores também estiveram atentos à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a Taxa Selic (juros básicos da economia) para 11,25% ao ano, nível esperado pelo mercado. A decisão foi divulgada após o fechamento do mercado financeiro.

Copom eleva juros básicos da economia para 11,25% ao ano

Edifício-Sede do Banco Central em Brasília
© Marcello Casal JrAgência Brasil

A alta recente do dólar e as incertezas em torno da inflação e da economia global fizeram o Banco Central (BC) aumentar o ritmo de alta dos juros. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa Selic, juros básicos da economia, em 0,5 ponto percentual, para 11,25% ao ano. A decisão era esperada pelo mercado financeiro.

A alta consolida um ciclo de contração na política monetária. Após passar um ano em 13,75% ao ano, entre agosto de 2022 e agosto de 2023, a taxa teve seis cortes de 0,5 ponto e um corte de 0,25 ponto, entre agosto do ano passado e maio deste ano. Nas reuniões de junho e julho, o Copom decidiu manter a taxa em 10,5% ao ano, começando a aumentar a Selic na reunião de setembro, quando a taxa subiu 0,25 ponto.

Em comunicado, o Copom informou que a incerteza nos Estados Unidos se ampliou. Sem citar diretamente a eleição do ex-presidente Donald Trump, o texto mencionou “a conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed [Federal Reserve, Banco Central norte-americano]”.

Em relação ao cenário doméstico, o Copom informou que está acompanhando a política fiscal e cobrou ajustes dos gastos públicos. “O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, destacou o comunicado.

Inflação

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial, subiu para 0,44%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), puxado pela bandeira vermelha nas contas de luz e pelo preço dos alimentos, que subiu por causa da seca no início do semestre. O IPCA de outubro só será divulgado na sexta-feira (8).

Com o resultado, o indicador acumula alta de 4,42% em 12 meses, cada vez mais próximo do teto da meta deste ano. Para 2024, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não podia superar 4,5% nem ficar abaixo de 1,5% neste ano.

No último Relatório de Inflação, divulgado no fim de setembro pelo Banco Central, a autoridade monetária elevou para 4,31% a previsão para o IPCA em 2024, mas a estimativa pode subir ainda mais mudar por causa da alta do dólar e do impacto da seca prolongada sobre os preços. O próximo relatório será divulgado no fim de dezembro.

As previsões do mercado estão mais pessimistas. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 4,59%, acima do teto da meta. Há um mês, as estimativas do mercado estavam em 4,38%.

O comunicado do Copom trouxe as expectativas atualizadas do Banco Central sobre a inflação. A autoridade monetária prevê que o IPCA chegará a 4,6% em 2024 (acima do teto da meta), 3,9% em 2025 e 3,6% no acumulado em 12 meses no fim do primeiro trimestre em 2026. Isso porque o Banco Central trabalha com o que chama de “horizonte ampliado”, considerando o cenário para a inflação em até 18 meses.

O Banco Central aumentou as estimativas de inflação. Na reunião anterior, de setembro, o Copom previa IPCA de 4,3% em 2024, de 3,7% em 2025 e de 3,5% no acumulado em 12 meses no fim do primeiro trimestre em 2026

Crédito mais caro

O aumento da taxa Selic ajuda a conter a inflação. Isso porque juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas maiores dificultam o crescimento econômico. No último Relatório de Inflação, o Banco Central elevou para 3,2% a projeção de crescimento para a economia em 2024. O número foi revisado após o expansão de 3,1% do PIB em 2024.

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.

Amupe promove ‘Seminário Novos Gestores’ para prefeitos eleitos

A Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) promoverá o Seminário Novos Gestores. Com o tema “Gestão que Transforma”, o evento é voltado especialmente para os prefeitos e prefeitas escolhidos pela população nas eleições de 2024 para a legislatura 2025 – 2028. O Seminário acontecerá nos dias 11 e 12 de novembro, no Hotel Canários de Gravatá. O evento contará com a presença da governadora Raquel Lyra.

Mais do que um espaço de aprendizado técnico, o Seminário Novos Gestores também se configura como uma oportunidade para fomentar redes colaborativas, preparando os novos prefeitos para a realização de uma administração eficaz, voltada para o desenvolvimento socioeconômico de toda a população. Na tarde do dia 11, recém-eleitos participarão de painéis sobre finanças, responsabilidade na gestão pública, programas de habitação e construção de parcerias estratégicas com o Governo Federal.

Às 14h00, no painel “Finanças Municipais” serão abordados temas como pacto federativo e autonomia dos municípios. O painel será conduzido pelo professor da Fundação Getúlio Vargas, Eduardo Grin; o consultor da Confederação Nacional dos Municípios, Eduardo Stranz; e o prefeito de Águas Belas e presidente do Consórcio dos Municípios Pernambucanos, Luiz Aroldo, que abordará a importância dos consórcios na redução dos custos das gestões.

Na sequência, às 15h15, a equipe jurídica da Amupe, composta pelos advogados Vadson Almeida, João Batista e Marcos Alencar conduzirão o painel “Gestão Responsável”, tratando de temas como  responsabilidade fiscal, gestão de pessoal, previdência e continuidade dos serviços públicos.

A partir das 16h30, uma equipe da presidência da Caixa Econômica Federal vai falar das principais novidades e esclarecer dúvidas referentes aos programas de habitação do banco federal. Encerrando a programação do primeiro dia, às 17h00, o assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Mozart Sales, vai falar sobre a importância do fortalecimento das parcerias entre União e municípios.

Governadora Raquel Lyra celebra investimento sustentável no Estado com instalação de centro de reciclagem do Grupo Heineken

Fortalecendo a atração de investimentos sustentáveis, Pernambuco ganhou o primeiro centro de reciclagem de vidro promovido pelo Grupo Heineken no Brasil. O espaço construído no município de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, em parceria com a Ambipar, conta com recurso inicial de R$ 8 milhões e será responsável pelo processamento anual de 25 mil toneladas de vidro. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (6), em cerimônia no Palácio do Campo das Princesas com a governadora Raquel Lyra, a sua vice, Priscila Krause, e representantes do Grupo Heineken e da Ambipar.

“Em tempos de mudança climática, trabalhar a economia circular é uma estratégia fundamental para permitir a sobrevivência do nosso planeta. Iniciativas como essa merecem ser replicadas. Acreditamos muito no poder da união com a iniciativa privada, poder público e organizações sociais para permitir que o nosso Estado possa crescer sem deixar ninguém para trás. Queremos que as melhores iniciativas nasçam ou sejam fortalecidas em Pernambuco”, destacou a governadora Raquel Lyra.

Para a secretária de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha (Semas-PE), Ana Luiza Ferreira, Pernambuco está no rumo de uma nova economia regenerativa. “Uma economia que não é somente verde, mas que também não deixa ninguém para trás. A política principal de Pernambuco é a justiça ambiental e climática, e a redução de desigualdades extremas”, disse.

Essa ação é mais uma iniciativa que faz parte do Plano Pernambucano de Mudança Econômico-Ecológica (PerMeie). “Quando nos sentamos para escrever o PerMeie, sabíamos que o desafio era encontrar quem seriam os parceiros da iniciativa privada que comprariam essa ideia. Encontramos esses parceiros na Ambipar e na Heineken. É com muita gratidão que a gente dá esse passo junto”, comemorou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti.

De acordo com o vice-presidente de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da Heineken, Mauro Homem, Pernambuco foi escolhido para o início das atividades por seu potencial econômico e sustentável. “Pernambuco é uma região muito importante, anunciamos em 2023 mais de R$ 1,2 bilhão de investimentos na expansão da nossa capacidade produtiva, modernização e nos atributos ambientais da nossa cervejaria em Igarassu. Sabemos o quanto o Nordeste ainda é carente na coleta e na transformação desse material. Então, realmente como um grande alicerce nessa região, gostaríamos de fomentar e, certamente, Pernambuco vai ser uma área onde teremos muito potencial de captura de vidro”, afirmou.

A estrutura do hub será utilizada para fazer a compra do material junto às cooperativas e catadores independentes, com o compromisso de coleta da embalagem desses parceiros. “Já de início são 10 cooperativas integradas ao hub e, além disso, teremos instalações em condomínios residenciais para coletar essa matéria-prima e parcerias com estabelecimentos comerciais. Hoje temos gestão em terminais de transporte público, shopping centers, hospitais e hotéis”, detalhou o Head de Pós-consumo da Ambipar, Felipe Cury.

O centro de reciclagem instalado no espaço já ocupado pela Ambipar, em Jaboatão, dará o tratamento adequado ao vidro oriundo de embalagens pós-consumo. Depois de limpo e triturado, a venda desse caco de vidro será negociada pela unidade de negócio junto às vidreiras, e estas irão produzir novas garrafas Heineken a serem utilizadas nas cervejarias, um ciclo que deverá se expandir fortalecendo todos os envolvidos no processo: os catadores, o mercado e o meio ambiente.

Presente na solenidade, o deputado estadual Mário Ricardo enfatizou que esse é um momento importante e simbólico para Pernambuco. “Fico muito feliz em estar vivendo esse momento, sabendo que essas duas empresas se juntam para fazer uma iniciativa que seja modelo para as outras”, pontuou.

Estiveram presente no evento os deputados estaduais France Hacker, Roberta Arraes e Mário Ricardo; o prefeito de Moreno, Edmilson Cupertino; os vereadores do Recife Doduel Varela e Ronaldo Lopes; e o secretário de Desenvolvimento Econômico do Jaboatão dos Guararapes, Francisco Papaleo. Também participaram os secretários estaduais Hercílio Mamede (Casa Militar) e Juliana Gouveia (interina da Mulher); os diretores-presidentes do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Rivaldo Melo; e da Copergás, Felipe Valença.