Vendas de veículos caem 38,5% em janeiro, aponta Anfavea

Distribuição de veículos espera alta de 4,6% nas vendas em 2022, diz Fenabrave

A Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) anunciou que, em janeiro deste ano, foram vendidos 126,5 mil veículos, o que representa uma queda de 38,5% em comparação a dezembro do ano passado. Na comparação com janeiro do ano passado, a retração foi de 26,1,5%.

Ao divulgar os dados nesta segunda-feira (7), o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, considerou a queda como relevante. “Foi uma queda relevante com relação a dezembro, que foi um mês muito bom, nós puxamos bastante a produção e o emplacamento, em grande parte para entregar muitos veículos pendentes de meses anteriores por falta dos semicondutores”.

O executivo lembrou que janeiro já é tradicionalmente um mês de poucas vendas no mercado de automóveis, no entanto, destacou outros motivos para a retração no mês.

“Janeiro já é esperado uma queda, como acontece todos anos, mas tivemos alguma aspectos que impactaram ainda mais esse resultado, como o alto volume de emplacamento em dezembro, o desequilíbrio na cadeia de suprimentos, e tivemos uma transição no sistema de emplacamentos, como veículos que foram vendidos, mas não foram emplacados no mês de janeiro. Mas esse tema já foi resolvido e o emplacamento já voltou ao normal em fevereiro”, disse.

Moraes disse ainda que as chuvas de verão e a variante Ômicron também foram agravantes que levaram à maior queda nas vendas no primeiro mês do ano. “Tivemos chuvas acima da média em regiões importante como São Paulo, que é o maior mercado, que impactaram na frequência de consumidores de lojas e inclusive fecharam algumas lojas que tiveram problemas adicionais como alagamentos em determinadas regiões, e obviamente, a variante Ômicron que está afetando a cadeia como um todo, os fornecedores, os fabricantes e o varejo”.

Houve retração ainda na produção de veículos, com queda de 31,1% com relação a dezembro. Segundo o balanço divulgado pela Anfavea, foram fabricadas 145,4 mil unidades no primeiro mês deste ano, enquanto a produção em dezembro do ano passado ficou em 200,4 mil veículos. Comparado com janeiro de 2021, a queda na produção foi de 27,4 %

Para o ano, o presidente da entidade disse que a alta da taxa de juros pode desestimular as vendas. “Estamos trabalhando com uma restrição da oferta sim, mas na nossa previsão do ano a gente considera o impacto da questão do crescimento do PIB mais tímido e do aumento da taxa de juros. É uma mistura dos dois impactos. Em um ano normal, a gente só olha a demanda. Este ano ainda temos que olhar a oferta e a demanda por conta desse aumentos de juros, a capacidade da pessoa física de comprar, o emprego ainda não está em um nível adequado, enfim, restrição na oferta e certo limite na demanda considerando o cenário do Brasil que temos para 2022”.

Exportações

As exportações de automóveis também registraram queda de 33,5% em janeiro, com relação a dezembro de 2021, com a venda de 27,6 mil veículos para fora do país. Com relação a janeiro do ano passado, a alta foi de 6,6%, quando houve a exportação de 25,9 mil unidades.

Caminhões

A venda de caminhões teve retração de 26,8% em janeiro em comparação com dezembro do ano passado. Foram vendidas, no último mês, 8,7 mil unidades. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a elevação nas vendas de caminhões foi de 15,5%.

Emprego

O nível de emprego na indústria teve alta de 0,3% em janeiro na comparação com o último mês de 2021. Na comparação com janeiro do ano passado, a queda foi de 2%. As fabricantes de veículos empregavam em janeiro do ano passado 103.384 pessoas, enquanto agora tem um quadro total de 101.335 funcionários.

Acordo que facilita entrada nos EUA é estendido a todos os brasileiros

O governo do Brasil anunciou hoje (7) a entrada em vigor da terceira e última fase do acordo assinado com o governo dos Estados Unidos (EUA) para facilitar a entrada de brasileiros no país.

Fruto de negociações iniciadas em 2013, a adesão brasileira à iniciativa norte-americana batizada com o nome de Global Entry foi formalizada em novembro de 2019, alguns meses após viagem oficial do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos.

Conforme decreto assinado em março de 2020 pelo presidente Bolsonaro e pelo então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, inicialmente, a iniciativa seria testada com até 20 brasileiros participantes do Fórum de Altos Executivos Brasil-EUA. Posteriormente, as inscrições seriam disponibilizadas para um número limitado de pessoas, para que o sistema informatizado desenvolvido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) fosse testado e aprimorado.

Na terceira e última fase de implementação do programa, a inscrição no Global Entry fica disponível a todo cidadão brasileiro interessado em simplificar a passagem pelo controle de passaporte nos Estados Unidos.

Para aderir ao programa, é preciso pagar taxa de US$ 100 (o equivalente a R$ 529 pelo câmbio atual) à autoridade de Proteção de Fronteiras e Alfândega do Departamento de Segurança Doméstica dos Estados Unidos (CBP), que coordena o programa. A taxa é válida por cinco anos, ao fim dos quais, precisará ser renovada.

O Global Entry não substitui a exigência de visto, mas pode acelerar os procedimentos de entrada e saída de estrangeiros autorizados a ingressar em território norte-americano sem passar por filas de imigração nos aeroportos que dispõem de quiosques de atendimento automático que eliminam a necessidade de contato com agentes de imigração.

No caso do acordo brasileiro, as inscrições no programa são analisadas pela Receita Federal e pela Polícia Federal, antes de serem avaliadas pelo CBP, ao qual cabe a decisão sobre quem pode receber tratamento diferenciado no controle migratório.

Os interessados devem se inscrever na plataforma do programa, disponível no site do CBP. Até as 13h30 desta segunda-feira, contudo, o Brasil ainda não constava da lista de países cujos cidadãos estão incluídos nos acordos binacionais. Segundo a Casa Civil, a previsão era que a relação fosse atualizada nesta manhã, com a inclusão do Brasil. Consta, na própria plataforma, que a última atualização foi feita em dezembro de 2017.

Agência Brasil entrou em contato com a Embaixada dos Estados Unidos, mas ainda não teve resposta.

Em um vídeo divulgado pelas redes sociais, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, disse que a medida estimulará negócios entre os dois países e intensificará a interação acadêmica e o turismo, estreitando as relações.

“Começa a valer, hoje, uma novidade muito boa para os brasileiros que pretendem viajar aos Estados Unidos e que, agora, podem se inscrever no programa Global Entry, que facilita o processo de entrada migratória [nos EUA] dos viajantes que, após cumprir o processo de registro e de avaliação prévia, forem aprovados, podendo se beneficiar de uma entrada mais rápida e fácil nos aeroportos dos Estados Unidos”, comentou o ministro. Segundo Ciro Nogueira, a inclusão dos brasileiros entre os poucos beneficiados pela iniciativa “confirma o respeito da comunidade internacional ao nosso país”.

Em São Paulo, Francisco Layon e Jeferson Tepo participam da Assembleia Geral do Livres

No último fim de semana em São Paulo, o Movimento Suprapartidário Livres realizou a 2° Assembleia Geral do Movimento, definindo nomes para os conselhos de ética e administrativo, em eleição entre os associados. Pernambuco ficou com uma vaga no conselho de ética, ocupada pelo recifense Josias de Paula.

Além da Assembleia, o movimento inaugurou uma nova sede, um grande espaço na capital paulista, aberto para receber todos seus associados.

“O Livres é um movimento que cresce muito na construção política do país, a nova sede e a assembleia deixou claro o fortalecimento do movimento, que em ano eleitoral tem bons nomes se colocando a disposição de participar do processo em seus respectivos estados e três excelentes nomes estão como pré-candidatos a governador. Vinícius Poit, em São Paulo, Felipe Rigoni, no Espírito Santo, e Emerson Jarude no Acre”, concluiu o caruaruense Jeferson Tepo.

Caruaru Shopping vai ganhar Ferreiro RoofTop

Considerada uma das melhores cozinhas de restaurantes do Estado, o Grupo Tio Armênio, que já tem uma unidade com o mesmo nome no Caruaru Shopping, traz para o centro de compras e convivência mais uma marca de sucesso: o Ferreiro RoofTop. Com investimento de R$ 6 milhões e ocupando uma área de 2 mil m², o empreendimento vai funcionar no último piso do edifício-garagem, tornando-se uma excelente opção gastronômica e de lazer.

De acordo com Humberto Moura, um dos representantes do Grupo Tio Amênio, o novo empreendimento vai proporcionar um investimento forte, no que diz respeito à gastronomia. Ele lembrou que o grupo tem outras bandeiras no setor, mas o Ferreiro RoofTop terá um diferencial. “Vamos funcionar com vista panorâmica daqui do Caruaru Shopping. Temos a melhor vista da cidade em todos os horários”, destacou.

Em relação à cozinha, Humberto Moura revelou o foco do Ferreiro RoofTop. “Teremos tudo que envolve parrilha. Vamos ter uma pegada mais voltada para o churrasco mesmo e o petisco de forma geral, mas também serviremos almoço e jantar. Nossa ideia também é estender o horário de funcionamento até a meia-noite, proporcionando aos nossos clientes uma opção de gastronomia, com a melhor vista da Capital do Agreste. O nosso cliente poderá curtir um happy hour acompanhando o belíssimo pôr-do-sol de Caruaru ou tomar um vinho, contemplando a cidade à noite”, disse Humberto.

De acordo com Marcus Belarmino, superintendente do Caruaru Shopping, o centro de compras continua investindo em novos empreendimentos que geram empregos e renda para a população, de forma direta, contribuindo para a recuperação da economia no pós-pandemia. “Apesar da pandemia, o Caruaru Shopping continuou investindo em várias áreas e o resultado tem sido a chegada de grandes empreendimentos, de nível nacional, tornando, assim, o nosso mix de lojas único e mais completo da região”, disse.

A expectativa é que o restaurante comece a funcionar neste primeiro semestre.

O Caruaru Shopping fica localizado na Avenida Adjar da Silva Casé, 800, Bairro Indianópolis

Alistamento militar pode ser feito até 30 de junho

Jovens do serviço militar recebem capacitação e treinamento profissional para o mercado de trabalho através do Projeto Soldado-Cidadão. Os jovens brasileiros do sexo masculino que completarem 18 anos em 2022 devem se inscrever exclusivamente por meio do site de alistamento militar.

No Brasil o alistamento militar é obrigatório, e quem não se alistar pode ter uma série de problemas, como a proibição de:

  • Ingressar como funcionário, empregado ou associado em instituição, empresa ou associação oficial, oficializada ou subvencionada;
  • Assinar contrato com o governo federal, estadual, dos territórios ou municípios;
  • Prestar exame ou fazer matricula em qualquer estabelecimento de ensino;
  • Obter carteira profissional, registro de diploma de profissões liberais, matrícula ou inscrição para o exercício de qualquer função e licença de indústria e profissão;
  • Fazer inscrição em concurso para provimento de cargo público;
  • Exercer, a qualquer título, sem distinção de categoria ou forma de pagamento, qualquer função pública ou cargo público, eletivos ou de nomeação;
  • Receber qualquer prêmio ou favor do governo federal, estadual, dos territórios ou municípios.

Inscrição

Para a inscrição online, é necessário ter em mãos CPF, carteira de identidade ou carteira de trabalho, comprovante de endereço com CEP, endereço de e-mail e telefone. Após preencher o formulário, o candidato deve imprimir seu Certificado de Alistamento Militar para comprovação de sua inscrição junto às Forças Armadas. O acesso é feito com o número do CPF e a senha criada no momento do cadastro.

Para quem não tem acesso ao um computador pessoal, a inscrição pode ser feita por um telefone celular, instalando o aplicativo de alistamento, disponível para os sistemas iOS e Android. A documentação é a mesma para ambos os casos.

Casos especiais

Há casos em que o alistamento só pode ser feito presencialmente. Uma delas é a de jovens que forem arrimo de família, ou seja, o único responsável pelo sustento da família. Nessa situação é necessário apresentar um requerimento pedindo dispensa de incorporação e também apresentar documentos que comprovem sua condição.

Outra situação é para os jovens com deficiência. De acordo com o Ministério da Defesa, para solicitar a dispensa o “portador de necessidade especial física aparente, entregará requerimento solicitando isenção do serviço militar e atestado médico com diagnóstico de incapacidade e o respectivo CID, que é a Classificação Internacional de Doenças”.

Caso a pessoa não tenha condição de comparecer a uma junta do serviço militar por incapacidade absoluta, ele poderá ser representado por tutor ou curador mediante procuração lavrada em cartório.

Saiba o que muda na prova de vida do INSS

Agência Brasil explica o que muda na prova de vida do INSS
Comprovação deixa de ser presencial e baseia-se em cruzamento de dados

Uma das obrigações mais recorrentes para aposentados e pensionistas mudou neste mês. Desde a última quarta-feira (2), a prova de vida para os segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deixou de ser presencial e passou a basear-se no cruzamento de outras bases de dados do governo.

As regras foram alteradas por portaria publicada no Diário Oficial da União. A principal novidade foi a inversão da lógica de comprovação. Em vez de o aposentado ou pensionista provar que está vivo, caberá ao INSS certificar-se de que o segurado não morreu.

Antes, o segurado precisava ir a uma agência bancária. Segurados com biometria facial registrada no Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) ou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) podiam fazer a prova de vida digital no aplicativo Meu INSS. Idosos a partir de 80 anos ou pessoas com dificuldade de locomoção podiam pedir visita em domicílio, agendando horário pelo telefone 135 ou pelo app Meu INSS.

Agora, a ida ao banco será opcional e usada apenas como último recurso. O INSS terá acesso a dados como votação em eleições; registro de transferências de bens; vacinação; consultas pelo Sistema Único de Saúde; ou renovação de documentos como RG, carteira de motorista ou passaporte. Se alguma movimentação tiver acontecido nos dez meses posteriores ao aniversário do segurado, o INSS considerará o beneficiário vivo.

Caso não haja registro de movimento nesse período, o próprio órgão fará outras formas de comprovação de vida, a serem definidas no futuro. Ao anunciar as novas regras, o INSS informou que estuda soluções como a generalização da prova de vida digital, com um sistema de envio de fotos por aplicativo a partir de 2023, ou a manutenção do envio de servidores públicos para a coleta de dados biométricos na casa do aposentado ou pensionista. Segundo o INSS, o novo processo será implementado gradualmente até 31 de dezembro.

O mês de aniversário do segurado como data para a prova de vida não mudou. As novas regras já valem para todos que fazem aniversário após 2 de fevereiro, data de publicação da portaria. Se o segurado quiser regularizar pendências de anos anteriores, poderá ir ao banco fazer a prova de vida presencial, se quiser. A portaria estabelece apenas que ele não pode ser obrigado pela instituição financeira a procurar uma agência bancária.

Atualmente, cerca de 35 milhões de aposentados e pensionistas precisam provar, todos os anos, que estão vivos, segundo o Ministério do Trabalho e Previdência. De acordo com o INSS, as mudanças ocorreram para evitar ao máximo que idosos precisem sair de casa e reduzir dificuldades para segurados com problemas de saúde.

RJ: 74% de escolas municipais vivenciaram tiroteio no entorno em 2019

A pesquisa “Tiros no Futuro: impactos da guerra às drogas na rede municipal de educação do Rio de Janeiro” mostrou que 74% das escolas da cidade vivenciaram pelo menos um tiroteio em seu entorno em 2019. Dados indicam que, entre elas, cinco unidades concentram 20 ou mais operações policiais no período. O perfil dos alunos, em grande parte (77%), é de negros nas escolas mais expostas à violência.

A pesquisa inédita foi lançada hoje (7) pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), fundado em 2000 na Universidade Cândido Mendes. O centro desenvolve estudos e outros projetos nas áreas de segurança pública, justiça e política de drogas. Seu compromisso é a promoção dos direitos humanos e a luta contra o racismo no sistema de Justiça Criminal.

O estudo avaliou a relação entre confrontos da polícia com grupos que controlam venda de drogas em áreas pobres da cidade, principalmente nas comunidades, e o impacto dessa política na renda futura do estudante. Também analisou os efeitos da guerra às drogas nos resultados escolares dos alunos do 5º ano do ensino fundamental da rede pública da capital.

Perdas
Os pesquisadores concluíram que estudantes de unidades instaladas em áreas violentas, que registraram seis ou mais operações policiais, têm redução média de 7,2 pontos no desempenho em língua portuguesa e 9,2 em matemática. “Considerando o ganho médio anual de proficiência, a exposição à violência resulta em perda de 64% do aprendizado esperado em língua portuguesa e em matemática”, informa o estudo.

Na comparação das médias de reprovação e de abandono das unidades de ensino, a conclusão é que a exposição frequente a tiroteios, com a presença de agentes de segurança, pode gerar aumento de 2,09% na taxa de reprovação e de 46,4% na probabilidade de pelo menos um aluno abandonar a escola.

Efeito financeiro
O déficit de aprendizagem no 5º ano provocou perda financeira na vida produtiva dos estudantes, segundo a pesquisa, de até R$ 24.698,00, valor correspondente a 48 cestas básicas ou 377 botijões de gás ou 13 anos de passagens de ônibus, duas vezes por dia.

“Esse jovem, ao concorrer a uma vaga no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), já está em desvantagem em relação a outros alunos também do ensino público, pelo fato de ter a aprendizagem comprometida pela guerra às drogas desde a infância. Essa diferença se perpetua na vida produtiva do cidadão, reduzindo a oportunidade de geração de renda. Estamos falando da manutenção da desigualdade e estagnação de mobilidade social como reflexos diretos da ação do Estado”, comentou a socióloga e coordenadora do CESeC, Julita Lemgruber.

Projeto
Tiros no Futuro é a segunda etapa do projeto Drogas: quanto custa proibir, elaborado com a intenção de acrescentar ao debate público reflexão sobre os impactos econômicos e orçamentários da legislação proibicionista nas áreas específicas de segurança e justiça, de educação, saúde e do território. A primeira fase foi marcada pelo lançamento, em março de 2021, do relatório Um Tiro no Pé: impactos da proibição das drogas no orçamento do sistema de Justiça Criminal do Rio de Janeiro e São Paulo. O trabalho teve custo de R$ 5,2 bilhões para manter a política proibicionista em um ano nos dois estados.

Convênio
A pesquisa foi realizada a partir de convênio com a Secretaria Municipal de Educação (SME) do Rio de Janeiro. Foram avaliados dados das 1.577 unidades de ensino da rede pública carioca, alcançando 641.534 alunos matriculados em 2019. O ano é referência para os levantamentos apontados por anteceder a pandemia de covid-19, que alterou a dinâmica escolar. O fato de focar os estudos nos dados da capital fluminense é decorrente do cenário único no país pela frequência de operações policiais, tiroteios e disparos de armas de fogo no cotidiano de certos territórios, até nos próximos às escolas.

Rotina
A análise foi baseada em informações obtidas com a SME sobre operações policiais que interferiram na rotina das escolas, como a suspensão das aulas ou o fechamento da unidade. Também foram avaliados dados da plataforma Fogo Cruzado, que registra ocorrências de tiroteios na região metropolitana do Rio. Com a combinação, segundo os pesquisadores, foi possível georreferenciar e comparar 32 escolas com pelo menos seis operações policiais em 2019 e 37 que não tiveram essas ocorrências naquele ano.

“Foi considerada a similaridade entre os dois grupos em: indicador de complexidade da gestão; perfil socioeconômico das famílias; proporção de pais com alta escolaridade; proporção de alunos não brancos e proporção de educandos do sexo masculino. A única diferença entre os grupos foi a exposição a eventos violentos, como as operações policiais”, revelou o CESeC.

Para os pesquisadores, a pesquisa Tiros no Futuro demonstra que o efeito da guerra às drogas na educação é apenas uma das faces dessa política, que expõe determinado setor da população, de maioria negra e pobre, a um cenário bélico cujos “únicos resultados têm sido desperdício de dinheiro público, que poderia ser investido em políticas de promoção à vida”.

Segundo Julita Lemgruber, a consequência da guerra às drogas na vida de uma pessoa é incalculável. Ela afirmou que o propósito do projeto é mostrar que, além do custo orçamentário para o Estado, há o efeito na vida do cidadão. “O quanto sua capacidade futura de geração de renda e sua mobilidade social podem ser comprometidas como consequência dessa opção política racista e classista operada pelo Estado. Esse prejuízo afeta o futuro do indivíduo e a sociedade como um todo. E todos perdemos nessa guerra”, afirmou.

Pandemia
A diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas, professora Claudia Costin, lembrou que além dos tiroteios, esses alunos sofreram impactos no aprendizado causados pela pandemia de covid-19. “É terrível não só para a aprendizagem mas para o bem-estar pessoal desses alunos e a possibilidade de um desenvolvimento harmônico e equilibrado de crianças e jovens, por isso a escola tem papel tão importante, principalmente nas crianças expostas a violência grande, inclusive com o fechamento de escolas”, disse.

A professora destacou que essas crianças que moram e estudam em áreas de conflito não têm as mesmas condições para acompanhar as aulas no sistema remoto que um aluno da classe média. “Para quem mora em comunidade não é só a questão da violência, a casa é inapropriada para o processo de aprender a distância. Essas crianças acabam ficando nas ruas, expostas ao vírus e ainda à violência”. Ela lembrou ainda que durante a pandemia aumentou também o recrutamento de crianças e jovens por traficantes e milicianos.

Claudia Costin, que foi ministra da Administração Federal e Reforma do Estado entre 1985 e 1989 e secretária municipal de Educação do Rio no período de 2009 a 2014, defendeu a adoção de políticas públicas nas regiões conflagradas. “É fundamental que, neste momento, as políticas públicas estaduais e municipais olhem com ações afirmativas para essas áreas. Toda a melhoria de escolas em tempo integral deveria olhar primeiro para essas comunidades”.

Polícia Militar
Em nota à Agência Brasil, a Secretaria de Estado de Polícia Militar disse que a corporação tem missão central e permanente de defesa da sociedade do Rio. Garantiu que as ações policiais seguem protocolos rígidos de atuação e preceitos técnicos de treinamento e orientação.

“Um dos objetivos exponenciais da Polícia Militar é a preservação de vidas, sejam elas as da população em geral ou as dos policiais envolvidos nas ações. Ressaltamos ainda que a opção pelo confronto é sempre uma decisão dos criminosos que, munidos de armamento de guerra e conduta extremamente inconsequente, atentam contra a vida dos policiais e não levam em conta o extremo perigo que proporcionam às populações locais”, afirmou.

Polícia Civil
Também em resposta à Agência Brasil, a Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio informou que todas as operações da atual gestão são baseadas nos pilares de inteligência, investigação e ação. “Têm alcançado redução constante nos índices de violência registrados pelo Instituto de Segurança Pública, com resultados, em alguns setores, que são os melhores desde o início da série histórica”.

SME
A Secretaria Municipal de Educação informou que trata como prioridade a segurança de alunos e dos profissionais e que, em agosto do ano passado, foi renovado o acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha para incorporar o programa Acesso Mais Seguro às escolas. “O programa tem como objetivos mitigar riscos, orientar professores e alunos; planejar ações em conjunto nas unidades escolares e nos territórios; prevenir a evasão escolar, entre outras ações”. Acrescentou que “o reforço escolar existe para todas as escolas da rede, com maior ênfase para as que ficam em regiões conflagradas”.

Primeiro-ministro de Peru renuncia após denúncia de agressão doméstica

O primeiro-ministro do Peru, Héctor Valer, disse no sábado (5) que entregou sua renúncia ao presidente Pedro Castillo, apenas três dias após uma renovação da equipe de governo.

Valer, um parlamentar conservador, deixou o cargo em meio a uma onda de críticas sobre as alegações de espancar sua filha e sua falecida esposa, segundo relatórios policiais divulgados por vários meios de comunicação locais, algo que ele negou.

“Aceito a derrota metralhado por jornais do Peru que pertencem a um grupo ligado à extrema direita do Peru que construiu uma imagem de agressor e violento”, disse Valer a jornalistas em uma ds portas laterais do Palácio do Governo.

Com sua renúncia, Valer se tornou um dos primeiros-ministros mais curtos das últimas quatro décadas no país.

O presidente Castillo, em uma mensagem à nação na sexta-feira (4), anunciou a recomposição de seu terceiro gabinete pouco mais de seis meses após assumir mandato, mas não mencionou quando seriam divulgados os nomes dos novos ministros.

Partidos de oposição, grupos de direitos humanos, feministas, grupos indígenas e até o próprio partido no poder pediram a saída de Valer e de alguns membros do gabinete, como do ministro do Meio Ambiente Wilber Supo, professor de geografia sem experiência em questões ambientais.

Vasco vence Madureira com tranquilidade e assume a ponta do Carioca

vasco, madureira, carioca

Mesmo sem Nenê, poupado, e com algumas alterações no time titular, o Vasco não teve muita dificuldade para derrotar o Madureira por 3 a 1 na tarde deste domingo (9), no Aniceto Moscoso. Com dois gols no início de cada tempo, o Cruzmaltino teve o controle da partida praticamente durante os 90 minutos.

Com o resultado, o Vasco chegou a 10 pontos e chegou à liderança da Taça Guanabara. Já o Tricolor Suburbano perdeu a terceira consecutiva e permanece com três pontos, na nona colocação.

Golaço de Pec

O Vasco começou com tudo e abriu o placar logo aos 5 minutos, com um golaço de Gabriel Pec. Após a defesa afastar cruzamento, o camisa 11 matou a bola no peito e bateu de primeira no ângulo esquerdo do goleiro Dida, que só viu sua rede ser estufada. O Cruzmaltino teve a chance de ampliar seis minutos depois, com Getúlio. Ele recebeu passe de Pec na entrada da área, mas chutou para fora.

O Madureira reagiu no jogo e por muito pouco não chegou ao empate, aos 16 minutos. Primeiro em boa chegada de Rhuan pela direita, que bateu cruzado. A bola desviou na defesa do Vasco e passou tirando tinta da trave direita de Thiago Rodrigues. Três minutos depois, Rafinha soltou a bomba de fora da área e acertou o travessão do Cruzmaltino.

Após a parada técnica, o Vasco se acertou e voltou a dominar a partida. Aos 25 minutos, Getúlio recebeu novo lançamento na cara de Dida, tentou encobrir o goleiro, mas acabou errando. Aos 33 minutos ele marcou. Escanteio cobrado pela esquerda, Anderson Conceição cabeceou e Dida espalmou. No rebote, Getúlio apareceu para fazer o segundo.

O Vasco voltou para a etapa complementar com tudo e fez o terceiro aos 6 minutos. Cruzamento da esquerda e Getúlio, de cabeça, marcou o segundo dele, o terceiro do Cruzmaltino. O Madureira não desistiu e conseguiu diminuir aos 16 minutos. Rafinha deu passe para Pipico na direita, a defesa do Vasco bateu cabeça, e o camisa 9 entrou na área e fuzilou o goleiro Thiago Rodrigues.

Depois do gol, o Tricolor Suburbano não teve mais forças para pressionar e o Vasco apenas controlou o resultado.

Na próxima rodada, o Madureira enfrenta o Bangu, quarta-feira (9), às 15h30 (horário de Brasília), em Moça Bonita. Já o Vasco recebe a Portuguesa em São Januário, também na quarta-feira, mas às 21h35.

Covid-19: Brasil registra mais de 26,53 milhões de casos confirmados

Movimento de vendas de brinquedos para o Dia das Crianças, comércio varejista nas ruas do Polo Saara, centro do Rio de Janeiro.

O Brasil registrou, desde o início da pandemia, 26.533.010 casos confirmados de covid-19, segundo o boletim epidemiológico divulgado neste domingo (6) pelo Ministério da Saúde. O número total de mortes pela doença é de 632.193.

Em 24 horas, foram registrados 59.737 casos e 391 óbitos.

Segundo o boletim, 22.717.907 pessoas se recuperaram da doença e 3.182.910 estão em acompanhamento.

Nesta edição do boletim, não foram atualizados os dados de Mato Grosso, do Distrito Federal e do Tocantins, além do número de casos de Goiás, cujas secretarias de Saúde não enviaram as informações ao ministério.

Boletim epidemiológico covid-19
Boletim epidemiológico covid-19 – 06/01/2022/Divulgação/ Ministério da Saúde

Estados

As unidades com maior número de casos são São Paulo (4,74 milhões), Minas Gerais (2,87 milhões) e Paraná (2,07 milhões). O menor número de casos são registrados no Acre (105.938), Amapá (156.500) e Roraima (145.856).

Em relação às mortes, São Paulo tem o maior número de óbitos (159.589), seguido de Rio de Janeiro (70.232) e Paraná (41.431). O menor número de mortes está no Acre (1.897), Amapá (2.057) e Roraima (2.105).