Cientistas criam testes de covid-19 com resultados em tempo recorde

Pesquisadores das universidades da Flórida, nos Estados Unidos, e Chiao Tung, em Taiwan, criaram dispositivos que permitem detectar a infecção pelo novo coronavírus em um segundo ou em menos de 30 minutos, conforme a técnica usada. Os estudos foram divulgados hoje (18) na publicação Journal of Vacuum Science & Technology B, do Instituto Americano de Física.

Os cientistas desenvolveram um biossensor que permite detectar em um segundo biomarcadores para o vírus.

Uma equipe da Universidade de Illinois, também nos Estados Unidos, criou um dispositivo portátil, em que muitos dos seus componentes podem ser impressos em 3D e que permite obter resultados precisos a partir de uma amostra de saliva em menos de 30 minutos. O dispositivo é apresentado em artigo na revista Nature Communications.

O biossensor, semelhante ao usado para detectar glicose no sangue, permite identificar proteínas do novo coronavírus SARS-CoV-2 por meio de um detector de biomarcadores — semelhante na forma às tiras de papel utilizadas nos testes de níveis de glicose — com um pequeno canal onde são colocados os fluidos a serem analisados.

Dentro desse `microcanal`, os fluidos entram em contato com eletrodos, um dos quais é revestido a ouro, onde são quimicamente fixadas amostras de anticorpos específicos para o SARS-CoV-2.

No processo de análise, um sinal elétrico é enviado de um painel de controle por meio do eletrodo com as amostras de anticorpos para um segundo elétrodo, sem anticorpos.

Esse sinal volta depois ao painel de controle, onde é amplificado por um transístor e convertido num determinado número – indicador do diferencial entre o eletrodo com anticorpos e o eletrodo sem anticorpos – que representa uma posição numa escala de concentração de proteínas virais presentes na amostra em análise.

Os biossensores são descartáveis, mas as outras partes do dispositivo são reutilizáveis, permitindo reduzir os custos do teste, adaptável a outras doenças.

A equipe de cientistas de Illinois criou ainda um dispositivo portátil para detectar marcadores genéticos do novo coronavírus a partir de amostras de saliva. Em 104 amostras de saliva, o equipamento confirmou 28 das 30 amostras positivas para o SARS-CoV-2 e 73 das 74 negativas.

O dispositivo foi igualmente testado em amostras com ou sem os vírus da gripe, o SARS-CoV-2 e três outros coronavírus humanos, tendo identificado com rigor as amostras contendo o SARS-CoV-2, independentemente da presença de outros vírus.

O processo é baseado na criação de enzimas codificadas com informação sobre o código genético dos vírus analisados, que lhes permite sinalizar genes virais específicos.

A ação da enzima consiste em “cortar” os genes-alvo. No processo de análise, as amostras são tratadas com químicos que produzem fluorescência quando os genes são “cortados”. Quando as enzimas atuam sobre os genes-alvo, a fluorescência resultante sinaliza o teste positivo.

O equipamento consegue detectar vários genes por amostra, o que o torna mais preciso do que os testes de um único gene, que podem conduzir a resultados incorretos ou inconclusivos. Outra vantagem é que utiliza saliva, que é mais fácil de colher.

Os cientistas admitem que a tecnologia utilizada pode ser útil para detectar marcadores genéticos de determinados cânceres na saliva.

O novo coronavírus foi detectado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e disseminou-se rapidamente pelo mundo.

A covid-19, que se tornou uma pandemia há mais de um ano, provocou, pelo menos, 3,391 milhões de mortes no mundo, resultantes de mais de 163,5 milhões de casos de infeção, segundo balanço da AFP.

Tony Gel quer lactantes no grupo prioritário de vacinação

O deputado estadual Tony Gel (MDB) está solicitando ao governador Paulo Câmara (PSB) e ao secretário Estadual de Saúde, André Longo, a inclusão de lactantes, mães que estão amamentando, no grupo de vacinação de grávidas e puérperas, coisa que é defendida pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

O parlamentar caruaruense informou que estudos apontam que o leite materno contém os anticorpos da mãe vacinada e que, como bebês e crianças pequenas não podem usar máscaras e equipamentos de proteção, ficam vulneráveis ao vírus. Até porque, como não há previsão de vacinas para bebês e crianças, vacinar as mães que amamentam seria uma excelente forma de oferecer proteção aos pequenos.

“As lactantes que forem vacinadas contra a Covid-19 não precisam interromper o aleitamento materno por conta do imunizante, uma vez que não há evidências de riscos para a saúde do bebê, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). A doação de leite materno também é permitida. Portanto, espero que o Governo do Estado estude a possibilidade e tão logo inicie também a imunização das mães que estão amamentando”, disse o deputado.

TJPE ressalta a importância do respeito no Dia do combate à homofobia

“Quando a sociedade se depara com o diferente e o acolhe na sua integralidade, esta sociedade aprende a amar”. A frase é do advogado Felipe Nascimento Vignoli, e nesta segunda-feira (17/5), Dia do combate à homofobia, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) vem reforçar os direitos de todos os cidadãos independente de orientação sexual.

A data foi escolhida em lembrança da exclusão da homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID), da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 17 de maio de 1990, oficialmente declarada em 1992. Nesta semana, também se comemora oito anos da Resolução 175/2013 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), norma que contribuiu para derrubar barreiras administrativas e jurídicas que dificultavam as uniões homoafetivas no país.

No dia 7 de outubro de 2020, Felipe Nascimento casou com o promotor de justiça Maxwell Anderson de Lucena Vignoli. Para o casal, que se conheceu em debates universitários sobre direitos humanos, o ato jurídico trouxe uma mistura de felicidade, realização e segurança.

“Já sofremos violência muitas vezes, tanto no âmbito familiar quanto na escola, no trabalho, e em outros ambientes de convivência. O sofrimento por não podermos demonstrar o nosso amor para as pessoas ratifica a violência e a exclusão praticadas há milênios contra nós, LGBTQIA+, desde a ‘demonização’ até a patologização das nossas identidades e expressões. Então, no momento em que a nossa união foi reconhecida pelo Estado, os anos de violação pelos quais passamos foram acalantados. O ato simbolizou os anos de lutas e resistência na busca pela igualdade e reconhecimento das diversidades”, afirmou Felipe.

Também em 2020, Felipe e Maxwell Vignoli decidiram ampliar a família e adotaram um menino de 9 anos de idade, Gabriel Vignoli. A sentença de adoção foi proferida pela juíza substituta da 2ª Vara da Infância e Juventude da Capital e atual secretária-executiva da Comissão Judiciária de Adoção (Ceja) do TJPE, Hélia Viegas. Para ambos, o processo de serem pais tem sido uma construção diária, com a qual aprendem a evoluir, desde a noite de leituras de histórias infantis em conjunto, até o bom dia matinal, passando pelos momentos de comunhão à mesa e aos estudos e brincadeiras com o filho.

Quando fala sobre o casamento civil, e a chegada de Gabriel na família, Felipe destaca o sentimento de reconhecimento. “O Judiciário pernambucano foi fundamental para efetivação dos nossos direitos. Os servidores, magistrados e demais membros do TJPE atuaram com civilidade e respeito, tornando os dois processos humanizados e acolhedores. A decisão judicial da adoção, assim como o nosso casamento civil, consolidou perante a sociedade os vínculos afetivos existentes entre nós e proporcionou, principalmente, a proteção ao direito de uma criança em ter uma família, independente da sua configuração, bem como o direito para nós, pais, de exercermos a parentalidade com o reconhecimento do Estado”, observa.

A juíza Hélia Viegas ressalta o avanço social e a necessidade de manutenção das conquistas da comunidade LGBTQIA+, e afirma que o direito evoluiu ao reconhecer a relação homoafetiva como uma instituição familiar. De acordo com a magistrada, ao buscar o caminho da adoção, os casais homoafetivos são mais abertos a um perfil mais amplo, o que inclui crianças com idades mais avançadas e adolescentes e/ou com deficiência, e grupos de irmãos, por exemplo. “As famílias homoafetivas procuram por perfis de crianças e adolescentes que na maioria das vezes não são buscados por muitos pretendentes que estão habilitados para a adoção, e eu creio que isso deve-se ao fato de que muitas dessas pessoas ainda sofrem preconceito em nossa sociedade, e sabem o que é enfrentar violações e desafios constantemente, de modo que passam a enxergar o ser humano, essas crianças, de outra forma, com empatia”, avalia a juíza.

“As diversas formas de composição familiar têm o amparo da Lei, tendo sido legitimadas pelos Tribunais Superiores, e isso foi registrado também em minha sentença. A relação do casal Felipe e Maxwell é consolidada e harmoniosa. Eles se mostraram um casal motivado e emocionalmente preparado para a filiação. A história deles com o filho é bastante bonita, e foi uma adoção de uma criança dentro de uma faixa etária que não é muito almejada pela maioria dos casais adotantes, e essa família acolheu, abraçou e amou Gabriel na condição de filho desde quando foi iniciada a convivência”, conclui Hélia Viegas.

HMV realiza 7ª Semana da Enfermagem de 17 a 21 de maio

Mesmo em meio a pandemia do coronavírus, tendo em vista que os profissionais da enfermagem assumiram arduamente a missão de enfrentamento desta doença, o Hospital Mestre Vitalino (HMV), localizado no Agreste de Pernambuco, realiza a 7ª Semana da Enfermagem. O objetivo do evento neste ano é prestar uma homenagem em agradecimento ao trabalho dos profissionais de enfermagem da unidade.

Seguindo todos os protocolos de segurança, a programação teve início hoje (17) com a entrega de certificados de gratidão aos colaboradores da categoria. A entrega foi realizada pelos líderes, em cada setor da unidade, para evitar aglomerações. Em seguida foi realizado um momento musical de agradecimento nos corredores do hospital. Na quarta (19) outros setores receberão os certificados.

Nos dias 20 e 21, será servido um café da manhã para os profissionais de enfermagem, organizado por setores e limitado a pequenos grupos por horário, para evitar os riscos de infecção pela Covid-19. E na sexta (21) haverá novamente um momento musical de agradecimento nos corredores do hospital finalizando a programação do evento.

Educação: Começa hoje e segue até o dia 21 de maio o seminário online em diversas áreas do conhecimento

Com o tema, Criatividade e Inovação: Vencendo os Desafios em Tempos de Pandemia, a Faculdade Alpha realiza mais um Seminário Acadêmico 2021.1. O evento começa hoje (17), e segue até o dia (21) de maio no horário das 19h às 21h. O seminal com direito a certificado, é voltado para estudantes de graduação, pós-graduação, profissionais e público em geral. A transmissão do workshop será de graça, pelas redes sociais no Canal do Youtube e Instagram da Faculdade Alpha.

De acordo com a Diretora Acadêmica de Graduação, Jaqueline Moura, o foco é proporcionar trocas de conhecimentos entre profissionais e estudantes, compartilhar temas da atualidade, promover oficinas, palestras, roda de conversa e trabalhar a inteligência emocional em tempos de pandemia.

“Vamos ter ao decorrer da semana, um momento cultural com música oferecido por estudantes e professores da instituição, além de palestras com convidados de Pernambuco e de outros estados, debates sobre a nossa realidade fazendo um paralelo ao cenário de outras regiões e a tendência do mercado. Será um momento de muita interação entre os participantes de forma que seja relevante para a formação de nossos estudantes”. Ressalta Jaqueline.

Empresas apostam em economia circular para reduzir impactos ambientais

 Na Reserva Mamirauá, pesquisadores e ribeirinhos buscam a sustentabilidade pelo manejo florestal  (Tomaz Silva/Agência Brasil)

As mudanças climáticas e o aquecimento global, com efeitos potencialmente destrutivos para a humanidade, têm demandado de governos e empresas a adoção de medidas robustas de mitigação de impactos ambientais na produção econômica. Nesse cenário, iniciativas em torno da chamada economia circular desenvolvem soluções tecnológicas e campanhas educativas que ajudam a “limpar” a cadeia produtiva e a melhorar a gestão de resíduos em diversos setores.

“De forma simplificada, economia circular é você tentar manter o recurso pelo máximo de tempo possível dentro da cadeia produtiva. Investir nos seus ciclos, que é a questão da reciclagem, o reuso, a remanufatura e, dessa forma, manter a durabilidade [do recurso] pelo maior tempo possível”, afirma Davi Bomtempo, gerente executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Para Bomtempo, com a ascensão da agenda ambiental ao centro das preocupações geopolíticas, a exemplo da Cúpula do Clima, organizada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no mês passado, fica mais evidente que a economia circular pode desempenhar um papel transformador para que os países consigam atingir as metas de redução da emissão de gases poluentes na atmosfera.

“Se você tiver os princípios de economia circular implantados em um determinado país, com certeza passa a reduzir emissões e contribuir para o alcance dessas metas. É importante lembrar que há um contexto internacional muito forte. No acordo do Mercosul com a União Europeia, por exemplo, há um capítulo inteiro sobre desenvolvimento sustentável, onde o pilar central é a redução das emissões por meio do Acordo de Paris. E é dessa forma que a economia circular poderia entrar para contribuir”, argumenta.

Pesquisa feita pela CNI em 2019 mostra que 76,5% das indústrias desenvolvem alguma iniciativa de economia circular, embora a maior parte não saiba que as ações se enquadram nesse conceito. Entre as principais práticas estão a otimização de processos (56,5%), o uso de insumos circulares (37,1%) e a recuperação de recursos (24,1%). A pesquisa também mostra que 88,2% dos entrevistados avaliaram a economia circular como importante ou muito importante para a indústria brasileira. E não se trata apenas da busca por eficiência e economia.

Levantamento sobre o perfil dos consumidores brasileiros, também da CNI, mostra que 38% dos entrevistados sempre verificam ou verificam às vezes se os produtos foram produzidos de forma ambientalmente correta. A pesquisa revela ainda que os brasileiros também têm mais consciência sobre o destino do lixo. O número de pessoas que separa o lixo para a reciclagem cresceu de 47%, em 2013, para 55% no ano passado.

Para incentivar a circularidade na economia, a Organização Internacional de Normalização (ISO, na sigla em inglês) está elaborando uma norma técnica internacional de economia circular, com a participação de representantes de 70 países, incluindo o Brasil. A CNI representa o Brasil e a América Latina nesse processo. No próximo ano, o país deve sediar encontro para finalizar o texto do documento.

Circularidade de produtos eletrônicos

A multinacional Flex, que vende componentes eletroeletrônicos, como placas, computadores, celulares e impressoras, é uma das empresas que vislumbrou esse potencial do país e, desde 2013, criou uma nova frente de negócios que existe só no Brasil, voltada para a recuperação de resíduos eletrônicos próprios e de outras empresas. Naquele ano, foi fundado o Sinctronics, um centro de inovação da companhia localizado em Sorocaba (SP). Lá, diversos tipos de eletroeletrônicos são desmontados, descaracterizados e separados de acordo com suas propriedades.

“Hoje temos 300 toneladas de resíduo industrial da própria Flex e mais 300 toneladas de resíduos eletrônicos de clientes que levamos para o Sinctronics todos os meses, e 70% disso a gente consegue reinserir em cadeias produtivas. Uma boa parte volta para a Flex e outra vai para diferentes cadeias produtivas”, relata Leandro Santos, vice-presidente de Operação da Flex no Brasil. Para o restante de 30% de resíduos, que inclui itens como plástico, o Sinctronics desenvolveu tecnologia para triturar, derreter e granular as matérias-primas, que depois são reinseridas na cadeia sem necessidade de novas extrações.

Em 2018, o Sinctronics, da Flex, ganhou o certificado Zero Waste (resíduo zero, do inglês), por um processo de eliminação de 100% dos resíduos eletrônicos da HP, sua principal cliente, como a recuperação de cartuchos de impressora.

Alimentos e cosméticos

Presente em 16 países e referência na prestação de serviços ambientais para outras empresas, a Ambipar atua em vários projetos de reaproveitamento de matéria-prima da produção. Na indústria de alimentos, como chocolates e bolachas, por exemplo, a empresa usa as sobras para fazer um composto para nutrição animal, com alto valor energético, que é então absorvido em outras cadeias produtivas, evitando-se o descarte em aterros ou lixões.

Em outro projeto, as sobras de açúcar das sacas que ficam armazenadas no Porto de Santos, para exportação, são recuperadas e encaminhadas para uma usina de açúcar, a fim de serem fermentadas para se transformar em álcool. A companhia também atuou no processamento dos resíduos da barragem da Vale em Brumadinho (MG), rompida em 2019. Na pandemia, a Ambipar também tem atuado em serviços de descontaminação de ambientes coletivos, como aviões, centros médicos e outros espaços, para conter a propagação do vírus da covid-19.

“Nosso objetivo é sair daquele padrão linear de consumo, produção, consumo e descarte e fazer aquele conceito cíclico, de tentar sempre trazer o máximo desses resíduos, evitar que sejam descartados, evitando problemas ambientais e gerando custos. Além disso, retornar com matéria-prima de produtos e, com isso, aumentar o ciclo de vida desses materiais, diminuir os impactos, a questão do carbono e gerar receita”, diz Gabriel Estevam, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Ambipar.

No setor de cosméticos, a Ambipar presta serviços de reaproveitamento de resíduos de produtos como shampoo, perfumes e cremes, que são transformados em base para produção de sabonetes, amaciantes e álcool. Na produção de celulose, um projeto da multinacional no Paraná ajuda a processar todos os resíduos da produção de papel, como folhas, lodo e casca, que são transformados em compostagem usada na própria adubação das florestas de eucaliptos.

Cimento mais limpo

Responsável por 7% de todas as emissões mundiais de carbono na atmosfera, atrás apenas da siderurgia, de acordo com a Associação Global de Cimento e Concreto, o setor tem buscado em matérias-primas alternativas a possibilidade de reduzir os impactos ambientais. Uma dessas iniciativas, consolidada no Brasil, é a adição de resíduos de outras indústrias – como a siderúrgica e as cinzas geradas por usinas termoelétricas -, na composição do clínquer (composto de calcário e argila aquecidos), que é o produto base da fabricação de cimento.

“Quanto menos clínquer a gente colocar no cimento, melhor em termos de impactos ambientais. Então, a gente pode produzir um cimento com 80% de clínquer e 20% de adições, ou 60% de um e 40% de outro. No futuro, nosso objetivo é chegar a uma proporção de 50% de clínquer com 50% de produtos alternativos”, afirma Gonzalo Gonzalo Visedo, chefe de Sustentabilidade do Sindicato Nacional da Industria do Cimento (SNIC).

Outra mudança estrutural na indústria do cimento é o uso de resíduos alternativos ao coque, um subproduto do refino de petróleo usado no fornos das fábricas. Atualmente, o nível de substituição do coque por resíduos chega a cerca de 21% e a projeção é chegar a 55% até 2050. Entre os materiais coprocessados nessa queima, estão cerca de 600 mil unidades de pneus por ano e biomassas típicas de cada região, como açaí, casca de arroz, casca de babaçu, cavaco de madeira, além de resíduos industriais e lixo doméstico.

“O coprocessamento nada mais é do que destinação de diversos tipos de resíduos provenientes de diversas fontes geradoras, como plástico, borracha, vidro, medicamentos. Os fornos das fábricas, que aquecem as matérias-primas a 1,5 mil grau Celsius, têm capacidade de destruição térmica extremamente eficiente”, explica Daniel Mattos, chefe do setor de coprocessamento da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).

Durante o vazamento de 5 mil toneladas óleo que atingiu todo o litoral do Nordeste em 2019, a indústria do cimento desempenhou papel importante no coprocessamento desses resíduos que eram retirados das praias e incinerados nos fornos. As fabricantes de cimento também têm atuado no coprocessamento de cerca de 120 mil toneladas por ano de resíduos sólidos urbanos na Paraíba e em São Paulo. Nos próximos dez anos, a meta é expandir o serviço para outros estados do país e chegar a um patamar 2,5 milhões de toneladas/ano de lixo urbano coprocessado.

Tampinha Legal

Além da mudanças de padrões produtivos da própria indústria, campanhas educativas impulsionadas por empresas ajudam a mobilizar o envolvimento da comunidade, gerando renda e incentivando a circularidade de matérias-primas. É o caso do projeto Tampinha Legal, promovido pelo Instituto Sustenplást, em Porto Alegre. O programa estimula a entrega de tampinhas de plástico de garrafas pet em centenas de pontos de coleta espalhados pela cidade.

Participam do projeto entidades assistenciais do terceiro setor devidamente regularizadas como Apaes, escolas, asilos, associações civis, hospitais, entre outras. Com os recursos obtidos por meio do Tampinha Legal, as entidades assistenciais podem adquirir medicamentos, alimentos, equipamentos e materiais, além de custear tratamentos e exames de saúde e reformas.

“Somente em 2020, foram geradas receitas de R$ 1,2 milhão e a coleta de 350 milhões de tampinhas, cerca de 670 toneladas”, afirma o presidente do Instituto Sutenplast, Alfredo Schimitt.

Desafios regulatórios

Para melhorar o ambiente de negócios da economia circular no país, os especialistas ouvidos pela Agência Brasil defendem mudanças regulatórias para criar estímulos, principalmente em relação à tributação.

“Lá fora, no exterior, você tem subsídios para a economia circular. Aqui a gente compete por igual com os setores extrativistas, muitos deles contemplados com desonerações tributárias. Esse é um ponto em que valeria uma discussão nesse sentido, pensar alguma linha de fomento, alguma linha que alavanque o segmento”, diz Gabriel Estevam, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Ambipar.

“No Brasil e no mundo, o pensamento ainda é o de punir quem não faz. Precisamos de modelos que premiam quem faz produção no formato circular. Esse custo deveria voltar como benefício”, diz Leandro Santos, da Flex.

Há um otimismo em torno do marco regulatório do saneamento básico, aprovado no ano passado, que prevê maior participação de empresas privadas na oferta de serviços. Na opinião de Daniel Mattos, da ABCP, a nova legislação deve ter potencial impacto na economia circular.

“Nossa expectativa é que isso traga maior segurança jurídica para a abertura de novos investimentos pela iniciativa privada, além de trazer recursos financeiros, a partir da criação de taxas municipais de gestão de resíduos, a exemplo do que já acontece no setor de energia e esgoto”.

Opinião: Marília Arraes lidera e Raquel Lyra vem em segundo

Faltando um ano e seis meses para as eleições de 2022, o Instituto Opinião, de Campina Grande (PB), foi a campo, com exclusividade para este blog, aferir o primeiro e inédito cenário na disputa para o Governo de Pernambuco. No quadro em que aparecem todos os prováveis candidatos, Marília Arraes (PT) lidera numa posição bastante confortável. Apontado como nome natural das forças governistas, o ex-prefeito do Recife Geraldo Júlio (PSB) não parece competitivo. Está abaixo de Raquel Lyra (PSDB) e de Anderson Ferreira (PL), além de despontar como o mais rejeitado entre todos os pré-postulantes.

Se as eleições para governador fossem hoje, Marília teria 26,8% dos votos, três vezes a mais do que Raquel Lyra, que aparece em segundo lugar, com 9%, seguida de Anderson, com 7,4%. Geraldo Júlio vem em seguida, mas empatado, tecnicamente, com Miguel Coelho (MDB). Tem 6,7% e Miguel 5,6%. Também incluído entre os pré-candidatos, o ex-ministro José Múcio Monteiro (sem filiação partidária) aparece com 3,3%. Colocado como opção governista, o secretário da Casa Civil, Zé Neto, embora seja o mais desconhecido de todos, ainda foi citado por 2,1% dos entrevistados.

Brancos e nulos somam 19% e indecisos formam um batalhão de 20%. Na espontânea, modelo pelo qual o entrevistado é estimulado a citar o nome do candidato sem o auxílio da lista, Marília também lidera. Aparece com 6,6%, seguida de Raquel, com 3,7%, Anderson (1,6%), Geraldo (1,4%), José Múcio e Zé Neto, ambos com 0,5%. Neste cenário, os indecisos sobem ao impressionante índice de 68,2% e brancos e nulos ficam na faixa dos 13,3%.

Quando o Opinião pesquisa o cenário entre todos os candidatos, trocando o nome de Marília Arraes pelo do senador Humberto Costa (PT), quem passa a liderar, numericamente, embora num cenário de empate técnico, é Raquel Lyra, prefeita de Caruaru, apontada com pré-candidata do PSDB ao Palácio das Princesas.

Neste cenário, se as eleições fossem hoje, a prefeita da capital do Agreste seria a mais votada, com 11,3% dos votos, seguida de Humberto, com 9,9% e Geraldo Júlio, com 9%. Anderson vem em seguida, com 7,8%, Miguel Coelho aparece na sequência, com 5,8%, José Múcio chega a 3,6% e Zé Neto, 2,4%. Brancos e nulos representam 23,8% e indecisos chegam a 26,4% dos eleitores consultados.

Quanto à rejeição, Geraldo Júlio é o primeiro. Entre os que disseram que não votariam nele de jeito nenhum, 10,3%. Marília vem seguida, com uma taxa de 8% de eleitores que não votariam nela em nenhuma hipótese, seguida de José Múcio (7%), Zé Neto (5%), Raquel Lyra (3,5%), Anderson (3,1%) e Miguel Coelho, o menos rejeitado, com 2,6% dos eleitores que disseram que não votariam nele de jeito nenhum.

A pesquisa foi a campo entre os dias 7 e 11 últimos, sendo aplicados dois mil questionários em 80 municípios de todas as regiões do Estado. O intervalo de confiança estimado é de 95,5% e a margem de erro máxima estimada é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. A modalidade de pesquisa adotada envolveu a técnica de Survey, que consiste na aplicação de questionários estruturados e padronizados a uma amostra representativa do universo de investigação. Foram realizadas entrevistas pessoais e domiciliares.

ESTRATIFICAÇÃO

Estratificando o levantamento, Marília detém a preferência entre os eleitores mais jovens, na faixa etária entre 16 e 24 anos, alcançando 29%. Já a tucana Raquel Lyra tem seu maior percentual de intenção de voto entre os eleitores na faixa etária entre 25 e 34 anos (10,7%), enquanto Anderson Ferreira alcança seu maior percentual de intenção de voto entre os eleitores com renda familiar acima de dez salários mínimos, chegando a 9,9%.

Geraldo Júlio, por sua vez, tem sua melhor taxa de intenção de voto entre os eleitores na faixa etária acima de 60 anos, 8,9%. José Múcio tem seu melhor indicador entre os eleitores na faixa etária entre 45 a 59 anos – 4,8%. Zé Neto, por fim, alcança a maior taxa de intenção de voto entre os eleitores com renda superior a dez salários mínimos, chegando ao patamar de 3,6%.

Por região, Marília Arraes está melhor situada na Zona da Mata e não na Região Metropolitana, como se esperava. Enquanto nos municípios do canavial ela tem 34,3% das intenções de voto, na Metropolitana alcança 27,8%. A petista tem ainda 24% das intenções de voto no Agreste, 26,6% nos demais sertões e 16,8% no Sertão do São Francisco.

Já Raquel Lyra, que vem em segundo, como era de se esperar, aparece bem no Agreste, sua região de atuação política. Se as eleições fossem hoje, a tucana teria 24,7% dos votos naquela região, cuja capital é a sua Caruaru, município que administra pela segunda vez. Por ordem, Raquel tem seu segundo melhor percentual na Zona da Mata (8,2%), nos sertões gerais (5%), na Região Metropolitana (1,8%) e no São Francisco aparece menos de 1% – exatos 0,8%.

Diferente de Marília, Anderson tem maior intenção de voto em sua própria região de atuação, a Metropolitana. Se as eleições fossem hoje, ele teria 15,4% dos votos no Grande Recife. Na sequência, por ordem crescente, conquistaria 3,6% dos votos na Zona Mata, 1,4% no Agreste, 0,8% no São Francisco e 0,4% nos demais sertões.

Geraldo Júlio, naturalmente, apresenta seu melhor percentual de intenção de voto no Grande Recife, com 12,5%. Por ordem, 4,6% na Zona da Mata, 1,9% no Agreste, 2,9% nos sertões em geral e 0% no Sertão do São Francisco, região onde detém também a maior taxa de rejeição.

Miguel Coelho dispara em sua região de atuação – o Vale do São Francisco. Se as eleições fossem hoje, ele partiria de lá com 48% das intenções de voto, a maior entre todos os candidatos em suas respectivas áreas de gestão. Pela ordem, nos demais sertões também tem bom percentual, 10,4% das intenções de voto. No Agreste, tem 2,5% das citações, na Zona da Mata aparece com 1,6% e na Metropolitana, região com baixo conhecimento, tem apenas 1,3% das intenções de voto.

José Múcio se situa também com maior taxa de intenção de voto na região onde começou sua vida pública – a Zona da Mata. Aparece ali com 6,6%, nos sertões tem 3,8%, na Metropolitana 2,8% e 0% de intenção de voto no Sertão do São Francisco.

Por fim, Zé Neto, tem sua maior taxa de intenção de voto no Agreste (3,3%), seguindo-se, pela ordem, os sertões (2,9%), Metropolitana (1,8%) e Zona da Mata, 15%. Como Geraldo Júlio, com quem divide as preferências na aliança governista, não pontua na Região do São Francisco.

BLOG DO MAGNO

Associação do Sulanqueiros e Acic criticam decreto do Governo do Estado

Logo após a divulgação do decreto do Governo do Estado, determinando novas medidas restritivas para a 2ª Macrorregião de Saúde, que inclui os principais municípios do Polo de Confecções do Agreste, o presidente da Associação dos Sulanqueiros de Caruaru, Pedro Moura, se posicionou contrário à medida. Segundo ele, o setor produtivo é o que mais vem sendo penalizado, embora os protocolos de segurança sejam reforçados.

Pedro Moura lembrou que, desde o início da pandemia, muitas empresas e pequenos fabricos fecharam as portas deixando milhares de pessoas desempregadas e sem ter condições de sustentar suas famílias. “Já tivemos algumas semanas com as feiras sem funcionar e os números não diminuíram. É preciso pensar novas medidas, mas sem punir quem produz e segue à risca os protocolos de segurança”, disse Moura.

Ele reforçou que as medidas valem a partir da próxima terça-feira (18) e, com isso, as feiras do Agreste acontecem normalmente neste final de semana. “Aqui em Caruaru nós já havíamos reforçado os protocolos de segurança, com aumento barreiras nas entradas das feiras com álcool em gel e lavatório. Todos, sem exceção, só entram na feira, seja no setor privado (Fundac) ou público, utilizando máscaras”, reforçou o presidente da associação.

“Não podemos punir quem produz”, diz a presidente da ACIC Ivânia Porto

A presidente da Associação Comercial e Industrial de Caruaru, Ivânia Porto, gravou um vídeo que foi enviado à imprensa. No começo da sua fala, ela é clara. “A Acic se posiciona totalmente contrária a essa medida do governo de mais restrições para o Agreste. O setor produtivo não aguenta mais. É preciso pensar medidas que não punam o emprego e a geração de renda”, disse Ivânia Porto.

Ela completa o vídeo dizendo que é preciso criar novas alternativas para evitar que o setor de saúde chegue ao colapso como atualmente. “É preciso pensar novas soluções. Nosso empreendedor e nosso colaborador estão se posicionando com todos os protocolos da saúde. Não é o setor produtivo que está aumentando a demanda da saúde. Somos totalmente contra a essa medida”, finalizou.

Projeto Astrominas oferece 600 vagas para mergulho na ciência

Empoderar meninas por meio da ciência. Esse é o objetivo do projeto Astrominas, da Universidade de São Paulo (USP), que está com inscrições abertas até 7 de junho. São 600 vagas para jovens com idade entre 14 e 17 anos e que tenham acesso à internet. Esta é a segunda edição da iniciativa.

Entre 28 de junho a 23 de julho, as participantes farão experimentos e produção de murais, além de integrar rodas de conversa, debates sobre universidades e palestras de astronomia, geofísica, ciências atmosféricas, oceanografia, matemática, física, geociência e química. Para se inscrever, basta preencher o formulário.

As vagas serão distribuídas proporcionalmente, sendo 20% para estudantes de grupos pretos, pardos e indígenas, 60% para alunos de escolas públicas e 20% para escolas privadas. As atividades são gratuitas e ocorrerão diariamente, de segunda a sexta-feira, com duração média de três horas por dia.

A seleção ocorre por meio de sorteio no dia 11 de junho e a lista de sorteadas será divulgada no site do projeto, no qual também pode ser acessado o regulamento completo.

Iniciativa

O projeto Astrominas é coordenado pela professora Elysandra Figueredo Cypriano. A ideia surgiu de pesquisadoras do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, que queriam atrair mais jovens para a universidade.

A comissão organizadora conta também com a participação da professora Lilian Maria Soja e das alunas de graduação Daniele Honorato, Ivanice Avolio Morgado, Marina Izabela e Pâmela Querido.

Gás carbônico será matéria-prima para produção do combustível verde

Uma parceria do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Senai Cetiqt) com a Repsol Sinopec Brasil, a Hytron e o departamento de Engenharia Química da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) iniciou o projeto “CO2CHEM”, que tem como objetivo desenvolver alternativas tecnológicas para a produção de hidrocarbonetos verdes a partir de gás carbônico (CO2).

Com apoio financeiro da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), o projeto visa enfrentar o grande desafio das mudanças climáticas, derivado do acúmulo de carbono na atmosfera, explicou à Agência Brasil o coordenador de Engenharia de Processos do Senai Cetiqt, João Valentim. O Acordo de Paris, assinado por 195 nações em 2015, estabeleceu a meta de manter o aumento da temperatura do planeta abaixo dos 2ºC até o fim deste século. João Valentim lembrou, entretanto, que estudos indicam que essa meta não será alcançada se a economia for neutra em carbono. “Ou seja, nem emite (CO2), nem tira”. Para que a meta seja alcançada, a economia, a partir de 2050, teria que ser negativa em carbono.

“Nossas atividades produtivas deveriam consumir mais dióxido de carbono do que emitem para garantir o pacto do clima firmado no Acordo de Paris”, salientou o coordenador do Senai Cetiqt. Valentim assegurou ainda que há necessidade de se tirar carbono da atmosfera. Do ponto de vista tecnológico, a análise é que isso tinha que ser matéria-prima para outro produto, que não tenha o ciclo muito curto.

Tecnologia brasileira

João Valentim afirmou que, sob essa ótica, o projeto CO2CHEM pode contribuir para atingir as metas firmadas no Acordo de Paris, fornecendo tecnologia brasileira. “Outros países estão também debruçados nesse desafio. E [o projeto] vai colocar o Brasil como um dos protagonistas e detentores desse know-how, que são tecnologias que convertem CO2 em produtos”.

Ao final do projeto, estimado em dois anos, ou seja, em 2023, a previsão é que já se tenha uma unidade piloto, do tamanho de um conteiner, que possa ser transportada para lugares onde existam grandes produtoras de CO2, como unidades de cimento, para a produção das primeiras gotas de combustível sintético, também chamado hidrocarboneto verde ou renovável. As matérias-primas desse projeto são gás carbônico, água e eletricidade, conforme explicou o coordenador. “Ao final do projeto, a gente vai ter plantas (conjuntos de equipamentos) em contêineres que vão utilizar eletricidade, água e CO2. Você vai obter um produto equivalente ao petróleo”.

Valentim informou que poderão ser obtidos produtos energéticos, como gasolina e diesel, como materiais, como polímeros. A produção dos chamados hidrocarbonetos verdes consome várias moléculas de CO2 e, “mesmo quando você reemite, o balanço do seu processo é carbono negativo. Ou seja, você está tirando carbono da atmosfera e substituindo a gasolina, que aumenta a concentração na gasolina normal de dióxido de carbono, por uma gasolina igual que não tem esse problema”.

Sustentabilidade

Valentim salientou que isso tudo tem de ser visto e analisado dentro de uma perspectiva de sustentabilidade, levando em consideração aspectos ambientais e sociais, como segurança e remuneração para os trabalhadores. Outra perspectiva fundamental é que o processo seja economicamente viável. O coordenador de Engenharia de Processos do Senai Cetiqt explicou que o projeto vai ser continuamente testado e orientado por esses três resultados: econômico, ambiental e social, do ponto de vista global.

Além do CO2, que é a matéria-prima do projeto, Valentim destacou que a energia elétrica tem de ser de fonte limpa. “Não pode ser produzida por carvão”. O projeto dará ainda um olhar de circularidade no consumo da água, visando sua eficiência, e também para outras gerações de resíduos. “O projeto vai ter que gerar uma solução que não traga impactos negativos no aspecto de resíduos também”,observou.

Caberá ao Senai Cetiqt conduzir parte das atividades laboratoriais para o desenvolvimento do processo de produção de hidrocarbonetos verdes. Além disso, realizará as avaliações de viabilidade técnico-econômica, com apoio da Hytron e USP, fazendo uso de simuladores de processos e econômicos, com suporte das equipes de Transformação Química e Engenharia de Processos da organização.

Os pesquisadores vão trabalhar do desenvolvimento à implantação em escala piloto de dois sistemas integrados com tecnologias nacionais capazes de consumir CO2 de diferentes fontes, como por exemplo, das atividades de exploração e produção offshore para produção dos hidrocarbonetos verdes, em um ciclo fechado de produção, e consumo de CO2 alimentado por fontes de energia renovável.