Betinho: ‘Não precisamos do MDB para ganhar a eleição’

As especulações que sugerem a participação do presidente Michel Temer (MDB) na negociação do apoio do ‘Centrão’ à candidatura presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB) ganharam outros contornos, na segunda (23). Após o ministro Carlos Marun admitir que o MDB vetou o apoio do bloco ao “débil mental do Ciro Gomes”, em mensagem publicada no Whatsapp, o deputado federal Betinho Gomes (PSDB) tratou de rechaçar o apoio dos emedebistas.

O Centrão, bloco de partidos pequenos, composto por DEM, PRB, PP e SD, anunciou apoio a Alckmin na semana passada. Imediatamente, as especulações sobre a participação de Temer nesta articulação ganharam corpo. A mensagem de Marun, desta forma, deu força à tese de que o MDB pode acompanhar os tucanos, apesar de ele enaltecer a validade do projeto presidencial, representado pro Henrique Meirelles.

Porém, para Betinho Gomes, Temer não atuou neste caso. “A construção dessa aliança teve dois atores principais. Alckmin, que soube ouvir com paciência, e depois o papel de Rodrigo Maia (DEM), que tem costurado essa composição. O MDB não teve influência decisiva no processo”, disse, durante entrevista ao programa Folha Política desta segunda (23).

Na visão do tucano, a entrada do MDB no palanque tucano é “ruim”. “Acho ruim. Sou contra a aliança. A presença de Temer no palanque não ajuda em nada. Para ganhar a eleição, não precisaremos necessariamente do MDB no palanque. Acho que isso será um obstáculo para dialogar com a população. É um partido com forte rejeição e não precisamos trazer esse problema para dentro do palanque nacional”, colocou.

Pernambuco
Após o deputado federal Bruno Araújo (PSDB) afirmar que não disputará o Senado pela oposição em Pernambuco, em razão de divergências internas, Betinho Gomes disse que seu partido pensa, de fato, em lançar uma candidatura própria para governador. Bruno está, nesta segunda, em São Paulo, para conversar com as lideranças do seu partido sobre a opção. Ele mesmo pode ser lançado candidato a governador, para dar palanque à candidatura presidencial de Alckmin em Pernambuco.

No último mês, Bruno passou a pedir a vaga ao Senado. Mas, dentro do bloco de oposição, seu nome não foi bem visto, já que representou o voto crucial que culminou no impeachment da ex-presidente Dilma, em 2016. Como no estado a figura de Lula ainda tem forte apelo entre os eleitores, Armando resistiu em dar a vaga ao tucano e fez, inclusive, uma visita ao ex-presidente Lula, na prisão em Curitiba. Este gesto, nos bastidores, foi encarado como crucial para o aprofundamento do desgaste entre os dois.

Da Folhape

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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