Um total de 12 meses de lucro recorde, inadimplência mínima e alta concessão de crédito. Assim pode ser definido o período de 2019 para o Banco do Nordeste do Brasil, de acordo com o balanço financeiro do período divulgado ontem pela instituição. São quatro milhões de clientes ativos em 292 agências. O detalhamento do balanço operacional inclui dados referentes a Pernambuco. No estado, o banco aplicou R$ 4,05 bilhões, distribuídos em 359,8 mil operações. Com recursos do FNE, Pernambuco alcançou R $ 3,2 bilhões em 64,1 mil contratações.
Em nível nacional, o lucro líquido do BNB ao ano foi recorde: R$ 1,7 bilhão. O valor corresponde a um crescimento de 135,6% em relação ao mesmo período do ano anterior e representa uma evolução de 93,3% no resultado operacional. Foram 5,3 milhões de operações de crédito, que cresceram 6,5% em comparação com 2018, no valor global de R$ 42,16 bilhões. Destaque para o Agroamigo, destinado a agricultores familiares, que teve 48% do valor contratado (R$ 2,51 bilhões) beneficiando, especificamente, o público feminino. Para 2020, a aplicação de recursos constitucionais (FNE) já está prevista em R$ 29,30 bilhões. Os financiamentos às micro e pequenas empresas totalizaram, em 2019, R$ 3,63 bilhões correspondentes a 43,6 mil operações, apresentando crescimento de 24,8% em relação a 2018. A inadimplência também foi a menor dos últimos 10 anos: 6,6%. O presidente do BNB, Romildo Rolim, afirmou que o banco não trabalha com plano de expansão de agências em virtude da otimização das transações digitais. “São poucas, mas com muita capilaridade. Além disso, temos agentes itinerantes”, explica. Não há, da mesma forma, previsão de fechamento de agências.
Em Pernambuco, todos os segmentos receberam recursos em 2019
Em 2019, o Banco do Nordeste aplicou R$ 4,05 bilhões em Pernambuco, distribuídos em 359,8 mil operações. Com recursos do FNE, o Estado alcançou R$ 3,2 bilhões em 64,1 mil contratações. No Crediamigo foram R$ 676 milhões enquanto R$ 171 milhões são referentes a outras fontes. Em 2018, foram R$ 5,100 bilhões no total e R$ 4, 4 no FNE. Os números menores de 2019 não significam redução de aplicações. “No ano de 2017, tivemos sobras, então “raspamos o tacho”. Zeramos o que tínhamos em carteira em 2018. Por isso, essa aparente diminuição em 2019″, afirma Ernesto Lima Cruz, superintendente do BNB em Pernambuco, complementando que no ano passado nenhum segmento ficou sem receber recursos.
Um dos destaques, no estado, foram as pequenas e médias empresas. Em 2019, houve um aumento de investimento de mais de R$ 100 milhões. De R$ 385 mi em 2018 para R$ 493 no ano passado. A expectativa para 2020, neste setor, é alta. “Nosso desafio é chegar a R$ 600 mi. Isto será possível por se tratar de um setor com velocidade de geração de emprego. Queremos investir, ainda, no setor de turismo e não apenas de sol e mar, mas do agreste e sertão do estado, em cidades como Gravatá, Garanhuns e Petrolina”, explica. A inadimplência do estado acompanhou a baixa do país. Atualmente, está em 2,3% no FNE e ainda menor no Crediamigo: 1,9%.
A meta do FNE para 2020 é de R$ 4,100 bilhões e de R$ 1 bilhão para o Crediamigo. Dos recursos do FNE, a meta é investir cerca de R$ 2,14 em segmentos tradicionais como indústria, comércio, agricultura, turismo e agroindústria e o restante nos de infraestrutura como energia renovável. A expectativa é que haja, ainda, a possibilidade de solicitação de suplementação junto ao Condel (Conselho Deliberativo da Sudene). “Queremos bater a meta em outubro ou novembro e, se for necessário, fazer esta solicitação, cabível de atendimento, até o meio do ano”, conclui Ernesto.
Diario de Pernambuco