O Ibovespa apresentava alta de 3,87% às 14h28 desta terça-feira (10), chegando a 89.397 pontos. Mais cedo, a alta chegou a superar 5%. Na máxima até o momento foi a 91.771 pontos. Na véspera, o índice teve a pior queda do século e ter atingido os 86.067 pontos (-12,17%).
Na segunda, o Ibovespa abriu em queda e a desvalorização chegou a superar os 10%, situação que provocou um circuit breaker na Bolsa de Valores brasileira -quando as negociações são interrompidas. Foi o primeiro circuit breaker desde o dia conhecido como Joesley Day, em maio de 2017, quando foram divulgadas gravações de conversas entre Joesley Batista e o então presidente do Brasil, Michel Temer. A suspensão foi de meia hora.
O movimento vem em linha com as expectativas mais otimistas para as Bolsas internacionais ante as ações coordenadas de governos globais para conter os impactos econômicos do novo coronavírus.
Na segunda-feira (9) o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que tomará medidas importantes para proteger a economia americana contra os reflexos da epidemia, ao passo que o governo do Japão também planeja gastar mais de US$ 4 bilhões em um segundo pacote de ações para lidar com o vírus.
Os sinais da Rússia de que as conversas com a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) seguem possíveis também apoiavam a reação mais positiva dos mercados globais e a reação dos preços de petróleo no exterior. O Brent avançava 8,24%, com o barril cotado em R$ 37,19.
Todos os principais índices europeus subiam na manhã desta terça-feira. O STOXX 50 avançava 2,55%, por exemplo, enquanto o indicador alemão DAX Index tinha alta de 2,26%.
Os índices das Bolsas dos EUA também iniciaram o dia em alta, recuperando as perdas da véspera ante o maior otimismo. O S&P tinha ganho de 2,62% às 10h58, enquanto Dow Jones subia 3,17% e Nasdaq avançava 3,13%.
Apesar dos ganhos na Bolsa brasileira nesta terça, o Ibovespa ainda apresenta uma deterioração de 24,6% desde 20 de janeiro deste ano, quando os mercados acionários começaram a se deteriorar ante o avanço do coronavírus. O período representa a primeira grande turbulência dos pequenos investidores, que mais que dobraram sua participação na Bolsa. De 2018 até fevereiro, o número de CPFs com ações compradas saltou de 813 mil para 1,95 milhão.
Na segunda, o risco-país brasileiro, medido pelo contrato de CDS (Credit Default Swap) de cinco anos, tinha subido 30,3%, uma das maiores altas da história em um dia. O índice retornou ao patamar de janeiro de 2019, aos 186 pontos.