No Guarujá (SP), onde passa o feriado da Proclamação da República, o presidente Jair Bolsonaro criticou ontem o PT por, conforme suas palavras, “ir para cima” de um de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). Ele fazia referência à notícia-crime ingressada pelo partido no Supremo Tribunal Federal, no início do mês, contra o próprio Bolsonaro, Carlos e o ministro Sérgio Moro, da Justiça.
O partido argumenta que foi cometido crime de improbidade administrativa na apropriação dos áudios da portaria do condomínio Vivendas da Barra, no Rio, onde têm casa Bolsonaro, Carlos e Ronnie Lessa, um dos acusados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, em 2018.
Bolsonaro se disse “chateado” ao ler uma notícia no site O Antagonista. Ele voltou a negar envolvimento na morte da vereadora. “O PT quer uma busca e apreensão na casa do meu filho. O pessoal pensa, o que é busca e apreensão? Está metido com que coisa de errado? Eles querem saber se tem alguma ligação com o caso Marielle. Não conseguiram nada comigo, vão para cima de um filho meu agora. É muita marola e isso deixa a gente chateado, não há dúvida”, afirmou o presidente.
“O que eu tenho a ver com a morte dessa senhora? Nada a ver. Inclusive, no mesmo dia que a matéria foi veiculada, que nem deveria ser veiculada, diz que estava em Brasília. Tem 150 pessoas morando no meu condomínio. Se alguém rouba uma galinha lá, vão me acusar de ter feito uma galinhada em casa.”
Procurado, o PT afirmou que não iria se pronunciar.
Bolsonaro chegou ao Guarujá na manhã de ontem de helicóptero. Tomou café em um pequeno comércio e disse que não cobrou nada “para ser garoto-propaganda”. O presidente pretende assistir hoje à partida entre Santos e São Paulo, na Vila Belmiro, às 17h pelo Campeonato Brasileiro.
Estadão Conteúdo