Em discurso carregado de questões ideológicas, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido), abriu a sessão de debates da 76ª Assembleia-Geral da ONU, nesta terça-feira (21), na cidade de Nova York, no Estados Unidos.
Na fala, o mandatário brasileiro criticou o passaporte sanitário, defendeu o ineficaz tratamento precoce contra a Covid-19, atacou governadores e prefeitos e a imprensa e afirmou que não houve nenhum caso “concreto” de corrupção em seu mandato.
Na defesa do tratamento precoce contra a Covid-19, algo já descartado pela maioria da comunidade médica por ser ineficaz, Bolsonaro afirmou que apoia a “autonomia do médico” desde o início da pandemia.
“Desde o início da pandemia, apoiamos a autonomia do médico na busca do tratamento precoce, seguindo recomendação do nosso Conselho Federal de Medicina. Respeitamos a relação médico-paciente na decisão da medicação a ser utilizada e no seu uso off-label”, disse Bolsonaro.
Bolsonaro também se mostrou contrário à implantação do passaporte sanitário. “Nosso governo tem se posicionado contrário ao passaporte sanitário e a qualquer obrigação relacionada à vacina”, disse.
“Até o momento, o Governo Federal distribuiu mais de 260 milhões de doses de vacinas e mais de 140 milhões de brasileiros já receberam, pelo menos, a primeira dose, o que representa quase 90% da população adulta. 80% da população indígena também já foi totalmente vacinada. Até novembro, todos que escolheram ser vacinados no Brasil, serão atendidos” disse o presidente.
Bolsonaro ainda voltou a criticar a imprensa, ao dizer que foi à cúpula da ONU para mostrar o Brasil “que não é mostrado”.
“O Brasil tem um presidente que acredita em Deus, respeita a Constituição e seus militares, valoriza a família e deve lealdade a seu povo. Isso é muito, é uma sólida base, se levarmos em conta que estávamos à beira do socialismo”, continuou.
Ele ainda elogiou a legislação ambiental brasileira. “Qual país do mundo possui uma política de preservação ambiental como a nossa? Os senhores estão convidados a visitarem a Amazônia”, completou o presidente.
Bolsonaro também afirmou que o Brasil irá conceder visto humanitário para “cristãos, mulheres, crianças e juízes afegãos” e atacou, sem citar, governadores e prefeitos pelas medidas restritivas adotadas para conter a pandemia de Covid-19.
“As medidas de isolamento e lockdown deixaram um legado de inflação. No Brasil, para atender os mais humildades obrigados a ficarem em casa por decisão de governadores e prefeitos, concedemos auxílio emergencial”, afirmou o presidente.
Folhape