O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) decidiu nesta segunda-feira (14) tornar ministro efetivo o general Eduardo Pazuello, que exercia a função de interino à frente do Ministério da Saúde.
O militar, que inicialmente resistia a ser confirmado como efetivo, foi convencido pelo presidente. Ele ficou como interino no cargo por mais de três meses.
A assessoria de imprensa da Presidência da República informou à reportagem que a cerimônia de posse está marcada para a quarta-feira (16).
Segundo relatos de auxiliares palacianos, convites para o evento já começaram a ser distribuídos na Esplanada dos Ministérios.
Desde que Pazuello assumiu como interino, Bolsonaro manifestava a intenção de efetivar o militar. Na época, no entanto, o general chegou a dizer ao presidente que preferia ser temporário e que queria deixar a função em outubro.
O que incomodava o militar era a resistência dos comandantes das Forças Armadas, sobretudo pelo fato de Pazuello ser da ativa. O receio era de que uma gestão desastrosa, em meio a uma crise sanitária, pudesse prejudicar a imagem do Exército.
Nas últimas semanas, no entanto, segundo relatos feitos à reportagem, Bolsonaro iniciou uma ofensiva sobre os comandantes militares para convencê-los a efetivar o general. Nas conversas, ele ressaltou que o pior da pandemia já passou e que a atuação do militar foi satisfatória.
O Ministério da Saúde confirmou que o ministro será oficializado no cargo. A pasta não informou se, com isso, ele deve ir para a reserva.
Pazuello estava no comando da pasta de forma interina desde 15 de maio. Antes, ele era secretário-executivo na gestão de Nelson Teich, que deixou a pasta em meio a divergência com o presidente Jair Bolsonaro sobre a ampliação da oferta da cloroquina.
Inicialmente, Pazuello costumava dizer que ficaria apenas por 90 dias. O prazo, porém, encerrou em agosto. Dias depois, ele deixou oficialmente o comando da 12ª região militar, em Manaus, para onde dizia que pretendia voltar após o que define como “missão” no ministério.
No cargo como interino, Pazuello aumentou o número de militares em cargos de comando e até mesmo em postos estratégicos -foram ao menos 28 nomeados.
Também ampliou a oferta da cloroquina, medida rechaçada por especialistas, e chegou a retirar dados do total de casos da Covid-19 de painéis da pasta, o que levou órgãos de imprensa a organizar um consórcio para divulgar os dados.
Atualmente, o país registra 4,3 milhões de casos confirmados da Covid-19, com 132 mil mortes.
Diario de Pernambuco