A forma como o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se portou em visita à Bahia mostrou, mais uma vez, o seu desprezo ao Nordeste. A avaliação é do líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). Após ter chamado os nordestinos de “paraíba”, o presidente se envolveu em mais uma polêmica, que culminou com o cancelamento da participação do governador do Estado, Rui Costa (PT), no evento de inauguração do novo aeroporto de Vitória da Conquista (a 518 km de Salvador), que aconteceu na terça-feira (23).
“Ele tentou de todas as formas agredir o governador da Bahia. que é o legítimo representante do povo baiano e transformou o que era para ser a inauguração do aeroporto em um ato político dele mesmo em seu desagravo, com convidados escolhidos a dedo. Impopular, o presidente mostrou que tem medo do povo. Assim como fez em todas as vezes que veio ao Nordeste, ele se escondeu em um ato com a presença apenas dos seus apaniguados. Deu mais uma demonstração que não gosta do povo, especialmente do nordestino. Prefere ficar ao lado dos seus parceiros e evita olhar nos olhos da população. É um projeto de ditador”, afirmou.
O senador também lembrou que o presidente reivindicou a inauguração de uma obra que não é dele. “Vale lembrar que o aeroporto não contou com um real sequer do governo Bolsonaro. Foram investidos no projeto R$ 106 milhões, sendo R$ 75 milhões do governo federal e R$ 31 milhões do governo do Estado”, destacou o senador. Humberto também criticou ainda a apropriação jocosa de símbolos do Nordeste pelo presidente e o uso de outras expressões depreciativas para definir os nordestinos. Durante a inauguração, Bolsonaro disse que sua filha tem sangue de “cabra da peste” .
“Se o presidente tivesse a coragem de andar nas ruas da região, saberia que o povo nordestino não aceita essas expressões pejorativas. A nossa região é de gente corajosa e batalhadora e o nosso povo precisa de um presidente que o repeite e entenda o dinamismo do Nordeste, que possa investir em grandes e pequenas obras e ajude a alavancar o potencial de nossa região”, defendeu.
