O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, em depoimento à Polícia Federal na noite dessa quarta-feira (3), que tentou trocar servidores do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para “melhorar” a segurança pessoal de seu filho Carlos Bolsonaro, vereador pelo Republicanos/RJ, e de sua família.
Bolsonaro foi interrogado no âmbito do inquérito que investiga uma suposta tentativa de interferência política do chefe do Executivo na Polícia Federal.
Durante uma reunião ministerial realizada em 22 de abril do ano passado, que teve a gravação divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro alega que tentou trocar “gente da segurança” no Rio de Janeiro, mas não teria conseguido.
“E isso acabou. Eu não vou esperar f* a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meus, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira.”
Dois dias após a reunião, o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, pediu demissão do cargo e acusou o presidente de tentar interferir na Polícia Federal.
No depoimento dessa quarta-feira, Bolsonaro foi questionado sobre a declaração feita na reunião dos ministros: “Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro, oficialmente, e não consegui!” O delegado quis saber se o presidente se referia à superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
Bolsonaro explicou que queria trocar sua segurança pessoal e da sua família.
Segundo ele, “há um pequeno núcleo do GSI sediado no Rio de Janeiro, responsável pela segurança do declarante e de sua família; Que esse núcleo do GSI é formado por servidores lotados e alguns comissionados; Que achava que esse trabalho poderia ser melhorado, principalmente no acompanhamento do seu filho Carlos Bolsonaro, residente no Rio de Janeiro; Que, portanto, quando disse que queria trocar gente no Rio de Janeiro referia-se a sua segurança pessoal e da sua família”, disse em trecho do depoimento.
Estado de Minas