Celebrado nesta sexta-feira (19), o Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino faz parte de uma campanha mundial contra a desigualdade de gênero no mercado de trabalho. A iniciativa, idealizada pelas Nações Unidas em parceria com diversas instituições globais, incentiva as mulheres que criam e comandam seus próprios negócios. No Brasil, de acordo com o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), 30 milhões de mulheres empreendem.
O levantamento apontou que, apesar das dificuldades impostas pela pandemia, o empreendedorismo feminino registrou um crescimento de 40% no último ano. Entre os setores mais escolhidos por elas, o destaque fica por conta dos serviços, especialmente alimentação, beleza, estética e moda.
É o caso da empresária pernambucana Isis Lopes, que optou por pedir demissão de seu emprego e montar um negócio em parceria com o então marido: uma empresa voltada para o mercado de Tecnologia da Informação. Mas, logo em seguida, teve a ideia de investir em outro empreendimento voltado para o universo infantil. “Nessa época, eu tinha uma filha com menos de um ano e outra com três. Pesquisando na internet, eu achei uma loja infantil que a proprietária estava interessada em vender. Sem muita demora, conversei com ela e no mesmo dia fechei o negócio, cinco dias depois eu assumi”, afirmou.
Inicialmente, a empresária enfrentou algumas dificuldades por falta de conhecimento sobre o comércio varejista e moda infantil. “A única coisa que eu sabia era o que eu comprava para as minhas filhas. Foi um caminho penoso que eu não aconselho a ninguém, não se pode abrir um negócio sem entender sobre o assunto. Apanhei muito nos primeiros meses, mas a Villa Kids foi crescendo e chegou a ter três unidades e um outlet”, comentou Isis Lopes. Um ano depois, um café também foi aberto dentro da loja. De acordo com a empresária, o local, que é de pequeno porte e conta com uma produção terceirizada, tem o objetivo de oferecer mais conforto para os clientes em atendimento.
No entanto, com a pandemia da Covid-19, a loja infantil sofreu com a queda no faturamento. “As crianças deixaram de sair de casa, de frequentar festas de aniversários, assim como outras ocasiões sociais. A demanda por roupa caiu muito. No começo eu tive a ‘sacada’ de comprar bastante brinquedo infantil e joguinhos, pensando na família que iria ficar dentro de casa e no convívio que iria aumentar. Mas, o faturamento da loja infantil caiu cerca de 80%. As vendas de final de ano foram 40% inferiores em relação ao ano anterior”, relembra.
Apesar do baque, a empresária decidiu investir em outros negócios. Em outubro de 2020, Isis lançou uma loja de roupa feminina chamada Villa Ella. Mas, em 2021, com a piora dos números da pandemia no estado e o surgimento de uma nova quarentena rígida, mais uma reinvenção foi necessária. “No dia 15 de março, quando o governo decidiu entrar em lockdown novamente, me veio a ideia de abrir algum comércio essencial. Em 15 dias eu tomei a decisão e abri o Mercado da Villa, no dia 1º de abril. Fui atrás, em todos os lugares no Recife, de algum comércio pronto que estivesse à venda e encontrei na Várzea”, explicou. Atualmente, o local também conta com panificadora própria e registrou uma alta de 30% no faturamento após seis meses de atividade.
A escola de negócios Cedepe Business School oferece algumas dicas para mulheres que desejam empreender. Confira:
1. Estude o mercado – É necessário entender quais são as necessidades do público, isto é, quais serviços ou produtos estão faltando na sua localidade. Escolha uma área de seu interesse e invista!
2. Planeje o seu negócio – Organize o orçamento. Antes de empreender, você deve prever os custos para adquirir materiais, instalar maquinário, contratar equipe, divulgar os serviços e fazer o que mais for preciso para entrar em operação.
3. Busque capacitação – Leia sobre administração, gestão de pessoas, marketing, finanças e vendas. Invista também em cursos de capacitação.
4. Faça network – É importante conhecer outras empresárias, em encontros presenciais ou em grupos pela internet, para fortalecer parcerias. Elas poderão se tornar fornecedoras ou clientes.
Diario de Pernambuco