Brasil registra crescimento de 40% no empreendedorismo feminino, aponta pesquisa

Quiosque Butique de Carnaval vende produtos oficiais das escolas de samba,produzidos por artesãos da Associação de Mulheres Empreendedoras do Brasil, no saguão do Aeroporto Santos Dumont (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Celebrado nesta sexta-feira (19), o Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino faz parte de uma campanha mundial contra a desigualdade de gênero no mercado de trabalho. A iniciativa, idealizada pelas Nações Unidas em parceria com diversas instituições globais, incentiva as mulheres que criam e comandam seus próprios negócios. No Brasil, de acordo com o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), 30 milhões de mulheres empreendem.

O levantamento apontou que, apesar das dificuldades impostas pela pandemia, o empreendedorismo feminino registrou um crescimento de 40% no último ano. Entre os setores mais escolhidos por elas, o destaque fica por conta dos serviços, especialmente alimentação, beleza, estética e moda.

É o caso da empresária pernambucana Isis Lopes, que optou por pedir demissão de seu emprego e montar um negócio em parceria com o então marido: uma empresa voltada para o mercado de Tecnologia da Informação. Mas, logo em seguida, teve a ideia de investir em outro empreendimento voltado para o universo infantil. “Nessa época, eu tinha uma filha com menos de um ano e outra com três. Pesquisando na internet, eu achei uma loja infantil que a proprietária estava interessada em vender. Sem muita demora, conversei com ela e no mesmo dia fechei o negócio, cinco dias depois eu assumi”, afirmou.

Inicialmente, a empresária enfrentou algumas dificuldades por falta de conhecimento sobre o comércio varejista e moda infantil. “A única coisa que eu sabia era o que eu comprava para as minhas filhas. Foi um caminho penoso que eu não aconselho a ninguém, não se pode abrir um negócio sem entender sobre o assunto. Apanhei muito nos primeiros meses, mas a Villa Kids foi crescendo e chegou a ter três unidades e um outlet”, comentou Isis Lopes. Um ano depois, um café também foi aberto dentro da loja. De acordo com a empresária, o local, que é de pequeno porte e conta com uma produção terceirizada, tem o objetivo de oferecer mais conforto para os clientes em atendimento.

No entanto, com a pandemia da Covid-19, a loja infantil sofreu com a queda no faturamento. “As crianças deixaram de sair de casa, de frequentar festas de aniversários, assim como outras ocasiões sociais. A demanda por roupa caiu muito. No começo eu tive a ‘sacada’ de comprar bastante brinquedo infantil e joguinhos, pensando na família que iria ficar dentro de casa e no convívio que iria aumentar. Mas, o faturamento da loja infantil caiu cerca de 80%. As vendas de final de ano foram 40% inferiores em relação ao ano anterior”, relembra.

Apesar do baque, a empresária decidiu investir em outros negócios. Em outubro de 2020, Isis lançou uma loja de roupa feminina chamada Villa Ella. Mas, em 2021, com a piora dos números da pandemia no estado e o surgimento de uma nova quarentena rígida, mais uma reinvenção foi necessária. “No dia 15 de março, quando o governo decidiu entrar em lockdown novamente, me veio a ideia de abrir algum comércio essencial. Em 15 dias eu tomei a decisão e abri o Mercado da Villa, no dia 1º de abril. Fui atrás, em todos os lugares no Recife, de algum comércio pronto que estivesse à venda e encontrei na Várzea”, explicou. Atualmente, o local também conta com panificadora própria e registrou uma alta de 30% no faturamento após seis meses de atividade.

A escola de negócios Cedepe Business School oferece algumas dicas para mulheres que desejam empreender. Confira:

1. Estude o mercado – É necessário entender quais são as necessidades do público, isto é, quais serviços ou produtos estão faltando na sua localidade. Escolha uma área de seu interesse e invista!

2. Planeje o seu negócio – Organize o orçamento. Antes de empreender, você deve prever os custos para adquirir materiais, instalar maquinário, contratar equipe, divulgar os serviços e fazer o que mais for preciso para entrar em operação.

3. Busque capacitação – Leia sobre administração, gestão de pessoas, marketing, finanças e vendas. Invista também em cursos de capacitação.

4. Faça network – É importante conhecer outras empresárias, em encontros presenciais ou em grupos pela internet, para fortalecer parcerias. Elas poderão se tornar fornecedoras ou clientes.

Diario de Pernambuco

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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