Blog da Folha
Um dia depois de ter o seu mandato devolvido pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco, o prefeito de São Lourenço da Mata, Bruno Pereira (PTB), revelou como encontrou a administração municipal, que esteve sob o comando do vice-prefeito Gabriel Neto (PRB), desde setembro do ano passado. Segundo o petebista, muitos documentos foram perdidos e vários serviços deixaram de ser prestados. Um exemplo, segundo o gestor, é o hospital Petronila Campos, que estava funcionando e encerrou as atividades, neste período.
Nesta quarta-feira (17), Bruno Pereira fez questão de convocar um tabelião para registrar o estado com que a administração foi deixada pelo seu vice. “Eles (o grupo de Gabriel Neto) invadiram a prefeitura, na época, e levaram muitos documentos. Oficiamos ao Ministério Público de Pernambuco e ao Tribunal de Contas do Estado. Queremos levantar toda a documentação e fazer tudo com muita cautela, ara não ter nenhum problema”, disse Pereira.
De acordo com o gestor, o imbróglio judicial “comprometeu todo o planejamento”. “Tínhamos muitos convênios e emendas para dar conta. Mas isso atrapalhou totalmente nossos planos. Não sabemos como ficaram os convênios. Alguns foram perdidos e algumas emendas perderam os prazos, o que prejudicou a população. O hospital Petronila Campos é outro exemplo. Estava funcionando, fazendo cirurgia e hoje não faz mais”, afirmou o prefeito.
O prefeito também falou sobre o rompimento com seu vice, que migrou para o campo da oposição e passou a reforçar as denúncias contra ele. “Ele tinha sido vereador na oposição, mas foi expulso pelo grupo. E nós o acolhemos. Colocamos ele como vice para fazer o município para se desenvolver. Mas no começo da gestão ele se juntou com o presidente da Câmara e partiu para a oposição. Hoje, estamos rompidos. Infelizmente a gente procura melhorar o município e ele procura piorar”, colocou o prefeito, que comemorou a fidelidade de 11 dos 15 vereadores da Câmara Municipal durante todo o processo.
Investigação
Durante a Operação Tupinambá, deflagrada em setembro, que investiga o possível desvio de bens e rendas públicas na gestão de Bruno, a Polícia Civil encontrou R$ 23 mil na residência do prefeito. “Estamos fazendo nossa defesa. Temos um prazo para esclarecer tudo. Mas não pratiquei nenhum ato ilícito no meu mandato. Sobre o dinheiro apreendido, R$ 3 mil era meu, outros R$ 5 mil era do meu irmão e o restante era do meu pai, de proventos da aposentadoria. Moramos todos juntos e a polícia viu isso. Inclusive a gente pediu para o dinheiro ser devolvido. É dinheiro de salário”, destacou.