O esforço em sensibilizar a população sobre a importância de ser um doador de medula óssea tem se refletido ao longo dos últimos anos. A prova disso é que de 2013 a 2017, o número de cadastros na Hemorrede Pública de Pernambuco passou de 3.811 para 10.413 doadores. O quantitativo representa uma ampliação de 173% nos registros de pessoas interessadas em doar medula em caso de compatibilidade. No ano passado, o Hemocentro (HC) Recife registrou 6.148 novos possíveis doadores, enquanto as unidades captadoras da Fundação Hemope no interior do Estado receberam 4.265 novos cadastros. As unidades hemoterápicas de Petrolina e Ouricuri, no Sertão pernambucano, tiveram o melhor desempenho, com 908 registros cada.
“Todo o nosso esforço é para sensibilizar os possíveis doadores para que possamos ajudar de forma efetiva aqueles que estão esperando por um transplante. Com o aumento de campanhas externas, alcançamos variados espaços. A falta de conhecimento, os mitos que envolvem a doação de medula óssea e o preconceito de muitas pessoas precisam ser combatidos”, pontua a assistente social Josiete Tavares, coordenadora do Cadastramento de doadores de medula óssea do Hemocentro Recife.
Outro fator que contribuiu para o aumento foi a flexibilização dos horários no processo de cadastro no Hemocentro Recife. “Atualmente, estamos disponíveis a atender qualquer pessoa que nos procure no hemocentro. Também trabalhamos com doadores de sangue que chegam na unidade. Incentivamos as pessoas para que elas também façam parte do banco de dados de doadores de medula óssea”, explica a coordenadora. A unidade no Recife funciona de segunda a sexta, das 8h às 17h. Para informações das outras unidades espalhadas no Estado, basta ligar para o 0800.081.1535.
Para ser um doador, o interessado, que deve ter entre 18 e 55 anos, pode procurar o hemocentro do seu Estado e agendar uma consulta de esclarecimento ou palestra sobre doação de medula óssea. O voluntário irá assinar um termo de consentimento e preencher uma ficha com informações pessoais. Será retirada uma pequena quantidade de sangue (10 ml) do candidato a doador. É necessário apresentar um documento de identidade neste processo. O sangue do possível doador será analisado em laboratório para identificar características genéticas que vão ser cruzadas com dados de pacientes que necessitam de transplantes para determinar a compatibilidade.
Todos os dados são incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). Quando houver um paciente com possível compatibilidade, o doador será consultado para decidir quanto à doação. Vale lembrar que o cadastro deve estar atualizado. “Temos muitas perdas porque o cadastro do possível doador está desatualizado e não conseguimos contactá-lo”, ressalta Josiete. Os doadores podem atualizar as informações pessoais pelo site do Inca (Instituto Nacional do Câncer) ou através do e-mail redome@hemope.pe.gov.br.
DADOS – Desde o primeiro transplante de medula óssea em Pernambuco, em 1999, já foram realizados 1.968 procedimentos no Estado. Em 2017, foram 225 procedimentos (187 em 2016 – crescimento de 20%). Em 18 anos de transplantes de medula óssea no Estado, 2015 registrou o maior número de procedimentos (233).