Ao contrário do que seria esperado em uma temporada normal, a saída do Campeonato Brasileiro não significou o fim da temporada para o Santa Cruz, que, nos dias 26 e 2, encara o Itabaiana no pré-Nordestão. Com os jogos que encerram o ciclo de 2020, essas últimas partidas valem muito para o Tricolor, ainda mais depois que o time falhou na busca pelo acesso à Série B, aumentando a pressão por calendário e capital para este ano.
Além das rivalidades e da briga pela taça, o Nordestão é importante para a atual estrutura do futebol na região. Para alguns clubes, como Ceará, Fortaleza, Bahia e até mesmo Sport e Santa, outrora, a estabilização do torneio foi um passo importante para a estruturação dos clubes. Isso acontece por causa de visibilidade nacional aos patrocinadores, premiações e calendário mais robusto que ela proporciona ao longo do primeiro semestre.
Desde a retomada do torneio, em 2013, a única vez que o Santa Cruz ficou de fora foi em 2015, quando disputava a Série B. Agora, porém, o cenário coral é diferente. Ao contrário daquela temporada, o clube não tem uma cota de TV para o Campeonato Brasileiro, valor que orbitaria nos R$ 8 milhões para a Série B, mas são zerados na Terceirona.
Considerando os valores aplicados em 2020, uma eliminação na fase seletiva garante apenas R$ 100 mil ao Santa, frente a um valor entre R$ 1,5 e 1,7 milhão, só por chegar à fase de grupos com o ranking que os corais. Assim, descontando valores melhores de patrocínio e premiações por avanços no mata-mata, a queda para o Itabaiana significaria um prejuízo de, no mínimo, R$ 1,4 milhão ao Santa, valor referente a três folhas do elenco atual.
Outro fator que faz a diferença é o calendário. Sem a Copa do Nordeste,em um cenário de desempenho similar ao de 2020, os, já poucos, 47 jogos do ano seriam reduzidos para apenas 38. No pior cenário possível, o mínimo de partidas em 2021 despenca de 37 para um caótico número de 29 jogos. Esses compromissos a mais, além de fortalecer o engajamento do torcedor com o clube, também viabilizam maior receita de bilheteria, a partir do momento em que o público voltar a ser permitido nos estádios.
Diario de Pernambuco